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Papers by Bárbara Pelacani

Research paper thumbnail of A Questão Ambiental À Luz De Tieta

O presente trabalho tem por objetivo refletir sobre o encontro da educação ambiental com a questã... more O presente trabalho tem por objetivo refletir sobre o encontro da educação ambiental com a questão de gênero por intermédio da Literatura. Realizamos a análise da obra “Tieta do Agreste” de Jorge Amado com o objetivo de observar o posicionamento político das mulheres nos movimentos comunitários diante dos conflitos socioambientais. Como são as mulheres as mais afetadas pela crise ambiental é necessária uma educação que trabalhe no caminho oposto da opressão dos sujeitos. Destaca-se a centralidade das mulheres diante de posicionamentos político e pedagógicos em defesa da vida na Educação Ambiental que trazem importantes conexões com o campo da ecologia política. Assim, ressalta-se o enfoque para a questão de gênero como uma abordagem que permite entrelaçamento de tais dimensões. Tal visão complexa é o que nos ensina a Luz de Tieta

Research paper thumbnail of Psicossociologia com comunidades: abordagens sentipensantes como emergência na América Latina

Revista Pesquisas e Práticas Psicossociais, Jun 16, 2021

In the field of Psychosociology, it is advocated the reorientation of interventional processes, a... more In the field of Psychosociology, it is advocated the reorientation of interventional processes, as well as psychosociological formulations in line with the demands of the current situation. Through bibliographic review, the article aims to rehearse theoretical and conceptual perspectives on the Latin American paths taken by

Research paper thumbnail of A Questão Ambiental À Luz De Tieta

Revista Perspectivas Educativas, 2020

Resumo. O presente trabalho tem por objetivo refletir sobre o encontro da educação ambiental com ... more Resumo. O presente trabalho tem por objetivo refletir sobre o encontro da educação ambiental com a questão de gênero por intermédio da Literatura. Realizamos a análise da obra "Tieta do Agreste" de Jorge Amado com o objetivo de observar o posicionamento político das mulheres nos movimentos comunitários diante dos conflitos socioambientais. Como 1 O artigo é resultado parcial de uma investigação sobre Educação e Literatura, com enfoque na Educação Ambiental e um recorte realizado a partir da leitura do livro "Tieta do Agreste" de Jorge Amado, organizado por um grupo de pesquisadores de distintas Universidades do Rio de Janeiro.

Research paper thumbnail of Educación ambiental comunitaria y la lucha por el agua

Research paper thumbnail of Diálogos com a Educação Ambiental desde el Sur a partir da “fotoescrevivência”

Ensino, Saude e Ambiente, 2021

O artigo discute a experiência da disciplina Educação Ambiental oferecida para os cursos de Gradu... more O artigo discute a experiência da disciplina Educação Ambiental oferecida para os cursos de Graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Questiona a ausência de saída de campo e de metodologias inovadoras no ensino de Ciências Biológicas. Dialoga com a “escrevivência” de Conceição Evaristo e propõe a “fotoescrevivência” como caminho para uma pedagogia decolonial. Encontra possibilidades para pensar a formação docente contextualizada com os territórios e com os conhecimentos ancestrais ao identificar “outras” pedagogias, como: resistência, conflito e da terra. Conclui que as experiências de trabalho de campo no âmbito da disciplina são pistas para uma formação mais plural, dialógica e criativa.

Research paper thumbnail of A educação ambiental crítica e a contextualização à realidade socioambiental latino-americana

Formação de professores para uma educação plural e democrática: narrativas, saberes, práticas e políticas educativas na América Latina

A crise socioambiental "descoberta" e deflagrada no período do pós-guerra, cujas dimensões não ap... more A crise socioambiental "descoberta" e deflagrada no período do pós-guerra, cujas dimensões não apresentam precedentes na história humana, abre margem para reflexões a respeito das formas como as sociedades vêm travando suas relações socioambientais ao longo da história. Estas discussões se nutrem de dados, como os fornecidos pelas Nações Unidas, 1 que apontam que vivemos em um tempo em que a miséria e a concentração de riquezas nas mãos de poucos atingem níveis absurdos, jamais vistos (Coronil, 2000). Recentes dados da organização não governamental OXFAM mostram que seis brasileiros possuem a mesma quantidade de dinheiro de metade da população. 2 Dessa forma, sob os diversos olhares que se atentam para esta questão, como o de cientistas, intelectuais acadêmicos e oriundos de outros espaços para além da 1. Dados da ONU. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/>.

Research paper thumbnail of Diálogos Insurgentes entre Educação Ambiental e Culturas no Encontro Pesquisa em Educação Ambiental (EPEA)

Pesquisa em Educação Ambiental

Este artigo tem por objetivo refletir sobre a temática Educação Ambiental e Culturas, com ênfase ... more Este artigo tem por objetivo refletir sobre a temática Educação Ambiental e Culturas, com ênfase nos trabalhos apresentados desde o primeiro Encontro Pesquisa em Educação Ambiental (EPEA), em 2001, até as reflexões ocorridas no Grupo de Discussão de Pesquisas (GDP) desse subcampo de pesquisa, durante o X EPEA, realizado em 2019. Para além de trazer um relato das discussões, o artigo se debruça sobre a evolução das temáticas dos trabalhos relacionados às culturas, apresentados nas quatro primeiras edições do EPEA (2001-2007), em um modesto estado da arte realizado por meio de termos de busca ligados à temática, presentes em seus resumos. Constatamos que, nesse período, as investigações estavam ligadas predominantemente às categorias cultura e saberes, que foram contempladas por trabalhos em todas as edições. Os temas dos Estudos Culturais, Inter/ multiculturalidade e Colonialidade não estiveram presentes nas investigações desse subcampo apresentadas no EPEA, no período, sendo necessá...

Research paper thumbnail of EDITORIAL Educação Ambiental: Insurgências, Re-Existências E Esperanças

Ensino, Saude e Ambiente

O artigo aborda os desafios da educação ambiental no atual contexto de pandemia do corona vírus, ... more O artigo aborda os desafios da educação ambiental no atual contexto de pandemia do corona vírus, de intensificação da degradação ambiental e de recorrência de eventos climáticos extremos. Apresenta o dossiê “Educação Ambiental: Insurgências, Re-Existências e Esperanças” e promove um diálogo entre os autores, com vistas a desenhar caminhos para uma educação ambiental construída na luta e para a luta dos movimentos populares pelos direitos à terra, à água, ao meio ambiente equilibrado, à saúde e educação. Defende-se que a educação ambiental crítica desempenha um importante papel ao promover reflexões sobre o modelo de sociedade, as relações dos humanos com o ambiente e as outras espécies, a desigualdade no uso dos recursos naturais e o desproporcional impacto dos danos ambientais nas populações marginalizadas. Tais reflexões se fazem essenciais para os enfrentamentos que se fazem necessários no pós-pandemia, em um tempo histórico em que o lucro dos capitalistas se coloca acima do valo...

Research paper thumbnail of Sendas Poéticas: Trayectorias de la Educación Ambiental del Grupo Geasur en la Descolonización del Campo Ampliado del Arte

Culturas, 2021

Resumen Los caminos poéticos se trazan, en este artículo, por las relaciones de intercambio entre... more Resumen Los caminos poéticos se trazan, en este artículo, por las relaciones de intercambio entre procesos artísticos e investigaciones académicas de educación ambiental, desarrolladas por el Grupo de Educación Ambiental desde el Sur —GEASUR—, en la Universidad Federal del Estado de Río de Janeiro, en Brasil. Identificados con la idea de la ecología del conocimiento, contribuyendo así a la descolonización del conocimiento y el arte, los procesos interdisciplinarios se crean y mejoran mediante acciones y obras que desbordan el compromiso social, la colaboración de artistas y no artistas y, principalmente, se desarrollan la percepción del arte en su estado de encuentro. Sendas Poéticas: Trayectorias de la Educación Ambiental del Grupo Geasur en la Descolonización del Campo Ampliado del Arte

Research paper thumbnail of Community environmental education and the struggle for water

Praxis & Saber

In this article, we propose to reflect on the environmental education that emerges from the confl... more In this article, we propose to reflect on the environmental education that emerges from the conflict over the construction project of the Guapiaçu dam, in Cachoeiras de Macacu, Rio de Janeiro. To this end, we start from the perspective of community environmental education developed by the Environmental Education Study Group from the South, especially in the interaction with the Movement of Dam Affected People, for the pursuit of environmental justice. Thus, such meetings unveil the necropolitical bias of this “development” project, that clashes with farmers and with life in this territory. Therefore, we highlight the communityenvironmental education, interwoven from the encounter with the voices and the waters that flow through this environment, as a possible way to confront a necropedagogy that supports such necropolitics.

Research paper thumbnail of O Potencial Encontro da Educação Ambiental Com a Literatura de Cordel

O Cordel e uma expressao popular que aborda tematicas variadas, dentre elas a questao ambiental. ... more O Cordel e uma expressao popular que aborda tematicas variadas, dentre elas a questao ambiental. O presente artigo visa apresentar a potencia de se articular a Educacao Ambiental (EA) aos Cordeis. O interesse na producao deste trabalho nasceu da importância de discutir sobre EA ao mesmo tempo pensando em praticas diferenciadas de intervencao. Este artigo foi construido a partir de uma revisao bibliografica dos conceitos fundamentais da pesquisa: Literatura de Cordel e Educacao Ambiental e uma posterior analise de cinco cordeis com o olhar da Educacao Ambiental Critica (EAC). Atraves deste trabalho pudemos observar como o cordel torna-se relevante para fundamentar uma EAC visto que e um material que traz a tona uma critica a partir do territorio e ao mesmo tempo dialoga com os sujeitos oprimidos.

Research paper thumbnail of Caracterização Da Visitação No Parque Estadual Dos Três Picos, RJ

Anais do Uso Público em Unidades de Conservação

O ecoturismo é o segmento de viagens que mais cresce no mundo, sendo que os espaços das Unidades ... more O ecoturismo é o segmento de viagens que mais cresce no mundo, sendo que os espaços das Unidades de Conservação são importantes atrativos neste contexto. Acredita-se que o incremento da visitação deve ser acompanhado pelo planejamento das atividades, a fim de mitigar os impactos socioambientais negativos e ressaltar os pontos positivos. O presente estudo objetivou caracterizar a visitação do Parque Estadual dos Três Picos no Rio de Janeiro. Para tal, utilizou-se a análise das fichas de cadastro de visitantes preenchidas nos núcleos do Parque entre 2003 e 2012. Visando aprimorar este levantamento foi proposto um agrupamento das áreas do parque que possuem características e atividades de uso público similares. Resultando numa classificação em setores (Educação Ambiental, Administrativo, Águas, Esporte e Montanha). Os resultados revelaram uma tendência de aumento da visitação ao longo do tempo, além de um padrão de sazonalidade da visitação durante o ano. Foi constatado maior uso públi...

Research paper thumbnail of Las luchas que educan: La Educación Ambiental de Base Comunitaria y las Consultas Populares en el conflicto minerio en Colombia

Ensino, Saude e Ambiente

En este trabajo nos proponemos abordar las Consultas Populares celebradas en casos de conflictos ... more En este trabajo nos proponemos abordar las Consultas Populares celebradas en casos de conflictos sociales y ambientales en Colombia como una posibilidad de acción participativa de las comunidades en la lucha por la justicia socioambiental. Presentamos acá la confluencia de la Educación Ambiental de Base Comunitaria en diálogo con el campo de la Ecología Política. Analizaremos los casos en que se aplicó la Consulta Popular en las ciudades de Ibagué y Cajamarca, departamento del Tolima, Colombia, referente a la actuación del movimiento ambiental a frente al conflicto por el proyecto minero La Colosa de la multinacional Anglo Gold Ashanti. Buscamos comprender cómo la lucha social y ambiental puede ingresar al campo político y convertirse en un instrumento de acción comunitaria. Identificamos en las luchas los sujetos involucrados, tanto el movimiento ambientalista junto a la Universidad del Tolima, como los ciudadanos que lo apoyan. Pensar nuevas formas de educación ambiental desde los...

Research paper thumbnail of Educação Ambiental crítica e estudos de patrimônio crítico: intersecções e virada para pedagogias decoloniais

Revista Brasileira de Educação Ambiental (RevBEA)

Este trabalho visa refletir sobre a contextualização de temas transversais e atuação do educador ... more Este trabalho visa refletir sobre a contextualização de temas transversais e atuação do educador frente aos eixos ambiental e patrimonial partindo de sua intersecção voltada para pedagogias decoloniais, conforme percebe Catherine Walsh. Buscamos aqui explorar a transversalidade da educação ambiental no encontro com a educação patrimonial a fim de sentipensar pedagogias decoloniais. Nesse sentido, atravessando a teoria crítica para ler o mundo junto a inter-multi-transdisciplinaridade entre as ciências biológicas e humanas entendemos que tais práticas educativas contribuem para a formação humanitária dos educandos, fazendo-os reconhecer através de abordagens na educação ambiental e patrimonial o raciocínio para a autonomia através de incentivo de leitura crítica do mundo através das práticas de educação ambiental crítica e educação patrimonial e suas intersecções voltadas para ótica decolonial.

Research paper thumbnail of A Educação Ambiental Crítica e a contextualização à realidade socioambiental latino-americana

livro Formação de Professores para uma educação Plural e Democrática: narrativas, saberes e politicas educativas na América Latina , 2019

A crise socioambiental “descoberta” e deflagrada no período do pós-guerra, cujas dimensões não ap... more A crise socioambiental “descoberta” e deflagrada no período do pós-guerra, cujas dimensões não apresentam precedentes na história humana, abre margem para reflexões á respeito das formas como as sociedades vem travando suas relações sócio-ambientais ao longo da história. Estas discussões se nutrem de dados, como os fornecidos pelas Nações Unidas, que apontam que vivemos num tempo onde a miséria e a concentração de riquezas nas mãos de poucos atingem níveis absurdos, jamais vistos. A crise da exploração ambiental desenfreada é reflexo das relações de opressão e dominação inerentes ao modelo de sociedade dominante capitalista, que expropria, aniquila e impede o fruiur da vida e da existência. Esse texto tem como objetivo refletir sobre a educação ambiental necessária e urgente ao contexto das realidades socioambientais latino-americanas. Nosso interesse parte, portanto, da discussão da ideia de contextualização, desenvolvida por Boaventura de Sousa Santos. Este autor vai pensar o debate sobre a contextualização e a descontextualização das subjetividades na modernidade, a partir da dicotomia entre as subjetividades, individual e coletiva, por um lado e as subjetividades abstratas e contextualizadas, por outro. Nesse texto procuramos compreender os diálogos urgentes e necessários da educação ambiental para além das condutas normatizadoras, das responsabilidades individuais em relação ao meio ambiente (visto como um aspecto naturalizado, abstrato e despersonificado) para uma educação ambiental emprenhada de gente. Os chamados “novos movimentos sociais” (movimento negro, principalmente nos Estados Unidos, os novos movimentos feministas, os movimentos pacifistas e também o movimento ambientalista) nutriam-se de um momento de resgate das utopias, onde as forças pareciam direcionar-se para a transformação da sociedade. E em paralelo a esses movimentos sociai surgia uma ação educativa denominada de Educação Ambiental que emerge como proposta global, neste momento onde o pensamento conservacionista de retorno à natureza intocada é resgatado em muitos aspectos e onde a valorização das soluções tecnológicas é crescente. Porém, essa conformação de uma Educação Ambiental pragmática, cognitivista e comportamentalista, de mudança dos hábitos individuais e que desconsidera os conflitos socioambientais, toma cada vez mais espaços, sendo a tendência hegemônica que mais cresce nos dias de hoje. No entanto, em outras partes do mundo, principalmente no chamado Sul global, outros posicionamentos ambientais contextualizados às realidades de exclusão e invisibilização, vem surgindo, ou se renovando. O diálogo com as teorias críticas da educação e também com as experiências dos movimentos sociais e organizações populares guiam e dão corpo à chamada Educação Ambiental Crítica, cujas intenções emancipatórias se aproximam muito da Educação Popular de Paulo Freire. Logo, a Educação Ambiental Crítica se constrói como uma alternativa ao modelo comportamentalista, descontextualizado ou essencialmente conservacionista. Em dialogo com a busca por transformações nas relações de poder e nas relações socioambientais, a Educação Ambiental Crítica dá grande importância aos processos pedagógicos que emergem das lutas socioambientais e das experiências de resistência e educação popular que surgem nos territórios. Nesse sentido vão existir território e territorialidade, onde o último representa o fazer e as relações sociais de territorialização. Para esse autor em um território pode existir diversas territorialidades, porém infelizmente o território geralmente naturaliza as relações sociais e de poder. A partir dessa ideia podemos supor que pode emergir um processo de educação ambiental das lutas sociais e ambientais com uma proposta com base em um aporte da práxis crítica e com instrumentos de análise da realidade e da conjuntura do país. E que esse processo pode contribui com os aprendizados construídos durante o processo de luta, bem como, da necessidade de publicização de conflitos e da mobilização social.

Research paper thumbnail of Dialogos Insurgentes entre Educacao Ambiental e Culturas no Encontro Pesquisa em Educacao Ambiental EPEA

Pesquisa em Educação Ambiental, vol.15, n.1, 2020

Este artigo tem por objetivo refletir sobre a temática Educação Ambiental e Culturas, com ênfase ... more Este artigo tem por objetivo refletir sobre a temática Educação Ambiental e Culturas, com ênfase nos trabalhos apresentados desde o primeiro Encontro Pesquisa em Educação Ambiental (EPEA), em 2001, até as reflexões ocorridas no Grupo de Discussão de Pesquisas (GDP) desse subcampo de pesquisa, durante o X EPEA, realizado em 2019. Para além de trazer um relato das discussões, o artigo se debruça sobre a evolução das temáticas dos trabalhos relacionados às culturas, apresentados nas quatro primeiras edições do EPEA (2001-2007), em um modesto estado da arte realizado por meio de termos de busca ligados à temática, presentes em seus resumos. Constatamos que, nesse período, as investigações estavam ligadas predominantemente às categorias cultura e saberes, que foram contempladas por trabalhos em todas as edições. Os temas dos Estudos Culturais, Inter/
multiculturalidade e Colonialidade não estiveram presentes nas investigações desse subcampo apresentadas no EPEA, no período, sendo necessário aprofundar a extensão desse fenômeno em revistas e bancos de dissertações e teses, bem como avaliar os desdobramentos epistemológicos e sociopolíticos da atenção que tem sido conferida
pelo campo da pesquisa em Educação Ambiental às perspectivas que reconhecem e conferem a voz às diferentes culturas, visando superar os processos de silenciamento que impedem a participação plena nos processos decisórios e na vida social. Temáticas tais que aparecem recentemente no GDP EA e Culturas que valorizam a dialogicidade e a inter/multiculturalidade, com críticas à colonialidade e ampliando as possibilidades epistemológicas, político-metodológicas e ontológicas da Pesquisa em Educação Ambiental.

Research paper thumbnail of EDUCAÇÃO AMBIENTAL CRÍTICA E ESTUDOS DE PATRIMÔNIO CRÍTICO: INTERSECÇÕES E VIRADA PARA PEDAGOGIAS DECOLONIAIS

Revista Brasileira de Educação Ambiental, 2019

Resumo: Este trabalho visa refletir sobre o caráter transversal de abordagens da educação ambient... more Resumo: Este trabalho visa refletir sobre o caráter transversal de abordagens da educação ambiental e patrimonial partindo de sua intersecção voltada para pedagogias decoloniais. Buscamos explorar o aporte da teoria crítica na Educação Ambiental e a necessidade de giro para pedagogias decoloniais construídas coletivamente para "sentipensar". Nesse sentido, ao açambarcar a leitura inter-multi-transdisciplinar entre os diálogos de saberes entendemos que as práticas educativas que contribuem para a formação dos educandos devem promover suporte à autonomia, sustentabilidade, justiça socioambiental e políticas patrimoniais voltadas para a valorização de saberes e práticas que possam ser sustentáveis e viáveis ao grupo envolvido em tais ações educativas.

Research paper thumbnail of EDITORIAL EDUCAÇÃO AMBIENTAL: INSURGÊNCIAS, RE-EXISTÊNCIAS E ESPERANÇAS

ENSINO, SAÚDE E AMBIENTE, 2020

O artigo aborda os desafios da educação ambiental no atual contexto de pandemia do corona vírus, ... more O artigo aborda os desafios da educação ambiental no atual contexto de pandemia do corona vírus, de intensificação da degradação ambiental e de recorrência de eventos climáticos extremos. Apresenta o dossiê "Educação Ambiental: Insurgências, Re-Existências e Esperanças" e promove um diálogo entre os autores, com vistas a desenhar caminhos para uma educação ambiental construída na luta e para a luta dos movimentos populares pelos direitos à terra, à água, ao meio ambiente equilibrado, à saúde e educação. Defende-se que a educação ambiental crítica desempenha um importante papel ao promover reflexões sobre o modelo de sociedade, as relações dos humanos com o ambiente e as outras espécies, a desigualdade no uso dos recursos naturais e o desproporcional impacto dos danos ambientais nas populações marginalizadas. Tais reflexões se fazem essenciais para os enfrentamentos que se fazem necessários no pós-pandemia, em um tempo histórico em que o lucro dos capitalistas se coloca acima do valor da vida.

ABSTRACT: The article addresses the challenges of environmental education in the current context of the corona virus pandemic, the intensification of environmental degradation and the recurrence of extreme weather events. It presents the dossier "Environmental Education: Insurgencies, Re-Existences and Hopes" and promotes a dialogue between the authors, aiming to designing paths for environmental education built on the struggle and for the struggle of popular movements for the rights to land, water, balanced environment, health and education. It argues that critical environmental education plays an important role in promoting reflections on the model of society, the human relations with the environment and other species, the inequality in the use of natural resources and the disproportionate impact of environmental damage on marginalized populations. Such reflections are essential for the necessary confrontations in the post-pandemic, at a historical time when the capitalists' profit is above the value of life.

Books by Bárbara Pelacani

Research paper thumbnail of Educação Ambiental desde El Sur (environmental educacion desde El Sur)

Educação Ambiental desde El Sur, 2018

Esse livro é fortemente inspirado nas palavras de Gonzaguinha: E aprendi que se depende sempre de... more Esse livro é fortemente inspirado nas palavras de Gonzaguinha: E aprendi que se depende sempre de tanta, muita, diferente gente, toda pessoa sempre é as marcas das lições diárias de outras tantas pessoas. E é tão bonito quando a gente entende, que a gente é tanta gente onde quer que a gente vá, e é tão bonito quando a gente sente, que nunca está sozinho por mais que pense estar. Uma canção belíssima que reflete o sentido da produção coletiva do Grupo de Estudos de Educação Ambiental Desde El Sur (GEASUR), do seu ato criativo e colaborativo que permite alcançar olhares, construir possibilidades outras, sobre o solo onde pisamos na intenção de pensar uma educação ambiental num contexto Latino Americano, surge das "lições diárias", das vivências pessoais, de imersões em viagens, de experiências familiares e de heranças de ancestralidades que falam alto nas práticas cotidianas de um grupo de pesquisa comprometido com a educação ambiental em sua perspectiva crítica. Este livro, portanto, nasce no contexto de um grupo de pesquisa que pretende pensar a educação ambiental em uma vertente que supere a sua dimensão cognitivista, comportamental, comportamentalista e de "fazeres" individuais. Nesse sentido, propomos uma educação ambiental outra, que se pretende mais solidária, fraterna e plural. Anne Kassiadou abre a primeira parte, dedicada às reflexões teóricas responsáveis pela caracterização das políticas hegemônicas da Educação Ambiental, a começar pelo próprio conceito de desenvolvimento que tais políticas tratam como uma necessidade inquestionável. Segue com um mergulho nas referências do pensamento decolonial latinoamericano, como Walsh, Mignolo e Quejano. Destaca o conceito de “desobediência epistemológica” cunhado por Mignolo, que serve de ponte para estabelecer a relação do campo dos estudos decoloniais com a EA Crítica O segundo texto, que fecha esta primeira parte, é uma produção de Jairo Andrés Velásquez Sarria, Bárbara Pelacani, Gloria Marcela Flórez Espinosa, Daniel Renaud e Celso Sánchez Pereira, que mapeiam as diversas tendências no campo da EA atual, delineiam os posicionamentos políticos e epistemológicos dos autores dessas produções, discutem algumas tensões entre essas tendências, e assumem o posicionamento crítico frente aos demais discursos do campo. Em seguida, aprofundam as críticas à EA das elites, das grandes potências e conglomerados capitalistas e a denominam como EA hegemônica. Após o delineamento teórico e a caracterização da EA hegemônica, a segunda parte é dedicada ao desnudamento das formas como esse discurso opera em diversas esferas e setores das sociedades latinoamericanas. Inicia com Rafaella Sampaio Uchoa, que nos traz uma análise do documento orientador da “Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável”. Este foi utilizado ao redor do mundo para justificar uma série de ações de governos e agências não governamentais, com forte penetração nos países do nosso continente. A autora faz a crítica do documento a partir do pensamento educacional de Paulo Freire e, neste exercício de aproximação entre esta teoria e as visões de educação de professor e de aluno que estão subjacentes ao documento da UNESCO. Em seguida, Lucas Cunha e Celso Sánchez fazem uma análise da política pública do município do Rio de Janeiro, denominado de “Projeto Mutirão”, que visava o reflorestamento de área degradada do morro da Formiga, na zona norte do Rio de Janeiro. O exercício inicial é vincular este projeto às propostas internacionais de intervenções dos poderes públicos no sentido de recuperar estragos feitos por ocupações
descuidadas e desordenadas ao longo da História. Gleice Alves dá sequência ao entendimento das formas como opera o discurso hegemônico na EA através de uma avaliação dos textos legais e das políticas públicas, direcionadas à EA dos países da América Latina e do Caribe. Busca também compreender como estes discursos funcionam no apagamento das culturas dos povos originais da região, da sexualidade, das diversidades raciais e de gênero. E afirma, de forma contundente: “Essa é a visão de uma educação ambiental desde El Sur que apresenta o outro verdadeiro que é negro, que é indígena, que é homossexual, que está marcado pela guerra, pela imigração, pela fome, pela miséria, pela tragédia latinoamericana, pela colonialidade”. Para fechar essa segunda parte, mais uma elaboração coletiva, fruto dos Diálogos Desde El Sur. Desta feita altera-se a lógica e as autoras María Angélica Mejía Cáceres, Ludy Lorena Gómez, Teresita Cárdenas e María del Mar Castrillón, todas colombianas, escrevem em português e analisam a conjuntura da crise ambiental no seu país a partir de um estudo de caso no município de Paz de Ariporo, Departamento de Casanare. Após uma reflexão teórica sobre o conceito de conjuntura, descrevem, os aspectos físicos e da ocupação do local com destaque para a biodiversidade. Mostram como a Colômbia foi perdendo lugar no ranking de países que cuidam do meio ambiente, apesar de todo o aparato estatal que foi sendo criado para impedir mudanças climáticas, principalmente após a Rio 92. Na terceira parte são apresentados dois trabalhos que mostram a metodologia de base comunitária. nessa parte do livro Daniel Renaud faz um mergulho na região mais degradada do vale do Rio Jequinhonha, na fronteira entre a zona da mata e o sertão de Minas Gerais. Analisa os aspectos geográficos da região, e mostra como a ocupação histórica do território, que teve como foco apenas os ganhos imediatos de alta lucratividade, foi o principal fator de empobrecimento e esvaziamento da região. Desenvolve, em seguida, um trabalho em que, através dos saberes próprios da comunidade, foi possível pensar em alternativas de vida e trabalho para os setores mais empobrecidos daquela região. A partir da utilização da metodologia de base comunitária, já discutida em textos anteriores, ele consegue envolver amplos setores da sociedade local. E o segundo o texto de Clara Baptista, Sandra Benitez e Celso Sánchez. Nesta produção a três mãos faz-se um breve estudo da história dos Guarani e de algumas de suas aldeias no Estado do Rio de Janeiro. Desde o início do trabalho percebe-se o cuidado no trato das peculiaridades da aldeia, cujos membros, em interação permanente com as pesquisadoras, foram co-responsáveis pelo desenvolvimento do estudo. Descreve-se ainda o processo de conquista das escolas indígenas destinadas a formação cultural das crianças e jovens preocupação que só foi possível ser transformada em realidade após a constituição de 1988 e de muita luta dos povos originários. Na quarta parte do livro um estudo histórico-bibliográfico de Barbara Pelacani e Marcelo Aranda. Eles iniciam com a definição da Educação Ambiental Crítica e seguem com uma síntese breve sobre o macro contexto político a partir de 1930, ano da revolução da tomada do poder por Getúlio Vargas, e estendem a análise
até os anos da década de 1960, quando temos, em 1964, o golpe civil militar. Mergulham na mais influente formulação educacional do período, o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova e, a partir da análise do movimento e suas repercussões, delineiam as principais iniciativas governamentais para a educação no campo, tendo
como pano de fundo político as lutas que já se travavam contra a expansão dos latifúndios, a mecanização da agricultura e o empobrecimento paulatino dos pequenos e médios agricultores. O segundo e último texto desta quarta parte elaborados por Celso Sánchez e Marcelo Aranda, após breve consideração sobre o sistema capitalista na sua forma contemporânea, mapeiam movimentos sociais latinoamericanos de diversas procedências, objetivos e com focos de lutas diferentes, ao aproximá-los a resistência às novas e velhas formas de expropriação do capital, que são a essência da Educação Ambiental Crítica. Após essas considerações teóricas e este levantamento, buscam, nas formas de ação e resistência destes grupos e movimentos, os ensinamentos, ou as pedagogias que deles emergem. Esta reflexão avança no sentido de uma Pedagogia própria desses movimentos a ser assumida como a Pedagogia da EA Crítica, entendida como uma Pedagogia de resistência, como um instrumento de luta contra a nova onda de barbárie proporcionada pelas violentas ações de vários setores do capital, todos alavancados pela ideologia e pelas práticas de financeirização da vida. Contra tais usos e abusos se colocam os autores, reafirmando a necessidade dos educadores ambientais assumirem e se engajarem nesses movimentos, ou apoiá-los em suas trincheiras específicas, como as universidades, por exemplo. Para fechar o livro, o relato de Sônia Oliveira, acompanhada na escrita por Daniel Renauld, nos traz inquietações várias, principalmente a respeito do nosso papel de professores no mundo. Assumir as lutas a favor dos despossuídos que estão longe e mesmo ir a campo em contato com eles para desenvolver pesquisas participativas é fundamental, mas os autores mostram também que ouvir e cuidar de quem está ao nosso lado é igualmente transformador. Sônia, como servidora da UNIRIO, passou a fazer parte do grupo e o fato de ter aceitado este desafio transformou sua vida, bem como a de todos do grupo. A solidariedade entre os membros se fortaleceu e as perspectivas de trabalho dentro da universidade se ampliaram.

Research paper thumbnail of A Questão Ambiental À Luz De Tieta

O presente trabalho tem por objetivo refletir sobre o encontro da educação ambiental com a questã... more O presente trabalho tem por objetivo refletir sobre o encontro da educação ambiental com a questão de gênero por intermédio da Literatura. Realizamos a análise da obra “Tieta do Agreste” de Jorge Amado com o objetivo de observar o posicionamento político das mulheres nos movimentos comunitários diante dos conflitos socioambientais. Como são as mulheres as mais afetadas pela crise ambiental é necessária uma educação que trabalhe no caminho oposto da opressão dos sujeitos. Destaca-se a centralidade das mulheres diante de posicionamentos político e pedagógicos em defesa da vida na Educação Ambiental que trazem importantes conexões com o campo da ecologia política. Assim, ressalta-se o enfoque para a questão de gênero como uma abordagem que permite entrelaçamento de tais dimensões. Tal visão complexa é o que nos ensina a Luz de Tieta

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Revista Pesquisas e Práticas Psicossociais, Jun 16, 2021

In the field of Psychosociology, it is advocated the reorientation of interventional processes, a... more In the field of Psychosociology, it is advocated the reorientation of interventional processes, as well as psychosociological formulations in line with the demands of the current situation. Through bibliographic review, the article aims to rehearse theoretical and conceptual perspectives on the Latin American paths taken by

Research paper thumbnail of A Questão Ambiental À Luz De Tieta

Revista Perspectivas Educativas, 2020

Resumo. O presente trabalho tem por objetivo refletir sobre o encontro da educação ambiental com ... more Resumo. O presente trabalho tem por objetivo refletir sobre o encontro da educação ambiental com a questão de gênero por intermédio da Literatura. Realizamos a análise da obra "Tieta do Agreste" de Jorge Amado com o objetivo de observar o posicionamento político das mulheres nos movimentos comunitários diante dos conflitos socioambientais. Como 1 O artigo é resultado parcial de uma investigação sobre Educação e Literatura, com enfoque na Educação Ambiental e um recorte realizado a partir da leitura do livro "Tieta do Agreste" de Jorge Amado, organizado por um grupo de pesquisadores de distintas Universidades do Rio de Janeiro.

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Research paper thumbnail of Diálogos com a Educação Ambiental desde el Sur a partir da “fotoescrevivência”

Ensino, Saude e Ambiente, 2021

O artigo discute a experiência da disciplina Educação Ambiental oferecida para os cursos de Gradu... more O artigo discute a experiência da disciplina Educação Ambiental oferecida para os cursos de Graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Questiona a ausência de saída de campo e de metodologias inovadoras no ensino de Ciências Biológicas. Dialoga com a “escrevivência” de Conceição Evaristo e propõe a “fotoescrevivência” como caminho para uma pedagogia decolonial. Encontra possibilidades para pensar a formação docente contextualizada com os territórios e com os conhecimentos ancestrais ao identificar “outras” pedagogias, como: resistência, conflito e da terra. Conclui que as experiências de trabalho de campo no âmbito da disciplina são pistas para uma formação mais plural, dialógica e criativa.

Research paper thumbnail of A educação ambiental crítica e a contextualização à realidade socioambiental latino-americana

Formação de professores para uma educação plural e democrática: narrativas, saberes, práticas e políticas educativas na América Latina

A crise socioambiental "descoberta" e deflagrada no período do pós-guerra, cujas dimensões não ap... more A crise socioambiental "descoberta" e deflagrada no período do pós-guerra, cujas dimensões não apresentam precedentes na história humana, abre margem para reflexões a respeito das formas como as sociedades vêm travando suas relações socioambientais ao longo da história. Estas discussões se nutrem de dados, como os fornecidos pelas Nações Unidas, 1 que apontam que vivemos em um tempo em que a miséria e a concentração de riquezas nas mãos de poucos atingem níveis absurdos, jamais vistos (Coronil, 2000). Recentes dados da organização não governamental OXFAM mostram que seis brasileiros possuem a mesma quantidade de dinheiro de metade da população. 2 Dessa forma, sob os diversos olhares que se atentam para esta questão, como o de cientistas, intelectuais acadêmicos e oriundos de outros espaços para além da 1. Dados da ONU. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/>.

Research paper thumbnail of Diálogos Insurgentes entre Educação Ambiental e Culturas no Encontro Pesquisa em Educação Ambiental (EPEA)

Pesquisa em Educação Ambiental

Este artigo tem por objetivo refletir sobre a temática Educação Ambiental e Culturas, com ênfase ... more Este artigo tem por objetivo refletir sobre a temática Educação Ambiental e Culturas, com ênfase nos trabalhos apresentados desde o primeiro Encontro Pesquisa em Educação Ambiental (EPEA), em 2001, até as reflexões ocorridas no Grupo de Discussão de Pesquisas (GDP) desse subcampo de pesquisa, durante o X EPEA, realizado em 2019. Para além de trazer um relato das discussões, o artigo se debruça sobre a evolução das temáticas dos trabalhos relacionados às culturas, apresentados nas quatro primeiras edições do EPEA (2001-2007), em um modesto estado da arte realizado por meio de termos de busca ligados à temática, presentes em seus resumos. Constatamos que, nesse período, as investigações estavam ligadas predominantemente às categorias cultura e saberes, que foram contempladas por trabalhos em todas as edições. Os temas dos Estudos Culturais, Inter/ multiculturalidade e Colonialidade não estiveram presentes nas investigações desse subcampo apresentadas no EPEA, no período, sendo necessá...

Research paper thumbnail of EDITORIAL Educação Ambiental: Insurgências, Re-Existências E Esperanças

Ensino, Saude e Ambiente

O artigo aborda os desafios da educação ambiental no atual contexto de pandemia do corona vírus, ... more O artigo aborda os desafios da educação ambiental no atual contexto de pandemia do corona vírus, de intensificação da degradação ambiental e de recorrência de eventos climáticos extremos. Apresenta o dossiê “Educação Ambiental: Insurgências, Re-Existências e Esperanças” e promove um diálogo entre os autores, com vistas a desenhar caminhos para uma educação ambiental construída na luta e para a luta dos movimentos populares pelos direitos à terra, à água, ao meio ambiente equilibrado, à saúde e educação. Defende-se que a educação ambiental crítica desempenha um importante papel ao promover reflexões sobre o modelo de sociedade, as relações dos humanos com o ambiente e as outras espécies, a desigualdade no uso dos recursos naturais e o desproporcional impacto dos danos ambientais nas populações marginalizadas. Tais reflexões se fazem essenciais para os enfrentamentos que se fazem necessários no pós-pandemia, em um tempo histórico em que o lucro dos capitalistas se coloca acima do valo...

Research paper thumbnail of Sendas Poéticas: Trayectorias de la Educación Ambiental del Grupo Geasur en la Descolonización del Campo Ampliado del Arte

Culturas, 2021

Resumen Los caminos poéticos se trazan, en este artículo, por las relaciones de intercambio entre... more Resumen Los caminos poéticos se trazan, en este artículo, por las relaciones de intercambio entre procesos artísticos e investigaciones académicas de educación ambiental, desarrolladas por el Grupo de Educación Ambiental desde el Sur —GEASUR—, en la Universidad Federal del Estado de Río de Janeiro, en Brasil. Identificados con la idea de la ecología del conocimiento, contribuyendo así a la descolonización del conocimiento y el arte, los procesos interdisciplinarios se crean y mejoran mediante acciones y obras que desbordan el compromiso social, la colaboración de artistas y no artistas y, principalmente, se desarrollan la percepción del arte en su estado de encuentro. Sendas Poéticas: Trayectorias de la Educación Ambiental del Grupo Geasur en la Descolonización del Campo Ampliado del Arte

Research paper thumbnail of Community environmental education and the struggle for water

Praxis & Saber

In this article, we propose to reflect on the environmental education that emerges from the confl... more In this article, we propose to reflect on the environmental education that emerges from the conflict over the construction project of the Guapiaçu dam, in Cachoeiras de Macacu, Rio de Janeiro. To this end, we start from the perspective of community environmental education developed by the Environmental Education Study Group from the South, especially in the interaction with the Movement of Dam Affected People, for the pursuit of environmental justice. Thus, such meetings unveil the necropolitical bias of this “development” project, that clashes with farmers and with life in this territory. Therefore, we highlight the communityenvironmental education, interwoven from the encounter with the voices and the waters that flow through this environment, as a possible way to confront a necropedagogy that supports such necropolitics.

Research paper thumbnail of O Potencial Encontro da Educação Ambiental Com a Literatura de Cordel

O Cordel e uma expressao popular que aborda tematicas variadas, dentre elas a questao ambiental. ... more O Cordel e uma expressao popular que aborda tematicas variadas, dentre elas a questao ambiental. O presente artigo visa apresentar a potencia de se articular a Educacao Ambiental (EA) aos Cordeis. O interesse na producao deste trabalho nasceu da importância de discutir sobre EA ao mesmo tempo pensando em praticas diferenciadas de intervencao. Este artigo foi construido a partir de uma revisao bibliografica dos conceitos fundamentais da pesquisa: Literatura de Cordel e Educacao Ambiental e uma posterior analise de cinco cordeis com o olhar da Educacao Ambiental Critica (EAC). Atraves deste trabalho pudemos observar como o cordel torna-se relevante para fundamentar uma EAC visto que e um material que traz a tona uma critica a partir do territorio e ao mesmo tempo dialoga com os sujeitos oprimidos.

Research paper thumbnail of Caracterização Da Visitação No Parque Estadual Dos Três Picos, RJ

Anais do Uso Público em Unidades de Conservação

O ecoturismo é o segmento de viagens que mais cresce no mundo, sendo que os espaços das Unidades ... more O ecoturismo é o segmento de viagens que mais cresce no mundo, sendo que os espaços das Unidades de Conservação são importantes atrativos neste contexto. Acredita-se que o incremento da visitação deve ser acompanhado pelo planejamento das atividades, a fim de mitigar os impactos socioambientais negativos e ressaltar os pontos positivos. O presente estudo objetivou caracterizar a visitação do Parque Estadual dos Três Picos no Rio de Janeiro. Para tal, utilizou-se a análise das fichas de cadastro de visitantes preenchidas nos núcleos do Parque entre 2003 e 2012. Visando aprimorar este levantamento foi proposto um agrupamento das áreas do parque que possuem características e atividades de uso público similares. Resultando numa classificação em setores (Educação Ambiental, Administrativo, Águas, Esporte e Montanha). Os resultados revelaram uma tendência de aumento da visitação ao longo do tempo, além de um padrão de sazonalidade da visitação durante o ano. Foi constatado maior uso públi...

Research paper thumbnail of Las luchas que educan: La Educación Ambiental de Base Comunitaria y las Consultas Populares en el conflicto minerio en Colombia

Ensino, Saude e Ambiente

En este trabajo nos proponemos abordar las Consultas Populares celebradas en casos de conflictos ... more En este trabajo nos proponemos abordar las Consultas Populares celebradas en casos de conflictos sociales y ambientales en Colombia como una posibilidad de acción participativa de las comunidades en la lucha por la justicia socioambiental. Presentamos acá la confluencia de la Educación Ambiental de Base Comunitaria en diálogo con el campo de la Ecología Política. Analizaremos los casos en que se aplicó la Consulta Popular en las ciudades de Ibagué y Cajamarca, departamento del Tolima, Colombia, referente a la actuación del movimiento ambiental a frente al conflicto por el proyecto minero La Colosa de la multinacional Anglo Gold Ashanti. Buscamos comprender cómo la lucha social y ambiental puede ingresar al campo político y convertirse en un instrumento de acción comunitaria. Identificamos en las luchas los sujetos involucrados, tanto el movimiento ambientalista junto a la Universidad del Tolima, como los ciudadanos que lo apoyan. Pensar nuevas formas de educación ambiental desde los...

Research paper thumbnail of Educação Ambiental crítica e estudos de patrimônio crítico: intersecções e virada para pedagogias decoloniais

Revista Brasileira de Educação Ambiental (RevBEA)

Este trabalho visa refletir sobre a contextualização de temas transversais e atuação do educador ... more Este trabalho visa refletir sobre a contextualização de temas transversais e atuação do educador frente aos eixos ambiental e patrimonial partindo de sua intersecção voltada para pedagogias decoloniais, conforme percebe Catherine Walsh. Buscamos aqui explorar a transversalidade da educação ambiental no encontro com a educação patrimonial a fim de sentipensar pedagogias decoloniais. Nesse sentido, atravessando a teoria crítica para ler o mundo junto a inter-multi-transdisciplinaridade entre as ciências biológicas e humanas entendemos que tais práticas educativas contribuem para a formação humanitária dos educandos, fazendo-os reconhecer através de abordagens na educação ambiental e patrimonial o raciocínio para a autonomia através de incentivo de leitura crítica do mundo através das práticas de educação ambiental crítica e educação patrimonial e suas intersecções voltadas para ótica decolonial.

Research paper thumbnail of A Educação Ambiental Crítica e a contextualização à realidade socioambiental latino-americana

livro Formação de Professores para uma educação Plural e Democrática: narrativas, saberes e politicas educativas na América Latina , 2019

A crise socioambiental “descoberta” e deflagrada no período do pós-guerra, cujas dimensões não ap... more A crise socioambiental “descoberta” e deflagrada no período do pós-guerra, cujas dimensões não apresentam precedentes na história humana, abre margem para reflexões á respeito das formas como as sociedades vem travando suas relações sócio-ambientais ao longo da história. Estas discussões se nutrem de dados, como os fornecidos pelas Nações Unidas, que apontam que vivemos num tempo onde a miséria e a concentração de riquezas nas mãos de poucos atingem níveis absurdos, jamais vistos. A crise da exploração ambiental desenfreada é reflexo das relações de opressão e dominação inerentes ao modelo de sociedade dominante capitalista, que expropria, aniquila e impede o fruiur da vida e da existência. Esse texto tem como objetivo refletir sobre a educação ambiental necessária e urgente ao contexto das realidades socioambientais latino-americanas. Nosso interesse parte, portanto, da discussão da ideia de contextualização, desenvolvida por Boaventura de Sousa Santos. Este autor vai pensar o debate sobre a contextualização e a descontextualização das subjetividades na modernidade, a partir da dicotomia entre as subjetividades, individual e coletiva, por um lado e as subjetividades abstratas e contextualizadas, por outro. Nesse texto procuramos compreender os diálogos urgentes e necessários da educação ambiental para além das condutas normatizadoras, das responsabilidades individuais em relação ao meio ambiente (visto como um aspecto naturalizado, abstrato e despersonificado) para uma educação ambiental emprenhada de gente. Os chamados “novos movimentos sociais” (movimento negro, principalmente nos Estados Unidos, os novos movimentos feministas, os movimentos pacifistas e também o movimento ambientalista) nutriam-se de um momento de resgate das utopias, onde as forças pareciam direcionar-se para a transformação da sociedade. E em paralelo a esses movimentos sociai surgia uma ação educativa denominada de Educação Ambiental que emerge como proposta global, neste momento onde o pensamento conservacionista de retorno à natureza intocada é resgatado em muitos aspectos e onde a valorização das soluções tecnológicas é crescente. Porém, essa conformação de uma Educação Ambiental pragmática, cognitivista e comportamentalista, de mudança dos hábitos individuais e que desconsidera os conflitos socioambientais, toma cada vez mais espaços, sendo a tendência hegemônica que mais cresce nos dias de hoje. No entanto, em outras partes do mundo, principalmente no chamado Sul global, outros posicionamentos ambientais contextualizados às realidades de exclusão e invisibilização, vem surgindo, ou se renovando. O diálogo com as teorias críticas da educação e também com as experiências dos movimentos sociais e organizações populares guiam e dão corpo à chamada Educação Ambiental Crítica, cujas intenções emancipatórias se aproximam muito da Educação Popular de Paulo Freire. Logo, a Educação Ambiental Crítica se constrói como uma alternativa ao modelo comportamentalista, descontextualizado ou essencialmente conservacionista. Em dialogo com a busca por transformações nas relações de poder e nas relações socioambientais, a Educação Ambiental Crítica dá grande importância aos processos pedagógicos que emergem das lutas socioambientais e das experiências de resistência e educação popular que surgem nos territórios. Nesse sentido vão existir território e territorialidade, onde o último representa o fazer e as relações sociais de territorialização. Para esse autor em um território pode existir diversas territorialidades, porém infelizmente o território geralmente naturaliza as relações sociais e de poder. A partir dessa ideia podemos supor que pode emergir um processo de educação ambiental das lutas sociais e ambientais com uma proposta com base em um aporte da práxis crítica e com instrumentos de análise da realidade e da conjuntura do país. E que esse processo pode contribui com os aprendizados construídos durante o processo de luta, bem como, da necessidade de publicização de conflitos e da mobilização social.

Research paper thumbnail of Dialogos Insurgentes entre Educacao Ambiental e Culturas no Encontro Pesquisa em Educacao Ambiental EPEA

Pesquisa em Educação Ambiental, vol.15, n.1, 2020

Este artigo tem por objetivo refletir sobre a temática Educação Ambiental e Culturas, com ênfase ... more Este artigo tem por objetivo refletir sobre a temática Educação Ambiental e Culturas, com ênfase nos trabalhos apresentados desde o primeiro Encontro Pesquisa em Educação Ambiental (EPEA), em 2001, até as reflexões ocorridas no Grupo de Discussão de Pesquisas (GDP) desse subcampo de pesquisa, durante o X EPEA, realizado em 2019. Para além de trazer um relato das discussões, o artigo se debruça sobre a evolução das temáticas dos trabalhos relacionados às culturas, apresentados nas quatro primeiras edições do EPEA (2001-2007), em um modesto estado da arte realizado por meio de termos de busca ligados à temática, presentes em seus resumos. Constatamos que, nesse período, as investigações estavam ligadas predominantemente às categorias cultura e saberes, que foram contempladas por trabalhos em todas as edições. Os temas dos Estudos Culturais, Inter/
multiculturalidade e Colonialidade não estiveram presentes nas investigações desse subcampo apresentadas no EPEA, no período, sendo necessário aprofundar a extensão desse fenômeno em revistas e bancos de dissertações e teses, bem como avaliar os desdobramentos epistemológicos e sociopolíticos da atenção que tem sido conferida
pelo campo da pesquisa em Educação Ambiental às perspectivas que reconhecem e conferem a voz às diferentes culturas, visando superar os processos de silenciamento que impedem a participação plena nos processos decisórios e na vida social. Temáticas tais que aparecem recentemente no GDP EA e Culturas que valorizam a dialogicidade e a inter/multiculturalidade, com críticas à colonialidade e ampliando as possibilidades epistemológicas, político-metodológicas e ontológicas da Pesquisa em Educação Ambiental.

Research paper thumbnail of EDUCAÇÃO AMBIENTAL CRÍTICA E ESTUDOS DE PATRIMÔNIO CRÍTICO: INTERSECÇÕES E VIRADA PARA PEDAGOGIAS DECOLONIAIS

Revista Brasileira de Educação Ambiental, 2019

Resumo: Este trabalho visa refletir sobre o caráter transversal de abordagens da educação ambient... more Resumo: Este trabalho visa refletir sobre o caráter transversal de abordagens da educação ambiental e patrimonial partindo de sua intersecção voltada para pedagogias decoloniais. Buscamos explorar o aporte da teoria crítica na Educação Ambiental e a necessidade de giro para pedagogias decoloniais construídas coletivamente para "sentipensar". Nesse sentido, ao açambarcar a leitura inter-multi-transdisciplinar entre os diálogos de saberes entendemos que as práticas educativas que contribuem para a formação dos educandos devem promover suporte à autonomia, sustentabilidade, justiça socioambiental e políticas patrimoniais voltadas para a valorização de saberes e práticas que possam ser sustentáveis e viáveis ao grupo envolvido em tais ações educativas.

Research paper thumbnail of EDITORIAL EDUCAÇÃO AMBIENTAL: INSURGÊNCIAS, RE-EXISTÊNCIAS E ESPERANÇAS

ENSINO, SAÚDE E AMBIENTE, 2020

O artigo aborda os desafios da educação ambiental no atual contexto de pandemia do corona vírus, ... more O artigo aborda os desafios da educação ambiental no atual contexto de pandemia do corona vírus, de intensificação da degradação ambiental e de recorrência de eventos climáticos extremos. Apresenta o dossiê "Educação Ambiental: Insurgências, Re-Existências e Esperanças" e promove um diálogo entre os autores, com vistas a desenhar caminhos para uma educação ambiental construída na luta e para a luta dos movimentos populares pelos direitos à terra, à água, ao meio ambiente equilibrado, à saúde e educação. Defende-se que a educação ambiental crítica desempenha um importante papel ao promover reflexões sobre o modelo de sociedade, as relações dos humanos com o ambiente e as outras espécies, a desigualdade no uso dos recursos naturais e o desproporcional impacto dos danos ambientais nas populações marginalizadas. Tais reflexões se fazem essenciais para os enfrentamentos que se fazem necessários no pós-pandemia, em um tempo histórico em que o lucro dos capitalistas se coloca acima do valor da vida.

ABSTRACT: The article addresses the challenges of environmental education in the current context of the corona virus pandemic, the intensification of environmental degradation and the recurrence of extreme weather events. It presents the dossier "Environmental Education: Insurgencies, Re-Existences and Hopes" and promotes a dialogue between the authors, aiming to designing paths for environmental education built on the struggle and for the struggle of popular movements for the rights to land, water, balanced environment, health and education. It argues that critical environmental education plays an important role in promoting reflections on the model of society, the human relations with the environment and other species, the inequality in the use of natural resources and the disproportionate impact of environmental damage on marginalized populations. Such reflections are essential for the necessary confrontations in the post-pandemic, at a historical time when the capitalists' profit is above the value of life.

Research paper thumbnail of Educação Ambiental desde El Sur (environmental educacion desde El Sur)

Educação Ambiental desde El Sur, 2018

Esse livro é fortemente inspirado nas palavras de Gonzaguinha: E aprendi que se depende sempre de... more Esse livro é fortemente inspirado nas palavras de Gonzaguinha: E aprendi que se depende sempre de tanta, muita, diferente gente, toda pessoa sempre é as marcas das lições diárias de outras tantas pessoas. E é tão bonito quando a gente entende, que a gente é tanta gente onde quer que a gente vá, e é tão bonito quando a gente sente, que nunca está sozinho por mais que pense estar. Uma canção belíssima que reflete o sentido da produção coletiva do Grupo de Estudos de Educação Ambiental Desde El Sur (GEASUR), do seu ato criativo e colaborativo que permite alcançar olhares, construir possibilidades outras, sobre o solo onde pisamos na intenção de pensar uma educação ambiental num contexto Latino Americano, surge das "lições diárias", das vivências pessoais, de imersões em viagens, de experiências familiares e de heranças de ancestralidades que falam alto nas práticas cotidianas de um grupo de pesquisa comprometido com a educação ambiental em sua perspectiva crítica. Este livro, portanto, nasce no contexto de um grupo de pesquisa que pretende pensar a educação ambiental em uma vertente que supere a sua dimensão cognitivista, comportamental, comportamentalista e de "fazeres" individuais. Nesse sentido, propomos uma educação ambiental outra, que se pretende mais solidária, fraterna e plural. Anne Kassiadou abre a primeira parte, dedicada às reflexões teóricas responsáveis pela caracterização das políticas hegemônicas da Educação Ambiental, a começar pelo próprio conceito de desenvolvimento que tais políticas tratam como uma necessidade inquestionável. Segue com um mergulho nas referências do pensamento decolonial latinoamericano, como Walsh, Mignolo e Quejano. Destaca o conceito de “desobediência epistemológica” cunhado por Mignolo, que serve de ponte para estabelecer a relação do campo dos estudos decoloniais com a EA Crítica O segundo texto, que fecha esta primeira parte, é uma produção de Jairo Andrés Velásquez Sarria, Bárbara Pelacani, Gloria Marcela Flórez Espinosa, Daniel Renaud e Celso Sánchez Pereira, que mapeiam as diversas tendências no campo da EA atual, delineiam os posicionamentos políticos e epistemológicos dos autores dessas produções, discutem algumas tensões entre essas tendências, e assumem o posicionamento crítico frente aos demais discursos do campo. Em seguida, aprofundam as críticas à EA das elites, das grandes potências e conglomerados capitalistas e a denominam como EA hegemônica. Após o delineamento teórico e a caracterização da EA hegemônica, a segunda parte é dedicada ao desnudamento das formas como esse discurso opera em diversas esferas e setores das sociedades latinoamericanas. Inicia com Rafaella Sampaio Uchoa, que nos traz uma análise do documento orientador da “Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável”. Este foi utilizado ao redor do mundo para justificar uma série de ações de governos e agências não governamentais, com forte penetração nos países do nosso continente. A autora faz a crítica do documento a partir do pensamento educacional de Paulo Freire e, neste exercício de aproximação entre esta teoria e as visões de educação de professor e de aluno que estão subjacentes ao documento da UNESCO. Em seguida, Lucas Cunha e Celso Sánchez fazem uma análise da política pública do município do Rio de Janeiro, denominado de “Projeto Mutirão”, que visava o reflorestamento de área degradada do morro da Formiga, na zona norte do Rio de Janeiro. O exercício inicial é vincular este projeto às propostas internacionais de intervenções dos poderes públicos no sentido de recuperar estragos feitos por ocupações
descuidadas e desordenadas ao longo da História. Gleice Alves dá sequência ao entendimento das formas como opera o discurso hegemônico na EA através de uma avaliação dos textos legais e das políticas públicas, direcionadas à EA dos países da América Latina e do Caribe. Busca também compreender como estes discursos funcionam no apagamento das culturas dos povos originais da região, da sexualidade, das diversidades raciais e de gênero. E afirma, de forma contundente: “Essa é a visão de uma educação ambiental desde El Sur que apresenta o outro verdadeiro que é negro, que é indígena, que é homossexual, que está marcado pela guerra, pela imigração, pela fome, pela miséria, pela tragédia latinoamericana, pela colonialidade”. Para fechar essa segunda parte, mais uma elaboração coletiva, fruto dos Diálogos Desde El Sur. Desta feita altera-se a lógica e as autoras María Angélica Mejía Cáceres, Ludy Lorena Gómez, Teresita Cárdenas e María del Mar Castrillón, todas colombianas, escrevem em português e analisam a conjuntura da crise ambiental no seu país a partir de um estudo de caso no município de Paz de Ariporo, Departamento de Casanare. Após uma reflexão teórica sobre o conceito de conjuntura, descrevem, os aspectos físicos e da ocupação do local com destaque para a biodiversidade. Mostram como a Colômbia foi perdendo lugar no ranking de países que cuidam do meio ambiente, apesar de todo o aparato estatal que foi sendo criado para impedir mudanças climáticas, principalmente após a Rio 92. Na terceira parte são apresentados dois trabalhos que mostram a metodologia de base comunitária. nessa parte do livro Daniel Renaud faz um mergulho na região mais degradada do vale do Rio Jequinhonha, na fronteira entre a zona da mata e o sertão de Minas Gerais. Analisa os aspectos geográficos da região, e mostra como a ocupação histórica do território, que teve como foco apenas os ganhos imediatos de alta lucratividade, foi o principal fator de empobrecimento e esvaziamento da região. Desenvolve, em seguida, um trabalho em que, através dos saberes próprios da comunidade, foi possível pensar em alternativas de vida e trabalho para os setores mais empobrecidos daquela região. A partir da utilização da metodologia de base comunitária, já discutida em textos anteriores, ele consegue envolver amplos setores da sociedade local. E o segundo o texto de Clara Baptista, Sandra Benitez e Celso Sánchez. Nesta produção a três mãos faz-se um breve estudo da história dos Guarani e de algumas de suas aldeias no Estado do Rio de Janeiro. Desde o início do trabalho percebe-se o cuidado no trato das peculiaridades da aldeia, cujos membros, em interação permanente com as pesquisadoras, foram co-responsáveis pelo desenvolvimento do estudo. Descreve-se ainda o processo de conquista das escolas indígenas destinadas a formação cultural das crianças e jovens preocupação que só foi possível ser transformada em realidade após a constituição de 1988 e de muita luta dos povos originários. Na quarta parte do livro um estudo histórico-bibliográfico de Barbara Pelacani e Marcelo Aranda. Eles iniciam com a definição da Educação Ambiental Crítica e seguem com uma síntese breve sobre o macro contexto político a partir de 1930, ano da revolução da tomada do poder por Getúlio Vargas, e estendem a análise
até os anos da década de 1960, quando temos, em 1964, o golpe civil militar. Mergulham na mais influente formulação educacional do período, o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova e, a partir da análise do movimento e suas repercussões, delineiam as principais iniciativas governamentais para a educação no campo, tendo
como pano de fundo político as lutas que já se travavam contra a expansão dos latifúndios, a mecanização da agricultura e o empobrecimento paulatino dos pequenos e médios agricultores. O segundo e último texto desta quarta parte elaborados por Celso Sánchez e Marcelo Aranda, após breve consideração sobre o sistema capitalista na sua forma contemporânea, mapeiam movimentos sociais latinoamericanos de diversas procedências, objetivos e com focos de lutas diferentes, ao aproximá-los a resistência às novas e velhas formas de expropriação do capital, que são a essência da Educação Ambiental Crítica. Após essas considerações teóricas e este levantamento, buscam, nas formas de ação e resistência destes grupos e movimentos, os ensinamentos, ou as pedagogias que deles emergem. Esta reflexão avança no sentido de uma Pedagogia própria desses movimentos a ser assumida como a Pedagogia da EA Crítica, entendida como uma Pedagogia de resistência, como um instrumento de luta contra a nova onda de barbárie proporcionada pelas violentas ações de vários setores do capital, todos alavancados pela ideologia e pelas práticas de financeirização da vida. Contra tais usos e abusos se colocam os autores, reafirmando a necessidade dos educadores ambientais assumirem e se engajarem nesses movimentos, ou apoiá-los em suas trincheiras específicas, como as universidades, por exemplo. Para fechar o livro, o relato de Sônia Oliveira, acompanhada na escrita por Daniel Renauld, nos traz inquietações várias, principalmente a respeito do nosso papel de professores no mundo. Assumir as lutas a favor dos despossuídos que estão longe e mesmo ir a campo em contato com eles para desenvolver pesquisas participativas é fundamental, mas os autores mostram também que ouvir e cuidar de quem está ao nosso lado é igualmente transformador. Sônia, como servidora da UNIRIO, passou a fazer parte do grupo e o fato de ter aceitado este desafio transformou sua vida, bem como a de todos do grupo. A solidariedade entre os membros se fortaleceu e as perspectivas de trabalho dentro da universidade se ampliaram.