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Papers by Maria Luisa Nogueira

Research paper thumbnail of As Viúvas das quintas-feiras: as subjetividades herméticas ea pluralidade das cidades

Revista Mal-estar e Subjetividade

"em La Cascada não há grades. Não são necessárias" A cidade somos nós. Habitamos a cidade e a cid... more "em La Cascada não há grades. Não são necessárias" A cidade somos nós. Habitamos a cidade e a cidade nos habita. Mas a cidade não é a mesma para todos que nela habitam. Cercas, câmeras de segurança, grades e muros, que se insinuam de forma cada vez mais recorrente em nosso cotidiano, são evi

Research paper thumbnail of Educadores Sociais: o reconhecimento cotidiano e a organização de trabalho

Educação & Realidade, 2016

Resumo: Os programas sociais têm recrutado jovens moradores das periferias sociais, que passam a ... more Resumo: Os programas sociais têm recrutado jovens moradores das periferias sociais, que passam a atuar profissionalmente por meio de políticas culturais, são os chamados educadores sociais. Partindo de uma pesquisa que interrogou as configurações do trabalho nesse contexto específico, apresentamos nesse texto as categorias reconhecimento e mobilidade psicossocial, bem como uma discussão histórico-política sobre educação social. A pesquisa utilizou histórias de vida, observação participante em uma oficina e duas entrevistas com educadores do Programa Fica Vivo! em Minas Gerais, analisadas por meio de categorização em análise cruzada. Percebemos que os processos de segregação que permeiam a relação cidade e alteridade estão presentes nesse cenário.

Research paper thumbnail of Cidade-corpo

55 hissa, c. e. v.; nogueira, m. l. m. cidade-corpo cássio e. viana hissa* maria luísa magalhães ... more 55 hissa, c. e. v.; nogueira, m. l. m. cidade-corpo cássio e. viana hissa* maria luísa magalhães nogueira** Cidade-COrpO resumo A cidade, onde a vida acontece, é a expressão mais representativa dos lugares, diz Milton Santos. Mas não se trata da cidade dos mapas, ou aquela percebida do alto, ou mesmo das cidades fotografadas ou imaginárias -ainda que todas elas se refiram à cidade-terreno. É a cidade-corpo, cidade-terreno, que diz o significado dos territórios da vida. Na cidadecorpo, território de existência, lugar da construção de subjetividades, a mobilidade veloz é, contraditoriamente, na modernidade, produtora de imobilismos. É a velocidade que, ao desequilibrar, no terreno próprio da cidade, obstrui o corpo em sua condição de ser e em sua capacidade de experimentar. O caminhar pela rua -que faz com que o corpo do sujeito se deixe atravessar pelo corpo da cidade; e se transforme nela -já se torna transgressão, diante do movimento prevalente que nos retira do chão. É este corpo do sujeito que concede existência à cidade-terreno; e, com o seu vagar, passo a passo, desafia a velocidade que rouba lugares.

Research paper thumbnail of Subjetividade e materialidade: cidade, espaço e trabalho

Discutimos, no presente texto, a relação estabelecida entre a categoria espaço (considerado socio... more Discutimos, no presente texto, a relação estabelecida entre a categoria espaço (considerado socio-historicamente) e a dimensão subjetiva dos diversos atores sociais que dele, necessariamente, se apropriam. Partindo da cidade, objeto privilegiado de nossa análise, buscamos, além de uma breve discussão sobre alteridade, indicar a articulação do espaço com a formação e consolidação de identidades. Para a discussão deste processo, tomamos, especialmente, a centralidade do trabalho nos novos arranjos urbanos. Entendemos que é de suma importância a refl exão sobre a relação espaço/subjetividade. A partir de uma ótica transdisciplinar, buscamos destacar, na cidade moderna, a questão da segregação e seu impacto subjetivo. Palavras-chave: espaço; subjetividade; trabalho; cidade.

Research paper thumbnail of TRANSTORNOS DO ESPECTRO DO AUTISMO: O QUE A PSICOLOGIA SOCIAL TEM A VER COM ISSO?

Entende-se que a Psicologia Social pode ser uma perspectiva importante para os Transtornos do Esp... more Entende-se que a Psicologia Social pode ser uma perspectiva importante para os Transtornos do Espectro do Autismo (TEA) no contexto brasileiro, tanto por ser um campo de pensamento que coloca em diálogo diversos saberes, quanto por ter como objeto preferencial a relação entre indivíduo e sociedade, trazendo, assim, a necessária discussão sobre alteridade, tão cara à vivência dos autistas e suas famílias, à pauta dos debates científicos e das políticas públicas. Partindo de uma revisão bibliográfica não-sistemática sobre a produção da Psicologia Social brasileira quanto ao autismo, esse texto discute as possíveis contribuições psicossociais para essa temática. Ainda que os resultados revelem uma baixa produção científica da psicologia social sobre TEA, uma reflexão sobre diferença e sociedade é colocada em relevo, bem como a importância de intervenções mais aprofundadas nos modos de ver o

Research paper thumbnail of A CIDADE: O jogo da alteridade

A importância que a esfera do privado vem tomando no tecido da cidade é visível e atravessa a exp... more A importância que a esfera do privado vem tomando no tecido da cidade é visível e atravessa a experiência de subjetivação que segue funcionando a partir de tal regime. Neste texto, propomos uma discussão sobre a dimensão da alteridade que subjaz a esse processo de privatização, a partir do que entendemos como estratégias de fagocitose (nosso modo de inclusão contemporânea) e tomando como recorte de análise uma obra de ficção. O texto partirá de uma breve localização conceitual sobre a cidade e a subjetivação, para então enunciar uma leitura sobre a relação destas com a alteridade. Sessão temática: Modos de Subjetivação na Cidade Esta cidade me significa" Leminski A cidade nos habita. As subjetividades são produzidas em relação, na concretude de suas ruas e edificações, nas subjetivações tecidas nos encontros. O que apresentamos neste texto é uma reflexão sobre esta relação, pensando a cidade como produtora de sentido, pois entender a cidade é hoje um exercício fundamental para aqueles cujo compromisso se relaciona com a construção de uma compreensão sobre as subjetividades. É na cidade que moramos hoje 1 , como aponta Davis (2006). Urbanistas, cientistas sociais, geógrafos, artistas, vários de nós vêm tentando traduzir, de diversas formas, o que é viver na cidade contemporânea. Vai-se desenhando um vasto campo transdisciplinar, em que são compostos diversos territórios de subjetivação, no sentido dado por Deleuze e Guattari (1997). O olhar atento às produções que nascem destes esforços de compreensão sobre o tecido e o tecer urbanos dizem muito, não apenas do que é a cidade, como também de quem somos nós, dos modos de subjetivação que aí se formam e, neste processo, marcam essa cidade. É muito interessante observar como a psicologia despende pouca atenção sobre essa questão. Não temos nos arriscado nem mesmo a descrever a cidade. Este parece ser um indicativo importante de uma contradição deste campo, pois, como produzir uma psicologia que * Mestre em Psicologia Social pela UFMG. Professora do Departamento de Psicologia da UFMG. * * Doutor em Psicologia Clínica pela PUC São Paulo. Professor do Departamento de Psicologia da PUC Minas. 1 Pela primeira vez na história, a maior parte da população humana é urbana (Davis, 2006): em 1950, o mundo contava 86 cidades com mais de 1 milhão de habitantes; hoje são 400 e em 2015 provavelmente serão pelo menos 550.

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Revista Mal-estar e Subjetividade

"em La Cascada não há grades. Não são necessárias" A cidade somos nós. Habitamos a cidade e a cid... more "em La Cascada não há grades. Não são necessárias" A cidade somos nós. Habitamos a cidade e a cidade nos habita. Mas a cidade não é a mesma para todos que nela habitam. Cercas, câmeras de segurança, grades e muros, que se insinuam de forma cada vez mais recorrente em nosso cotidiano, são evi

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Educação & Realidade, 2016

Resumo: Os programas sociais têm recrutado jovens moradores das periferias sociais, que passam a ... more Resumo: Os programas sociais têm recrutado jovens moradores das periferias sociais, que passam a atuar profissionalmente por meio de políticas culturais, são os chamados educadores sociais. Partindo de uma pesquisa que interrogou as configurações do trabalho nesse contexto específico, apresentamos nesse texto as categorias reconhecimento e mobilidade psicossocial, bem como uma discussão histórico-política sobre educação social. A pesquisa utilizou histórias de vida, observação participante em uma oficina e duas entrevistas com educadores do Programa Fica Vivo! em Minas Gerais, analisadas por meio de categorização em análise cruzada. Percebemos que os processos de segregação que permeiam a relação cidade e alteridade estão presentes nesse cenário.

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55 hissa, c. e. v.; nogueira, m. l. m. cidade-corpo cássio e. viana hissa* maria luísa magalhães ... more 55 hissa, c. e. v.; nogueira, m. l. m. cidade-corpo cássio e. viana hissa* maria luísa magalhães nogueira** Cidade-COrpO resumo A cidade, onde a vida acontece, é a expressão mais representativa dos lugares, diz Milton Santos. Mas não se trata da cidade dos mapas, ou aquela percebida do alto, ou mesmo das cidades fotografadas ou imaginárias -ainda que todas elas se refiram à cidade-terreno. É a cidade-corpo, cidade-terreno, que diz o significado dos territórios da vida. Na cidadecorpo, território de existência, lugar da construção de subjetividades, a mobilidade veloz é, contraditoriamente, na modernidade, produtora de imobilismos. É a velocidade que, ao desequilibrar, no terreno próprio da cidade, obstrui o corpo em sua condição de ser e em sua capacidade de experimentar. O caminhar pela rua -que faz com que o corpo do sujeito se deixe atravessar pelo corpo da cidade; e se transforme nela -já se torna transgressão, diante do movimento prevalente que nos retira do chão. É este corpo do sujeito que concede existência à cidade-terreno; e, com o seu vagar, passo a passo, desafia a velocidade que rouba lugares.

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Discutimos, no presente texto, a relação estabelecida entre a categoria espaço (considerado socio... more Discutimos, no presente texto, a relação estabelecida entre a categoria espaço (considerado socio-historicamente) e a dimensão subjetiva dos diversos atores sociais que dele, necessariamente, se apropriam. Partindo da cidade, objeto privilegiado de nossa análise, buscamos, além de uma breve discussão sobre alteridade, indicar a articulação do espaço com a formação e consolidação de identidades. Para a discussão deste processo, tomamos, especialmente, a centralidade do trabalho nos novos arranjos urbanos. Entendemos que é de suma importância a refl exão sobre a relação espaço/subjetividade. A partir de uma ótica transdisciplinar, buscamos destacar, na cidade moderna, a questão da segregação e seu impacto subjetivo. Palavras-chave: espaço; subjetividade; trabalho; cidade.

Research paper thumbnail of TRANSTORNOS DO ESPECTRO DO AUTISMO: O QUE A PSICOLOGIA SOCIAL TEM A VER COM ISSO?

Entende-se que a Psicologia Social pode ser uma perspectiva importante para os Transtornos do Esp... more Entende-se que a Psicologia Social pode ser uma perspectiva importante para os Transtornos do Espectro do Autismo (TEA) no contexto brasileiro, tanto por ser um campo de pensamento que coloca em diálogo diversos saberes, quanto por ter como objeto preferencial a relação entre indivíduo e sociedade, trazendo, assim, a necessária discussão sobre alteridade, tão cara à vivência dos autistas e suas famílias, à pauta dos debates científicos e das políticas públicas. Partindo de uma revisão bibliográfica não-sistemática sobre a produção da Psicologia Social brasileira quanto ao autismo, esse texto discute as possíveis contribuições psicossociais para essa temática. Ainda que os resultados revelem uma baixa produção científica da psicologia social sobre TEA, uma reflexão sobre diferença e sociedade é colocada em relevo, bem como a importância de intervenções mais aprofundadas nos modos de ver o

Research paper thumbnail of A CIDADE: O jogo da alteridade

A importância que a esfera do privado vem tomando no tecido da cidade é visível e atravessa a exp... more A importância que a esfera do privado vem tomando no tecido da cidade é visível e atravessa a experiência de subjetivação que segue funcionando a partir de tal regime. Neste texto, propomos uma discussão sobre a dimensão da alteridade que subjaz a esse processo de privatização, a partir do que entendemos como estratégias de fagocitose (nosso modo de inclusão contemporânea) e tomando como recorte de análise uma obra de ficção. O texto partirá de uma breve localização conceitual sobre a cidade e a subjetivação, para então enunciar uma leitura sobre a relação destas com a alteridade. Sessão temática: Modos de Subjetivação na Cidade Esta cidade me significa" Leminski A cidade nos habita. As subjetividades são produzidas em relação, na concretude de suas ruas e edificações, nas subjetivações tecidas nos encontros. O que apresentamos neste texto é uma reflexão sobre esta relação, pensando a cidade como produtora de sentido, pois entender a cidade é hoje um exercício fundamental para aqueles cujo compromisso se relaciona com a construção de uma compreensão sobre as subjetividades. É na cidade que moramos hoje 1 , como aponta Davis (2006). Urbanistas, cientistas sociais, geógrafos, artistas, vários de nós vêm tentando traduzir, de diversas formas, o que é viver na cidade contemporânea. Vai-se desenhando um vasto campo transdisciplinar, em que são compostos diversos territórios de subjetivação, no sentido dado por Deleuze e Guattari (1997). O olhar atento às produções que nascem destes esforços de compreensão sobre o tecido e o tecer urbanos dizem muito, não apenas do que é a cidade, como também de quem somos nós, dos modos de subjetivação que aí se formam e, neste processo, marcam essa cidade. É muito interessante observar como a psicologia despende pouca atenção sobre essa questão. Não temos nos arriscado nem mesmo a descrever a cidade. Este parece ser um indicativo importante de uma contradição deste campo, pois, como produzir uma psicologia que * Mestre em Psicologia Social pela UFMG. Professora do Departamento de Psicologia da UFMG. * * Doutor em Psicologia Clínica pela PUC São Paulo. Professor do Departamento de Psicologia da PUC Minas. 1 Pela primeira vez na história, a maior parte da população humana é urbana (Davis, 2006): em 1950, o mundo contava 86 cidades com mais de 1 milhão de habitantes; hoje são 400 e em 2015 provavelmente serão pelo menos 550.