Evania Reich - Academia.edu (original) (raw)
Drafts by Evania Reich
Resumo: o presente artigo tem como objetivo apresentar a sociologia de Bourdieu, naquele âmbito e... more Resumo: o presente artigo tem como objetivo apresentar a sociologia de Bourdieu, naquele âmbito em que o sociólogo estuda a heterogeneidade das classes sociais através da relação da natureza dos capitais adquiridos, isto é, o capital econômico versus o capital cultural, e a sociologia de Veblen, o qual parte da ideia que a sociedade é desde sempre o palco do teatro de conflitos e dominação, no interior da qual os indivíduos são movidos pelos seus instintos e pulsões irracionais em busca de distinção e superioridade social. Em ambos os autores, o poder econômico é antes de tudo o poder de colocar a necessidade econômica à distância. Entretanto, tentar-se-á mostrar que enquanto no modelo de Bourdieu, o indivíduo é socialmente classificado pela orientação de suas práticas que manifestam as características de seus " habitus " , e assim, de seu status social, mas não é ele propriamente o autor dessa manifestação, em Veblen, ao contrário, o autor é absolutamente consciente de seu ato e o próprio motor da sua ação consumista ostentatória. Summary: the present article aims at introducing Bourdieu's sociology, within the context of the sociologist's studies of the heterogeneity of social classes through the nature of acquired capitals, namely, the economic capital versus the cultural capital, and Veblen's sociology , which starts from the idea that society has always been the scene of conflicts and domination, wherein individuals are moved by their instincts and irrational pulsions in the search for distinction and superiority. For both authors, economic power is first and foremost the power to keep economic necessity at a distance. However, while Bourdieu's model strives to show that individuals are socially classified by the orientation of their practices which enact the characteristics of their " habitus " , and thus, of their social status, but without them being the actual authors of that enactment, Veblen, on the contrary, asserts that the author is absolutely conscious of his act and the actual engine of his consumerist and ostentatious action.
Evânia Reich 1 O que significa para Hegel a liberdade? O que significa para Marx a liberdade? Qua... more Evânia Reich 1 O que significa para Hegel a liberdade? O que significa para Marx a liberdade? Quais são as preocupações desses dois filósofos quando o assunto é a condição do homem moderno? Em Hegel, o conceito de liberdade é um problema central que percorre toda a sua filosofia. Podemos dizer a mesma coisa em Marx? Provavelmente, mas de forma diferente. Enquanto Hegel elabora nos Princípios da Filosofia do direito, de forma sistemática, o percurso da liberdade, Marx está preocupado desde os seus escritos de juventude, em observar e criticar o modo de produção capitalista e a conseqüente alienação dos homens. Para Marx importa entender e criticar o porquê do fruto do trabalho dos homens, na sociedade moderna, não pertencer ao trabalhador, mas antes ao proprietário, ao capitalista. Neste sentido a liberdade certamente torna-se uma questão importante, embora não seja tratada diretamente, mas que depende para ser compreendida da análise da crítica social que faz Marx, já nos Manuscritos Econômico-filosóficos. O objetivo neste trabalho, primeiramente, é entender o conceito de liberdade em Hegel na Filosofia do direito, tentando apresentar o movimento dialético que constrói o filósofo. Em um segundo momento, analisaremos o conceito de alienação a fim de retirar do mesmo o conteúdo que nos permite ver em que sentido para Marx os homens vivem um momento de completa perda da liberdade. Tentaremos encontrar em que ponto a preocupação de Marx com a alienação do trabalhador e a conseqüente perda de liberdade
O artigo discute o papel da solidariedade como terceira dimensão do reconhecimento na obra Luta p... more O artigo discute o papel da solidariedade como terceira dimensão do reconhecimento na obra Luta por reconhecimento. A questão central é a de saber como a solidariedade - ou a estima social - pode ser a base substancial para a realização da justiça, do bem-estar e da vida boa, como parece indicar Honneth, em nossas sociedades indiscutivelmente pluralistas. Qual é o conjunto de conceitos capaz de explicar o coletivo social moderno como um todo ético e não meramente como um agregado de indivíduos autointeressados? Uma teoria social que leva a sério a ideia de vida ética resolveria o problema de conciliar as normas excessivamente exclusivas e substantivas de uma comunidade com as normas abstratas universais de um país?
Palavras-chave: reconhecimento, solidariedade, pluralismo.
Papers by Evania Reich
RESUMO O artigo discute o tema da laicidade republicana francesa e a questao da proibicao do uso ... more RESUMO O artigo discute o tema da laicidade republicana francesa e a questao da proibicao do uso do veu nas escolas pelas meninas muculmanas. Sao tres os principais objetivos deste artigo: o primeiro e situar o discurso laicista na tradicao republicada francesa, o segundo e apresentar os seus argumentos em defesa a proibicao do veu, e por ultimo, sublinhar algumas criticas que sao feitas ao pensamento laicista, seja por parte de uma corrente de esquerda francesa, seja por parte de um movimento feminista representado por mulheres tanto muculmanas quanto nao muculmanas. Palavras-chave: Republicanismo. Laicidade. Liberdade.
Todo o esforco de Rawls em seu Liberalismo Politico , no que diz respeito ao papel da religiao n... more Todo o esforco de Rawls em seu Liberalismo Politico , no que diz respeito ao papel da religiao na deliberacao e na razao publica, consiste, em primeiro lugar, em reconhecer o desafio politico das democracias liberais e pluralistas em face das crescentes demandas por participacao e reconhecimento da religiao na esfera politico-publica, e, em segundo lugar, em nao negligenciar o papel do cidadao religioso como membro desta sociedade pluralista e como um cidadao autonomo e com uma voz a ser escutada por todos de maneira igual. A grande questao e encontrar uma maneira em que todos os cidadaos possam adentrar no jogo da participacao, e ser ouvidos e levados a serio em suas demandas e propostas. Ora, em sociedades pluralistas tais como as nossas, em que os cidadaos possuem diferentes formas de vida boa e variadas concepcoes de mundo, o dificil e encontrar uma base comum de argumento. E justamente com base neste desafio que Rawls lanca o conceito de “limites da razao”, no interior do qual...
Griot : Revista de Filosofia, 2013
Este trabalho é dedicado às minhas adoradas filhas Clara e Louise e ao meu esposo Claude Reich. A... more Este trabalho é dedicado às minhas adoradas filhas Clara e Louise e ao meu esposo Claude Reich. AGRADECIMENTOS Ao professor Alessandro Pinzani, pela sua orientação, mas também pelas suas excelentes aulas sobre a Filosofia do direito de Hegel nos cursos de graduação e pós-graduação de filosofia desta universidade, sem as quais este trabalho não teria sido possível. Aos professores Erick Calheiros de Lima, Selvino José Assmann e Denílson Luis Werle, pelas sugestões e comentários na banca de defesa do presente trabalho. Aos colegas de pós-graduação, em especial aos participantes do grupo de orientandos pela leitura, discussão e conselhos de diversas partes desta dissertação. Ao meu amigo Fábio Baracuhy Medeiros pela sua preciosa ajuda desde o início do meu percurso filosófico. Ao meu esposo, Claude Daniel Reich, por ter me acompanhado neste trabalho, sempre com profundo interesse. Às minhas filhas, Clara e Louise, por tornarem a minha vida cheia de sentido. À minha mãe, pelo seu amor genuíno e pela sua coragem que sempre me serviu como uma grande lição para a minha própria vida. À CAPES, pela concessão de bolsa durante os dois anos deste trabalho permitindo-me uma exclusiva dedicação à pesquisa. RESUMO A presente dissertação é uma análise do conceito de reconhecimento na filosofia hegeliana, essencialmente nas duas obras do jovem Hegel, o Sistema da eticidade (1802-1803) e a Realphilosophie (1805-1806) e na obra da maturidade, Princípios da Filosofia do direito (1821). Contrariando uma leitura inicialmente feita pelo filósofo contemporâneo Axel Honneth em seu livro Luta por Reconhecimento (1996), que aponta a Fenomenologia do Espírito como a última obra em que Hegel teria tratado do tema do reconhecimento, defendo que este conceito permanece na Filosofia do direito, através das três esferas do espírito objetivo, isto é, o direito abstrato, a moralidade e a eticidade. Para tanto apresento o tema do reconhecimento nas obras do período de juventude retirando elementos necessários a compreensão de sua presença no movimento da última obra hegeliana da maturidade.
O presente artigo tem como objetivo apresentar a sociologia de Bourdieu, naquele âmbito em que o ... more O presente artigo tem como objetivo apresentar a sociologia de Bourdieu, naquele âmbito em que o sociologo estuda a heterogeneidade das classes sociais atraves da relacao da natureza dos capitais adquiridos, isto e, o capital economico versus o capital cultural, e a sociologia de Veblen, o qual parte da ideia que a sociedade e desde sempre o palco do teatro de conflitos e dominacao, no interior da qual os individuos sao movidos pelos seus instintos e pulsoes irracionais em busca de distincao e superioridade social. Em ambos os autores, o poder economico e antes de tudo o poder de colocar a necessidade economica a distância. Entretanto, tentar-se-a mostrar que enquanto no modelo de Bourdieu, o individuo e socialmente classificado pela orientacao de suas praticas que manifestam as caracteristicas de seus “habitus”, e assim, de seu status social, mas nao e ele propriamente o autor dessa manifestacao, em Veblen, ao contrario, o autor e absolutamente consciente de seu ato e o proprio mot...
Revista Tempo e Argumento, 2019
O sofrimento social no Brasil nos limites dos direitos humanos Resumo Este ensaio tem como objeti... more O sofrimento social no Brasil nos limites dos direitos humanos Resumo Este ensaio tem como objetivo principal traçar uma relação entre o sofrimento social da população pobre, moradora das favelas e periferias, e a violência gerada pelas ações militares e, portanto, proveniente do Estado contra o seu cidadão. Será problematizada a questão do desrespeito aos direitos humanos na ação policial contra a população pobre do morro e periferia a partir da ideia do fim dos direitos humanos que é abordada por Costas Douzinas. Em concordância com os entendimentos desse autorque vislumbrou o fim dos direitos humanos na era do século XXI, notadamente após os atentados de 11 de setembro os quais contribuíram para a legitimação do uso da violência e de meios coercitivos contra a população civil em geral-, o presente ensaio quer trabalhar com a ideia do fim da proteção dos direitos humanos na violência gerada pelo poder estatal brasileiro com a intervenção militar nas favelas do Rio de Janeiro.
Newspaper article, 2018
Se queremos que a pobreza deixe de ser invisível é necessário que as vozes dos pobres façam senti... more Se queremos que a pobreza deixe de ser invisível é necessário que as vozes dos pobres façam sentido aos nossos ouvidos. As políticas públicas só virão se forem apoiadas pela classe dominante que insiste em invisibilizar aquilo que não dá mais para ocultar. Como bem aponta o filósofo francês Emmanuel Renault, a pobreza e a dominação são duas realidades dependentes porque toda forma de pobreza está ligada à dominação.
ethic@ - An international Journal for Moral Philosophy, 2016
O que significa para Hegel a liberdade? O que significa para Marx a liberdade? Quais são as preo... more O que significa para Hegel a liberdade? O que significa para Marx a liberdade? Quais são as preocupações desses dois filósofos quando o assunto é a condição do homem moderno?
What does freedom mean, for Hegel ? What does freedom mean for Marx? What do those two philosophers focus on as regards the topic and condition of the modern man?
Resumo: o presente artigo tem como objetivo apresentar a sociologia de Bourdieu, naquele âmbito e... more Resumo: o presente artigo tem como objetivo apresentar a sociologia de Bourdieu, naquele âmbito em que o sociólogo estuda a heterogeneidade das classes sociais através da relação da natureza dos capitais adquiridos, isto é, o capital econômico versus o capital cultural, e a sociologia de Veblen, o qual parte da ideia que a sociedade é desde sempre o palco do teatro de conflitos e dominação, no interior da qual os indivíduos são movidos pelos seus instintos e pulsões irracionais em busca de distinção e superioridade social. Em ambos os autores, o poder econômico é antes de tudo o poder de colocar a necessidade econômica à distância. Entretanto, tentar-se-á mostrar que enquanto no modelo de Bourdieu, o indivíduo é socialmente classificado pela orientação de suas práticas que manifestam as características de seus " habitus " , e assim, de seu status social, mas não é ele propriamente o autor dessa manifestação, em Veblen, ao contrário, o autor é absolutamente consciente de seu ato e o próprio motor da sua ação consumista ostentatória. Summary: the present article aims at introducing Bourdieu's sociology, within the context of the sociologist's studies of the heterogeneity of social classes through the nature of acquired capitals, namely, the economic capital versus the cultural capital, and Veblen's sociology , which starts from the idea that society has always been the scene of conflicts and domination, wherein individuals are moved by their instincts and irrational pulsions in the search for distinction and superiority. For both authors, economic power is first and foremost the power to keep economic necessity at a distance. However, while Bourdieu's model strives to show that individuals are socially classified by the orientation of their practices which enact the characteristics of their " habitus " , and thus, of their social status, but without them being the actual authors of that enactment, Veblen, on the contrary, asserts that the author is absolutely conscious of his act and the actual engine of his consumerist and ostentatious action.
Evânia Reich 1 O que significa para Hegel a liberdade? O que significa para Marx a liberdade? Qua... more Evânia Reich 1 O que significa para Hegel a liberdade? O que significa para Marx a liberdade? Quais são as preocupações desses dois filósofos quando o assunto é a condição do homem moderno? Em Hegel, o conceito de liberdade é um problema central que percorre toda a sua filosofia. Podemos dizer a mesma coisa em Marx? Provavelmente, mas de forma diferente. Enquanto Hegel elabora nos Princípios da Filosofia do direito, de forma sistemática, o percurso da liberdade, Marx está preocupado desde os seus escritos de juventude, em observar e criticar o modo de produção capitalista e a conseqüente alienação dos homens. Para Marx importa entender e criticar o porquê do fruto do trabalho dos homens, na sociedade moderna, não pertencer ao trabalhador, mas antes ao proprietário, ao capitalista. Neste sentido a liberdade certamente torna-se uma questão importante, embora não seja tratada diretamente, mas que depende para ser compreendida da análise da crítica social que faz Marx, já nos Manuscritos Econômico-filosóficos. O objetivo neste trabalho, primeiramente, é entender o conceito de liberdade em Hegel na Filosofia do direito, tentando apresentar o movimento dialético que constrói o filósofo. Em um segundo momento, analisaremos o conceito de alienação a fim de retirar do mesmo o conteúdo que nos permite ver em que sentido para Marx os homens vivem um momento de completa perda da liberdade. Tentaremos encontrar em que ponto a preocupação de Marx com a alienação do trabalhador e a conseqüente perda de liberdade
O artigo discute o papel da solidariedade como terceira dimensão do reconhecimento na obra Luta p... more O artigo discute o papel da solidariedade como terceira dimensão do reconhecimento na obra Luta por reconhecimento. A questão central é a de saber como a solidariedade - ou a estima social - pode ser a base substancial para a realização da justiça, do bem-estar e da vida boa, como parece indicar Honneth, em nossas sociedades indiscutivelmente pluralistas. Qual é o conjunto de conceitos capaz de explicar o coletivo social moderno como um todo ético e não meramente como um agregado de indivíduos autointeressados? Uma teoria social que leva a sério a ideia de vida ética resolveria o problema de conciliar as normas excessivamente exclusivas e substantivas de uma comunidade com as normas abstratas universais de um país?
Palavras-chave: reconhecimento, solidariedade, pluralismo.
RESUMO O artigo discute o tema da laicidade republicana francesa e a questao da proibicao do uso ... more RESUMO O artigo discute o tema da laicidade republicana francesa e a questao da proibicao do uso do veu nas escolas pelas meninas muculmanas. Sao tres os principais objetivos deste artigo: o primeiro e situar o discurso laicista na tradicao republicada francesa, o segundo e apresentar os seus argumentos em defesa a proibicao do veu, e por ultimo, sublinhar algumas criticas que sao feitas ao pensamento laicista, seja por parte de uma corrente de esquerda francesa, seja por parte de um movimento feminista representado por mulheres tanto muculmanas quanto nao muculmanas. Palavras-chave: Republicanismo. Laicidade. Liberdade.
Todo o esforco de Rawls em seu Liberalismo Politico , no que diz respeito ao papel da religiao n... more Todo o esforco de Rawls em seu Liberalismo Politico , no que diz respeito ao papel da religiao na deliberacao e na razao publica, consiste, em primeiro lugar, em reconhecer o desafio politico das democracias liberais e pluralistas em face das crescentes demandas por participacao e reconhecimento da religiao na esfera politico-publica, e, em segundo lugar, em nao negligenciar o papel do cidadao religioso como membro desta sociedade pluralista e como um cidadao autonomo e com uma voz a ser escutada por todos de maneira igual. A grande questao e encontrar uma maneira em que todos os cidadaos possam adentrar no jogo da participacao, e ser ouvidos e levados a serio em suas demandas e propostas. Ora, em sociedades pluralistas tais como as nossas, em que os cidadaos possuem diferentes formas de vida boa e variadas concepcoes de mundo, o dificil e encontrar uma base comum de argumento. E justamente com base neste desafio que Rawls lanca o conceito de “limites da razao”, no interior do qual...
Griot : Revista de Filosofia, 2013
Este trabalho é dedicado às minhas adoradas filhas Clara e Louise e ao meu esposo Claude Reich. A... more Este trabalho é dedicado às minhas adoradas filhas Clara e Louise e ao meu esposo Claude Reich. AGRADECIMENTOS Ao professor Alessandro Pinzani, pela sua orientação, mas também pelas suas excelentes aulas sobre a Filosofia do direito de Hegel nos cursos de graduação e pós-graduação de filosofia desta universidade, sem as quais este trabalho não teria sido possível. Aos professores Erick Calheiros de Lima, Selvino José Assmann e Denílson Luis Werle, pelas sugestões e comentários na banca de defesa do presente trabalho. Aos colegas de pós-graduação, em especial aos participantes do grupo de orientandos pela leitura, discussão e conselhos de diversas partes desta dissertação. Ao meu amigo Fábio Baracuhy Medeiros pela sua preciosa ajuda desde o início do meu percurso filosófico. Ao meu esposo, Claude Daniel Reich, por ter me acompanhado neste trabalho, sempre com profundo interesse. Às minhas filhas, Clara e Louise, por tornarem a minha vida cheia de sentido. À minha mãe, pelo seu amor genuíno e pela sua coragem que sempre me serviu como uma grande lição para a minha própria vida. À CAPES, pela concessão de bolsa durante os dois anos deste trabalho permitindo-me uma exclusiva dedicação à pesquisa. RESUMO A presente dissertação é uma análise do conceito de reconhecimento na filosofia hegeliana, essencialmente nas duas obras do jovem Hegel, o Sistema da eticidade (1802-1803) e a Realphilosophie (1805-1806) e na obra da maturidade, Princípios da Filosofia do direito (1821). Contrariando uma leitura inicialmente feita pelo filósofo contemporâneo Axel Honneth em seu livro Luta por Reconhecimento (1996), que aponta a Fenomenologia do Espírito como a última obra em que Hegel teria tratado do tema do reconhecimento, defendo que este conceito permanece na Filosofia do direito, através das três esferas do espírito objetivo, isto é, o direito abstrato, a moralidade e a eticidade. Para tanto apresento o tema do reconhecimento nas obras do período de juventude retirando elementos necessários a compreensão de sua presença no movimento da última obra hegeliana da maturidade.
O presente artigo tem como objetivo apresentar a sociologia de Bourdieu, naquele âmbito em que o ... more O presente artigo tem como objetivo apresentar a sociologia de Bourdieu, naquele âmbito em que o sociologo estuda a heterogeneidade das classes sociais atraves da relacao da natureza dos capitais adquiridos, isto e, o capital economico versus o capital cultural, e a sociologia de Veblen, o qual parte da ideia que a sociedade e desde sempre o palco do teatro de conflitos e dominacao, no interior da qual os individuos sao movidos pelos seus instintos e pulsoes irracionais em busca de distincao e superioridade social. Em ambos os autores, o poder economico e antes de tudo o poder de colocar a necessidade economica a distância. Entretanto, tentar-se-a mostrar que enquanto no modelo de Bourdieu, o individuo e socialmente classificado pela orientacao de suas praticas que manifestam as caracteristicas de seus “habitus”, e assim, de seu status social, mas nao e ele propriamente o autor dessa manifestacao, em Veblen, ao contrario, o autor e absolutamente consciente de seu ato e o proprio mot...
Revista Tempo e Argumento, 2019
O sofrimento social no Brasil nos limites dos direitos humanos Resumo Este ensaio tem como objeti... more O sofrimento social no Brasil nos limites dos direitos humanos Resumo Este ensaio tem como objetivo principal traçar uma relação entre o sofrimento social da população pobre, moradora das favelas e periferias, e a violência gerada pelas ações militares e, portanto, proveniente do Estado contra o seu cidadão. Será problematizada a questão do desrespeito aos direitos humanos na ação policial contra a população pobre do morro e periferia a partir da ideia do fim dos direitos humanos que é abordada por Costas Douzinas. Em concordância com os entendimentos desse autorque vislumbrou o fim dos direitos humanos na era do século XXI, notadamente após os atentados de 11 de setembro os quais contribuíram para a legitimação do uso da violência e de meios coercitivos contra a população civil em geral-, o presente ensaio quer trabalhar com a ideia do fim da proteção dos direitos humanos na violência gerada pelo poder estatal brasileiro com a intervenção militar nas favelas do Rio de Janeiro.
Newspaper article, 2018
Se queremos que a pobreza deixe de ser invisível é necessário que as vozes dos pobres façam senti... more Se queremos que a pobreza deixe de ser invisível é necessário que as vozes dos pobres façam sentido aos nossos ouvidos. As políticas públicas só virão se forem apoiadas pela classe dominante que insiste em invisibilizar aquilo que não dá mais para ocultar. Como bem aponta o filósofo francês Emmanuel Renault, a pobreza e a dominação são duas realidades dependentes porque toda forma de pobreza está ligada à dominação.
ethic@ - An international Journal for Moral Philosophy, 2016
O que significa para Hegel a liberdade? O que significa para Marx a liberdade? Quais são as preo... more O que significa para Hegel a liberdade? O que significa para Marx a liberdade? Quais são as preocupações desses dois filósofos quando o assunto é a condição do homem moderno?
What does freedom mean, for Hegel ? What does freedom mean for Marx? What do those two philosophers focus on as regards the topic and condition of the modern man?