Rogério Gonçalves de Carvalho - Academia.edu (original) (raw)
Uploads
Papers by Rogério Gonçalves de Carvalho
GIS - Gesto, Imagem e Som - Revista de Antropologia, 2021
Este texto tem por objetivo apresentar uma interpretação antropológica do imaginário do cinema, e... more Este texto tem por objetivo apresentar uma interpretação antropológica do imaginário do cinema, especificamente em filmes em sua maior parte produzidos em Hollywood. Para tal, faremos a aplicação de uma mitohermenêutica desenvolvida pelo antropólogo Gilbert Durand, que configura três estruturas imaginárias arquetípicas que servem como uma espécie de guia. O itinerário deve seguir os regimes imaginários pensados por Durand, quais sejam o regime diurno de estrutura heroica, o regime noturno de estrutura mística e o regime noturno de estrutura sintética ou dramática.
Researches and works that deal with the interface between theology and literature, after so many ... more Researches and works that deal with the interface between theology and literature, after so many years and after a number of contributions, are well established and have gained a respected place among theological studies worldwide. It is not surprising, then, that once theology established a dialogue with literature by raising its narrative power precisely, it would also at some point establish dialogue and research with a peculiar kind of narrative such as Comic Books. In fact, much of what was methodologically discovered in the relationship between theology and literature is applicable in this relationship between theology and comics. In this sense, our contribution takes into account what is commonly known as a "myth-hermeneutic" or, more precisely, an analysis of the archetypal, symbolic and mainly mythical elements, because narratives par excellence of the comic book heroes (Spawn, Hellboy and Constantine: Hellblazer). Understanding that the myth has an intimate relationship with the origin of theology, we will focus on characters that bring in their narrative framework the mythical characteristics that precedes the classic "pure heroes" of which we are accustomed to know and dazzle in pop culture.
Perfil relacional pelo teste dos 9 elementos, 2022
Curso baseado em um teste antropológico criado por Yves Durand a partir da antropologia do imagin... more Curso baseado em um teste antropológico criado por Yves Durand a partir da antropologia do imaginário de Gilbert Durand. Seguindo elementos norteadores preconizados por Ernst Cassirer, Carl Jung e Gaston Bachelard, e caminhando pelas trilhas deixadas por Giambattista Vico, Immanuel Kant e Novalis, um processo de remitologização promoveu o imaginário como matriz de uma “mitopoiésis”, ou seja, a habilidade que todo sujeito possui de elaborar o mundo e a si mesmo através do mito.
Educação teológica nas veredas da literatura latino-americana, 2020
TEOLITERARIA - Revista de Literaturas e Teologias
Ambas, teologia e literatura se prendem em um fundo existencial onde experiências e vivências com... more Ambas, teologia e literatura se prendem em um fundo existencial onde experiências e vivências comandam o discurso, mas, mesmo que não queiramos, a tendência do discurso é eufemizar as experiências e vivências. Isso significa que o indizível, uma vez dito, perde sua força. Não obstante, embora o discurso seja uma das únicas formas de representar nossas experiências e vivências, o mito parece ser o fundo ancestral que fundamenta, sustenta e posiciona o discurso no mundo, na realidade, seja para a literatura, para a teologia ou qualquer outra forma de saber.Resumidamente, compelimos realizar uma jornada, quase um passeio, ao lugar do mito no discurso, compreendendo sua natureza fugidia e, em seguida, nos meandros dos labirintos da teologia e da literatura. Jornada que fará com que esbarremos em algumas placas que parecem nos indicar que o mito é uma boa estratégia do discurso para representar o irrepresentável e formular o informulável.
A literatura sempre foi devedora de sua origem mítica e, mesmo quando tentou se afastar dessa fon... more A literatura sempre foi devedora de sua origem mítica e, mesmo quando tentou se afastar dessa fonte original, e em alguns momentos tomar o seu lugar na forma de uma "literatura absoluta", retornou para narrar algo que faz parte essencial de nosso passado linguístico. No desenvolvimento das críticas literárias, atravessadas por essas idas e vindas da literatura ao seu berço mítico, o espaço do mito invariavelmente foi mitigado. É compreensível, uma vez que as críticas e teorias literárias são exercícios posteriores à experiência da escrita e da leitura. No entanto, em um esforço de pôr em movimento a teoria do imaginário contra os racionalismos extremos das críticas modernas, o antropólogo Gilbert Durand desenvolveu uma crítica literária em que o mito tivesse papel central e fundamental, crítica que ele denominou de mythodologia. Nesta crítica, realizada em dois momentos, a mitanálise e a mitocrítica, isto é, o mito universal presente em um escritor e sua obra, seguido de uma análise dos mitemas da obra em sua perspectiva simbólica e imaginária, Durand indica como a literatura pode ser pensada entre a crítica e a experiência da escrita e da leitura, dada as possibilidades de eufemização do mito na própria obra literária.
Se é verdade que a literatura tem o poder de falar com a licença poética, e que ela é um dos únic... more Se é verdade que a literatura tem o poder de falar com a licença poética, e que ela é um dos únicos saberes (curiosamente junto com a religião) que pode criar (não quero usar aqui a palavra inventar) um universo de ficção, então é verdade que ela pode imaginar um Cristo que não subiu. Mais ainda: a literatura pode muito bem rearranjar a tradição cristã, seja ela manifestada na ortodoxia, na dogmática ou tão somente em seu imaginário.
A discussão sobre o uso da metáfora em diversos campos do saber, como a Filosofia, a Ciência e a ... more A discussão sobre o uso da metáfora em diversos campos do saber, como a Filosofia, a Ciência e a Religião, parece não ter fim. Alguns pensadores defendem a abordagem formal da metáfora, outros a abordagem tão somente retórica. E. Cassirer discorda dessas únicas formas contrárias. Para ele, assim como para G. Durand, a metáfora é dinâmica o suficiente para ir de um lado para o outro, sem se deixar domesticar. O melhor exemplo dessa dinâmica é a literatura de Jorge Luis Borges. De modo mais específico, as metáforas-mitos que Borges utiliza em seus contos.
GIS - Gesto, Imagem e Som - Revista de Antropologia, 2021
Este texto tem por objetivo apresentar uma interpretação antropológica do imaginário do cinema, e... more Este texto tem por objetivo apresentar uma interpretação antropológica do imaginário do cinema, especificamente em filmes em sua maior parte produzidos em Hollywood. Para tal, faremos a aplicação de uma mitohermenêutica desenvolvida pelo antropólogo Gilbert Durand, que configura três estruturas imaginárias arquetípicas que servem como uma espécie de guia. O itinerário deve seguir os regimes imaginários pensados por Durand, quais sejam o regime diurno de estrutura heroica, o regime noturno de estrutura mística e o regime noturno de estrutura sintética ou dramática.
Researches and works that deal with the interface between theology and literature, after so many ... more Researches and works that deal with the interface between theology and literature, after so many years and after a number of contributions, are well established and have gained a respected place among theological studies worldwide. It is not surprising, then, that once theology established a dialogue with literature by raising its narrative power precisely, it would also at some point establish dialogue and research with a peculiar kind of narrative such as Comic Books. In fact, much of what was methodologically discovered in the relationship between theology and literature is applicable in this relationship between theology and comics. In this sense, our contribution takes into account what is commonly known as a "myth-hermeneutic" or, more precisely, an analysis of the archetypal, symbolic and mainly mythical elements, because narratives par excellence of the comic book heroes (Spawn, Hellboy and Constantine: Hellblazer). Understanding that the myth has an intimate relationship with the origin of theology, we will focus on characters that bring in their narrative framework the mythical characteristics that precedes the classic "pure heroes" of which we are accustomed to know and dazzle in pop culture.
Perfil relacional pelo teste dos 9 elementos, 2022
Curso baseado em um teste antropológico criado por Yves Durand a partir da antropologia do imagin... more Curso baseado em um teste antropológico criado por Yves Durand a partir da antropologia do imaginário de Gilbert Durand. Seguindo elementos norteadores preconizados por Ernst Cassirer, Carl Jung e Gaston Bachelard, e caminhando pelas trilhas deixadas por Giambattista Vico, Immanuel Kant e Novalis, um processo de remitologização promoveu o imaginário como matriz de uma “mitopoiésis”, ou seja, a habilidade que todo sujeito possui de elaborar o mundo e a si mesmo através do mito.
Educação teológica nas veredas da literatura latino-americana, 2020
TEOLITERARIA - Revista de Literaturas e Teologias
Ambas, teologia e literatura se prendem em um fundo existencial onde experiências e vivências com... more Ambas, teologia e literatura se prendem em um fundo existencial onde experiências e vivências comandam o discurso, mas, mesmo que não queiramos, a tendência do discurso é eufemizar as experiências e vivências. Isso significa que o indizível, uma vez dito, perde sua força. Não obstante, embora o discurso seja uma das únicas formas de representar nossas experiências e vivências, o mito parece ser o fundo ancestral que fundamenta, sustenta e posiciona o discurso no mundo, na realidade, seja para a literatura, para a teologia ou qualquer outra forma de saber.Resumidamente, compelimos realizar uma jornada, quase um passeio, ao lugar do mito no discurso, compreendendo sua natureza fugidia e, em seguida, nos meandros dos labirintos da teologia e da literatura. Jornada que fará com que esbarremos em algumas placas que parecem nos indicar que o mito é uma boa estratégia do discurso para representar o irrepresentável e formular o informulável.
A literatura sempre foi devedora de sua origem mítica e, mesmo quando tentou se afastar dessa fon... more A literatura sempre foi devedora de sua origem mítica e, mesmo quando tentou se afastar dessa fonte original, e em alguns momentos tomar o seu lugar na forma de uma "literatura absoluta", retornou para narrar algo que faz parte essencial de nosso passado linguístico. No desenvolvimento das críticas literárias, atravessadas por essas idas e vindas da literatura ao seu berço mítico, o espaço do mito invariavelmente foi mitigado. É compreensível, uma vez que as críticas e teorias literárias são exercícios posteriores à experiência da escrita e da leitura. No entanto, em um esforço de pôr em movimento a teoria do imaginário contra os racionalismos extremos das críticas modernas, o antropólogo Gilbert Durand desenvolveu uma crítica literária em que o mito tivesse papel central e fundamental, crítica que ele denominou de mythodologia. Nesta crítica, realizada em dois momentos, a mitanálise e a mitocrítica, isto é, o mito universal presente em um escritor e sua obra, seguido de uma análise dos mitemas da obra em sua perspectiva simbólica e imaginária, Durand indica como a literatura pode ser pensada entre a crítica e a experiência da escrita e da leitura, dada as possibilidades de eufemização do mito na própria obra literária.
Se é verdade que a literatura tem o poder de falar com a licença poética, e que ela é um dos únic... more Se é verdade que a literatura tem o poder de falar com a licença poética, e que ela é um dos únicos saberes (curiosamente junto com a religião) que pode criar (não quero usar aqui a palavra inventar) um universo de ficção, então é verdade que ela pode imaginar um Cristo que não subiu. Mais ainda: a literatura pode muito bem rearranjar a tradição cristã, seja ela manifestada na ortodoxia, na dogmática ou tão somente em seu imaginário.
A discussão sobre o uso da metáfora em diversos campos do saber, como a Filosofia, a Ciência e a ... more A discussão sobre o uso da metáfora em diversos campos do saber, como a Filosofia, a Ciência e a Religião, parece não ter fim. Alguns pensadores defendem a abordagem formal da metáfora, outros a abordagem tão somente retórica. E. Cassirer discorda dessas únicas formas contrárias. Para ele, assim como para G. Durand, a metáfora é dinâmica o suficiente para ir de um lado para o outro, sem se deixar domesticar. O melhor exemplo dessa dinâmica é a literatura de Jorge Luis Borges. De modo mais específico, as metáforas-mitos que Borges utiliza em seus contos.