Comunidade Livro (original) (raw)

Francisco Sa de Miranda Jan. 25th, 2005 @ 10:29 am
eka42003 Preciso do texto completo do poema de F.Sa de Miranda do qual so tenho um fragmento em espanhol. Não sei se foi escrito inicialmente em espanhol ou em português (é que este poeta escreveu muito em espanhol).O fragmento éEntonces no hay lugar en donde aguardeamor, que usa traición y no confíaya en ninguno. ¿Qué haré cuando todo arde?Peço desculpas pela minha ignorância. Sou russa e não conheço bem a literatura portuguesa. :)(5 comments | Leave a comment)
Sophia de Mello Breyner Andresen Jul. 2nd, 2004 @ 10:15 pm
icorceiro Morreu a autora do primeiro livro que li na minha vida: A Fada OrianaAgora apetece-me agradecer-lhe por ter existido e deixar aqui um aroma dessa sua existência…Pudesse EuPudesse eu não ter laços nem limitesÓ vida de mil faces transbordantesPara poder responder aos teus convitesSuspensos na surpresa dos instantes!Sophia de Mello Breyner AndresonPoesia, AntologiaMoraes Editores, 1970(1 comment | Leave a comment)
Inquérito Jun. 30th, 2004 @ 03:31 pm
icorceiro Fiz um inquérito na [Error: Irreparable invalid markup ('<a [...] ,>') in entry. Owner must fix manually. Raw contents below.]Fiz um inquérito na <a href="http://www.livejournal.com/community/portugal\_lj/", target="blank">comunidade Portugal LJ sobre os acontecimentos políticos recentes em Portugal, relativos à demissão do Durão Barroso. Votem a sério, por favor.(Leave a comment)
Fado Jun. 15th, 2004 @ 06:16 pm
icorceiro o meu destino é achatado nos pólos o meu túmulo também juntos esquecendo a sua órbita escrevem cartas tementes ao sol com caligrafia cor-de-treva da [Error: Irreparable invalid markup ('<a [...] ,>') in entry. Owner must fix manually. Raw contents below.]o meu destino é achatado nos pólos o meu túmulo também juntos esquecendo a sua órbita escrevem cartas tementes ao sol com caligrafia cor-de-treva da <a href="http://www.terravista.pt/AguaAlto/9889/index.htm", target="_blank">página da hienaqchora.(Leave a comment)
Peidinhos Jun. 11th, 2004 @ 03:55 pm
icorceiro Sou um Deus e Deus sabe dissoE como era frequente nos poetasGregos Homero imitaAs minhas figuras poéticasDe Virgílio e euAdoro lê-los como CamõesHeterónimoAtravés da câmara vídeoQue lhe instalei no coraçãoA. da Silva O. in "Peidinhos"[Error: Irreparable invalid markup ('<a [...] ,>') in entry. Owner must fix manually. Raw contents below.]Sou um Deus e Deus sabe dissoE como era frequente nos poetasGregos Homero imitaAs minhas figuras poéticasDe Virgílio e euAdoro lê-los como CamõesHeterónimoAtravés da câmara vídeoQue lhe instalei no coraçãoA. da Silva O. in "Peidinhos"<a href="http://www.edicoes-mortas.com/", target="_blank">edições mortas, 2003(Leave a comment)
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» Trova do vento que passa
Pergunto ao vento que passanotícias do meu paíse o vento cala a desgraçao vento nada me diz.Pergunto aos rios que levamtanto sonho à flor das águase os rios não me sossegamlevam sonhos deixam mágoas.Levam sonhos deixam mágoasai rios do meu paísminha pátria à flor das águaspara onde vais? Ninguém diz.Se o verde trevo desfolhaspede notícias e dizao trevo de quatro folhasque morro por meu país.Pergunto à gente que passapor que vai de olhos no chão.Silêncio -- é tudo o que temquem vive na servidão.Vi florir os verdes ramosdireitos e ao céu voltados.E a quem gosta de ter amosvi sempre os ombros curvados.E o vento não me diz nadaninguém diz nada de novo.Vi minha pátria pregadanos braços em cruz do povo.Vi minha pátria na margemdos rios que vão pró marcomo quem ama a viagemmas tem sempre de ficar.Vi navios a partir(minha pátria à flor das águas)vi minha pátria florir(verdes folhas verdes mágoas).Há quem te queira ignoradae fale pátria em teu nome.Eu vi-te crucificadanos braços negros da fome.E o vento não me diz nadasó o silêncio persiste.Vi minha pátria paradaà beira de um rio triste.Ninguém diz nada de novose notícias vou pedindonas mãos vazias do povovi minha pátria florindo.E a noite cresce por dentrodos homens do meu país.Peço notícias ao ventoe o vento nada me diz.Quatro folhas tem o trevoliberdade quatro sílabas.Não sabem ler é verdadeaqueles pra quem eu escrevo.Mas há sempre uma candeiadentro da própria desgraçahá sempre alguém que semeiacanções no vento que passa.Mesmo na noite mais tristeem tempo de servidãohá sempre alguém que resistehá sempre alguém que diz não.Manuel AlegreJun. 9th, 2004 @ 05:44 pm(Leave a comment)
» Eu não sou eu nem sou o outro
A oportunidade de ficarmos sós, pela primeira vez em toda a semana, coincidiu com o passeio dos meus pais. Ainda me perguntaram se queria acompanhá-los e ajudar a escolher uns presentes para a família. Tentei que os meus nãos fossem firmes, evitando, contudo, uma espécie de prontidão enérgica que me trairia, seguramente (ou talvez não). Desculpei-me com o torneio de snooker, a opção recorrente do hotel nos dias mais nublados. Assim que avistei o carro na última curva abrangida pela linha do horizonte, subi as escadas de três em três degraus, escorreguei, magoei-me, voltei a descer correndo, fui ao salão de jogos, disse aos nossos amigos que não nos esperassem, subi novamente, bati à porta do quarto 2310, ela abriu, entrei. Assim que atentei na cama por fazer, na toalha molhada à entrada da casa-de-banho, assim que inspirei o ar abafado, soube que me adiantara às senhoras da limpeza. Ela esperava-me, sentada no cadeirão de leitura, toalha (igual à do chão) envolvendo os seios, a pélvis e parte das coxas. Os cabelos molhados e os braços e testa perlados de gotículas denunciavam banho acabado de tomar. Estupidamente, mal contendo um desejo de nervos, ainda duvidei da sua nudez.Não estou totalmente segura, mas creio que me mandou sentar na cama, porque foi o que fiz, obedecendo a uma voz que não soube identificar e que nem hoje sei se era voz. O que é certo é que as horas que se seguiram foram dedicadas ao silêncio. Ao longo da semana conversáramos fervorosamente. Sobretudo, antecipáramos o momento prestes a ser vivido; tudo imaterial, frágil discurso apenas. As palavras estavam acabadas para nós. Foi ela que se aproximou de mim e me beijou. Pela primeira vez na vida dos meus beijos, soube que os lábios superior e inferior desempenhavam papéis distintos, consegui reconhecê-los e saboreá-los separadamente. Descobri que a boca de uma mulher é húmida e morna, como a sua me parecia, como a minha devia ser. Beijámo-nos durante quase metade de uma hora, sugando suavemente as línguas, sentido a carne doce dos lábios tocando a pele limítrofe, trocando saliva como alguém sequioso se sacia no deserto escaldante; entretanto, roçavam-se e misturavam-se os braços, os cabelos, as mamas; as mãos navegavam para logo se atirarem à perdição, naufrágio dos sentidos.Não sei se fui eu que a despi, se ela. Só sei que, diante de mim, ela estava nua e eu ainda tinha todo o vestuário no lugar adequado. Agarrei-lhe a mão e coloquei-a no meu pescoço, para que tomasse a iniciativa de me baixar as alças do vestido. Em vez de fazê-lo, levantou-o até à barriga, percorreu-me as nádegas com as pontas dos dedos de uma só mão, enquanto a outra me puxava as cuecas para o lado. E ela tocou-me! A mão quente, moldando-me os lábios da cona sem dificuldade, espalhando os fluídos ferventes pelas pernas, quentes; a mão dela, tão quente! E ela levou os dedos à boca e eu beijei-lhe os lóbulos das orelhas, o pescoço, o peito, os mamilos, cobri-lhe o umbigo com a língua... Em breve estávamos envolvidas num beijo mútuo, infinito, escorrendo saliva e tudo o que havia dentro de nós.Eu deixaria o hotel no dia seguinte. Creio que foi pensando nisso que inseri nela dois dos meus dedos. Eu fodi aquela mulher e nunca mais voltei a vê-la.Nov. 18th, 2003 @ 08:14 pm(Leave a comment)
» A casa
Dei por mim a perceber nitidamente os contornos da casa que um dia comprei (para mim, para nós?).Não a vejo de fora. Estou na varanda e vejo o rio e a montanha. Ela é princesa nórdica; ele, um volteio cinza no verde cortante das margens.Está gélido o ar. Vou para dentro, fecho as janelas altas do terraço, interrompo a dança cruel das cortinas que invadem a tarde. Entro no quarto (meu, nosso?). Visto um robe de cetim negro, dou um nó ao cinto que amarrará alguém, um dia, uma noite. Solto o cabelo e passeio pelos aposentos. As tonalidades do vermelho de ambos fundem-se, confundem-se, multiplicando o fogo que faz arder o incenso. Espelhos na parede recordam-nos que somos observados ao amar na cama de dossel oitocentista. Flores mortas ladeiam-na. Daqui a pouco sairei para a chuva e trarei mais, daquelas que fotografámos há uma jovem eternidade.Percorro os corredores tenuamente iluminados. Os ladrilhos pálidos do chão denunciam a nudez pálida envolta em cetim, reflectem as profundezas que te esperam.Ignoro o ar crepuscular que entra pelo quarto de banho; ignoro as alcatifas que já albergaram paixões apressadas; ignoro a sala de música, grave, quente, metálica; ignoro a cozinha; ignoro os quartos que já percorremos de noite, correndo e rindo da escuridão, livres e belos. Nós, nus.Ignoro tudo, subo as escadas em direcção à biblioteca total. Arde lá constantemente o fogo que ateámos. Em volta, estantes antiquíssimas albergam as vozes dos mortos e ausentes que muito nos disseram. Nenhum fogo as calará. Aí, sentados em poltronas de grande conforto e volúpia, passamos grandes horas dissecando e sonhando as ideias dos geniais. É imensa a biblioteca (minha, nossa?). Também já aí atirámos as roupas ao chão amadeirado.Aí permaneço, imaginando-te, algures na casa (minha, nossa?), procurando-me.Conduzo o pequeno escadote até à prateleira que tem dois livros iguais. Retiro-os e desço. Ao pousar-me numa das poltronas, aperecebo-me do nó negligentemente desfeito do robe acetinado. Dispo-o. O veludo pede pele branca, não cetim negro.Abro um livro. O meu nome. Abro o outro. O teu. De comum, para além das palavras impressas, a data da aquisição. Seria a surpresa que faríamos um ao outro, no dia em que encheríamos as estantes.Adormeci com os livros. Acordei dentro deles, sentada ao computador, sentindo inexplicáveis saudades de uma casa que é minha e nossa.Oct. 26th, 2003 @ 01:02 am(2 comments | Leave a comment)
» A Vida Não É Como Ela É
Não se mexeu um grampo. Tocou-me ao de leve com a ponta dos dedos. Muito ao de leve, e pediu-me um saco de laranjas azuis.Porque eu não me sei divertir, porque vejo a vida como ela é e esse é o maior dos nossos erros, porque não bebo nem fumo a merda dum charro, porque tenho mais vezes as mãos nos bolsos que fora deles, deixou-me especado, com raízes longas que penetraram no chão, e deixou-se abraçar pela música.Perdi-a de vista. Foda-se! - gritei em silêncio - a vida não é como ela é.Tentei dar o salto. Para o céu laranja da "Lucy In The Sky", para uma laranjeira de laranjas azuis, para aquela confusão de música rosa onde ela se afogou. Ela e os lábios dela, ela a voz dela, ela e as mamas dela, ela as pernas dela. Ela toda, inteirinha.Népias! não deu... as raízes dos meu pés cresceram demais, enquanto a vida foi como ela é.(primeiro post que coloquei no meu Livejournal. 5 de Junho de 2003)Oct. 24th, 2003 @ 08:14 pm(Leave a comment)
» (No Subject)
a_coisaSep. 22nd, 2003 @ 12:34 am(Leave a comment)