Anderson Tavares - Academia.edu (original) (raw)
Professor de História para o Ensino Básico na Prefeitura de Angra dos Reis. Doutor e Mestre em História pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense. Graduado em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Pesquiso História do Brasil República com foco nas relações entre classes dominantes e o Estado.
Supervisors: Virgínia Fontes and Renato Lemos
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University of the Basque Country, Euskal Herriko Unibertsitatea
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Papers by Anderson Tavares
Marx e o marxismo - Revista do NIEP, 2021
A partir da questão da relação entre Estado e sociedade civil, Marx e Gramsci desenvolveram camin... more A partir da questão da relação entre Estado e sociedade civil, Marx e Gramsci desenvolveram caminhos distintos na crítica à sociedade burguesa do seu tempo. Apesar dessa diferença, mobilizada para afastar teoricamente os autores, ambos se localizam na crítica à distinção formal entre Estado e sociedade civil. Karl Marx tem como um dos pontos iniciais das suas reflexões a crítica da filosofia do direito de Hegel que avança para uma ruptura com a escola hegeliana. Esses estudos foram sucedidos pela análise da estrutura econômica, questão que ocupou a maior parte dos esforços teóricos de Marx. Antônio Gramsci, atribuindo outras determinações à noção de sociedade civil, interpretou a dominação burguesa do início do século XX através de categorias como Estado integral e hegemonia.
Este trabalho tem como objetivo contribuir para o estudo das relações entre as lutas de classes e... more Este trabalho tem como objetivo contribuir para o estudo das relações entre as lutas de classes e as transformações no aparelho de Estado. A partir de um referencial teórico calcado na contribuição de Antônio Gramsci e Nicos Poulantzas, entre outros teóricos marxistas, analisamos o processo recente de reforma burguesa de Estado de caráter gerencial. A lógica de organização gerencial, oriunda do movimento de reestruturação produtiva capitalista que tem início nos anos 1970, passou a ser referência dos movimentos de readequação do aparelho de Estado, desde os governos conservadores no Chile, EUA e Inglaterra. No Brasil, tal processo ganha força a partir dos anos 1990 após a transição política para o regime democrático representativo. As transformações realizadas nos anos 1990 foram responsáveis por uma profunda alteração no papel do Estado. Dentre as diversas modificações destacam-se: as privatizações, a diferenciação nas formas de contratação de força de trabalho pelo Estado e a abertura de um conjunto de serviços públicos para atuação de entidades privadas, ditas sem fins lucrativos. Paralelamente, o aparelho econômico reunido no Ministério da Fazenda passou a ter destaque com a concentração da política econômica no controle fiscal e monetário. O conjunto de modificações no aparelho de Estado ganhou uma nova dinâmica na década de 2000 durante os governos do Partido dos Trabalhadores. Em especial, a pauta gerencial passou a ser difundida no interior do aparelho de Estado a partir de um aparelho privado de hegemonia, o Movimento Brasil Competitivo, vinculado a setores da burguesia que participavam ativamente de espaços de articulação do empresariado junto ao governo. Além disso, ao longo dos dois mandatos de Lula da Silva analisamos a atuação empresarial no interior do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial e o processo de implementação das medidas de investimento público e suporte à atividade produtiva, expressa no Programa de Aceleração do Crescimento.
Marx e o marxismo - Revista do NIEP, 2021
A partir da questão da relação entre Estado e sociedade civil, Marx e Gramsci desenvolveram camin... more A partir da questão da relação entre Estado e sociedade civil, Marx e Gramsci desenvolveram caminhos distintos na crítica à sociedade burguesa do seu tempo. Apesar dessa diferença, mobilizada para afastar teoricamente os autores, ambos se localizam na crítica à distinção formal entre Estado e sociedade civil. Karl Marx tem como um dos pontos iniciais das suas reflexões a crítica da filosofia do direito de Hegel que avança para uma ruptura com a escola hegeliana. Esses estudos foram sucedidos pela análise da estrutura econômica, questão que ocupou a maior parte dos esforços teóricos de Marx. Antônio Gramsci, atribuindo outras determinações à noção de sociedade civil, interpretou a dominação burguesa do início do século XX através de categorias como Estado integral e hegemonia.
Este trabalho tem como objetivo contribuir para o estudo das relações entre as lutas de classes e... more Este trabalho tem como objetivo contribuir para o estudo das relações entre as lutas de classes e as transformações no aparelho de Estado. A partir de um referencial teórico calcado na contribuição de Antônio Gramsci e Nicos Poulantzas, entre outros teóricos marxistas, analisamos o processo recente de reforma burguesa de Estado de caráter gerencial. A lógica de organização gerencial, oriunda do movimento de reestruturação produtiva capitalista que tem início nos anos 1970, passou a ser referência dos movimentos de readequação do aparelho de Estado, desde os governos conservadores no Chile, EUA e Inglaterra. No Brasil, tal processo ganha força a partir dos anos 1990 após a transição política para o regime democrático representativo. As transformações realizadas nos anos 1990 foram responsáveis por uma profunda alteração no papel do Estado. Dentre as diversas modificações destacam-se: as privatizações, a diferenciação nas formas de contratação de força de trabalho pelo Estado e a abertura de um conjunto de serviços públicos para atuação de entidades privadas, ditas sem fins lucrativos. Paralelamente, o aparelho econômico reunido no Ministério da Fazenda passou a ter destaque com a concentração da política econômica no controle fiscal e monetário. O conjunto de modificações no aparelho de Estado ganhou uma nova dinâmica na década de 2000 durante os governos do Partido dos Trabalhadores. Em especial, a pauta gerencial passou a ser difundida no interior do aparelho de Estado a partir de um aparelho privado de hegemonia, o Movimento Brasil Competitivo, vinculado a setores da burguesia que participavam ativamente de espaços de articulação do empresariado junto ao governo. Além disso, ao longo dos dois mandatos de Lula da Silva analisamos a atuação empresarial no interior do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial e o processo de implementação das medidas de investimento público e suporte à atividade produtiva, expressa no Programa de Aceleração do Crescimento.