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Research paper thumbnail of HERMENÊUTICA FILOSÓFICA E LINGUAGEM: A PERGUNTA E O DIÁLOGO ENQUANTO PRIMAZIA PEDAGÓGICA

Alexandre Athaide, 2019

RESUMO A hermenêutica filosófica, enquanto um fundamento de origem das geisteswissenschaften, a p... more RESUMO A hermenêutica filosófica, enquanto um fundamento de origem das geisteswissenschaften, a partir da base filosófica de Hans-Georg Gadamer em Verdade e Método I, reorienta, em um primeiro momento, o sentido de verdade para as ciências humanas e especialmente para a filosofia. Essa reorientação filosófica faz aparecer um sentido de experiência que antecede qualquer pretensão anterior ou a-priori de julgamento epistemológico, pois vive-se a experiência hermenêutica enquanto um acontecer, um estar na historicidade. A legítima experiência hermenêutica traz a consciência das condições existentes do próprio existir na historicidade e de como o sentido e o entendimento do mundo requer a própria noção de linguagem. Deste modo, como pensar a formação dos sujeitos e sua subjetivação, sua construção intelectual, que exige certo manejo de linguagem, em um contexto social e de vida que preza pela linguagem técnica em um mundo da vida completamente empobrecido dos sentidos de linguagem? A hermenêutica filosófica de Hans-Georg Gadamer parece apontar para a relação entre historicidade e linguagem como uma saída para pensarmos a construção da subjetividade dos sujeitos de um modo mais legítimo, através da ética e estética da própria linguagem. Palavras-Chave: hermenêutica; linguagem; educação; experiência INTRODUÇÃO A hermenêutica filosófica, enquanto um fundamento de origem das geisteswissenschaften, a partir da base filosófica de Hans-Georg Gadamer em Verdade e Método I, reorienta, em um primeiro momento, o sentido de verdade para as ciências humanas e especialmente para a filosofia. Essa reorientação sobre o sentido de verdade, torna-se possível pela demonstração ontológica do vir-a-ser de sentido que aparece para um sujeito de linguagem em determinado momento histórico. É por essa relação entre sentido, linguagem e historicidade que a hermenêutica filosófica pode, em um segundo momento, ser problematizada como hermenêutica pedagógica, onde, através da potencialidade de sentido da linguagem, a noção de formação e de subjetivação podem ser pensadas. Deste modo, podemos perguntar, qual a potencialidade formativa da noção de linguagem e sentido que advém da Hermenêutica filosófica de Gadamer? É possível pensar uma noção de subjetivação através da ideia de experiência a partir das bases da experiência hermenêutica? Não estaria aí 1 Bacharel em Filosofia e Mestre em Educação pela Universidade de Passo Fundo, sob orientação do professor Dr. Cláudio A. Dalbosco. Atualmente licenciando em Filosofia pela UPF e vinculado ao Grupo de pesquisa Cultura, Educação e Formação Humana, coordenado pelo Professor Dr. Cláudio A. Dalbosco. (UPF).

Research paper thumbnail of HERMENÊUTICA FILOSÓFICA E SUBJETIVAÇÃO a consciência da experiência hermenêutica enquanto construção de si

Alexandre Athaide, 2017

The following piece of work investigates aspects of Gadamer’s philosophical hermeneutics, rellyin... more The following piece of work investigates aspects of Gadamer’s philosophical hermeneutics, rellying behind the hypothesis that such hermeneutics, far from being the detention and application of the truth, is above all anthropology arising from the relation of subject, temporality and historicity. Such relation represents the human existential condition that is presented as interpretative horizon, allowing the humans to find themselves in the world at the same time in which they live in it, in order to build their projects as beings tagged by historicity and language. The investigation is guided by bibliographic research, taking Hans-Georg Gadamer’s text Truth and Method as basic reference, and also some secondary literature commentators such as Hans-Georg Flickinger. The hypothesis above announced was investigated in three chapters. The first describes the philosophical origins of Gadamarian’s hermeneutics, presenting its historical nature against the idea of methodological application of positive Science and against the idea of truth for method result. The hermeneutics presented as a general field for human sciences, Geisteswissenschaften, in which the goal is historical. The second chapter approaches the experience as a linguistic experience of the senses, inducting the idea of subject’s existential condition, in which the situation is to always be at certain interpretative horizon and because of that, the truth that arises from is always temporal and historical truth. The third chapter adresses the educational implications that come from human experiences understood as Hermeneutic Experience, supporting the anthropological hypothesis, now taken to an eminently pedagogical context. Arriving at the main result of the research, the idea that if the Hermeneutic Experience is language happening by the lived dialogue between human beings, which form the educational point of view means a dialog lived between educator and pupil, the exercise geared for improvement of human capacity to question becomes crucial for the human experience be able to take place as educational experience.

Keywords: Philosophical Hermeneutics, Education. Language. Dialog. Educational Experience.

Research paper thumbnail of Hegel

Papers by Alexandre Athayde

Research paper thumbnail of Hermenêutica filosófica e subjetivação: a consciência da experiência hermenêutica enquanto construção de si

O trabalho investiga aspectos da hermeneutica filosofica gadamereana, sustentando-se na hipotese ... more O trabalho investiga aspectos da hermeneutica filosofica gadamereana, sustentando-se na hipotese de que tal hermeneutica, longe de ser metodo de apreensao e aplicacao da verdade, e antes de tudo antropologia oriunda da relacao entre sujeito, temporalidade e historicidade. Tal relacao representa a condicao existencial humana que se apresenta como horizonte interpretativo, permitindo ao proprio ser humano localizar-se no mundo, ao mesmo tempo em que o habilita a construir seu projeto como ser marcado pela historicidade e linguagem. A investigacao orienta-se pela pesquisa bibliografica, tomando o texto Verdade e Metodo I, de autoria de Hans-Georg Gadamer, como referencia basica e, tambem, alguns comentaristas estandartes da literatura secundaria, como, entre outros, Hans-Georg Flickinger. A hipotese acima anunciada foi investigada em tres capitulos. O primeiro descreve a origem filosofica da hermeneutica gadamereana, apresentando sua natureza historica contra a ideia de aplicacao metod...

Research paper thumbnail of Considerações hegelianas à objetividade do pensar da antiga metafísica

A filosofia hegeliana considera a racionalidade metafísica como um procedimento ingênuo, em que a... more A filosofia hegeliana considera a racionalidade metafísica como um procedimento ingênuo, em que a razão, sem ter consciência das contradições que envolvem o pensar, o conhecer e o refletir, toma a verdade pela forma mais simples. A consciência, nada determinaria, pois os objetos se apresentariam como verdadeiramente são. Entretanto, para Hegel, quando o pensamento vai aos objetos, ele, o pensamento, reproduz de si e em si, o próprio conteúdo do real, isto é, as sensações e as intuições do real, concretizando no objeto o conteúdo do próprio pensamento; este processo ofereceria a noção daquilo que se designa como verdade, em que o sentido de designação de uma realidade exterior, nada mais é do que uma construção e projeção do próprio pensamento. Não ter consciência das contradições que envolvem o pensar e o conhecer, significa o desconhecimento do funcionamento interno da consciência; desconhecer o que a consciência acredita ser a verdade, em oposição à livre conceitualização que, em si, ela opera. A identificação de uma realidade exterior e conseqüentemente sua verdade, por parte da antiga metafísica, era viabilizada através da atribuição de predicados; tais predicados como objetos de análise, nada mais eram que abstrações da consciência. O problema que Hegel nos expõe, é que a filosofia da antiga metafísica tomava o pensamento finito, mediatizado pela sua própria forma de entendimento, e o absolutizava como o ser. O erro da metafísica é fazer das determinações finitas do entendimento, os objetos mais puros da razão, de modo que ao se predicar o ser, o próprio ato da predicação limita a infinitude que é o ser. Para Hegel os objetos da razão não podem ser determinados mediante tais predicados finitos, pois este empenho era o defeito da antiga metafísica.

Research paper thumbnail of Anais VI Senafe e II Seinfe

Research paper thumbnail of DA EXPERIÊNCIA DA CONSCIÊNCIA HERMENÊUTICA EM H. G. GADAMER: POSSIBILIDADES DE UMA EXPERIÊNCIA FORMATIVA

Resumo A hermenêutica filosófica de H. G. Gadamer a partir de sua Verdade e Método (1960), instau... more Resumo A hermenêutica filosófica de H. G. Gadamer a partir de sua Verdade e Método (1960), instaura uma nova perspectiva do conceito de hermenêutica que agregado ao adjetivo filosófica, representa uma postura intelectual do sujeito inserido na historicidade. A compreensão é fenômeno que nasce no horizonte histórico do sujeito e no âmbito da linguagem do mesmo, estabelecendo uma relação entre compreensão, diálogo-linguagem e historicidade. A legítima experiência hermenêutica se constitui enquanto experiência formativa, de construção de si, quando o sujeito toma consciência de sua historicidade e finitude diante do mundo vivido. Tal legitimidade de experiência é marcada pela tomada de sentido do sujeito diante do mundo e pela abertura da linguagem, do diálogo, pela busca do sentido do que se quer dizer, daquilo que fica de não dito quando se diz algo. A experiência hermenêutica enquanto formativa é

Research paper thumbnail of Relações entre experiência hermenêutica e experiência formativa na hermenêutica filosófica de H. G. Gadamer.docx

No presente artigo elaboramos uma incursão pelo sentido de experiência hermenêutica através da He... more No presente artigo elaboramos uma incursão pelo sentido de experiência hermenêutica através da Hermenêutica Filosófica de H. G. Gadamer procurando demonstrar como o sentido de historicidade aparece para Gadamer como o princípio hermenêutico da compreensão, apontando para a hermenêutica enquanto um legítimo sentido de experiência. A experiência hermenêutica se configura enquanto uma legítima experiência formativa que abre a possibilidade de uma experiência de si, um legítimo processo de subjetivação permeado pela abertura da linguagem. A experiência hermenêutica enquanto formativa representa o ideal de exercício de si, através da reflexão, da abertura do diálogo, da escuta e da renúncia de qualquer verdade última. Tal experiência formativa aparece enquanto uma possibilidade pedagógica de pensar a formação dos sujeitos em um mundo cada vez mais restrito em relação à experiência reflexiva, em favor de um sentido imediato da mesma (experiência).

Research paper thumbnail of Da experiência da consciência histórica à experiência da consciência hermenêutica

Fundamentos da Educação Introdução No presente artigo de caráter filosófico descrevemos em um pri... more Fundamentos da Educação Introdução No presente artigo de caráter filosófico descrevemos em um primeiro momento os fundamentos que dão origem ao conceito de experiência hermenêutica na filosofia de Gadamer, tendo como hipótese a pertinência em admitir o conceito de consciência histórica ou historicidade de experiência, onde a consideração deste conceito pode nos apresentar um caminho de possíveis respostas em relação a perguntas como: o que exatamente queremos dizer quando dizemos algo? Podemos colocar a capacidade de entendimento em uma teoria que defina de modo prévio como acontece o fenômeno de compreensão? É pertinente fundamentar uma justificação epistemológica "tão precisa" quanto a justificação das ciências naturais, para o fenômeno da compreensão (verstehen), pré-julgando subjetivamente a partir de categorias universais alheias ao vir a ser da história e da linguagem? Este conceito de historicidade pode ser a raiz ontológica da hermenêutica filosófica de Gadamer; a historicidade parece ser o conceito sustentador e que dá sentido ao fenômeno humano de compreensão. Também devemos considerar que a pertinência do conceito de historicidade parece sugerir um lugar comum não só ao fenômeno da compreensão, como também algo de específico às ciências humanas e à educação. Se pensamos a historicidade da ação humana como o específico da hermenêutica filosófica, devemos considerar a legítima experiência hermenêutica como uma possibilidade de pensar as ciências humanas e sua pesquisa por algo específico a esta, sem recorrer aos métodos oriundos das ciências naturais. Em um segundo momento visamos descrever a hermenêutica filosófica em seu sentido de experiência 1 Mestrando em Educação pela Universidade de Passo Fundo e Bacharel em Filosofia pela mesma instituição.

Research paper thumbnail of A PEDAGOGIA DE HEGEL COMO EXPRESSÃO DE SUA CRÍTICA SISTEMÁTI-CA AO ILUMINISMO MODERNO

Ediovani Antonio Gaboardi

Hegel não dedicou uma obra sistemática específica sobre a Educação. Entretanto, seu vínculo profi... more Hegel não dedicou uma obra sistemática específica sobre a Educação. Entretanto, seu vínculo profissional com a temática foi constante. Aos 23 anos, tornou-se preceptor em Berna, atividade que exerceu também em Frankfurt, até tornar-se Professor da Universidade de Jena em 1801. Obrigado a deixar Jena em virtude da invasão napoleônica, ele acaba assumindo o cargo de professor e diretor do Ginásio de Nuremberg, graças a seu amigo e protetor Immanuel Niethammer, então Conselheiro superior das escolas e dos cultos para a confissão protestante. Aliás, devido a essa circunstância, Hegel assume a incumbência de implantar as reformas de ensino planejadas por ele e outros na Normativa para a organização dos estabelecimentos de ensino público do Reino (FERNANDES, 1994, p. 7). Durante esse período (1808 a 1816), exerce também a função de Conselheiro escolar, o que o obriga a entrar em contato com as questões político-pedagógicas inerentes à organização das instituições de ensino. Depois destes 8 anos fora da universidade e vinculado ao ensino ginasial, Hegel finalmente recebe uma cátedra em Heidelberg (1816) e depois em Berlim (1818, substituindo Fichte). Em 1830, um ano antes de sua morte, torna-se reitor desta universidade, um símbolo da reforma humanista proposta por Wilhelm von Humboldt (LUZURIAGA, 1990, p. 184). Em função de sua atividade pedagógica, especialmente no período de 1808 a 1816, Hegel elaborou alguns textos tratando de questões educacionais na forma de discursos, cartas e relatórios, além de estudos apresentando didaticamente partes de seu sistema (reunidos na edição conhecida como Propedêutica filosófica). Hegel já havia escrito a Fenomenologia do espírito e nesse período publicou os três volumes da Ciência da lógica (1812, 1813 e 1816).

Research paper thumbnail of NOTAS SOBRE A ESTRUTURA DA DIALÉTICA HEGELIANA

Alexandre Athaide

A filosofia hegeliana concebe três determinações de uma mesma unidade: o pensamento; o conceito; ... more A filosofia hegeliana concebe três determinações de uma mesma unidade: o pensamento; o conceito; a idéia ou razão. Hegel concebe estas determinações, como os

Research paper thumbnail of CONSIDERAÇÕES HEGELIANAS À OBJETIVIDADE DO PENSAR DA ANTIGA METAFÍSICA

Alexandre Athaide

A racionalidade metafísica tem como principal característica de seu entendimento, o imediatismo e... more A racionalidade metafísica tem como principal característica de seu entendimento, o imediatismo epistemico que se estabelece entre a episteme do homem e o real objeto do pensamento, o ente metafísico. O ente metafísico se apresenta como uma realidade objetiva, ao mesmo tempo em que também se mostra como metafísica, se constituindo como uma realidade externa, uma verdade da qual a episteme deve ser afetada. A partir deste modelo de entendimento, os objetos do entendimento se apresentariam como verdadeiramente são, isto é, quando o homem pensa sobre a existência, esta (a existência) não significa uma categoria do pensar que subsidia um objeto particular, mas o existir ou o ser é ele mesmo um objeto independente e é (existe) como objeto metafísico. Nessa crença, o pensar vai direto aos objetos, reproduz de si mesmo o conteúdo das sensações e intuições, fazendo-o conteúdo do pensamento, e nele se satisfaz

Talks by Alexandre Athayde

Research paper thumbnail of Aspectos Sobre Epistemologia na Ontologia de Platão: Diálogo A República

A presente pesquisa, vinculada ao projeto Linguagem e Formas de Racionalidade no Pensamento Antig... more A presente pesquisa, vinculada ao projeto Linguagem e Formas de Racionalidade no Pensamento Antigo: Uma Leitura Contemporânea, visa entender a relação estabelecida no pensamento platônico entre as concepções de realidade e de conhecimento a partir do livro VI e VII da obra A República, compreendida entre os grandes diálogos de Platão. Em um primeiro momento buscaremos compreender os fundamentos que motivam a ontologia de Platão, que irá desenvolver-se na tentativa de readequar o lógos ao Ser, de modo que assegure à alma um conhecimento verdadeiro. Em um segundo momento, visamos elucidar e detalhar como o filósofo constrói e define as fases da realidade, existente entre a suprema idéia do Bem no inteligível até as imagens do sensível, e quais são as ferramentas da episteme para o conhecimento destas fases, estabelecendo-se uma tensão entre Epistemologia e Ontologia.

Research paper thumbnail of Questões de Verdade e Eficácia no Uso do Discurso: O Debate Filosófico entre Platão e os Sofistas

Mas afinal, pode o discurso dizer o que é em si o logos e este dizer a verdade? e se o discurso f... more Mas afinal, pode o discurso dizer o que é em si o logos e este dizer a verdade? e se o discurso for utilizado para dizer o que não é e dizer o não ser? Para Platão o logos, através do discurso deve dizer algo que é, aquilo que é, e retomar a verdade do discurso.

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Alexandre Athaide, 2019

RESUMO A hermenêutica filosófica, enquanto um fundamento de origem das geisteswissenschaften, a p... more RESUMO A hermenêutica filosófica, enquanto um fundamento de origem das geisteswissenschaften, a partir da base filosófica de Hans-Georg Gadamer em Verdade e Método I, reorienta, em um primeiro momento, o sentido de verdade para as ciências humanas e especialmente para a filosofia. Essa reorientação filosófica faz aparecer um sentido de experiência que antecede qualquer pretensão anterior ou a-priori de julgamento epistemológico, pois vive-se a experiência hermenêutica enquanto um acontecer, um estar na historicidade. A legítima experiência hermenêutica traz a consciência das condições existentes do próprio existir na historicidade e de como o sentido e o entendimento do mundo requer a própria noção de linguagem. Deste modo, como pensar a formação dos sujeitos e sua subjetivação, sua construção intelectual, que exige certo manejo de linguagem, em um contexto social e de vida que preza pela linguagem técnica em um mundo da vida completamente empobrecido dos sentidos de linguagem? A hermenêutica filosófica de Hans-Georg Gadamer parece apontar para a relação entre historicidade e linguagem como uma saída para pensarmos a construção da subjetividade dos sujeitos de um modo mais legítimo, através da ética e estética da própria linguagem. Palavras-Chave: hermenêutica; linguagem; educação; experiência INTRODUÇÃO A hermenêutica filosófica, enquanto um fundamento de origem das geisteswissenschaften, a partir da base filosófica de Hans-Georg Gadamer em Verdade e Método I, reorienta, em um primeiro momento, o sentido de verdade para as ciências humanas e especialmente para a filosofia. Essa reorientação sobre o sentido de verdade, torna-se possível pela demonstração ontológica do vir-a-ser de sentido que aparece para um sujeito de linguagem em determinado momento histórico. É por essa relação entre sentido, linguagem e historicidade que a hermenêutica filosófica pode, em um segundo momento, ser problematizada como hermenêutica pedagógica, onde, através da potencialidade de sentido da linguagem, a noção de formação e de subjetivação podem ser pensadas. Deste modo, podemos perguntar, qual a potencialidade formativa da noção de linguagem e sentido que advém da Hermenêutica filosófica de Gadamer? É possível pensar uma noção de subjetivação através da ideia de experiência a partir das bases da experiência hermenêutica? Não estaria aí 1 Bacharel em Filosofia e Mestre em Educação pela Universidade de Passo Fundo, sob orientação do professor Dr. Cláudio A. Dalbosco. Atualmente licenciando em Filosofia pela UPF e vinculado ao Grupo de pesquisa Cultura, Educação e Formação Humana, coordenado pelo Professor Dr. Cláudio A. Dalbosco. (UPF).

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Alexandre Athaide, 2017

The following piece of work investigates aspects of Gadamer’s philosophical hermeneutics, rellyin... more The following piece of work investigates aspects of Gadamer’s philosophical hermeneutics, rellying behind the hypothesis that such hermeneutics, far from being the detention and application of the truth, is above all anthropology arising from the relation of subject, temporality and historicity. Such relation represents the human existential condition that is presented as interpretative horizon, allowing the humans to find themselves in the world at the same time in which they live in it, in order to build their projects as beings tagged by historicity and language. The investigation is guided by bibliographic research, taking Hans-Georg Gadamer’s text Truth and Method as basic reference, and also some secondary literature commentators such as Hans-Georg Flickinger. The hypothesis above announced was investigated in three chapters. The first describes the philosophical origins of Gadamarian’s hermeneutics, presenting its historical nature against the idea of methodological application of positive Science and against the idea of truth for method result. The hermeneutics presented as a general field for human sciences, Geisteswissenschaften, in which the goal is historical. The second chapter approaches the experience as a linguistic experience of the senses, inducting the idea of subject’s existential condition, in which the situation is to always be at certain interpretative horizon and because of that, the truth that arises from is always temporal and historical truth. The third chapter adresses the educational implications that come from human experiences understood as Hermeneutic Experience, supporting the anthropological hypothesis, now taken to an eminently pedagogical context. Arriving at the main result of the research, the idea that if the Hermeneutic Experience is language happening by the lived dialogue between human beings, which form the educational point of view means a dialog lived between educator and pupil, the exercise geared for improvement of human capacity to question becomes crucial for the human experience be able to take place as educational experience.

Keywords: Philosophical Hermeneutics, Education. Language. Dialog. Educational Experience.

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O trabalho investiga aspectos da hermeneutica filosofica gadamereana, sustentando-se na hipotese ... more O trabalho investiga aspectos da hermeneutica filosofica gadamereana, sustentando-se na hipotese de que tal hermeneutica, longe de ser metodo de apreensao e aplicacao da verdade, e antes de tudo antropologia oriunda da relacao entre sujeito, temporalidade e historicidade. Tal relacao representa a condicao existencial humana que se apresenta como horizonte interpretativo, permitindo ao proprio ser humano localizar-se no mundo, ao mesmo tempo em que o habilita a construir seu projeto como ser marcado pela historicidade e linguagem. A investigacao orienta-se pela pesquisa bibliografica, tomando o texto Verdade e Metodo I, de autoria de Hans-Georg Gadamer, como referencia basica e, tambem, alguns comentaristas estandartes da literatura secundaria, como, entre outros, Hans-Georg Flickinger. A hipotese acima anunciada foi investigada em tres capitulos. O primeiro descreve a origem filosofica da hermeneutica gadamereana, apresentando sua natureza historica contra a ideia de aplicacao metod...

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A filosofia hegeliana considera a racionalidade metafísica como um procedimento ingênuo, em que a... more A filosofia hegeliana considera a racionalidade metafísica como um procedimento ingênuo, em que a razão, sem ter consciência das contradições que envolvem o pensar, o conhecer e o refletir, toma a verdade pela forma mais simples. A consciência, nada determinaria, pois os objetos se apresentariam como verdadeiramente são. Entretanto, para Hegel, quando o pensamento vai aos objetos, ele, o pensamento, reproduz de si e em si, o próprio conteúdo do real, isto é, as sensações e as intuições do real, concretizando no objeto o conteúdo do próprio pensamento; este processo ofereceria a noção daquilo que se designa como verdade, em que o sentido de designação de uma realidade exterior, nada mais é do que uma construção e projeção do próprio pensamento. Não ter consciência das contradições que envolvem o pensar e o conhecer, significa o desconhecimento do funcionamento interno da consciência; desconhecer o que a consciência acredita ser a verdade, em oposição à livre conceitualização que, em si, ela opera. A identificação de uma realidade exterior e conseqüentemente sua verdade, por parte da antiga metafísica, era viabilizada através da atribuição de predicados; tais predicados como objetos de análise, nada mais eram que abstrações da consciência. O problema que Hegel nos expõe, é que a filosofia da antiga metafísica tomava o pensamento finito, mediatizado pela sua própria forma de entendimento, e o absolutizava como o ser. O erro da metafísica é fazer das determinações finitas do entendimento, os objetos mais puros da razão, de modo que ao se predicar o ser, o próprio ato da predicação limita a infinitude que é o ser. Para Hegel os objetos da razão não podem ser determinados mediante tais predicados finitos, pois este empenho era o defeito da antiga metafísica.

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Resumo A hermenêutica filosófica de H. G. Gadamer a partir de sua Verdade e Método (1960), instau... more Resumo A hermenêutica filosófica de H. G. Gadamer a partir de sua Verdade e Método (1960), instaura uma nova perspectiva do conceito de hermenêutica que agregado ao adjetivo filosófica, representa uma postura intelectual do sujeito inserido na historicidade. A compreensão é fenômeno que nasce no horizonte histórico do sujeito e no âmbito da linguagem do mesmo, estabelecendo uma relação entre compreensão, diálogo-linguagem e historicidade. A legítima experiência hermenêutica se constitui enquanto experiência formativa, de construção de si, quando o sujeito toma consciência de sua historicidade e finitude diante do mundo vivido. Tal legitimidade de experiência é marcada pela tomada de sentido do sujeito diante do mundo e pela abertura da linguagem, do diálogo, pela busca do sentido do que se quer dizer, daquilo que fica de não dito quando se diz algo. A experiência hermenêutica enquanto formativa é

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No presente artigo elaboramos uma incursão pelo sentido de experiência hermenêutica através da He... more No presente artigo elaboramos uma incursão pelo sentido de experiência hermenêutica através da Hermenêutica Filosófica de H. G. Gadamer procurando demonstrar como o sentido de historicidade aparece para Gadamer como o princípio hermenêutico da compreensão, apontando para a hermenêutica enquanto um legítimo sentido de experiência. A experiência hermenêutica se configura enquanto uma legítima experiência formativa que abre a possibilidade de uma experiência de si, um legítimo processo de subjetivação permeado pela abertura da linguagem. A experiência hermenêutica enquanto formativa representa o ideal de exercício de si, através da reflexão, da abertura do diálogo, da escuta e da renúncia de qualquer verdade última. Tal experiência formativa aparece enquanto uma possibilidade pedagógica de pensar a formação dos sujeitos em um mundo cada vez mais restrito em relação à experiência reflexiva, em favor de um sentido imediato da mesma (experiência).

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Fundamentos da Educação Introdução No presente artigo de caráter filosófico descrevemos em um pri... more Fundamentos da Educação Introdução No presente artigo de caráter filosófico descrevemos em um primeiro momento os fundamentos que dão origem ao conceito de experiência hermenêutica na filosofia de Gadamer, tendo como hipótese a pertinência em admitir o conceito de consciência histórica ou historicidade de experiência, onde a consideração deste conceito pode nos apresentar um caminho de possíveis respostas em relação a perguntas como: o que exatamente queremos dizer quando dizemos algo? Podemos colocar a capacidade de entendimento em uma teoria que defina de modo prévio como acontece o fenômeno de compreensão? É pertinente fundamentar uma justificação epistemológica "tão precisa" quanto a justificação das ciências naturais, para o fenômeno da compreensão (verstehen), pré-julgando subjetivamente a partir de categorias universais alheias ao vir a ser da história e da linguagem? Este conceito de historicidade pode ser a raiz ontológica da hermenêutica filosófica de Gadamer; a historicidade parece ser o conceito sustentador e que dá sentido ao fenômeno humano de compreensão. Também devemos considerar que a pertinência do conceito de historicidade parece sugerir um lugar comum não só ao fenômeno da compreensão, como também algo de específico às ciências humanas e à educação. Se pensamos a historicidade da ação humana como o específico da hermenêutica filosófica, devemos considerar a legítima experiência hermenêutica como uma possibilidade de pensar as ciências humanas e sua pesquisa por algo específico a esta, sem recorrer aos métodos oriundos das ciências naturais. Em um segundo momento visamos descrever a hermenêutica filosófica em seu sentido de experiência 1 Mestrando em Educação pela Universidade de Passo Fundo e Bacharel em Filosofia pela mesma instituição.

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Ediovani Antonio Gaboardi

Hegel não dedicou uma obra sistemática específica sobre a Educação. Entretanto, seu vínculo profi... more Hegel não dedicou uma obra sistemática específica sobre a Educação. Entretanto, seu vínculo profissional com a temática foi constante. Aos 23 anos, tornou-se preceptor em Berna, atividade que exerceu também em Frankfurt, até tornar-se Professor da Universidade de Jena em 1801. Obrigado a deixar Jena em virtude da invasão napoleônica, ele acaba assumindo o cargo de professor e diretor do Ginásio de Nuremberg, graças a seu amigo e protetor Immanuel Niethammer, então Conselheiro superior das escolas e dos cultos para a confissão protestante. Aliás, devido a essa circunstância, Hegel assume a incumbência de implantar as reformas de ensino planejadas por ele e outros na Normativa para a organização dos estabelecimentos de ensino público do Reino (FERNANDES, 1994, p. 7). Durante esse período (1808 a 1816), exerce também a função de Conselheiro escolar, o que o obriga a entrar em contato com as questões político-pedagógicas inerentes à organização das instituições de ensino. Depois destes 8 anos fora da universidade e vinculado ao ensino ginasial, Hegel finalmente recebe uma cátedra em Heidelberg (1816) e depois em Berlim (1818, substituindo Fichte). Em 1830, um ano antes de sua morte, torna-se reitor desta universidade, um símbolo da reforma humanista proposta por Wilhelm von Humboldt (LUZURIAGA, 1990, p. 184). Em função de sua atividade pedagógica, especialmente no período de 1808 a 1816, Hegel elaborou alguns textos tratando de questões educacionais na forma de discursos, cartas e relatórios, além de estudos apresentando didaticamente partes de seu sistema (reunidos na edição conhecida como Propedêutica filosófica). Hegel já havia escrito a Fenomenologia do espírito e nesse período publicou os três volumes da Ciência da lógica (1812, 1813 e 1816).

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Alexandre Athaide

A filosofia hegeliana concebe três determinações de uma mesma unidade: o pensamento; o conceito; ... more A filosofia hegeliana concebe três determinações de uma mesma unidade: o pensamento; o conceito; a idéia ou razão. Hegel concebe estas determinações, como os

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Alexandre Athaide

A racionalidade metafísica tem como principal característica de seu entendimento, o imediatismo e... more A racionalidade metafísica tem como principal característica de seu entendimento, o imediatismo epistemico que se estabelece entre a episteme do homem e o real objeto do pensamento, o ente metafísico. O ente metafísico se apresenta como uma realidade objetiva, ao mesmo tempo em que também se mostra como metafísica, se constituindo como uma realidade externa, uma verdade da qual a episteme deve ser afetada. A partir deste modelo de entendimento, os objetos do entendimento se apresentariam como verdadeiramente são, isto é, quando o homem pensa sobre a existência, esta (a existência) não significa uma categoria do pensar que subsidia um objeto particular, mas o existir ou o ser é ele mesmo um objeto independente e é (existe) como objeto metafísico. Nessa crença, o pensar vai direto aos objetos, reproduz de si mesmo o conteúdo das sensações e intuições, fazendo-o conteúdo do pensamento, e nele se satisfaz

Research paper thumbnail of Aspectos Sobre Epistemologia na Ontologia de Platão: Diálogo A República

A presente pesquisa, vinculada ao projeto Linguagem e Formas de Racionalidade no Pensamento Antig... more A presente pesquisa, vinculada ao projeto Linguagem e Formas de Racionalidade no Pensamento Antigo: Uma Leitura Contemporânea, visa entender a relação estabelecida no pensamento platônico entre as concepções de realidade e de conhecimento a partir do livro VI e VII da obra A República, compreendida entre os grandes diálogos de Platão. Em um primeiro momento buscaremos compreender os fundamentos que motivam a ontologia de Platão, que irá desenvolver-se na tentativa de readequar o lógos ao Ser, de modo que assegure à alma um conhecimento verdadeiro. Em um segundo momento, visamos elucidar e detalhar como o filósofo constrói e define as fases da realidade, existente entre a suprema idéia do Bem no inteligível até as imagens do sensível, e quais são as ferramentas da episteme para o conhecimento destas fases, estabelecendo-se uma tensão entre Epistemologia e Ontologia.

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Mas afinal, pode o discurso dizer o que é em si o logos e este dizer a verdade? e se o discurso f... more Mas afinal, pode o discurso dizer o que é em si o logos e este dizer a verdade? e se o discurso for utilizado para dizer o que não é e dizer o não ser? Para Platão o logos, através do discurso deve dizer algo que é, aquilo que é, e retomar a verdade do discurso.