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Gilson Iannini

Gilson Iannini é professor-associado do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Antes disso, lecionou por quase duas décadas (1999-2017) noDepartamento de Filosofia da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). É doutor em filosofia pela USP (2009) e mestre pela UFMG (1998). Ambos os trabalhos se inserem na interface entre filosofia e psicanálise, principal campo de sua prática teórica.Concluiu pesquisa de pós-doutorado, sobre as relações entre ciência e literatura em Freud, com bolsa do CNPq. Obteve, em 2005, na Université Paris VIII, o título de "Master en Psychanalyse: concepts et clinique" (antigo "DEA du Champ Freudien"), além de participar da sessão clínica da École de la Cause Freudienne. Graduou-se em psicologia pela UFMG (1994), onde foi monitor de psicopatologia (IRS) e bolsista de Iniciação científica (CNPq). Integrou o núcleo de pesquisas em psicose do Instituto de Psicanálise e Saúde Mental de Minas Gerais. Em Ouro Preto, coordenou o projeto de criação e implementação do Curso de Mestrado em Estética e Filosofia da Arte da UFOP. Publicou livros, artigos em periódicos especializados e trabalhos em anais de eventos, além de diversas traduções de artigos e de livro. Atuou como conferecista convidado ou palestrante nas principais Universidades brasileiras (USP, UFMG, Unicamp, UFRJ, UFF, UFRN, UFPA, PUCPR, entre outras) e também no exterior (França, Itália, Chile, Holanda). Como editor, publicou mais de cinquenta livros nas coleções das quais é idealizador (Filo e Obras incompletas de Sigmund Freud) e editou revistas. Foi criador e editor-chefe da revista ARTEFILOSOFIA (Qualis B1), tendo publicado os nove primeiros números. Coordena a Coleção Filô (Ed. Autêntica) e foi membro do Conselho editorial da Editora da UFOP (2011-12). É editor e idealizador da Coleção "Obras Incompletas de Sigmund Freud", primeira edição temática traduzida diretamente do alemão publicada no Brasil, com 9 volumes publicados até 2020. Atualmente, é editor-associado da Coleção FIGURES OF THE UNCONSCIOUS da Leuven University Press (LUP). Atua como consultor/revisor de diversos periódicos, em filosofia e em psicanálise. Orienta trabalhos de iniciação científica, de especialização, de mestrado e de doutorado em filosofia e em psicanálise. Organizou eventos e coordenou projetos de pesquisa com apoio do CNPq, da CAPES e da FAPEMIG. Coordenou, entre 2009 e 2011, o programa de mestrado em Estética e filosofia da arte da UFOP. É membro do GT de Filosofia e Psicanálise da ANPOF e da International Society of Psychoanalysis and Philosophy/Société Internationale de Psychanalyse et Philosophie. Fez parte da Comissão de avaliação trienal da CAPES em 2013-2014 (área: Filosofia)
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Lacan fait preuve d'une acuité assez singulière lorsqu'il note que la nature particulière de l'ob... more Lacan fait preuve d'une acuité assez singulière lorsqu'il note que la nature particulière de l'objet de la psychanalyse, qui est marquée par une imbrication singulière entre vérité et contingence, ainsi que par l' impossibilité de l'inscription du sexuel qua sexuel, exigeait une théorie qui ne voilerait pas la contradiction inscrite au coeur de cet objet-là. La vocation scientifique de la psychanalyse devrait alors se confronter avec les limites du discours de la Science. Limites qui s'imposent lorsque la psychanalyse a affaire avec ce qui insiste à ne pas s'inscrire, c'est-à-dire avec ce que Lacan a nommé l'impossible. Ces limites se dessinent dans le style. Il s'agit alors de faire fonctionner le dispositif de littéralisation dans un double régime : au niveau de la littéralisation sous le régime de la Science et au niveau de la littéralisation mise en oeuvre dans le style. Deux régimes de la vérité s'imposent alors : la verité comme contingence et la vérité comme l'impossible.

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O livro de Frederico Feu de Carvalho, O fim da cadeia de razões. Wittgenstein, crítico de Freud, ... more O livro de Frederico Feu de Carvalho, O fim da cadeia de razões. Wittgenstein, crítico de Freud, é o trabalho mais equilibrado já escrito sobre as relações entre Wittgenstein e a psicanálise. Isso porque seu autor não está preocupado em tomar partido, em defender ou em atacar, como é o caso de tantas publicações dedicadas ao tema, inclusive entre autores de referência, como o próprio Bouveresse, considerado um clássico no assunto. O livro de Carvalho é o resultado de um longo percurso de leitura de Wittgenstein. Mas, sobretudo, de um trabalho de leitura realizado por um analista, cuja sensibilidade clínica salta aos olhos, inclusive em sua maneira de ler os comentários esparsos, por vezes lacunares de Wittgenstein. Mesmo ali onde algumas observações de Wittgenstein acerca de Freud não são mais do que erros grosseiros de leitura, o autor consegue extrair os efeitos desses mal-entendidos, mostrando que "isca de falsidade fisgou uma carpa de verdade" 2 . O trabalho apresentado neste encontro e que gostaria de comentar mostra um pouco do que havia sido o livro, mas avança um pouco mais, enfocando mais detidamente o estatuto da verdade e sua relação com o silêncio.

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Um dos caminhos que levam ao Seminário 19, por atravessá-lo, é a fi losofi a, mais especifi camen... more Um dos caminhos que levam ao Seminário 19, por atravessá-lo, é a fi losofi a, mais especifi camente Platão e seu Um. Ela pode nos levar ao coração incorporal do Há-um de Lacan. É o que demonstra Gilson Ianini no texto que o Boletim Haun publica nesta edição. Gilson se deixou ensinar pela fi losofi a, sendo lacaniano, quem sabe até para ser mais lacaniano. Como o que lhe interessa não é, em si, o saber da fi losofi a, permite-se curtos-circuitos e rasantes que a tornam próxima, quase fácil. Aprendemos, descobrimo-nos se não fi lósofos, pelo menos gregos, oscilando entre Parmênides ou Górgias e chegando a conceber por que Lacan enuncia que Platão era Lacaniano. Servindo-se do que o Um de Platão pode interessar à clínica psicanalítica, ele chega a avançar a hipótese de um último Platão (borromeano!).

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É verdade que toda carta chega a seu destinatário? Uma das cartas mais célebres da história da ps... more É verdade que toda carta chega a seu destinatário? Uma das cartas mais célebres da história da psicanálise é, sem dúvida, o Projeto para uma psicologia 2 , enviado por Freud a Fliess em 1895. Gostaríamos de sugerir neste trabalho que uma das perguntas centrais que move o Projeto pode fornecer o fundamento teórico para a discussão de duas ideias bastante atuais 3 : a "forclusão generalizada" e a consequente "clínica universal do delírio". A pergunta talvez possa ser formulada nos seguintes termos: dado que o modelo de funcionamento do aparelho ϕ−ψ−ω baseia-se na ativação alucinatória do objeto de desejo e que a condição necessária à distinção entre memória e percepção é a precária inibição pelo eu do curso dos processos psíquicos primários, "por que não somos todos psicóticos?" Uma das lições mais conhecidas da psicanálise freudiana é acerca das experiências fundamentais do infans. A ideia pode ser resumida mais ou menos do seguinte modo. As experiências fundamentais -satisfação e dor -deixam atrás de si facilitações/trilhamentos permanentes entre, de um lado, os neurônios nucleares investidos/ocupados pelo estado de urgência e, de outro, o complexo formado pela percepção de um objeto e a notícia de eliminação devido a um movimento reflexo no corpo. Assim, uma reativação do desejo vai investir as vias já facilitadas/trilhadas. O papel determinante, atribuído aos trilhamentos resultantes das vivências de satisfação e de dor na constituição do sujeito, explicar-se-ia pelo que Freud chamou de "lei fundamental de associação por simultaneidade" 4 : todo o funcionamento do sistema ψ baseia-se nesta lei. Eventos dados à memória na linha da diacronia serão retidos sincronicamente, "pois, evidentemente, os três pilares da cena prototípica -a necessidade, o outro e a satisfação -não são produzidos simultaneamente, mas em sucessão" 5 .

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Os autores abordam criticamente a ideologia classificatória do DSM 5, mediante o uso da versão pa... more Os autores abordam criticamente a ideologia classificatória do DSM 5, mediante o uso da versão paródica de um virtual DSM 100. Essa paródia tem o interesse de expor o que a atual 5a versão não consegue mais ocultar: o caráter normativo de uma classificação fundada num programa vertiginoso de psiquiatrização da vida cotidiana, assim como numa psicopatologização de todo mal estar subjetivo.