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Papers by Camila Carvalho
Aletria: Revista de Estudos de Literatura, 2020
Tendo como guia um corpo-memória, que ao recuperar o passado a partir do não-dito revela sua latê... more Tendo como guia um corpo-memória, que ao recuperar o passado a partir do não-dito revela sua latência no presente, em Jamás el fuego nunca (2007), de Diamela Eltit, literatura, política e História cruzam-se a todo tempo. Trata-se de uma narrativa na qual uma mulher sem nome rememora episódios passados ao mesmo tempo em que examina a banalidade do presente que compartilha com seu companheiro, o antigo líder de uma célula militante. Retomando a memória da ditadura chilena a partir daquele que talvez seja seu traço mais sinistro – o desaparecimento –, nesse romance, Eltit se aproxima da realidade histórica para acrescentar à discussão uma perspectiva irrealizável fora do horizonte da arte. Neste artigo, interessa-nos investigar em que medida a conversão desse rastro do passado em estratégia estética – ao colocar em disputa outras formas de visibilidade e inteligibilidade – dialoga com o conceito de História elaborado por Walter Benjamin.
Tradução de Género y dolor. Neste ensaio a escritora chilena Diamela Eltit elabora uma reflexão a... more Tradução de Género y dolor. Neste ensaio a escritora chilena Diamela Eltit elabora uma reflexão acerca do ensaio e pesquisa acadêmicos. O texto foi publicado pela primeira vez em 2013 na revista Taller de Letras 53 e, posteriormente, integrado à sua coletânea de ensaios Réplicas publicada em 2016.
Em Tese, 2021
Guiada pela inteligibilidade de um corpo-memória que recupera o passado revelando sua latência no... more Guiada pela inteligibilidade de um corpo-memória que recupera o passado revelando sua latência no presente, em Jamais o fogo nunca (2007) Diamela Eltit propõe, de forma literariamente política, uma releitura histórica da ditatura militar chilena de um modo, fundamentalmente, feminino. Neste romance, uma mulher sem nome rememora episódios passados ao mesmo tempo em que examina a banalidade do presente que compartilha com seu companheiro, a imagem degradada de uma liderança militante autoritária. Por meio desse corpo-ruína, que interpela o desaparecimento de um projeto político, revelando suas contradições internas, Jamais o fogo nunca expõe a relação dialética que une passado e presente para retirar do silenciamento a hierarquia de gênero que estruturou tanto o moralismo do Estado quanto as organizações militantes. Ao aproximar-se da ditadura militar por meio do escrutínio da masculina militância, o romance questiona a falocêntrica racionalidade e elabora um tipo de aproximação ao pa...
Aletria: Revista de Estudos de Literatura, 2020
Tendo como guia um corpo-memória, que ao recuperar o passado a partir do não-dito revela sua latê... more Tendo como guia um corpo-memória, que ao recuperar o passado a partir do não-dito revela sua latência no presente, em Jamás el fuego nunca (2007), de Diamela Eltit, literatura, política e História cruzam-se a todo tempo. Trata-se de uma narrativa na qual uma mulher sem nome rememora episódios passados ao mesmo tempo em que examina a banalidade do presente que compartilha com seu companheiro, o antigo líder de uma célula militante. Retomando a memória da ditadura chilena a partir daquele que talvez seja seu traço mais sinistro – o desaparecimento –, nesse romance, Eltit se aproxima da realidade histórica para acrescentar à discussão uma perspectiva irrealizável fora do horizonte da arte. Neste artigo, interessa-nos investigar em que medida a conversão desse rastro do passado em estratégia estética – ao colocar em disputa outras formas de visibilidade e inteligibilidade – dialoga com o conceito de História elaborado por Walter Benjamin.
Tradução de Género y dolor. Neste ensaio a escritora chilena Diamela Eltit elabora uma reflexão a... more Tradução de Género y dolor. Neste ensaio a escritora chilena Diamela Eltit elabora uma reflexão acerca do ensaio e pesquisa acadêmicos. O texto foi publicado pela primeira vez em 2013 na revista Taller de Letras 53 e, posteriormente, integrado à sua coletânea de ensaios Réplicas publicada em 2016.
Em Tese, 2021
Guiada pela inteligibilidade de um corpo-memória que recupera o passado revelando sua latência no... more Guiada pela inteligibilidade de um corpo-memória que recupera o passado revelando sua latência no presente, em Jamais o fogo nunca (2007) Diamela Eltit propõe, de forma literariamente política, uma releitura histórica da ditatura militar chilena de um modo, fundamentalmente, feminino. Neste romance, uma mulher sem nome rememora episódios passados ao mesmo tempo em que examina a banalidade do presente que compartilha com seu companheiro, a imagem degradada de uma liderança militante autoritária. Por meio desse corpo-ruína, que interpela o desaparecimento de um projeto político, revelando suas contradições internas, Jamais o fogo nunca expõe a relação dialética que une passado e presente para retirar do silenciamento a hierarquia de gênero que estruturou tanto o moralismo do Estado quanto as organizações militantes. Ao aproximar-se da ditadura militar por meio do escrutínio da masculina militância, o romance questiona a falocêntrica racionalidade e elabora um tipo de aproximação ao pa...