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Books by elni elisa willms

Research paper thumbnail of Diálogos entre arte, cultura & educação

Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, 2019

A coletânea de textos é fruto de um transbordamento multifacetado de temas que têm, no entanto, u... more A coletânea de textos é fruto de um transbordamento multifacetado de temas que têm, no entanto, um ponto a partir do qual se deslocam: a arte e a educação em suas diversas manifestações. Desde as cantigas de ninar às contribuições das histórias e estórias, passando pelas ilustrações e pelo design, a literatura, a música, a dança, o teatro, o cinema, a poesia, a fotografia, as histórias em quadrinhos, as danças circulares, as questões ambientais, de gênero e sexualidade, os quilombolas, as crianças, os jovens, as mulheres, os homens em processo de desintoxicação química, nossos povos originários e os afrodescendentes - o brincar, enfim, a grandiosa tecelagem do vivido em forma de textos aqui se apresenta como se fosse em uma canoa que se lança rio adentro para esse grande mar que é a vida. Desse modo, este livro quer ser o registro do acaso dos encontros, dos afetos que se proliferam e, enfim, do livre escoamento da arte, da cultura e da educação. O gesto artístico, que coincide com o educacional, é o movimento que entrelaça vida e obra, uma oscilação que se volta, uma vez mais, e sempre mais de uma vez, para o que resta a ser criado.

Papers by elni elisa willms

Research paper thumbnail of A influência dos gêneros sexuais na educação da escola municipal Nova Nazaré

Núcleo do Conhecimento, Apr 22, 2017

O artigo aborda o preconceito racial praticado na Escola Municipal Nova Nazaré – MT. As atividade... more O artigo aborda o preconceito racial praticado na Escola Municipal Nova Nazaré – MT. As atividades de intervenção duraram cerca de uma semana. O objetivo foi descobrir quais ações educativas os professores executam em sua prática pedagógica para combater o preconceito racial em sua unidade escolar; analisar como os docentes percebem, experimentam e atuam junto à realidade do preconceito racial dentro do ambiente escolar. Como instrumentos metodológicos foram utilizados debates, palestras e diálogos informais. Foram realizados estudos bibliográficos durante os horários destinados à formação continuada e hora atividade. Em sala de aula foram realizadas as intervenções juntamente aos alunos propiciando respeito a todos independentemente da escolha sexual. Os resultados obtidos foram significantes, pois ajudamos na modificação do modo de ver os fatos e, por conseguinte, isto pode levar a uma mudança de pensamentos e atitudes de vários alunos com relação aos gêneros no ambiente escolar e na sociedade.

Research paper thumbnail of Aprender a Ser e a Viver Com Os Huni Kuin: Educação, Imaginário e Sensibilidade No Jogo “Huni Kuin - Os Caminhos Da Jibóia”

Revista Debates Insubmissos

Uma educação decolonial (WALSH, 2013) se constrói a partir do diálogo com práticas e saberes amer... more Uma educação decolonial (WALSH, 2013) se constrói a partir do diálogo com práticas e saberes ameríndios e afroamericanos, considerando imaginários, percepções e afetos outros, não delimitados pelo horizonte do colonialismo e da colonialidade, mas que se abra para modernidades outras (DUSSEL, 2005). O objetivo deste trabalho é fazer ver e circular conhecimentos do povo Huni Kuin, seus modos de ser, viver e narrar, a partir do jogo “Huni Kuin: os caminhos da Jibóia” (2016). A metodologia empregada no artigo foi de caráter exploratória (GIL, 2008) e os procedimentos técnicos foram a revisão de literatura, a análise midiática (KELLNER, 2001) e a análise de imaginário (GASI, 2016). Como resultados identificamos que o jogo é uma importante ferramenta para a construção de uma educação estética decolonial (SILVA, 2021), tanto por seus elementos gráficos e audiovisuais, quanto por sua própria elaboração, que se deu a partir da produção partilhada de conhecimento.

Research paper thumbnail of Corpo e jogo dramático

Pontos de Interrogação – Revista de Crítica Cultural

O texto aqui apresentado integra a pesquisa realizada no âmbito de Mestrado em Educação, desenvol... more O texto aqui apresentado integra a pesquisa realizada no âmbito de Mestrado em Educação, desenvolvido na Université Vincennes Saint-Denis (Paris 8), e busca compreender como sujeitos imersos em um processo criativo com a linguagem teatral, baseado em suas histórias de vida, podem vivenciar um processo de autoformação existencial. Para nos apoiar neste trabalho, trouxemos autores como Andrieu (2010), Berger (2009), Ricoeur (1986), Mead (2006), Merleau-Ponty (1999) e Legrand (2010). O campo teórico do nosso texto está apresentado primeiramente com uma discussão em torno das noções de “corpo autônomo” (ANDRIEU, 2010) e “ato sensato” (RICOEUR, 1986), onde mostramos como essas noções se justificam no processo criativo com o jogo dramático que propomos. Para mostrar como o trabalho corporal foi privilegiado no jogo dramático com a ajuda da improvisação, tomamos como dados os relatos dos participantes da prática teatral proposta, obtidos por meio de entrevistas não diretivas, analisadas pe...

Research paper thumbnail of Educação Ambiental e incêndios no Pantanal em 2020

Ambiente & Educação

O objetivo do texto é discutir um aspecto da crise de emergência climática, os incêndios no Panta... more O objetivo do texto é discutir um aspecto da crise de emergência climática, os incêndios no Pantanal. Parte-se da reportagem poética Entremeio com o vaqueiro Mariano de João Guimarães Rosa, para interligar questões ligadas à literatura, à crise de emergência climática e à educação ambiental, questões pertinentes entre si e com possibilidades educativas. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, vinculada ao Grupo Pesquisador em Educação Ambiental, Comunicação e Arte (GPEA) da UFMT. Moore (2016) argumenta que os grupos que mais sofreram com os incêndios foram os pantaneiros, ribeirinhos e demais comunidades tradicionais da região. Conclui-se que a literatura pode ser uma aliada da educação ambiental, por apresentar elementos que permitem discutir a ação humana sobre o bioma do Pantanal.

Research paper thumbnail of Ir à escola noutra cultura: uma leitura hermenêutica do filme “E Buda desabou de vergonha”

Educação

O objetivo do texto é apresentar uma leitura hermenêutica do filme E Buda desabou de vergonha par... more O objetivo do texto é apresentar uma leitura hermenêutica do filme E Buda desabou de vergonha para, numa perspectiva antropológica, abordar o brincar e a construção da autonomia da criança. O cinema, abordado aqui como itinerário de formação, apresenta-se como uma importante ferramenta teórico-metodológica para trazer à tona elementos de formação humana. Num contexto em que estudantes do sexo feminino são excluídas de quase todas as oportunidades educacionais no Afeganistão até 2001, com instalação do regime talibã, Bakhtai, uma garotinha afegã de etnia hazara, de seis anos de idade, fica determinada em ir para escola ao ver seu vizinho Abbas ler em voz alta. É enfrentando uma trajetória com diversas barreiras presente em sua cultura que Bahktai busca aprender histórias divertidas. Conclui-se que a leitura do filme, enquanto texto de outra cultura, é um importante aliado para a formação de professores por evidenciar elementos para uma reflexão sobre limites e possibilidades do prota...

Research paper thumbnail of Narrativas autobiográficas em educação: percepções de uma professora-mãe sobre o autismo

Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)biográfica, 2020

Este texto é fruto de uma pesquisa de Mestrado defendida em 2019 no Programa de Pós-Graduação em ... more Este texto é fruto de uma pesquisa de Mestrado defendida em 2019 no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso (PPGEdu), Campus de Rondonópolis. O objetivo é narrar, de forma reflexiva e sensível, experiências de uma professora e mãe de uma criança com autismo, Geovanna, desde seu nascimento até os seis anos de idade, período em que finaliza o estudo. Apoia-se metodológica e epistemologicamente nas narrativas autobiográficas da professora e mãe da criança autista. O suporte teórico da fenomenologia de Maurice Merleau-Ponty, além das contribuições sobre Educação de Sensibilidade de Marcos Ferreira-Santos e Rogério de Almeida permitem abordar as vicissitudes diante dos diagnósticos médicos contraditórios, os desafios da inclusão escolar, os processos terapêuticos e o brincar dessa criança. De forma conclusiva aponta para a necessidade de acreditar no potencial da pessoa autista em sua diferença, pois mesmo tendo outra forma de ser e estar no mundo, é ...

Research paper thumbnail of Diálogos entre arte, cultura & educação

Revisão: Paulo Barroso + autores dos capítulos Projeto Gráfico, Capa e Editoração: Rogério de Alm... more Revisão: Paulo Barroso + autores dos capítulos Projeto Gráfico, Capa e Editoração: Rogério de Almeida e Marcos Beccari "Kama ndoto yako imekusumbua Kama inaogopa, kama imani yako imeondoka Kama unaniita Ukitaka unaweza kurudi ndani ya moyo yangu Ulale malaika Ulale mwana wangu Ulale ulale..." ("Se teus sonhos te perturbarem Se ficares com medo, se tua fé te deixar Se tu chamares por mim Podes retornar para as profundezas do meu coração Podes retornar para as profundezas de meu útero Então, dorme, meu anjo... dorme minha criança Dorme, dorme...") 4 Somi, "Ulale Malaika Wangu", Cantiga de ninar em swahili Uganda, 2004 2 Dançando com o Minotauro nas Noites: Narração de Estórias e Formação Humana, sob a orientação de Marcos Ferreira-Santos, março de 2015. 3 Contar e Ouvir estórias: um diálogo de coração para coração acordando imagens, sob a orientação de Marina Célia Moraes Dias, abril de 2006. a arte de ouvir e contar estórias 33 Fabiana de Pontes Rubira Felizmente, "perder-se também é caminho" (LISPECTOR, 1949, p. 186). E foi me perdendo que, por fim, construí o meu. Na verdade, depois de muito caminhar, me reencontrei e me reencantei num espaço já tão conhecido, onde tudo havia começado: ao lado do professor, mestre e amigo, Marcos Ferreira-Santos, na Faculdade de Educação. O desejo de criar um núcleo de Narração de Estórias-e precisava ser estória, grafada com E de eternidade, e não história com o H das horas que nos devoram 4-nasceu de uma participação artística que fiz com o grupo do Lab_Arte em meados de 2007. Era uma palestra-espetáculo, na qual o professor Marcos falava sobre a educação de sensibilidade e o ser educador. Ele recopilou o mito Chinês "A pequena jardineira e o gigante", que nos fala de como por acidente o desatento gigante Pan Gu acabou por rasgar o céu e de como a pequena jardineira, que o perseguia, porque ele havia arrancado as flores de seu amado jardim, o ajudou a remendar o céu partido, escapando assim da fúria dos deuses da água e do fogo que queriam puni-lo. O mito nos conta como a pequena jardineira Chou Mee Kwai transformou-se, após morrer, na "ancestral jovem deusa Nü Wa, a bela mãe natureza, a deusa casamenteira que remenda o céu partido, remédio para o espírito" 5. Durante essa apresentação, da qual participei por três vezes, acontecia a narração desse conto. Enquanto eu narrava, o professor Marcos Ferreira-Santos e alguns monitores do núcleo de música tocavam e cantavam, ao mesmo tempo que monitoras e participantes do núcleo de dança dançavam a estória. Foi uma experiência reintegradora, não apenas no sentido de reunir e aproximar as pessoas envolvidas no processo, ou por reviver a narração mítica em seu modo de celebração mais ancestral-contando, cantando e dançando-, mas foi uma experiência reintegradora dos nossos si-mesmos. Foi quando eu consegui agulha e linha para remendar vários céus partidos, começando por aqueles que estavam e estariam dentro de mim mesma, e depois muitos outros. 4 Utilizo a grafia 'estórias', desde minha dissertação de mestrado, quando optei por ela com a intenção de marcar o caráter atemporal que os contos, principalmente os da tradição oral, possuem. Ao me dedicar ao estudo da narração de estórias, naquele momento eu "abdiquei do 'h' das horas, do tempo cronológico linear que nos devora, em favor do 'e' da eternidade que nos imortaliza". (RUBIRA, 2006, p. 57). 5 Trecho do conto "A pequena jardineira e o gigante", recopilado por Marcos Ferreira-Santos, 2007. Disponível em: https://www.yumpu.com/pt/document/view/12961767/a-pequena-jardineira-e-ogigante-marculusnet. Acesso em: 30/11/2018. a arte de ouvir e contar estórias 34 Fabiana de Pontes Rubira a arte de ouvir e contar estórias 35 Fabiana de Pontes Rubira a arte de ouvir e contar estórias 37 Fabiana de Pontes Rubira a arte de ouvir e contar estórias 41 Fabiana de Pontes Rubira Era uma vez, um lugar onde tudo era possível. Lá, uma voz encantadora enchia os ouvintes de todos com muita calma e amor. Alguns até chamavam esse lugar de terapia. O lab_arte foi um oásis na minha vida corrida [...] Foi uma pausa do meu dia, aquela hora mágica em que deixamos tudo o que nos aborrece (ou não) do outro lado da porta da sala 130. Estar no lab_arte de narração de estórias é para mim estar num mundo encantado que traz para a alma uma leveza que contrasta com a correria do dia a dia. Sinto-me anestesiada com as coisas que acontecem durante a semana, mas, sem dúvida, quinta-feira, é o dia mais esperado por mim. Dia de me sensibilizar. Quando saio das sessões de contação de estórias no Lab, sinto-me como se o meu sangue voltasse a circular pelo meu corpo... Como se a unidade do meu ser fosse estimulada. Durante seu curso eu fui retomando um contato mais profundo com minha "menina" adormecida, pois estava passando meus dias apenas em companhia de meu lado "mulher", imersa em preocupações com o futuro, com a vida profissional, e eu andava pouco ou quase nada existindo de verdade. Confesso que foi difícil acompanhar as aulas no lab, pois na maioria das vezes, eu chegava extremamente cansada, pois ia correndo para a USP, depois de um dia inteiro de trabalho com crianças pequenas. Chegava tão cansada que precisava cochilar algumas vezes na aula, mas o tanto que eu conseguia permanecer ali, alimentando esse lado simbólico, era suficiente para que eu saísse de lá feliz e em paz. Acredito que o Lab_Arte me fez uma pessoa melhor. Depois de uma semana cansativa, eu sempre pensava que na quinta-feira à noite eu receberia uma força, um incentivo, uma paz interior para terminar a semana. Eu me sentia mesmo muito bem às quintas à noite, era como se uma tranquilidade, uma felicidade faceira, tomasse conta de mim... Sempre saí melhor do que entrei dos nossos encontros do Lab. Os colegas de curso e suas histórias de vida, assim como suas estórias contadas na roda, encheram meu coração de alegria e paz. Aprendi muito com cada um. No Lab me senti verdadeiramente parte da aula, uma peça de um quebra-cabeça que éramos todos nós, uma sensação inigualável... Essa é uma experiência que amplia a percepção de si, da alma, do corpo, do coração. O Lab foi minha cura. Cada estória que eu ouvi e contei entrava no meu coração e me ajudava a crescer. Cada estória ouvida e contada se transformava em um pedacinho do meu coração... a arte de ouvir e contar estórias 42 Fabiana de Pontes Rubira a arte de ouvir e contar estórias 46 Fabiana de Pontes Rubira Referências

Research paper thumbnail of Narrativas sobre experiências de leitura em uma cadeia pública feminina: fronteiras borradas

Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)biográfica

O texto objetiva analisar percepções de intervenções, cujo mote é a leitura literária, ocorridas ... more O texto objetiva analisar percepções de intervenções, cujo mote é a leitura literária, ocorridas em uma Cadeia Pública Feminina, no interior do Projeto de Extensão “Leituras sem grades”, desenvolvido em uma Universidade Federal brasileira. O objetivo do Projeto de Extensão consistia em compartilhar leituras com pessoas reclusas e disponibilizar escuta sensível desencadeada a partir dos textos lidos. Junto com a extensão ocorria a pesquisa de caráter participante, de base antropológica, sendo que os excertos trazidos para este texto são oriundos dos Diários de Campo de duas professoras universitárias que participaram do projeto, escritos em forma de narrativas autobiográficas da experiência vivida. O suporte teórico utilizado neste texto articula perspectivas da literatura (CANDIDO, 2002, 2004; TODOROV, 2014), elementos da filosofia trágica (NIETZSCHE, 2009a; 2009b), reflexões sobre o Outro em pesquisas (AMORIM, 2001) e uma visão socio-histórica do desenvolvimento humano (BRONFENBREN...

Research paper thumbnail of Culturas de paz e educação latino-americana

Con el reto de estudiar la relacion entre la educacion y las culturas de paz y violencia en la Am... more Con el reto de estudiar la relacion entre la educacion y las culturas de paz y violencia en la America Latina, con planteamientos multiplos y tematica diversificada, se emprendio una red investigativa internacional entre Brasil y Colombia, representados por la Faculdade de Educacao de la Universidade de Sao Paulo y la Facultad de Educacion de la Universidad Santo Tomas. El resultado de esa investigacion viene ahora a publico con la publicacion de este libro, compuesto de 15 articulos escritos en portugues y espanol, en un esfuerzo conjunto de compartir esa importante experiencia de reflexion sobre la educacion contemporanea latinoamericana.

Research paper thumbnail of Pequenas cócegas: abuso sexual de meninas

Revista Estudos Feministas

Resumo: A leitura hermenêutica do filme Inocência roubada, foco deste texto, tem por objetivo tra... more Resumo: A leitura hermenêutica do filme Inocência roubada, foco deste texto, tem por objetivo tratar de abuso sexual com meninas. As contribuições teóricas de Rogério de Almeida e Marcos Ferreira-Santos sobre cinema e hermenêutica nos permitem entender que o cinema também cria um itinerário de formação e, nesse sentido, é educativo. A autora deixa reverberar de maneira autônoma as leituras que fez, ao longo de sua trajetória acadêmica, sobre educação, feminismo, gênero e sexualidade, associadas ao ensaio da espanhola María Zambrano, intitulado “As metáforas do coração”, mote sensível para destacar a ressonância do abuso sexual sofrido na infância, ecoando pela vida inteira da mulher. Concluo que é preciso coragem para emancipar-se de tamanha dor, estudar, falar e narrar sobre abuso sexual com pais e educadores para que as crianças possam seguir em frente na vida, de maneira segura.

Research paper thumbnail of Formação de Professores: entre a esperança e a pandemia

“Formação de Professores: entre a esperança e a pandemia” busca discutir as esperanças e os desaf... more “Formação de Professores: entre a esperança e a pandemia” busca discutir as esperanças e os desafios enfrentados pelos professores em formação, no contexto da pandemia de COVID-19, uma doença causada pelo coronavírus, oficialmente chamado SARS-CoV-2. O PPGEdu/UFR sente-se gratificado em oferecer à comunidade, após dez anos do início de seu funcionamento, produções que partem de pesquisas que enfatizam o desenvolvimento profissional docente. A presente coletânea se estrutura em dois bloco e resultam de trabalhos em parcerias entre orientadores, orientandos, egressos e professores convidados, quais seja: Formação de professores: pandemia e esperança e Formação de professores em diferentes níveis e contextos. Nesse amálgama de temas mestres e aprendizes se complementam, a mitologia permeia os textos, tecnologia, as dificuldades interpostas nas novas práticas com a educação remota e e a oxigenação que invade os corpos na propositura de que possamos seguir, cultivando esperanças em práticas que contribuam de docências sensíveis.

Research paper thumbnail of Alfabetização em contexto de pandemia: algumas ideias sobre transcriação

Revista NUPEART, 2020

Este texto, fruto de uma pesquisa acadêmica desenvolvida no Programa de Pós-graduação em Educação... more Este texto, fruto de uma pesquisa acadêmica desenvolvida no Programa de Pós-graduação em Educação (PPGEDU) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), traz como ponto central a problemática da alfabetização e letramento no Brasil, práticas que têm sido alvo de debates e ataquesno atual governo de Jair Bolsonaro. O trabalho evidencia, mais especificamente, a relevância acerca das implicações e reverberações de uma alfabetização desvinculada do letramento. Diante das transformações pedagógicas acarretadas pela pandemia, o texto também discute sobre a importância e o desafio de práticas lúdicas e corpóreas para o desenvolvimento de uma alfabetização e um letramento sensíveis, subsidiados pela ideia de transcriacão, conceito apresentado por Almeida e Araújo (2020).

Research paper thumbnail of “A Gente Veio Brincar!”: Narrativas De Uma Experiência Na Brinquedoteca Da Ufmt/Cur

A narrativa que e objeto desse texto foi feita por Thais Cristina Pessoa Ramos, bolsista de exten... more A narrativa que e objeto desse texto foi feita por Thais Cristina Pessoa Ramos, bolsista de extensao do Laboratorio Especial de Ludicidade/Brinquedoteca Profa. Dra. Soraiha Miranda de Lima, (Protocolo SIEX: 130320171348471530), e foi retirada do Diario de Campo – metodologia usada pelas bolsistas e voluntarias, para registro das atividades realizadas na brinquedoteca – em que as estudantes narram a experiencia das criancas ao experimentarem a brinquedoteca. O objetivo da texto, escrito sob uma perspectiva antropologica, e apresentar o brincar das criancas, expressao de suas linguagens e modos de lidar com aquele espaco e alguns brinquedos. A presenca dos adultos, no projeto, se configura como disponibilidade, mas nao como intervencao: permite-se o livre brincar e, ao mesmo tempo, observa-se e registra-se esse movimento para posterior reflexao no grupo de estudos. Ao narrar sobre o brincar livre, o texto pretende sensibilizar educadores de que todos podem brincar de ser sujeitos de i...

Research paper thumbnail of Educação Infantil: Aprendizados Na Brinquedoteca Universitária

Formação de professores, políticas educacionais e experiências pedagógicas em Rondonópolis/MT, 2021

Research paper thumbnail of Miguilim: a criança sofre – contribuições da educação de sensibilidade

RESUMO O texto, um dos capitulos da minha tese de doutorado (WILLMS, 2013), trata do sofrimento d... more RESUMO O texto, um dos capitulos da minha tese de doutorado (WILLMS, 2013), trata do sofrimento da crianca a partir da novela Campo Geral, de Guimaraes Rosa (2010). O personagem principal e Miguilim, um menino que tem “alma de poeta” e por isso pode nos despertar para a importância de se respeitar a crianca, seus movimentos, sentimentos, duvidas e dores. Alem do sofrimento, o texto apresenta o brincar da crianca do sertao, ou seja, da crianca universal. O texto apresenta-se como uma educacao de sensibilidade ou como um convite para oxigenar as politicas publicas que pretendem massificar a crianca. Palavras-chave: Guimaraes Rosa;Brincar;Educacao de sensibilidade. MIGUILIM: THE SUFFERING CHILD - CONTRIBUTIONS TO A SENSIBLE EDUCATION ABSTRACT The text, one of the chapters of my doctoral thesis (WILLMS, 2013), deals with the child suffering from the “Campo Geral” novel of Guimaraes Rosa (2010). The main character is a boy, Miguilim, who has “poet’s soul” and so can awaken us to the imp...

Research paper thumbnail of Diálogos entre arte, cultura & educação

Revisão: Paulo Barroso + autores dos capítulos Projeto Gráfico, Capa e Editoração: Rogério de Alm... more Revisão: Paulo Barroso + autores dos capítulos Projeto Gráfico, Capa e Editoração: Rogério de Almeida e Marcos Beccari "Kama ndoto yako imekusumbua Kama inaogopa, kama imani yako imeondoka Kama unaniita Ukitaka unaweza kurudi ndani ya moyo yangu Ulale malaika Ulale mwana wangu Ulale ulale..." ("Se teus sonhos te perturbarem Se ficares com medo, se tua fé te deixar Se tu chamares por mim Podes retornar para as profundezas do meu coração Podes retornar para as profundezas de meu útero Então, dorme, meu anjo... dorme minha criança Dorme, dorme...") 4 Somi, "Ulale Malaika Wangu", Cantiga de ninar em swahili Uganda, 2004 2 Dançando com o Minotauro nas Noites: Narração de Estórias e Formação Humana, sob a orientação de Marcos Ferreira-Santos, março de 2015. 3 Contar e Ouvir estórias: um diálogo de coração para coração acordando imagens, sob a orientação de Marina Célia Moraes Dias, abril de 2006. a arte de ouvir e contar estórias 33 Fabiana de Pontes Rubira Felizmente, "perder-se também é caminho" (LISPECTOR, 1949, p. 186). E foi me perdendo que, por fim, construí o meu. Na verdade, depois de muito caminhar, me reencontrei e me reencantei num espaço já tão conhecido, onde tudo havia começado: ao lado do professor, mestre e amigo, Marcos Ferreira-Santos, na Faculdade de Educação. O desejo de criar um núcleo de Narração de Estórias-e precisava ser estória, grafada com E de eternidade, e não história com o H das horas que nos devoram 4-nasceu de uma participação artística que fiz com o grupo do Lab_Arte em meados de 2007. Era uma palestra-espetáculo, na qual o professor Marcos falava sobre a educação de sensibilidade e o ser educador. Ele recopilou o mito Chinês "A pequena jardineira e o gigante", que nos fala de como por acidente o desatento gigante Pan Gu acabou por rasgar o céu e de como a pequena jardineira, que o perseguia, porque ele havia arrancado as flores de seu amado jardim, o ajudou a remendar o céu partido, escapando assim da fúria dos deuses da água e do fogo que queriam puni-lo. O mito nos conta como a pequena jardineira Chou Mee Kwai transformou-se, após morrer, na "ancestral jovem deusa Nü Wa, a bela mãe natureza, a deusa casamenteira que remenda o céu partido, remédio para o espírito" 5. Durante essa apresentação, da qual participei por três vezes, acontecia a narração desse conto. Enquanto eu narrava, o professor Marcos Ferreira-Santos e alguns monitores do núcleo de música tocavam e cantavam, ao mesmo tempo que monitoras e participantes do núcleo de dança dançavam a estória. Foi uma experiência reintegradora, não apenas no sentido de reunir e aproximar as pessoas envolvidas no processo, ou por reviver a narração mítica em seu modo de celebração mais ancestral-contando, cantando e dançando-, mas foi uma experiência reintegradora dos nossos si-mesmos. Foi quando eu consegui agulha e linha para remendar vários céus partidos, começando por aqueles que estavam e estariam dentro de mim mesma, e depois muitos outros. 4 Utilizo a grafia 'estórias', desde minha dissertação de mestrado, quando optei por ela com a intenção de marcar o caráter atemporal que os contos, principalmente os da tradição oral, possuem. Ao me dedicar ao estudo da narração de estórias, naquele momento eu "abdiquei do 'h' das horas, do tempo cronológico linear que nos devora, em favor do 'e' da eternidade que nos imortaliza". (RUBIRA, 2006, p. 57). 5 Trecho do conto "A pequena jardineira e o gigante", recopilado por Marcos Ferreira-Santos, 2007. Disponível em: https://www.yumpu.com/pt/document/view/12961767/a-pequena-jardineira-e-ogigante-marculusnet. Acesso em: 30/11/2018. a arte de ouvir e contar estórias 34 Fabiana de Pontes Rubira a arte de ouvir e contar estórias 35 Fabiana de Pontes Rubira a arte de ouvir e contar estórias 37 Fabiana de Pontes Rubira a arte de ouvir e contar estórias 41 Fabiana de Pontes Rubira Era uma vez, um lugar onde tudo era possível. Lá, uma voz encantadora enchia os ouvintes de todos com muita calma e amor. Alguns até chamavam esse lugar de terapia. O lab_arte foi um oásis na minha vida corrida [...] Foi uma pausa do meu dia, aquela hora mágica em que deixamos tudo o que nos aborrece (ou não) do outro lado da porta da sala 130. Estar no lab_arte de narração de estórias é para mim estar num mundo encantado que traz para a alma uma leveza que contrasta com a correria do dia a dia. Sinto-me anestesiada com as coisas que acontecem durante a semana, mas, sem dúvida, quinta-feira, é o dia mais esperado por mim. Dia de me sensibilizar. Quando saio das sessões de contação de estórias no Lab, sinto-me como se o meu sangue voltasse a circular pelo meu corpo... Como se a unidade do meu ser fosse estimulada. Durante seu curso eu fui retomando um contato mais profundo com minha "menina" adormecida, pois estava passando meus dias apenas em companhia de meu lado "mulher", imersa em preocupações com o futuro, com a vida profissional, e eu andava pouco ou quase nada existindo de verdade. Confesso que foi difícil acompanhar as aulas no lab, pois na maioria das vezes, eu chegava extremamente cansada, pois ia correndo para a USP, depois de um dia inteiro de trabalho com crianças pequenas. Chegava tão cansada que precisava cochilar algumas vezes na aula, mas o tanto que eu conseguia permanecer ali, alimentando esse lado simbólico, era suficiente para que eu saísse de lá feliz e em paz. Acredito que o Lab_Arte me fez uma pessoa melhor. Depois de uma semana cansativa, eu sempre pensava que na quinta-feira à noite eu receberia uma força, um incentivo, uma paz interior para terminar a semana. Eu me sentia mesmo muito bem às quintas à noite, era como se uma tranquilidade, uma felicidade faceira, tomasse conta de mim... Sempre saí melhor do que entrei dos nossos encontros do Lab. Os colegas de curso e suas histórias de vida, assim como suas estórias contadas na roda, encheram meu coração de alegria e paz. Aprendi muito com cada um. No Lab me senti verdadeiramente parte da aula, uma peça de um quebra-cabeça que éramos todos nós, uma sensação inigualável... Essa é uma experiência que amplia a percepção de si, da alma, do corpo, do coração. O Lab foi minha cura. Cada estória que eu ouvi e contei entrava no meu coração e me ajudava a crescer. Cada estória ouvida e contada se transformava em um pedacinho do meu coração... a arte de ouvir e contar estórias 42 Fabiana de Pontes Rubira a arte de ouvir e contar estórias 46 Fabiana de Pontes Rubira Referências

Research paper thumbnail of Escrevivendo: uma fenomenologia rosiana do brincar

Research paper thumbnail of A pesquisa como jornada interpretativa: uma leitura metafórica do filme “A lenda do pianista do mar”

O texto tem o objetivo de apresentar uma leitura metaforica do filme “A lenda do pianista do mar”... more O texto tem o objetivo de apresentar uma leitura metaforica do filme “A lenda do pianista do mar” (TORNATORE, 1998), baseado no monologo Novecentos de Alessandro Baricco (2000). Mais do que compreender o filme encerrado em seu sentido narrativo, partiremos de sua narrativa para estabelecer comparacoes com o trabalho do pesquisador. Trata-se de pesquisa teorica ancorada nas contribuicoes de Paul Ricouer (2008; 2005) a respeito da metafora e da interpretacao hermeneutica, alem de Marcos Ferreira-Santos (2004) e Rogerio de Almeida (2012; 2011; 2011a, 2010, 2010a) acerca da jornada interpretativa. Com Friedrich Nietzsche (2005; 2009; 2010) e Elni Elisa Willms (2011) abordamos a ordem tragica do filme. Concluimos que o pianista, tendo se recusado a sair do navio, recusou o proprio mundo, como possibilidade de exploracao, de pesquisa e de vida, optando pelo ja conhecido e, desta forma, nao afrontou a vida, no sentido tragico nietzschiano.

Research paper thumbnail of A Arte Trágica Como Afirmação Da Existência: Entremesclando Nietzsche e Rosa

The purpose of the text, born from theorical research, is to discuss certain elements of the trag... more The purpose of the text, born from theorical research, is to discuss certain elements of the tragical art in Friedrich Nietzsche's philosophy, which includes the mythical characters of Apollo and Dionysius, as well as the link of this philosophy with Guimaraes Rosa's literature, specially through the exercise of comprehending the short story "Darandina". From a hermeneutical approach, the article draws Rosa nearer to Nietzsche, for it points that both affirm the existence; one - Nietzsche - in a more philosophical manner, but also poetically. The other, Rosa, through his literature in which, poetically, the characters make a transgressive use of language. This way, based on Nietzsche's tragical philosophy, it can be affirmed that Rosa's literary work has a certain hue of tragic art.

Research paper thumbnail of Diálogos entre arte, cultura & educação

Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, 2019

A coletânea de textos é fruto de um transbordamento multifacetado de temas que têm, no entanto, u... more A coletânea de textos é fruto de um transbordamento multifacetado de temas que têm, no entanto, um ponto a partir do qual se deslocam: a arte e a educação em suas diversas manifestações. Desde as cantigas de ninar às contribuições das histórias e estórias, passando pelas ilustrações e pelo design, a literatura, a música, a dança, o teatro, o cinema, a poesia, a fotografia, as histórias em quadrinhos, as danças circulares, as questões ambientais, de gênero e sexualidade, os quilombolas, as crianças, os jovens, as mulheres, os homens em processo de desintoxicação química, nossos povos originários e os afrodescendentes - o brincar, enfim, a grandiosa tecelagem do vivido em forma de textos aqui se apresenta como se fosse em uma canoa que se lança rio adentro para esse grande mar que é a vida. Desse modo, este livro quer ser o registro do acaso dos encontros, dos afetos que se proliferam e, enfim, do livre escoamento da arte, da cultura e da educação. O gesto artístico, que coincide com o educacional, é o movimento que entrelaça vida e obra, uma oscilação que se volta, uma vez mais, e sempre mais de uma vez, para o que resta a ser criado.

Research paper thumbnail of A influência dos gêneros sexuais na educação da escola municipal Nova Nazaré

Núcleo do Conhecimento, Apr 22, 2017

O artigo aborda o preconceito racial praticado na Escola Municipal Nova Nazaré – MT. As atividade... more O artigo aborda o preconceito racial praticado na Escola Municipal Nova Nazaré – MT. As atividades de intervenção duraram cerca de uma semana. O objetivo foi descobrir quais ações educativas os professores executam em sua prática pedagógica para combater o preconceito racial em sua unidade escolar; analisar como os docentes percebem, experimentam e atuam junto à realidade do preconceito racial dentro do ambiente escolar. Como instrumentos metodológicos foram utilizados debates, palestras e diálogos informais. Foram realizados estudos bibliográficos durante os horários destinados à formação continuada e hora atividade. Em sala de aula foram realizadas as intervenções juntamente aos alunos propiciando respeito a todos independentemente da escolha sexual. Os resultados obtidos foram significantes, pois ajudamos na modificação do modo de ver os fatos e, por conseguinte, isto pode levar a uma mudança de pensamentos e atitudes de vários alunos com relação aos gêneros no ambiente escolar e na sociedade.

Research paper thumbnail of Aprender a Ser e a Viver Com Os Huni Kuin: Educação, Imaginário e Sensibilidade No Jogo “Huni Kuin - Os Caminhos Da Jibóia”

Revista Debates Insubmissos

Uma educação decolonial (WALSH, 2013) se constrói a partir do diálogo com práticas e saberes amer... more Uma educação decolonial (WALSH, 2013) se constrói a partir do diálogo com práticas e saberes ameríndios e afroamericanos, considerando imaginários, percepções e afetos outros, não delimitados pelo horizonte do colonialismo e da colonialidade, mas que se abra para modernidades outras (DUSSEL, 2005). O objetivo deste trabalho é fazer ver e circular conhecimentos do povo Huni Kuin, seus modos de ser, viver e narrar, a partir do jogo “Huni Kuin: os caminhos da Jibóia” (2016). A metodologia empregada no artigo foi de caráter exploratória (GIL, 2008) e os procedimentos técnicos foram a revisão de literatura, a análise midiática (KELLNER, 2001) e a análise de imaginário (GASI, 2016). Como resultados identificamos que o jogo é uma importante ferramenta para a construção de uma educação estética decolonial (SILVA, 2021), tanto por seus elementos gráficos e audiovisuais, quanto por sua própria elaboração, que se deu a partir da produção partilhada de conhecimento.

Research paper thumbnail of Corpo e jogo dramático

Pontos de Interrogação – Revista de Crítica Cultural

O texto aqui apresentado integra a pesquisa realizada no âmbito de Mestrado em Educação, desenvol... more O texto aqui apresentado integra a pesquisa realizada no âmbito de Mestrado em Educação, desenvolvido na Université Vincennes Saint-Denis (Paris 8), e busca compreender como sujeitos imersos em um processo criativo com a linguagem teatral, baseado em suas histórias de vida, podem vivenciar um processo de autoformação existencial. Para nos apoiar neste trabalho, trouxemos autores como Andrieu (2010), Berger (2009), Ricoeur (1986), Mead (2006), Merleau-Ponty (1999) e Legrand (2010). O campo teórico do nosso texto está apresentado primeiramente com uma discussão em torno das noções de “corpo autônomo” (ANDRIEU, 2010) e “ato sensato” (RICOEUR, 1986), onde mostramos como essas noções se justificam no processo criativo com o jogo dramático que propomos. Para mostrar como o trabalho corporal foi privilegiado no jogo dramático com a ajuda da improvisação, tomamos como dados os relatos dos participantes da prática teatral proposta, obtidos por meio de entrevistas não diretivas, analisadas pe...

Research paper thumbnail of Educação Ambiental e incêndios no Pantanal em 2020

Ambiente & Educação

O objetivo do texto é discutir um aspecto da crise de emergência climática, os incêndios no Panta... more O objetivo do texto é discutir um aspecto da crise de emergência climática, os incêndios no Pantanal. Parte-se da reportagem poética Entremeio com o vaqueiro Mariano de João Guimarães Rosa, para interligar questões ligadas à literatura, à crise de emergência climática e à educação ambiental, questões pertinentes entre si e com possibilidades educativas. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, vinculada ao Grupo Pesquisador em Educação Ambiental, Comunicação e Arte (GPEA) da UFMT. Moore (2016) argumenta que os grupos que mais sofreram com os incêndios foram os pantaneiros, ribeirinhos e demais comunidades tradicionais da região. Conclui-se que a literatura pode ser uma aliada da educação ambiental, por apresentar elementos que permitem discutir a ação humana sobre o bioma do Pantanal.

Research paper thumbnail of Ir à escola noutra cultura: uma leitura hermenêutica do filme “E Buda desabou de vergonha”

Educação

O objetivo do texto é apresentar uma leitura hermenêutica do filme E Buda desabou de vergonha par... more O objetivo do texto é apresentar uma leitura hermenêutica do filme E Buda desabou de vergonha para, numa perspectiva antropológica, abordar o brincar e a construção da autonomia da criança. O cinema, abordado aqui como itinerário de formação, apresenta-se como uma importante ferramenta teórico-metodológica para trazer à tona elementos de formação humana. Num contexto em que estudantes do sexo feminino são excluídas de quase todas as oportunidades educacionais no Afeganistão até 2001, com instalação do regime talibã, Bakhtai, uma garotinha afegã de etnia hazara, de seis anos de idade, fica determinada em ir para escola ao ver seu vizinho Abbas ler em voz alta. É enfrentando uma trajetória com diversas barreiras presente em sua cultura que Bahktai busca aprender histórias divertidas. Conclui-se que a leitura do filme, enquanto texto de outra cultura, é um importante aliado para a formação de professores por evidenciar elementos para uma reflexão sobre limites e possibilidades do prota...

Research paper thumbnail of Narrativas autobiográficas em educação: percepções de uma professora-mãe sobre o autismo

Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)biográfica, 2020

Este texto é fruto de uma pesquisa de Mestrado defendida em 2019 no Programa de Pós-Graduação em ... more Este texto é fruto de uma pesquisa de Mestrado defendida em 2019 no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso (PPGEdu), Campus de Rondonópolis. O objetivo é narrar, de forma reflexiva e sensível, experiências de uma professora e mãe de uma criança com autismo, Geovanna, desde seu nascimento até os seis anos de idade, período em que finaliza o estudo. Apoia-se metodológica e epistemologicamente nas narrativas autobiográficas da professora e mãe da criança autista. O suporte teórico da fenomenologia de Maurice Merleau-Ponty, além das contribuições sobre Educação de Sensibilidade de Marcos Ferreira-Santos e Rogério de Almeida permitem abordar as vicissitudes diante dos diagnósticos médicos contraditórios, os desafios da inclusão escolar, os processos terapêuticos e o brincar dessa criança. De forma conclusiva aponta para a necessidade de acreditar no potencial da pessoa autista em sua diferença, pois mesmo tendo outra forma de ser e estar no mundo, é ...

Research paper thumbnail of Diálogos entre arte, cultura & educação

Revisão: Paulo Barroso + autores dos capítulos Projeto Gráfico, Capa e Editoração: Rogério de Alm... more Revisão: Paulo Barroso + autores dos capítulos Projeto Gráfico, Capa e Editoração: Rogério de Almeida e Marcos Beccari "Kama ndoto yako imekusumbua Kama inaogopa, kama imani yako imeondoka Kama unaniita Ukitaka unaweza kurudi ndani ya moyo yangu Ulale malaika Ulale mwana wangu Ulale ulale..." ("Se teus sonhos te perturbarem Se ficares com medo, se tua fé te deixar Se tu chamares por mim Podes retornar para as profundezas do meu coração Podes retornar para as profundezas de meu útero Então, dorme, meu anjo... dorme minha criança Dorme, dorme...") 4 Somi, "Ulale Malaika Wangu", Cantiga de ninar em swahili Uganda, 2004 2 Dançando com o Minotauro nas Noites: Narração de Estórias e Formação Humana, sob a orientação de Marcos Ferreira-Santos, março de 2015. 3 Contar e Ouvir estórias: um diálogo de coração para coração acordando imagens, sob a orientação de Marina Célia Moraes Dias, abril de 2006. a arte de ouvir e contar estórias 33 Fabiana de Pontes Rubira Felizmente, "perder-se também é caminho" (LISPECTOR, 1949, p. 186). E foi me perdendo que, por fim, construí o meu. Na verdade, depois de muito caminhar, me reencontrei e me reencantei num espaço já tão conhecido, onde tudo havia começado: ao lado do professor, mestre e amigo, Marcos Ferreira-Santos, na Faculdade de Educação. O desejo de criar um núcleo de Narração de Estórias-e precisava ser estória, grafada com E de eternidade, e não história com o H das horas que nos devoram 4-nasceu de uma participação artística que fiz com o grupo do Lab_Arte em meados de 2007. Era uma palestra-espetáculo, na qual o professor Marcos falava sobre a educação de sensibilidade e o ser educador. Ele recopilou o mito Chinês "A pequena jardineira e o gigante", que nos fala de como por acidente o desatento gigante Pan Gu acabou por rasgar o céu e de como a pequena jardineira, que o perseguia, porque ele havia arrancado as flores de seu amado jardim, o ajudou a remendar o céu partido, escapando assim da fúria dos deuses da água e do fogo que queriam puni-lo. O mito nos conta como a pequena jardineira Chou Mee Kwai transformou-se, após morrer, na "ancestral jovem deusa Nü Wa, a bela mãe natureza, a deusa casamenteira que remenda o céu partido, remédio para o espírito" 5. Durante essa apresentação, da qual participei por três vezes, acontecia a narração desse conto. Enquanto eu narrava, o professor Marcos Ferreira-Santos e alguns monitores do núcleo de música tocavam e cantavam, ao mesmo tempo que monitoras e participantes do núcleo de dança dançavam a estória. Foi uma experiência reintegradora, não apenas no sentido de reunir e aproximar as pessoas envolvidas no processo, ou por reviver a narração mítica em seu modo de celebração mais ancestral-contando, cantando e dançando-, mas foi uma experiência reintegradora dos nossos si-mesmos. Foi quando eu consegui agulha e linha para remendar vários céus partidos, começando por aqueles que estavam e estariam dentro de mim mesma, e depois muitos outros. 4 Utilizo a grafia 'estórias', desde minha dissertação de mestrado, quando optei por ela com a intenção de marcar o caráter atemporal que os contos, principalmente os da tradição oral, possuem. Ao me dedicar ao estudo da narração de estórias, naquele momento eu "abdiquei do 'h' das horas, do tempo cronológico linear que nos devora, em favor do 'e' da eternidade que nos imortaliza". (RUBIRA, 2006, p. 57). 5 Trecho do conto "A pequena jardineira e o gigante", recopilado por Marcos Ferreira-Santos, 2007. Disponível em: https://www.yumpu.com/pt/document/view/12961767/a-pequena-jardineira-e-ogigante-marculusnet. Acesso em: 30/11/2018. a arte de ouvir e contar estórias 34 Fabiana de Pontes Rubira a arte de ouvir e contar estórias 35 Fabiana de Pontes Rubira a arte de ouvir e contar estórias 37 Fabiana de Pontes Rubira a arte de ouvir e contar estórias 41 Fabiana de Pontes Rubira Era uma vez, um lugar onde tudo era possível. Lá, uma voz encantadora enchia os ouvintes de todos com muita calma e amor. Alguns até chamavam esse lugar de terapia. O lab_arte foi um oásis na minha vida corrida [...] Foi uma pausa do meu dia, aquela hora mágica em que deixamos tudo o que nos aborrece (ou não) do outro lado da porta da sala 130. Estar no lab_arte de narração de estórias é para mim estar num mundo encantado que traz para a alma uma leveza que contrasta com a correria do dia a dia. Sinto-me anestesiada com as coisas que acontecem durante a semana, mas, sem dúvida, quinta-feira, é o dia mais esperado por mim. Dia de me sensibilizar. Quando saio das sessões de contação de estórias no Lab, sinto-me como se o meu sangue voltasse a circular pelo meu corpo... Como se a unidade do meu ser fosse estimulada. Durante seu curso eu fui retomando um contato mais profundo com minha "menina" adormecida, pois estava passando meus dias apenas em companhia de meu lado "mulher", imersa em preocupações com o futuro, com a vida profissional, e eu andava pouco ou quase nada existindo de verdade. Confesso que foi difícil acompanhar as aulas no lab, pois na maioria das vezes, eu chegava extremamente cansada, pois ia correndo para a USP, depois de um dia inteiro de trabalho com crianças pequenas. Chegava tão cansada que precisava cochilar algumas vezes na aula, mas o tanto que eu conseguia permanecer ali, alimentando esse lado simbólico, era suficiente para que eu saísse de lá feliz e em paz. Acredito que o Lab_Arte me fez uma pessoa melhor. Depois de uma semana cansativa, eu sempre pensava que na quinta-feira à noite eu receberia uma força, um incentivo, uma paz interior para terminar a semana. Eu me sentia mesmo muito bem às quintas à noite, era como se uma tranquilidade, uma felicidade faceira, tomasse conta de mim... Sempre saí melhor do que entrei dos nossos encontros do Lab. Os colegas de curso e suas histórias de vida, assim como suas estórias contadas na roda, encheram meu coração de alegria e paz. Aprendi muito com cada um. No Lab me senti verdadeiramente parte da aula, uma peça de um quebra-cabeça que éramos todos nós, uma sensação inigualável... Essa é uma experiência que amplia a percepção de si, da alma, do corpo, do coração. O Lab foi minha cura. Cada estória que eu ouvi e contei entrava no meu coração e me ajudava a crescer. Cada estória ouvida e contada se transformava em um pedacinho do meu coração... a arte de ouvir e contar estórias 42 Fabiana de Pontes Rubira a arte de ouvir e contar estórias 46 Fabiana de Pontes Rubira Referências

Research paper thumbnail of Narrativas sobre experiências de leitura em uma cadeia pública feminina: fronteiras borradas

Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)biográfica

O texto objetiva analisar percepções de intervenções, cujo mote é a leitura literária, ocorridas ... more O texto objetiva analisar percepções de intervenções, cujo mote é a leitura literária, ocorridas em uma Cadeia Pública Feminina, no interior do Projeto de Extensão “Leituras sem grades”, desenvolvido em uma Universidade Federal brasileira. O objetivo do Projeto de Extensão consistia em compartilhar leituras com pessoas reclusas e disponibilizar escuta sensível desencadeada a partir dos textos lidos. Junto com a extensão ocorria a pesquisa de caráter participante, de base antropológica, sendo que os excertos trazidos para este texto são oriundos dos Diários de Campo de duas professoras universitárias que participaram do projeto, escritos em forma de narrativas autobiográficas da experiência vivida. O suporte teórico utilizado neste texto articula perspectivas da literatura (CANDIDO, 2002, 2004; TODOROV, 2014), elementos da filosofia trágica (NIETZSCHE, 2009a; 2009b), reflexões sobre o Outro em pesquisas (AMORIM, 2001) e uma visão socio-histórica do desenvolvimento humano (BRONFENBREN...

Research paper thumbnail of Culturas de paz e educação latino-americana

Con el reto de estudiar la relacion entre la educacion y las culturas de paz y violencia en la Am... more Con el reto de estudiar la relacion entre la educacion y las culturas de paz y violencia en la America Latina, con planteamientos multiplos y tematica diversificada, se emprendio una red investigativa internacional entre Brasil y Colombia, representados por la Faculdade de Educacao de la Universidade de Sao Paulo y la Facultad de Educacion de la Universidad Santo Tomas. El resultado de esa investigacion viene ahora a publico con la publicacion de este libro, compuesto de 15 articulos escritos en portugues y espanol, en un esfuerzo conjunto de compartir esa importante experiencia de reflexion sobre la educacion contemporanea latinoamericana.

Research paper thumbnail of Pequenas cócegas: abuso sexual de meninas

Revista Estudos Feministas

Resumo: A leitura hermenêutica do filme Inocência roubada, foco deste texto, tem por objetivo tra... more Resumo: A leitura hermenêutica do filme Inocência roubada, foco deste texto, tem por objetivo tratar de abuso sexual com meninas. As contribuições teóricas de Rogério de Almeida e Marcos Ferreira-Santos sobre cinema e hermenêutica nos permitem entender que o cinema também cria um itinerário de formação e, nesse sentido, é educativo. A autora deixa reverberar de maneira autônoma as leituras que fez, ao longo de sua trajetória acadêmica, sobre educação, feminismo, gênero e sexualidade, associadas ao ensaio da espanhola María Zambrano, intitulado “As metáforas do coração”, mote sensível para destacar a ressonância do abuso sexual sofrido na infância, ecoando pela vida inteira da mulher. Concluo que é preciso coragem para emancipar-se de tamanha dor, estudar, falar e narrar sobre abuso sexual com pais e educadores para que as crianças possam seguir em frente na vida, de maneira segura.

Research paper thumbnail of Formação de Professores: entre a esperança e a pandemia

“Formação de Professores: entre a esperança e a pandemia” busca discutir as esperanças e os desaf... more “Formação de Professores: entre a esperança e a pandemia” busca discutir as esperanças e os desafios enfrentados pelos professores em formação, no contexto da pandemia de COVID-19, uma doença causada pelo coronavírus, oficialmente chamado SARS-CoV-2. O PPGEdu/UFR sente-se gratificado em oferecer à comunidade, após dez anos do início de seu funcionamento, produções que partem de pesquisas que enfatizam o desenvolvimento profissional docente. A presente coletânea se estrutura em dois bloco e resultam de trabalhos em parcerias entre orientadores, orientandos, egressos e professores convidados, quais seja: Formação de professores: pandemia e esperança e Formação de professores em diferentes níveis e contextos. Nesse amálgama de temas mestres e aprendizes se complementam, a mitologia permeia os textos, tecnologia, as dificuldades interpostas nas novas práticas com a educação remota e e a oxigenação que invade os corpos na propositura de que possamos seguir, cultivando esperanças em práticas que contribuam de docências sensíveis.

Research paper thumbnail of Alfabetização em contexto de pandemia: algumas ideias sobre transcriação

Revista NUPEART, 2020

Este texto, fruto de uma pesquisa acadêmica desenvolvida no Programa de Pós-graduação em Educação... more Este texto, fruto de uma pesquisa acadêmica desenvolvida no Programa de Pós-graduação em Educação (PPGEDU) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), traz como ponto central a problemática da alfabetização e letramento no Brasil, práticas que têm sido alvo de debates e ataquesno atual governo de Jair Bolsonaro. O trabalho evidencia, mais especificamente, a relevância acerca das implicações e reverberações de uma alfabetização desvinculada do letramento. Diante das transformações pedagógicas acarretadas pela pandemia, o texto também discute sobre a importância e o desafio de práticas lúdicas e corpóreas para o desenvolvimento de uma alfabetização e um letramento sensíveis, subsidiados pela ideia de transcriacão, conceito apresentado por Almeida e Araújo (2020).

Research paper thumbnail of “A Gente Veio Brincar!”: Narrativas De Uma Experiência Na Brinquedoteca Da Ufmt/Cur

A narrativa que e objeto desse texto foi feita por Thais Cristina Pessoa Ramos, bolsista de exten... more A narrativa que e objeto desse texto foi feita por Thais Cristina Pessoa Ramos, bolsista de extensao do Laboratorio Especial de Ludicidade/Brinquedoteca Profa. Dra. Soraiha Miranda de Lima, (Protocolo SIEX: 130320171348471530), e foi retirada do Diario de Campo – metodologia usada pelas bolsistas e voluntarias, para registro das atividades realizadas na brinquedoteca – em que as estudantes narram a experiencia das criancas ao experimentarem a brinquedoteca. O objetivo da texto, escrito sob uma perspectiva antropologica, e apresentar o brincar das criancas, expressao de suas linguagens e modos de lidar com aquele espaco e alguns brinquedos. A presenca dos adultos, no projeto, se configura como disponibilidade, mas nao como intervencao: permite-se o livre brincar e, ao mesmo tempo, observa-se e registra-se esse movimento para posterior reflexao no grupo de estudos. Ao narrar sobre o brincar livre, o texto pretende sensibilizar educadores de que todos podem brincar de ser sujeitos de i...

Research paper thumbnail of Educação Infantil: Aprendizados Na Brinquedoteca Universitária

Formação de professores, políticas educacionais e experiências pedagógicas em Rondonópolis/MT, 2021

Research paper thumbnail of Miguilim: a criança sofre – contribuições da educação de sensibilidade

RESUMO O texto, um dos capitulos da minha tese de doutorado (WILLMS, 2013), trata do sofrimento d... more RESUMO O texto, um dos capitulos da minha tese de doutorado (WILLMS, 2013), trata do sofrimento da crianca a partir da novela Campo Geral, de Guimaraes Rosa (2010). O personagem principal e Miguilim, um menino que tem “alma de poeta” e por isso pode nos despertar para a importância de se respeitar a crianca, seus movimentos, sentimentos, duvidas e dores. Alem do sofrimento, o texto apresenta o brincar da crianca do sertao, ou seja, da crianca universal. O texto apresenta-se como uma educacao de sensibilidade ou como um convite para oxigenar as politicas publicas que pretendem massificar a crianca. Palavras-chave: Guimaraes Rosa;Brincar;Educacao de sensibilidade. MIGUILIM: THE SUFFERING CHILD - CONTRIBUTIONS TO A SENSIBLE EDUCATION ABSTRACT The text, one of the chapters of my doctoral thesis (WILLMS, 2013), deals with the child suffering from the “Campo Geral” novel of Guimaraes Rosa (2010). The main character is a boy, Miguilim, who has “poet’s soul” and so can awaken us to the imp...

Research paper thumbnail of Diálogos entre arte, cultura & educação

Revisão: Paulo Barroso + autores dos capítulos Projeto Gráfico, Capa e Editoração: Rogério de Alm... more Revisão: Paulo Barroso + autores dos capítulos Projeto Gráfico, Capa e Editoração: Rogério de Almeida e Marcos Beccari "Kama ndoto yako imekusumbua Kama inaogopa, kama imani yako imeondoka Kama unaniita Ukitaka unaweza kurudi ndani ya moyo yangu Ulale malaika Ulale mwana wangu Ulale ulale..." ("Se teus sonhos te perturbarem Se ficares com medo, se tua fé te deixar Se tu chamares por mim Podes retornar para as profundezas do meu coração Podes retornar para as profundezas de meu útero Então, dorme, meu anjo... dorme minha criança Dorme, dorme...") 4 Somi, "Ulale Malaika Wangu", Cantiga de ninar em swahili Uganda, 2004 2 Dançando com o Minotauro nas Noites: Narração de Estórias e Formação Humana, sob a orientação de Marcos Ferreira-Santos, março de 2015. 3 Contar e Ouvir estórias: um diálogo de coração para coração acordando imagens, sob a orientação de Marina Célia Moraes Dias, abril de 2006. a arte de ouvir e contar estórias 33 Fabiana de Pontes Rubira Felizmente, "perder-se também é caminho" (LISPECTOR, 1949, p. 186). E foi me perdendo que, por fim, construí o meu. Na verdade, depois de muito caminhar, me reencontrei e me reencantei num espaço já tão conhecido, onde tudo havia começado: ao lado do professor, mestre e amigo, Marcos Ferreira-Santos, na Faculdade de Educação. O desejo de criar um núcleo de Narração de Estórias-e precisava ser estória, grafada com E de eternidade, e não história com o H das horas que nos devoram 4-nasceu de uma participação artística que fiz com o grupo do Lab_Arte em meados de 2007. Era uma palestra-espetáculo, na qual o professor Marcos falava sobre a educação de sensibilidade e o ser educador. Ele recopilou o mito Chinês "A pequena jardineira e o gigante", que nos fala de como por acidente o desatento gigante Pan Gu acabou por rasgar o céu e de como a pequena jardineira, que o perseguia, porque ele havia arrancado as flores de seu amado jardim, o ajudou a remendar o céu partido, escapando assim da fúria dos deuses da água e do fogo que queriam puni-lo. O mito nos conta como a pequena jardineira Chou Mee Kwai transformou-se, após morrer, na "ancestral jovem deusa Nü Wa, a bela mãe natureza, a deusa casamenteira que remenda o céu partido, remédio para o espírito" 5. Durante essa apresentação, da qual participei por três vezes, acontecia a narração desse conto. Enquanto eu narrava, o professor Marcos Ferreira-Santos e alguns monitores do núcleo de música tocavam e cantavam, ao mesmo tempo que monitoras e participantes do núcleo de dança dançavam a estória. Foi uma experiência reintegradora, não apenas no sentido de reunir e aproximar as pessoas envolvidas no processo, ou por reviver a narração mítica em seu modo de celebração mais ancestral-contando, cantando e dançando-, mas foi uma experiência reintegradora dos nossos si-mesmos. Foi quando eu consegui agulha e linha para remendar vários céus partidos, começando por aqueles que estavam e estariam dentro de mim mesma, e depois muitos outros. 4 Utilizo a grafia 'estórias', desde minha dissertação de mestrado, quando optei por ela com a intenção de marcar o caráter atemporal que os contos, principalmente os da tradição oral, possuem. Ao me dedicar ao estudo da narração de estórias, naquele momento eu "abdiquei do 'h' das horas, do tempo cronológico linear que nos devora, em favor do 'e' da eternidade que nos imortaliza". (RUBIRA, 2006, p. 57). 5 Trecho do conto "A pequena jardineira e o gigante", recopilado por Marcos Ferreira-Santos, 2007. Disponível em: https://www.yumpu.com/pt/document/view/12961767/a-pequena-jardineira-e-ogigante-marculusnet. Acesso em: 30/11/2018. a arte de ouvir e contar estórias 34 Fabiana de Pontes Rubira a arte de ouvir e contar estórias 35 Fabiana de Pontes Rubira a arte de ouvir e contar estórias 37 Fabiana de Pontes Rubira a arte de ouvir e contar estórias 41 Fabiana de Pontes Rubira Era uma vez, um lugar onde tudo era possível. Lá, uma voz encantadora enchia os ouvintes de todos com muita calma e amor. Alguns até chamavam esse lugar de terapia. O lab_arte foi um oásis na minha vida corrida [...] Foi uma pausa do meu dia, aquela hora mágica em que deixamos tudo o que nos aborrece (ou não) do outro lado da porta da sala 130. Estar no lab_arte de narração de estórias é para mim estar num mundo encantado que traz para a alma uma leveza que contrasta com a correria do dia a dia. Sinto-me anestesiada com as coisas que acontecem durante a semana, mas, sem dúvida, quinta-feira, é o dia mais esperado por mim. Dia de me sensibilizar. Quando saio das sessões de contação de estórias no Lab, sinto-me como se o meu sangue voltasse a circular pelo meu corpo... Como se a unidade do meu ser fosse estimulada. Durante seu curso eu fui retomando um contato mais profundo com minha "menina" adormecida, pois estava passando meus dias apenas em companhia de meu lado "mulher", imersa em preocupações com o futuro, com a vida profissional, e eu andava pouco ou quase nada existindo de verdade. Confesso que foi difícil acompanhar as aulas no lab, pois na maioria das vezes, eu chegava extremamente cansada, pois ia correndo para a USP, depois de um dia inteiro de trabalho com crianças pequenas. Chegava tão cansada que precisava cochilar algumas vezes na aula, mas o tanto que eu conseguia permanecer ali, alimentando esse lado simbólico, era suficiente para que eu saísse de lá feliz e em paz. Acredito que o Lab_Arte me fez uma pessoa melhor. Depois de uma semana cansativa, eu sempre pensava que na quinta-feira à noite eu receberia uma força, um incentivo, uma paz interior para terminar a semana. Eu me sentia mesmo muito bem às quintas à noite, era como se uma tranquilidade, uma felicidade faceira, tomasse conta de mim... Sempre saí melhor do que entrei dos nossos encontros do Lab. Os colegas de curso e suas histórias de vida, assim como suas estórias contadas na roda, encheram meu coração de alegria e paz. Aprendi muito com cada um. No Lab me senti verdadeiramente parte da aula, uma peça de um quebra-cabeça que éramos todos nós, uma sensação inigualável... Essa é uma experiência que amplia a percepção de si, da alma, do corpo, do coração. O Lab foi minha cura. Cada estória que eu ouvi e contei entrava no meu coração e me ajudava a crescer. Cada estória ouvida e contada se transformava em um pedacinho do meu coração... a arte de ouvir e contar estórias 42 Fabiana de Pontes Rubira a arte de ouvir e contar estórias 46 Fabiana de Pontes Rubira Referências

Research paper thumbnail of Escrevivendo: uma fenomenologia rosiana do brincar

Research paper thumbnail of A pesquisa como jornada interpretativa: uma leitura metafórica do filme “A lenda do pianista do mar”

O texto tem o objetivo de apresentar uma leitura metaforica do filme “A lenda do pianista do mar”... more O texto tem o objetivo de apresentar uma leitura metaforica do filme “A lenda do pianista do mar” (TORNATORE, 1998), baseado no monologo Novecentos de Alessandro Baricco (2000). Mais do que compreender o filme encerrado em seu sentido narrativo, partiremos de sua narrativa para estabelecer comparacoes com o trabalho do pesquisador. Trata-se de pesquisa teorica ancorada nas contribuicoes de Paul Ricouer (2008; 2005) a respeito da metafora e da interpretacao hermeneutica, alem de Marcos Ferreira-Santos (2004) e Rogerio de Almeida (2012; 2011; 2011a, 2010, 2010a) acerca da jornada interpretativa. Com Friedrich Nietzsche (2005; 2009; 2010) e Elni Elisa Willms (2011) abordamos a ordem tragica do filme. Concluimos que o pianista, tendo se recusado a sair do navio, recusou o proprio mundo, como possibilidade de exploracao, de pesquisa e de vida, optando pelo ja conhecido e, desta forma, nao afrontou a vida, no sentido tragico nietzschiano.

Research paper thumbnail of A Arte Trágica Como Afirmação Da Existência: Entremesclando Nietzsche e Rosa

The purpose of the text, born from theorical research, is to discuss certain elements of the trag... more The purpose of the text, born from theorical research, is to discuss certain elements of the tragical art in Friedrich Nietzsche's philosophy, which includes the mythical characters of Apollo and Dionysius, as well as the link of this philosophy with Guimaraes Rosa's literature, specially through the exercise of comprehending the short story "Darandina". From a hermeneutical approach, the article draws Rosa nearer to Nietzsche, for it points that both affirm the existence; one - Nietzsche - in a more philosophical manner, but also poetically. The other, Rosa, through his literature in which, poetically, the characters make a transgressive use of language. This way, based on Nietzsche's tragical philosophy, it can be affirmed that Rosa's literary work has a certain hue of tragic art.

Research paper thumbnail of Culturas de Paz e Educaca,ao.pdf

CULTURAS DE PAZE EDUCAÇÃO LATINO-AMERICAN, 2018

Con el reto de estudiar la relación entre la educación y las culturas de paz y violencia en la Am... more Con el reto de estudiar la relación entre la educación y las culturas de paz y violencia en la América Latina, con planteamientos múltiplos y temática diversificada, se emprendió una red investigativa internacional entre Brasil y Colombia, representados por la Faculdade de Educação de la Universidade de São Paulo y la Facultad de Educación de la Universidad Santo Tomás. El resultado de esa investigación viene ahora a público con la publicación de este libro, compuesto de 15 artículos escritos en portugués y español, en un esfuerzo conjunto de compartir esa importante experiencia de reflexión sobre la educación contemporánea latinoamericana.