Delfim Santos, Pedagogia como ciência autónoma (original) (raw)

Delfim Santos, Pedagogia como ciência autónoma | Mendoza 1949

Pedagogia como ciência autónoma

Actas del Primer Congreso Nacional de Filosofía (Mendoza 1949), Universidad Nacional de Cuyo, Buenos Aires 1950, tomo III, págs. 1829-1832.
(Sesiones: X. Filosofía de la educación.)

Uma das dificuldades sempre presente nas diversas classificaçoes das ciencias é o propósito, claro ou nao, de reduçao de todos os conhecimentos humanos a um único tipo de saber. Como consequência imediata dêsse propósito, admite-se um único método a que a realidade deverá ser subordinada para que êsse tipo de saber mereça o nome de ciência. Quando isto nao é completamente possível, atribui-se o facto à insuficiente penetraçao metodológica até entao realizada, e prognostica-se que o futuro se encarregará de realizar o programa traçado. E, como o método proposlo foi útil e eficiente em determinado aspecto da realidade, tal ciência assim constituida torna-se o modelo que todas as outras terao de seguir. Esta «pressuposisço», que desde o Renascimento orienta a cultura ocidental, é, sem dúvida, um princípio sem fundamento claro, e do mesmo valor das pressuposiçoes que o novo saber procurava invalidar e banir da construçao da ciencia. A ideia de experiencia, à sombra da qual todo o saber se deveria organizar, quando entendida como principio universal, tem o mesmo valor epistemológico de qualquer das outras que ela pretendeu substituir. A ideia vulgar de experiência é proveniente da física, e seria da maior conveniencia teórica e prática nao a estender a toda a realidade, mas, antes de mais, procurar saber a que regiao da realidade ela se aplica com perfeita adequaçao.

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