Inês Olaia | Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (original) (raw)
Thesis/Dissertation by Inês Olaia
A dissertação que aqui se apresenta pretende estudar as relações entre duas vilas da atual região... more A dissertação que aqui se apresenta pretende estudar as relações entre duas vilas da atual região Oeste: Aldeia Galega e Alenquer. Procurará igualmente fazer delas um caso de estudo para compreender alguns aspetos do Portugal medieval. Partindo do plano físico da vila menos estudada – Aldeia Galega da Merceana - analisaremos o seu desenvolvimento no espaço e as suas instituições, mediante o que as fontes permitem. Depois, como cabeça de um concelho, estudaremos o seu termo. No decurso dessa segunda parte deste trabalho, somos confrontados com uma realidade complexa, que exige a observação mais detalhada de um fenómeno até agora pouco explorado. Nascido o concelho de um antigo julgado, integrado no termo de Alenquer, a vila de Aldeia Galega acabou por ter de partilhar o seu termo com o dessa vila. Procuraremos definir os contornos da jurisdição desse primeiro julgado e o desenvolvimento institucional do concelho a que deu lugar, o que explicará por si a complexidade do termo da vila de Aldeia Galega. No encalço dessa explicação, desenvolveremos um pequeno estudo mais abrangente sobre o que significa ser um julgado naquela região na Idade Média, explorando os concelhos limítrofes ao nosso.
Por fim, estabelecido o espaço sobre o qual trabalhamos e o seu desenvolvimento, realizamos um estudo sobre as relações entre essa região e o seu senhor. Desse ponto de vista, a vila de Aldeia Galega é praticamente inseparável de Alenquer e, por essa razão, alargamos o estudo a essa vila definitivamente: frequentemente doadas a infantas e a rainhas, as duas vilas acabarão por ser integradas no bloco territorial a que, no século XV, se chamará “Terras das Rainhas”. Exploraremos então que relações estabeleceram com o território e as suas instituições, como o geriram e em que circunstâncias os conflitos em que se envolveram a eles se estenderam.
Articles by Inês Olaia
RiMe, 2023
A signature is a personal sign left by the emis- sary of a document. In the Middle Ages a royal s... more A signature is a personal sign left by the emis- sary of a document. In the Middle Ages a royal signature was a powerful representation of the monarch. The Queens of Portugal are no ex- ception to both ideas. Through the centuries, the typical queenly signature became part of the queenship apparatus. However, these royal women had the choice to manipulate the signa- ture to some extent to represent themselves and their circumstances. This paper reflects on the meanings of the establishment of a queenly signature and the insights the shifts upon that signature can give us.
Recerques, 2022
L’expressió del poder de les reines sobre el territori és multifacètica. En aquest text, m... more L’expressió del poder de les reines sobre el territori és multifacètica. En aquest text, mitjançant l’estudi dels itineraris de les rei-nes consorts de Portugal, busquem entendre quines relacions es van teixir entre elles i els seus esposos, la cort i el regne en el trànsit de l’edat mitjana a la modernitat. Les sobira-nes d’aquests temps s’han desplaçat amb més freqüència juntament amb els marits i han passat més temps en l’entorn cortesà que les antecessores. Van tenir, també, una preferència més gran per Lisboa, la ciutat que s’estava afirmant com a capital del reg-ne. Només Elionor de Lancaster, que va so-breviure trenta anys al seu cònjuge, va tenir una circulació pròpia, en relació amb les se-ves terres i els llocs on va fer fundacions pi-etoses i assistencials.
En la España Medieval, 2022
Resumen. A la infanta Doña Filipa de Coimbra (c. 1442-1493) se le ha atribuido un papel oscurecid... more Resumen. A la infanta Doña Filipa de Coimbra (c. 1442-1493) se le ha atribuido un papel oscurecido en la historia de la segunda mitad del siglo XV portugués. Su ocultación en la historiografía es probablemente producto del carácter informal de su poder, que surge no tanto de sí misma, sino de la red de relaciones familiares que la rodean. Este artículo pretende demostrar que la infanta fue una figura fundamental en la corte de Alfonso V de Portugal. Es posible que Doña Filipa haya ocupado un lugar similar al de la reina después de la muerte de Doña Isabel de Coimbra y antes del surgimiento y posterior desaparición de la corte de su sobrina, la infanta Doña Joana. Pero precisamente porque tal lugar nunca le fue asignado formalmente, solo podemos explorar algunas de las pistas que hacemos explícitas en este trabajo.
Medievalista online, Dec 28, 2019
Título / Title (Português e Inglês): O rei que esmorece e a rainha sanhuda: a crise dinástica de ... more Título / Title (Português e Inglês): O rei que esmorece e a rainha sanhuda: a crise dinástica de 1383-1385 através das emoções nas crónicas de Fernão Lopes / The king that faints and the angry queen: the dynastic crisis of 1383-1385 through emotions in the chronicles of Fernão Lopes
Annuarium Sancti Iacobi, 2018
A existência de um conjunto patrimonial da Catedral de Santiago de Compostela num lugar tão dista... more A existência de um conjunto patrimonial da Catedral de Santiago de Compostela num lugar tão distante no reino de Portugal como Alenquer pode constituir surpresa. Neste artigo, pretendemos analisar a relação da Catedral com o seu património imóvel nessa região, subordinada a Alenquer e Aldeia Galega. Inicialmente, teceremos considerações sobre o momento e modos de constituição desse mesmo património, seguindo-se um breve estudo sobre a evolução das propriedades. Não podemos, no entanto, esquecer que nos termos destas vilas inúmeras instituições religiosas detiveram património fundiário. Na sua grande maioria, tratam-se de mosteiros situados em Lisboa ou nas imediações de Alenquer; apenas três casos se situam em lugares mais distantes. Os Mosteiros de Alcobaça e Santa Cruz de Coimbra, dois desses casos, chegaram provavelmente a Alenquer para ajudar a repovoar e organizar o termo da vila depois da conquista. O terceiro, a Catedral, é o caso mais extemporâneo e que aqui justificaremos; não é, no entanto, caso único de uma instituição galega detentora de património na Estremadura. Tentaremos assim preencher os vazios deixados pela documentação de Compostela através de estudos sobre a aquisição e gestão de propriedades nesta região pelo mosteiro galego de Santa María de Oia e os mosteiros portugueses.
Medievalista, 2020
A crise dinástica de 1383-1385 foi alvo de estudo por gerações de historiadores. Este artigo pret... more A crise dinástica de 1383-1385 foi alvo de estudo por gerações de historiadores. Este artigo pretende contribuir para o debate através de um campo florescente da historiografia que não parece ter ainda sido utilizado para analisar o relato principal dos acontecimentos, da pena de Fernão Lopes: a História das Emoções. Estudaremos assim a paleta emocional expressa pelo cronista-mor do reino e percecionada pelos leitores das crónicas do Portugal Medieval, no sentido de entender como é que sustenta a subida ao trono do Mestre de Avis. O artigo encontra-se estruturado em torno de três casais régios e das emoções por eles exprimidas e provocadas: Leonor Teles e D. Fernando, como o mau exemplo, pelo desregramento emocional que conduz o reino ao caos e a desadequação dos papéis que desempenham àquilo que deles se espera; Juan I de Castela e Beatriz de Portugal, que pontuam pelo desespero e emoções negativas que provocam; João I e Filipa de Lencastre, como retorno à normalidade, pelo bom desempenho, regrado e positivo. Em todos eles, é o primeiro elemento enunciado que domina as referências.
Vernáculo, 2019
Resumo: Pretendemos esclarecer neste artigo as circunstâncias que explicam a evolução do topónimo... more Resumo: Pretendemos esclarecer neste artigo as circunstâncias que explicam a evolução do topónimo "Aldeia Galega", localidade atualmente situada no Concelho de Alenquer. Para isso, analisaremos brevemente o povoamento da região e a sua evolução no tempo para justificaras mutações das designações a ela associadas, do composto "Montes de Alenquer", que designou originalmente um espaço mais vasto, até ao "Aldeia Galega da Merceana" com que é conhecida nos nossos dias. O nossoexame centrar-se-á no momento em que todas estas alterações se detetam sucessivamente: da Idade Média aos alvores da modernidade, no período compreendido entre 1220 e 1537. Da mesma forma, abordaremos as diferenças entre a documentação produzida localmente e aquela que é produzida pelas chancelarias régias, na tentativa de compreender as razões que justificam o apêndice "da Merceana" e a forma como ele é, ou não, absorvido pelos habitantes do lugar.
Abstract: In this paper we aim to clarify the circumstances which explain the evolution of the toponym "AldeiaGalega", a village nowadays located in the Municipality of Alenquer. For that purpose, we will analyze the region's settlement process and evolution in time, to justify the mutations of the designations associated with it, from the compound name "Montes de Alenquer", which originally designates a broader area, to "Aldeia Galega da Merceana", as it is known nowadays. Our exam will focus on the moment when all these changes are successively detected: from the Middle Ages to the beginning of modernity, in the period comprehended between 1220 and 1537. In the same way, we will approach the differences between the documentation produced locally and the one produced by the king's chancellery, in the attempt to understand the reasons that justify the appendix "da Merceana" and the way that it is, or is not, absorbed by the inhabitants.
Book Chapters by Inês Olaia
D. Manuel I. Cartografia de um reinado
[Capítulo de livro sobre as rainhas em tempo de D. Manuel: Isabel de Castela e Aragão, Maria de ... more [Capítulo de livro sobre as rainhas em tempo de D. Manuel: Isabel de Castela e Aragão, Maria de Castela e Aragão, Leonor de Áustria, Joana de Trâstamara e Leonor de Lencastre. O objetivo é dar a conhecer um pouco dos papéis de cada uma e a sua convivência no espaço cortesão. E-mail para texto completo, pff.]
Two Sisters, Two Towns, Two Kings: Facing War and Still Ruling, 2023
Juvenes - The Middle Ages seen by Young Researchers. Vol. II - Spaces, 2022
Pequenas Cidades no tempo. O ambiente e outros temas, 2021
A vila de Alenquer, na região Oeste, protagoniza um caso pouco frequente: o rio que a atravessa n... more A vila de Alenquer, na região Oeste, protagoniza um caso pouco frequente: o rio que a atravessa não tem outro nome que o de ser o rio de Alenquer. O trabalho que aqui se apresenta pretende explorar a relação da vila com esse rio através da história, focando particularmente a Idade Média. O lugar onde a vila se implantou não é uma surpresa: a defensabilidade e o acesso a recursos essenciais, como a água, fornecida em abundância pelo rio e as nascentes próximas, são visíveis. Mas a relação da vila com este curso de água não se limita ao abastecimento: o rio fornece-lhe um meio de comunicação que a pode afetar positiva ou negativamente, dá-lhe alimento e um fator de identidade expresso na sua heráldica. O curso de água implica, igualmente, riscos como as cheias, muitas vezes violentas e cujas consequências são usadas como argumento para não se pagarem impostos. Com o curso do tempo, sobretudo já no século XIX, o papel do rio modificou-se, intensificando-se. E com ele vieram problemas novos – catástrofes ambientais, assoreamentos vários e mudanças no seu leito, cheias mais destrutivas... – todos eles potenciados pela comunidade, que os tentou domar.
Cister. Coord. José Albuquerque Carreiras, António Valério Maduro e Rui Rasquilho. Tomo 2: História. Alcobaça: Associação dos Amigos do Mosteiro de Alcobaça, p. 227-243., 2019
Publication of Manuscript Documents by Inês Olaia
Fragmenta Historica, 2021
A presença da cortiça no património construído da Ordem de Avis, em terras do Alto Alentejo, no i... more A presença da cortiça no património construído da Ordem de Avis, em terras do Alto Alentejo, no início da Idade Moderna, p. 51 Ângela Beirante
Fragmenta Historica, 2021
A presença da cortiça no património construído da Ordem de Avis, em terras do Alto Alentejo, no i... more A presença da cortiça no património construído da Ordem de Avis, em terras do Alto Alentejo, no início da Idade Moderna, p. 51 Ângela Beirante
Fragmenta Histórica, 2021
A presença da cortiça no património construído da Ordem de Avis, em terras do Alto Alentejo, no i... more A presença da cortiça no património construído da Ordem de Avis, em terras do Alto Alentejo, no início da Idade Moderna, p. 51 Ângela Beirante
Fragmenta 8, 2020
Imagem da capa: Peças de um puzzle: as surpresas que ainda podem aparecer sobre os livros das ord... more Imagem da capa: Peças de um puzzle: as surpresas que ainda podem aparecer sobre os livros das ordenações, p. 9 João Alves Dias ESTUDOS Coroa, Igreja e superstição em Montemor-o-Novo (1512-1513), p. 17 Jorge Fonseca A construção do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra ao tempo do diretor António José das Neves e Melo (1814), p.
Fragmenta 8, 2020
Imagem da capa: Peças de um puzzle: as surpresas que ainda podem aparecer sobre os livros das ord... more Imagem da capa: Peças de um puzzle: as surpresas que ainda podem aparecer sobre os livros das ordenações, p. 9 João Alves Dias ESTUDOS Coroa, Igreja e superstição em Montemor-o-Novo (1512-1513), p. 17 Jorge Fonseca A construção do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra ao tempo do diretor António José das Neves e Melo (1814), p.
Fragmenta Histórica, 2019
Lista de casas nobres que vagaram por morte do herdeiro, durante toda a segunda dinastia, e fo- r... more Lista de casas nobres que vagaram por morte do herdeiro, durante toda a segunda dinastia, e fo- ram entregues por decisão régia.
Fragmenta Historica, 2019
Inventário e partilha dos bens de Catarina Loba, viúva de Pero Vaz, tabelião do paço em Lisboa.
A dissertação que aqui se apresenta pretende estudar as relações entre duas vilas da atual região... more A dissertação que aqui se apresenta pretende estudar as relações entre duas vilas da atual região Oeste: Aldeia Galega e Alenquer. Procurará igualmente fazer delas um caso de estudo para compreender alguns aspetos do Portugal medieval. Partindo do plano físico da vila menos estudada – Aldeia Galega da Merceana - analisaremos o seu desenvolvimento no espaço e as suas instituições, mediante o que as fontes permitem. Depois, como cabeça de um concelho, estudaremos o seu termo. No decurso dessa segunda parte deste trabalho, somos confrontados com uma realidade complexa, que exige a observação mais detalhada de um fenómeno até agora pouco explorado. Nascido o concelho de um antigo julgado, integrado no termo de Alenquer, a vila de Aldeia Galega acabou por ter de partilhar o seu termo com o dessa vila. Procuraremos definir os contornos da jurisdição desse primeiro julgado e o desenvolvimento institucional do concelho a que deu lugar, o que explicará por si a complexidade do termo da vila de Aldeia Galega. No encalço dessa explicação, desenvolveremos um pequeno estudo mais abrangente sobre o que significa ser um julgado naquela região na Idade Média, explorando os concelhos limítrofes ao nosso.
Por fim, estabelecido o espaço sobre o qual trabalhamos e o seu desenvolvimento, realizamos um estudo sobre as relações entre essa região e o seu senhor. Desse ponto de vista, a vila de Aldeia Galega é praticamente inseparável de Alenquer e, por essa razão, alargamos o estudo a essa vila definitivamente: frequentemente doadas a infantas e a rainhas, as duas vilas acabarão por ser integradas no bloco territorial a que, no século XV, se chamará “Terras das Rainhas”. Exploraremos então que relações estabeleceram com o território e as suas instituições, como o geriram e em que circunstâncias os conflitos em que se envolveram a eles se estenderam.
RiMe, 2023
A signature is a personal sign left by the emis- sary of a document. In the Middle Ages a royal s... more A signature is a personal sign left by the emis- sary of a document. In the Middle Ages a royal signature was a powerful representation of the monarch. The Queens of Portugal are no ex- ception to both ideas. Through the centuries, the typical queenly signature became part of the queenship apparatus. However, these royal women had the choice to manipulate the signa- ture to some extent to represent themselves and their circumstances. This paper reflects on the meanings of the establishment of a queenly signature and the insights the shifts upon that signature can give us.
Recerques, 2022
L’expressió del poder de les reines sobre el territori és multifacètica. En aquest text, m... more L’expressió del poder de les reines sobre el territori és multifacètica. En aquest text, mitjançant l’estudi dels itineraris de les rei-nes consorts de Portugal, busquem entendre quines relacions es van teixir entre elles i els seus esposos, la cort i el regne en el trànsit de l’edat mitjana a la modernitat. Les sobira-nes d’aquests temps s’han desplaçat amb més freqüència juntament amb els marits i han passat més temps en l’entorn cortesà que les antecessores. Van tenir, també, una preferència més gran per Lisboa, la ciutat que s’estava afirmant com a capital del reg-ne. Només Elionor de Lancaster, que va so-breviure trenta anys al seu cònjuge, va tenir una circulació pròpia, en relació amb les se-ves terres i els llocs on va fer fundacions pi-etoses i assistencials.
En la España Medieval, 2022
Resumen. A la infanta Doña Filipa de Coimbra (c. 1442-1493) se le ha atribuido un papel oscurecid... more Resumen. A la infanta Doña Filipa de Coimbra (c. 1442-1493) se le ha atribuido un papel oscurecido en la historia de la segunda mitad del siglo XV portugués. Su ocultación en la historiografía es probablemente producto del carácter informal de su poder, que surge no tanto de sí misma, sino de la red de relaciones familiares que la rodean. Este artículo pretende demostrar que la infanta fue una figura fundamental en la corte de Alfonso V de Portugal. Es posible que Doña Filipa haya ocupado un lugar similar al de la reina después de la muerte de Doña Isabel de Coimbra y antes del surgimiento y posterior desaparición de la corte de su sobrina, la infanta Doña Joana. Pero precisamente porque tal lugar nunca le fue asignado formalmente, solo podemos explorar algunas de las pistas que hacemos explícitas en este trabajo.
Medievalista online, Dec 28, 2019
Título / Title (Português e Inglês): O rei que esmorece e a rainha sanhuda: a crise dinástica de ... more Título / Title (Português e Inglês): O rei que esmorece e a rainha sanhuda: a crise dinástica de 1383-1385 através das emoções nas crónicas de Fernão Lopes / The king that faints and the angry queen: the dynastic crisis of 1383-1385 through emotions in the chronicles of Fernão Lopes
Annuarium Sancti Iacobi, 2018
A existência de um conjunto patrimonial da Catedral de Santiago de Compostela num lugar tão dista... more A existência de um conjunto patrimonial da Catedral de Santiago de Compostela num lugar tão distante no reino de Portugal como Alenquer pode constituir surpresa. Neste artigo, pretendemos analisar a relação da Catedral com o seu património imóvel nessa região, subordinada a Alenquer e Aldeia Galega. Inicialmente, teceremos considerações sobre o momento e modos de constituição desse mesmo património, seguindo-se um breve estudo sobre a evolução das propriedades. Não podemos, no entanto, esquecer que nos termos destas vilas inúmeras instituições religiosas detiveram património fundiário. Na sua grande maioria, tratam-se de mosteiros situados em Lisboa ou nas imediações de Alenquer; apenas três casos se situam em lugares mais distantes. Os Mosteiros de Alcobaça e Santa Cruz de Coimbra, dois desses casos, chegaram provavelmente a Alenquer para ajudar a repovoar e organizar o termo da vila depois da conquista. O terceiro, a Catedral, é o caso mais extemporâneo e que aqui justificaremos; não é, no entanto, caso único de uma instituição galega detentora de património na Estremadura. Tentaremos assim preencher os vazios deixados pela documentação de Compostela através de estudos sobre a aquisição e gestão de propriedades nesta região pelo mosteiro galego de Santa María de Oia e os mosteiros portugueses.
Medievalista, 2020
A crise dinástica de 1383-1385 foi alvo de estudo por gerações de historiadores. Este artigo pret... more A crise dinástica de 1383-1385 foi alvo de estudo por gerações de historiadores. Este artigo pretende contribuir para o debate através de um campo florescente da historiografia que não parece ter ainda sido utilizado para analisar o relato principal dos acontecimentos, da pena de Fernão Lopes: a História das Emoções. Estudaremos assim a paleta emocional expressa pelo cronista-mor do reino e percecionada pelos leitores das crónicas do Portugal Medieval, no sentido de entender como é que sustenta a subida ao trono do Mestre de Avis. O artigo encontra-se estruturado em torno de três casais régios e das emoções por eles exprimidas e provocadas: Leonor Teles e D. Fernando, como o mau exemplo, pelo desregramento emocional que conduz o reino ao caos e a desadequação dos papéis que desempenham àquilo que deles se espera; Juan I de Castela e Beatriz de Portugal, que pontuam pelo desespero e emoções negativas que provocam; João I e Filipa de Lencastre, como retorno à normalidade, pelo bom desempenho, regrado e positivo. Em todos eles, é o primeiro elemento enunciado que domina as referências.
Vernáculo, 2019
Resumo: Pretendemos esclarecer neste artigo as circunstâncias que explicam a evolução do topónimo... more Resumo: Pretendemos esclarecer neste artigo as circunstâncias que explicam a evolução do topónimo "Aldeia Galega", localidade atualmente situada no Concelho de Alenquer. Para isso, analisaremos brevemente o povoamento da região e a sua evolução no tempo para justificaras mutações das designações a ela associadas, do composto "Montes de Alenquer", que designou originalmente um espaço mais vasto, até ao "Aldeia Galega da Merceana" com que é conhecida nos nossos dias. O nossoexame centrar-se-á no momento em que todas estas alterações se detetam sucessivamente: da Idade Média aos alvores da modernidade, no período compreendido entre 1220 e 1537. Da mesma forma, abordaremos as diferenças entre a documentação produzida localmente e aquela que é produzida pelas chancelarias régias, na tentativa de compreender as razões que justificam o apêndice "da Merceana" e a forma como ele é, ou não, absorvido pelos habitantes do lugar.
Abstract: In this paper we aim to clarify the circumstances which explain the evolution of the toponym "AldeiaGalega", a village nowadays located in the Municipality of Alenquer. For that purpose, we will analyze the region's settlement process and evolution in time, to justify the mutations of the designations associated with it, from the compound name "Montes de Alenquer", which originally designates a broader area, to "Aldeia Galega da Merceana", as it is known nowadays. Our exam will focus on the moment when all these changes are successively detected: from the Middle Ages to the beginning of modernity, in the period comprehended between 1220 and 1537. In the same way, we will approach the differences between the documentation produced locally and the one produced by the king's chancellery, in the attempt to understand the reasons that justify the appendix "da Merceana" and the way that it is, or is not, absorbed by the inhabitants.
D. Manuel I. Cartografia de um reinado
[Capítulo de livro sobre as rainhas em tempo de D. Manuel: Isabel de Castela e Aragão, Maria de ... more [Capítulo de livro sobre as rainhas em tempo de D. Manuel: Isabel de Castela e Aragão, Maria de Castela e Aragão, Leonor de Áustria, Joana de Trâstamara e Leonor de Lencastre. O objetivo é dar a conhecer um pouco dos papéis de cada uma e a sua convivência no espaço cortesão. E-mail para texto completo, pff.]
Two Sisters, Two Towns, Two Kings: Facing War and Still Ruling, 2023
Juvenes - The Middle Ages seen by Young Researchers. Vol. II - Spaces, 2022
Pequenas Cidades no tempo. O ambiente e outros temas, 2021
A vila de Alenquer, na região Oeste, protagoniza um caso pouco frequente: o rio que a atravessa n... more A vila de Alenquer, na região Oeste, protagoniza um caso pouco frequente: o rio que a atravessa não tem outro nome que o de ser o rio de Alenquer. O trabalho que aqui se apresenta pretende explorar a relação da vila com esse rio através da história, focando particularmente a Idade Média. O lugar onde a vila se implantou não é uma surpresa: a defensabilidade e o acesso a recursos essenciais, como a água, fornecida em abundância pelo rio e as nascentes próximas, são visíveis. Mas a relação da vila com este curso de água não se limita ao abastecimento: o rio fornece-lhe um meio de comunicação que a pode afetar positiva ou negativamente, dá-lhe alimento e um fator de identidade expresso na sua heráldica. O curso de água implica, igualmente, riscos como as cheias, muitas vezes violentas e cujas consequências são usadas como argumento para não se pagarem impostos. Com o curso do tempo, sobretudo já no século XIX, o papel do rio modificou-se, intensificando-se. E com ele vieram problemas novos – catástrofes ambientais, assoreamentos vários e mudanças no seu leito, cheias mais destrutivas... – todos eles potenciados pela comunidade, que os tentou domar.
Cister. Coord. José Albuquerque Carreiras, António Valério Maduro e Rui Rasquilho. Tomo 2: História. Alcobaça: Associação dos Amigos do Mosteiro de Alcobaça, p. 227-243., 2019
Fragmenta Historica, 2021
A presença da cortiça no património construído da Ordem de Avis, em terras do Alto Alentejo, no i... more A presença da cortiça no património construído da Ordem de Avis, em terras do Alto Alentejo, no início da Idade Moderna, p. 51 Ângela Beirante
Fragmenta Historica, 2021
A presença da cortiça no património construído da Ordem de Avis, em terras do Alto Alentejo, no i... more A presença da cortiça no património construído da Ordem de Avis, em terras do Alto Alentejo, no início da Idade Moderna, p. 51 Ângela Beirante
Fragmenta Histórica, 2021
A presença da cortiça no património construído da Ordem de Avis, em terras do Alto Alentejo, no i... more A presença da cortiça no património construído da Ordem de Avis, em terras do Alto Alentejo, no início da Idade Moderna, p. 51 Ângela Beirante
Fragmenta 8, 2020
Imagem da capa: Peças de um puzzle: as surpresas que ainda podem aparecer sobre os livros das ord... more Imagem da capa: Peças de um puzzle: as surpresas que ainda podem aparecer sobre os livros das ordenações, p. 9 João Alves Dias ESTUDOS Coroa, Igreja e superstição em Montemor-o-Novo (1512-1513), p. 17 Jorge Fonseca A construção do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra ao tempo do diretor António José das Neves e Melo (1814), p.
Fragmenta 8, 2020
Imagem da capa: Peças de um puzzle: as surpresas que ainda podem aparecer sobre os livros das ord... more Imagem da capa: Peças de um puzzle: as surpresas que ainda podem aparecer sobre os livros das ordenações, p. 9 João Alves Dias ESTUDOS Coroa, Igreja e superstição em Montemor-o-Novo (1512-1513), p. 17 Jorge Fonseca A construção do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra ao tempo do diretor António José das Neves e Melo (1814), p.
Fragmenta Histórica, 2019
Lista de casas nobres que vagaram por morte do herdeiro, durante toda a segunda dinastia, e fo- r... more Lista de casas nobres que vagaram por morte do herdeiro, durante toda a segunda dinastia, e fo- ram entregues por decisão régia.
Fragmenta Historica, 2019
Inventário e partilha dos bens de Catarina Loba, viúva de Pero Vaz, tabelião do paço em Lisboa.
Fragmenta Historica, 2019
D. João II dá instruções a Diogo de Sousa sobre onde deve embarcar para ir como embaixador a Roma.
Fragmenta Historica, 2019
D. Jorge da Costa, Arcebispo de Braga e Cardeal, dá notícia a D. João II de como correu a oração ... more D. Jorge da Costa, Arcebispo de Braga e Cardeal, dá notícia a D. João II de como correu a oração de obediência ao papa Alexandre VI.
Fragmenta, 2019
D. João II dá instruções a Diogo de Sousa sobre onde deve embarcar para ir como embaixador a Roma.
Fragmenta Historica, 2018
1266, Gradiz, julho, 7 Os juízes e concelhos de Aguiar (da Beira) e Sernancelhe acordam a divisão... more 1266, Gradiz, julho, 7
Os juízes e concelhos de Aguiar (da Beira) e Sernancelhe acordam a divisão dos respetivos termos, mediados pelo abade de São Pedro das Águias
Fragmenta Historica, 2018
1289, Gradiz, setembro, 20 Os juízes eleitos para julgar a contenda entre o Mosteiro de São João ... more 1289, Gradiz, setembro, 20
Os juízes eleitos para julgar a contenda entre o Mosteiro de São João de Tarouca e o Concelho de Aguiar da Beira sobre herdamentos disputa- dos por ambos na aldeia de Gradiz (fr. c. Aguiar da Beira) dão sentença.
Fragmenta Historica, 2018
1436, Coimbra, maio, 3 O prior de Santa Cruz de Coimbra, D. Gonçalo, protesta perante Afonso Anes... more 1436, Coimbra, maio, 3
O prior de Santa Cruz de Coimbra, D. Gonçalo, protesta perante Afonso Anes, tabelião dessa ci- dade e testemunhas, da intromissão do bispo D. Álvaro na jurisdição do mosteiro.
Fragmenta Historica, 2018
1409, Outeiro a par de Santo Tirso, agosto, 8 D. João I faz saber a João de Burgos, almoxarife do... more 1409, Outeiro a par de Santo Tirso, agosto, 8
D. João I faz saber a João de Burgos, almoxarife do armazém do Porto e ao seu escrivão, que Dio- go Álvares deverá receber a sua contia.
Fragmenta Historica, 2018
[original entre 1455.12.02 e 1469 , s.l.]1 Cópia quinhentista de uma carta consolatória a Isabel ... more [original entre 1455.12.02 e 1469 , s.l.]1
Cópia quinhentista de uma carta consolatória a Isabel de Urgel, esposa do infante D. Pedro, es- crita por Mestre Simão de São Mateus.
Fragmenta Historica, 2018
1405, Sintra, julho, 6 A rainha D. Filipa de Lencastre sentencia em apelação o concelho de Aldeia... more 1405, Sintra, julho, 6
A rainha D. Filipa de Lencastre sentencia em apelação o concelho de Aldeia Galega a partici- par nas reparações que se faziam na muralha de Alenquer. Em traslado simples quatrocentista.
Fragmenta, 2018
1288, Gradiz, novembro, 11 O Mosteiro de São João de Tarouca e o concelho de Aguiar da Beira apr... more 1288, Gradiz, novembro, 11
O Mosteiro de São João de Tarouca e o concelho de Aguiar da Beira apresentam os juízes escolhi- dos para o efeito, a quem dizem pertencer algu- mas herdades na aldeia de Gradiz (fr. c. Aguiar da Beira). O Mosteiro protesta considerando que não estão reunidas as condições para se terminar o processo.
Fragmenta, 2018
[1496, S.l., abril, 8-1514,S.l., outubro, 5]1 O porteiro dos contos de Alenquer pede ao Rei D. Ma... more [1496, S.l., abril, 8-1514,S.l., outubro, 5]1
O porteiro dos contos de Alenquer pede ao Rei D. Manuel que faça com que os livros das con- tas do Paúl de Ota sejam recolhidos à Casa dos Contos da vila para melhor ser aproveitada a propriedade.
Fragmenta, 2018
1492, Sintra, outubro, 24 D. João II atesta da conversão de Afonso Rodri- gues ao cristianismo, t... more 1492, Sintra, outubro, 24
D. João II atesta da conversão de Afonso Rodri- gues ao cristianismo, tomando-o sob a sua pro- teção.
Fragmenta, 2018
1498, a par das casas de Gil Eanes na Rua Nova d’el-Rei- Lisboa, março, 13 O convento de Nossa Se... more 1498, a par das casas de Gil Eanes na Rua Nova d’el-Rei- Lisboa, março, 13
O convento de Nossa Senhora da Graça protesta sobre o seu lugar numa procissão em Lisboa, em face da posição atribuída aos cónegos de São Vi- cente de Fora de Lisboa.
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