Lucio Tadeu Mota | Universidade Estadual de Maringa (original) (raw)
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Papers by Lucio Tadeu Mota
Revista de História Regional 28: 1-35, e2322014, 2023, 2023
This reflection aims to demonstrate that the Indigenous groups who lived in the territories from ... more This reflection aims to demonstrate that the Indigenous groups who lived in the territories from the south of the Captaincy of São Paulo to the Captaincy of São Pedro do Rio Grande do Sul, were insurgents and defended their territories against the invaders. The Xokleng in the territories adjacent to Estrada do Viamão, from Campos de Lages to the vicinity of Vila do Príncipe, today the city of Lapa PR, and the Kaingang with incursions to the east causing insecurity among the cattle drivers, and endangering farms and villages in Campos Gerais do Paraná and Campos de Itapetininga to Sorocaba in São Paulo.
It also seeks to elucidate that the Royal Charter of 11/05/1808 was a reaction
of the Johannine court to this state of war on the borders of the occupation, and the Royal Charter of 04/01/1809 was a meticulously traced plan so that the Royal Expedition for Conquering Guarapuava, would occupy the Kaingang territories in the Campos de Guarapuava.
Apresentamos informações históricas sobre os pari, armadilhas de pesca constituídas por duas pare... more Apresentamos informações históricas sobre os pari, armadilhas de pesca constituídas por duas paredes de pedra instaladas para afunilar trechos rasos de rios, conduzindo os peixes para cestos elaborados com taquara ou galhos. Essas armadilhas ainda não foram estudadas arqueologicamente.
Revista de Arqueologia
Este artigo apresenta um estudo de caso explorando o amplo potencial de aplicação do programa de ... more Este artigo apresenta um estudo de caso explorando o amplo potencial de aplicação do programa de estatística R na análise de dados arqueológicos. O programa R é um ambiente de desenvolvimento integrado para cálculos estatísticos e gráficos, tendo seu uso a partir de pacotes que são bibliotecas de cálculos aplicadas a áreas de estudo específicas. Neste artigo, utilizam-se dados dos sítios arqueológicos dos grupos ceramistas das tradições Tupiguarani e Itararé-Taquara, que se localizam nas bacias dos Rios Tietê e Paranapanema no Estado de São Paulo, como estudo de caso para a utilização do método. Apresentam-se análises descritivas de atributos elencados previamente e análises inferenciais com modelos de regressão logística de Distância Euclidiana (DE) e Regressão logística Bayesiana.
Cadernos do LEPAARQ (UFPEL)
Neste artigo, pretende-se apresentar um panorama dos métodos recentes de modelamento virtual para... more Neste artigo, pretende-se apresentar um panorama dos métodos recentes de modelamento virtual para estimar a ocupação dos grupos ceramistas pela paisagem do estado de São Paulo. Para isso, utilizaram-se os métodos conhecidos como Método Kernel, Modelação IDW, Krigagem e Modelagem Simples Preditiva. Tais métodos podem corroborar a compreensão da dispersão dos grupos filiados às Tradições Itararé-Taquara e Tupiguarani nas paisagens oeste e sul paulista, permitindo a sua diferenciação não só a partir da caracterização cerâmica, mas também pelo seu posicionamento na paisagem. Ressalta-se, igualmente, a importância dos modelamentos preditivos virtuais para orientar os estudos futuros de arqueologia no estado de São Paulo. : In this article we intend to present an overview of the recent virtual modeling methods to estimate the occupation of ceramics groups in the landscape in the São Paulo state. For this we used the methods known as Kernel Method, IDW Modeling, Kriging and Simple Predict...
Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, 2002
Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, 2003
Acta Scientiarum. Education, 2016
Este texto, resulta de pesquisas realizadas pelo projeto Observatório da Educação Escolar Indígen... more Este texto, resulta de pesquisas realizadas pelo projeto Observatório da Educação Escolar Indígena/UEM-PR, financiado pela CAPES/SECADI/INEP, trata de alguns elementos que compõem a infância e a educação indígena, evidenciando aspectos históricos e destacando as brincadeiras, os jogos, sua importância e suas funções nas vivências familiares e na comunidade como elementos de aprendizagem e desenvolvimento. Reflete acerca de relatos produzidos por etnógrafos que tiveram contato com grupos indígenas do sul do Brasil, em meados do século XIX e início do século XX, e seus registros relativos à infância indígena junto aos grupos familiares, bem como apresenta alguns estudos recentes sobre a infância indígena, especialmente entre as etnias Kaingang, Guarani e Xetá.
Voos Revista Polidisciplinar Eletronica Da Faculdade Guairaca, Sep 26, 2012
Vector Borne Zoonotic Dis, 2009
Os Kaingang são atualmente o mais populoso grupo indígena do sul do Brasil. No passado eles ocupa... more Os Kaingang são atualmente o mais populoso grupo indígena do sul do Brasil. No passado eles ocuparam diversos territórios do planalto meridional brasileiro desde o Estado de São Paulo até o Rio Grande do Sul e parte do território de Missiones na Argentina. Diversas têm sido as formas de nominação desse povo. Gualachos e Chiquis pelos padres jesuítas no século XVII, Guaianás por parte da literatura histórica paulista do final do século XIX e início do século XX. Também foram chamados de Coroados pelos agentes do estado e religiosos que atuaram junto a eles no século XIX e XX, assim como pela sociedade que os envolvia. Telêmaco Borba afirmou que foi ele o primeiro a usar o nome Kaingang para denominar esses índios, e depois dele toda a literatura antropológica, histórica e lingüística, que trata dessas populações, aceitaram esse pressuposto indicado por Borba. No entanto, procurarei demonstrar a seguir que essa denominação fora anteriormente utilizada por outros viajantes que transitaram pelos territórios Kaingang no século XIX e que Borba não foi o primeiro a anotar essa auto-denominação disseminada pelos Kaingang. Também irei mostrar que a questão da nominação é mais que uma questão linguística: ela se insere no contexto de guerra de conquista travada entre os integrantes da etnia Kaingang e as populações brancas no século XIX, pelos territórios do sul do Brasil no momento da construção do estado nacional brasileiro
Ciência, Cuidado e Saúde, 2011
MÉTODOS DE ANÁLISE ESPACIAL PARA SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS: UM MODELO PREDITIVO PARA O ESTADO DE SÃO PAULO, 2018
Resumo: Neste artigo, pretende-se apresentar um panorama dos métodos recentes de modelamento virt... more Resumo: Neste artigo, pretende-se apresentar um panorama dos métodos recentes de modelamento virtual para estimar a ocupação dos grupos ceramistas pela paisagem do estado de São Paulo. Para isso, utilizaram-se os métodos conhecidos como Método Kernel, Modelação IDW, Krigagem e Modelagem Simples Preditiva. Tais métodos podem corroborar a compreensão da dispersão dos grupos filiados às Tradições Itararé-Taquara e Tupiguarani nas paisagens oeste e sul paulista, permitindo a sua diferenciação não só a partir da caracterização cerâmica, mas também pelo seu posicionamento na paisagem. Ressalta-se, igualmente, a importância dos modelamentos preditivos virtuais para orientar os estudos futuros de arqueologia no estado de São Paulo.
Abstract: In this article we intend to present an overview of the recent virtual modeling methods to estimate the occupation of ceramics groups in the landscape in the São Paulo state. For this we used the methods known as Kernel Method, IDW Modeling, Kriging and Simple Predictive Modeling. Such methods can corroborate to understand the dispersion of Itararé-Taquara and Tupiguarani Tradition in the western and southern regions in São Paulo, allowing their differentiation from, and not only, a ceramic characterization but also by their location in the landscape. We stress the importance of virtual predictive models to guide future archeological studies in the São Paulo state.
Universidade e Sociedade, 1996
As populações indígenas brasileiras dispunham de variadas estratégias e equipamentos para captura... more As populações indígenas brasileiras dispunham de variadas estratégias e equipamentos para capturar peixes e outros animais aquáticos, adequados às características topográficas das diferentes áreas pesqueiras, como por exemplo o anzol, o arco e flecha, tridente, lança, peneiras, puça, vários tipos de rede, barragens de madeira ou pedra, massas ictiotóxicos, currais, etc. No entanto, trataremos aqui, especificamente dos paris, que são armadilhas constituídas por paredes de pedra feitas para afunilar trechos de rios, a modo de barragens, conduzindo os peixes ao aprisionamento em artefatos de taquara ou madeira.
As primeiras referências nos vem do Padre Antonio Ruiz de MONTOYA ([1639] 1876:264), que viveu por mais de 10 anos no antigo território do Guairá, no oeste do Paraná. Montoya pregou os evangelhos e ajudou a fundar reduções jesuíticas nos vales dos rios Paraná. Paranapanema, Pirapó. Tibagi, Ivaí e seus afluentes no primeiro terço do século XVII. Ele registrou em seu dicionário o termo pari, traduzindo-o como “cerco onde cai o peixe”, dando mostra de que conhecia este tipo de armadilha.
Em se tratando dessas armadilhas confeccionadas e utilizadas pelos Kaingang, as informações estão presentes a partir do século XVIII ao XX. São relatos de viajantes, religiosos, participantes de expedições militares ou cientificas, encarregados de aldeamentos indígenas e cronistas. Existem referências sobre os paris em São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Misiones e Paraguai.
v. 32 n. 1, 2019
Este artigo apresenta um estudo de caso explorando o amplo potencial de aplicação do programa de ... more Este artigo apresenta um estudo de caso explorando o amplo potencial de aplicação do programa de estatística R na análise de dados arqueológicos. O programa R é um ambiente de desenvolvimento integrado para cálculos estatísticos e gráficos, tendo seu uso a partir de pacotes que são bibliotecas de cálculos aplicadas a áreas de estudo específicas. Neste artigo, utilizam-se dados dos sítios arqueológicos dos grupos ceramistas das tradições Tupiguarani e Itararé-Taquara, que se localizam nas bacias dos Rios Tietê e Paranapanema no Estado de São Paulo, como estudo de caso para a utilização do método. Apresentam-se análises descritivas de atributos elencados previamente e análises inferenciais com modelos de regressão logística de Distância Euclidiana (DE) e Regressão logística Bayesiana.
Rev Saúde Pública , 2009
OBJETIVO: Analisar o estado parasitológico de famílias de comunidade indígena após instituição de... more OBJETIVO: Analisar o estado parasitológico de famílias de comunidade indígena após instituição de medidas de controle para enteroparasitos.
MÉTODOS: Estudo longitudinal realizado entre 2004 e 2006 com 447 pessoas da etnia Kaingáng, no município de Cândido de Abreu, PR. As medidas de controle de enteroparasitos foram: melhorias sanitárias em 2003, tratamentos antiparasitários realizados durante o período de estudo e atividades de educação em saúde iniciadas em 2005. Foram obtidos indicadores parasitológicos de saúde em três inquéritos coproparasitológicos em 2004, 2005 e 2006 quando foram coletadas 250, 147 e 126 amostras de fezes, respectivamente. Foram utilizados os métodos de sedimentação espontânea, centrífugo-fl utuação e Kato-Katz. As condições de moradia e higiene foram determinadas utilizando- se questionário aplicado a 69 (2004), 57 (2005) e 38 (2006) das 90 famílias.
RESULTADOS: As prevalências totais de enteroparasitos de 2004-06 foram, respectivamente: 91,6%, 94,6% e 87,3%, sem redução significativa. A prevalência de algumas espécies reduziu enquanto que a de outras aumentou significativamente. As infecções de alta intensidade por geoelmintos apresentaram taxas menores de 2% no período do estudo. Houve aumento nas taxas de entrevistados que relataram usar o banheiro (p<0,005) de 38,8% para 71,1% e ter tomado antiparasitário (p=0,001) de 70,2% para 100,0%.
CONCLUSÕES: Houve melhora signifi cativa de indicadores parasitológicos de saúde da população como a redução na prevalência de algumas espécies de enteroparasitos, além da manutenção de baixa carga parasitária, mostrando a importância de se associar o tratamento antiparasitário às melhorias sanitárias.
DESCRITORES: Índios Sul-Americanos. Enteropatias Parasitárias.
Fatores Socioeconômicos. Condições Sociais. Saúde Indígena. Atenção Primária à Saúde.
Revista de História Regional 28: 1-35, e2322014, 2023, 2023
This reflection aims to demonstrate that the Indigenous groups who lived in the territories from ... more This reflection aims to demonstrate that the Indigenous groups who lived in the territories from the south of the Captaincy of São Paulo to the Captaincy of São Pedro do Rio Grande do Sul, were insurgents and defended their territories against the invaders. The Xokleng in the territories adjacent to Estrada do Viamão, from Campos de Lages to the vicinity of Vila do Príncipe, today the city of Lapa PR, and the Kaingang with incursions to the east causing insecurity among the cattle drivers, and endangering farms and villages in Campos Gerais do Paraná and Campos de Itapetininga to Sorocaba in São Paulo.
It also seeks to elucidate that the Royal Charter of 11/05/1808 was a reaction
of the Johannine court to this state of war on the borders of the occupation, and the Royal Charter of 04/01/1809 was a meticulously traced plan so that the Royal Expedition for Conquering Guarapuava, would occupy the Kaingang territories in the Campos de Guarapuava.
Apresentamos informações históricas sobre os pari, armadilhas de pesca constituídas por duas pare... more Apresentamos informações históricas sobre os pari, armadilhas de pesca constituídas por duas paredes de pedra instaladas para afunilar trechos rasos de rios, conduzindo os peixes para cestos elaborados com taquara ou galhos. Essas armadilhas ainda não foram estudadas arqueologicamente.
Revista de Arqueologia
Este artigo apresenta um estudo de caso explorando o amplo potencial de aplicação do programa de ... more Este artigo apresenta um estudo de caso explorando o amplo potencial de aplicação do programa de estatística R na análise de dados arqueológicos. O programa R é um ambiente de desenvolvimento integrado para cálculos estatísticos e gráficos, tendo seu uso a partir de pacotes que são bibliotecas de cálculos aplicadas a áreas de estudo específicas. Neste artigo, utilizam-se dados dos sítios arqueológicos dos grupos ceramistas das tradições Tupiguarani e Itararé-Taquara, que se localizam nas bacias dos Rios Tietê e Paranapanema no Estado de São Paulo, como estudo de caso para a utilização do método. Apresentam-se análises descritivas de atributos elencados previamente e análises inferenciais com modelos de regressão logística de Distância Euclidiana (DE) e Regressão logística Bayesiana.
Cadernos do LEPAARQ (UFPEL)
Neste artigo, pretende-se apresentar um panorama dos métodos recentes de modelamento virtual para... more Neste artigo, pretende-se apresentar um panorama dos métodos recentes de modelamento virtual para estimar a ocupação dos grupos ceramistas pela paisagem do estado de São Paulo. Para isso, utilizaram-se os métodos conhecidos como Método Kernel, Modelação IDW, Krigagem e Modelagem Simples Preditiva. Tais métodos podem corroborar a compreensão da dispersão dos grupos filiados às Tradições Itararé-Taquara e Tupiguarani nas paisagens oeste e sul paulista, permitindo a sua diferenciação não só a partir da caracterização cerâmica, mas também pelo seu posicionamento na paisagem. Ressalta-se, igualmente, a importância dos modelamentos preditivos virtuais para orientar os estudos futuros de arqueologia no estado de São Paulo. : In this article we intend to present an overview of the recent virtual modeling methods to estimate the occupation of ceramics groups in the landscape in the São Paulo state. For this we used the methods known as Kernel Method, IDW Modeling, Kriging and Simple Predict...
Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, 2002
Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, 2003
Acta Scientiarum. Education, 2016
Este texto, resulta de pesquisas realizadas pelo projeto Observatório da Educação Escolar Indígen... more Este texto, resulta de pesquisas realizadas pelo projeto Observatório da Educação Escolar Indígena/UEM-PR, financiado pela CAPES/SECADI/INEP, trata de alguns elementos que compõem a infância e a educação indígena, evidenciando aspectos históricos e destacando as brincadeiras, os jogos, sua importância e suas funções nas vivências familiares e na comunidade como elementos de aprendizagem e desenvolvimento. Reflete acerca de relatos produzidos por etnógrafos que tiveram contato com grupos indígenas do sul do Brasil, em meados do século XIX e início do século XX, e seus registros relativos à infância indígena junto aos grupos familiares, bem como apresenta alguns estudos recentes sobre a infância indígena, especialmente entre as etnias Kaingang, Guarani e Xetá.
Voos Revista Polidisciplinar Eletronica Da Faculdade Guairaca, Sep 26, 2012
Vector Borne Zoonotic Dis, 2009
Os Kaingang são atualmente o mais populoso grupo indígena do sul do Brasil. No passado eles ocupa... more Os Kaingang são atualmente o mais populoso grupo indígena do sul do Brasil. No passado eles ocuparam diversos territórios do planalto meridional brasileiro desde o Estado de São Paulo até o Rio Grande do Sul e parte do território de Missiones na Argentina. Diversas têm sido as formas de nominação desse povo. Gualachos e Chiquis pelos padres jesuítas no século XVII, Guaianás por parte da literatura histórica paulista do final do século XIX e início do século XX. Também foram chamados de Coroados pelos agentes do estado e religiosos que atuaram junto a eles no século XIX e XX, assim como pela sociedade que os envolvia. Telêmaco Borba afirmou que foi ele o primeiro a usar o nome Kaingang para denominar esses índios, e depois dele toda a literatura antropológica, histórica e lingüística, que trata dessas populações, aceitaram esse pressuposto indicado por Borba. No entanto, procurarei demonstrar a seguir que essa denominação fora anteriormente utilizada por outros viajantes que transitaram pelos territórios Kaingang no século XIX e que Borba não foi o primeiro a anotar essa auto-denominação disseminada pelos Kaingang. Também irei mostrar que a questão da nominação é mais que uma questão linguística: ela se insere no contexto de guerra de conquista travada entre os integrantes da etnia Kaingang e as populações brancas no século XIX, pelos territórios do sul do Brasil no momento da construção do estado nacional brasileiro
Ciência, Cuidado e Saúde, 2011
MÉTODOS DE ANÁLISE ESPACIAL PARA SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS: UM MODELO PREDITIVO PARA O ESTADO DE SÃO PAULO, 2018
Resumo: Neste artigo, pretende-se apresentar um panorama dos métodos recentes de modelamento virt... more Resumo: Neste artigo, pretende-se apresentar um panorama dos métodos recentes de modelamento virtual para estimar a ocupação dos grupos ceramistas pela paisagem do estado de São Paulo. Para isso, utilizaram-se os métodos conhecidos como Método Kernel, Modelação IDW, Krigagem e Modelagem Simples Preditiva. Tais métodos podem corroborar a compreensão da dispersão dos grupos filiados às Tradições Itararé-Taquara e Tupiguarani nas paisagens oeste e sul paulista, permitindo a sua diferenciação não só a partir da caracterização cerâmica, mas também pelo seu posicionamento na paisagem. Ressalta-se, igualmente, a importância dos modelamentos preditivos virtuais para orientar os estudos futuros de arqueologia no estado de São Paulo.
Abstract: In this article we intend to present an overview of the recent virtual modeling methods to estimate the occupation of ceramics groups in the landscape in the São Paulo state. For this we used the methods known as Kernel Method, IDW Modeling, Kriging and Simple Predictive Modeling. Such methods can corroborate to understand the dispersion of Itararé-Taquara and Tupiguarani Tradition in the western and southern regions in São Paulo, allowing their differentiation from, and not only, a ceramic characterization but also by their location in the landscape. We stress the importance of virtual predictive models to guide future archeological studies in the São Paulo state.
Universidade e Sociedade, 1996
As populações indígenas brasileiras dispunham de variadas estratégias e equipamentos para captura... more As populações indígenas brasileiras dispunham de variadas estratégias e equipamentos para capturar peixes e outros animais aquáticos, adequados às características topográficas das diferentes áreas pesqueiras, como por exemplo o anzol, o arco e flecha, tridente, lança, peneiras, puça, vários tipos de rede, barragens de madeira ou pedra, massas ictiotóxicos, currais, etc. No entanto, trataremos aqui, especificamente dos paris, que são armadilhas constituídas por paredes de pedra feitas para afunilar trechos de rios, a modo de barragens, conduzindo os peixes ao aprisionamento em artefatos de taquara ou madeira.
As primeiras referências nos vem do Padre Antonio Ruiz de MONTOYA ([1639] 1876:264), que viveu por mais de 10 anos no antigo território do Guairá, no oeste do Paraná. Montoya pregou os evangelhos e ajudou a fundar reduções jesuíticas nos vales dos rios Paraná. Paranapanema, Pirapó. Tibagi, Ivaí e seus afluentes no primeiro terço do século XVII. Ele registrou em seu dicionário o termo pari, traduzindo-o como “cerco onde cai o peixe”, dando mostra de que conhecia este tipo de armadilha.
Em se tratando dessas armadilhas confeccionadas e utilizadas pelos Kaingang, as informações estão presentes a partir do século XVIII ao XX. São relatos de viajantes, religiosos, participantes de expedições militares ou cientificas, encarregados de aldeamentos indígenas e cronistas. Existem referências sobre os paris em São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Misiones e Paraguai.
v. 32 n. 1, 2019
Este artigo apresenta um estudo de caso explorando o amplo potencial de aplicação do programa de ... more Este artigo apresenta um estudo de caso explorando o amplo potencial de aplicação do programa de estatística R na análise de dados arqueológicos. O programa R é um ambiente de desenvolvimento integrado para cálculos estatísticos e gráficos, tendo seu uso a partir de pacotes que são bibliotecas de cálculos aplicadas a áreas de estudo específicas. Neste artigo, utilizam-se dados dos sítios arqueológicos dos grupos ceramistas das tradições Tupiguarani e Itararé-Taquara, que se localizam nas bacias dos Rios Tietê e Paranapanema no Estado de São Paulo, como estudo de caso para a utilização do método. Apresentam-se análises descritivas de atributos elencados previamente e análises inferenciais com modelos de regressão logística de Distância Euclidiana (DE) e Regressão logística Bayesiana.
Rev Saúde Pública , 2009
OBJETIVO: Analisar o estado parasitológico de famílias de comunidade indígena após instituição de... more OBJETIVO: Analisar o estado parasitológico de famílias de comunidade indígena após instituição de medidas de controle para enteroparasitos.
MÉTODOS: Estudo longitudinal realizado entre 2004 e 2006 com 447 pessoas da etnia Kaingáng, no município de Cândido de Abreu, PR. As medidas de controle de enteroparasitos foram: melhorias sanitárias em 2003, tratamentos antiparasitários realizados durante o período de estudo e atividades de educação em saúde iniciadas em 2005. Foram obtidos indicadores parasitológicos de saúde em três inquéritos coproparasitológicos em 2004, 2005 e 2006 quando foram coletadas 250, 147 e 126 amostras de fezes, respectivamente. Foram utilizados os métodos de sedimentação espontânea, centrífugo-fl utuação e Kato-Katz. As condições de moradia e higiene foram determinadas utilizando- se questionário aplicado a 69 (2004), 57 (2005) e 38 (2006) das 90 famílias.
RESULTADOS: As prevalências totais de enteroparasitos de 2004-06 foram, respectivamente: 91,6%, 94,6% e 87,3%, sem redução significativa. A prevalência de algumas espécies reduziu enquanto que a de outras aumentou significativamente. As infecções de alta intensidade por geoelmintos apresentaram taxas menores de 2% no período do estudo. Houve aumento nas taxas de entrevistados que relataram usar o banheiro (p<0,005) de 38,8% para 71,1% e ter tomado antiparasitário (p=0,001) de 70,2% para 100,0%.
CONCLUSÕES: Houve melhora signifi cativa de indicadores parasitológicos de saúde da população como a redução na prevalência de algumas espécies de enteroparasitos, além da manutenção de baixa carga parasitária, mostrando a importância de se associar o tratamento antiparasitário às melhorias sanitárias.
DESCRITORES: Índios Sul-Americanos. Enteropatias Parasitárias.
Fatores Socioeconômicos. Condições Sociais. Saúde Indígena. Atenção Primária à Saúde.
Povos Indígenas, Independência e Muitas Histórias, 2022
Descrevemos os passos da Real Expedição desde o embarque das tropas e suprimentos, em 3 julho de ... more Descrevemos os passos da Real Expedição desde o embarque das tropas e suprimentos, em 3 julho de 1809, no porto de Santos, com destino ao porto de Paranaguá, até sua chegada, em meados de junho de 1810, ao local onde seria construído o forte de Atalaia nos territórios indígenas dos Koran-bang-rê.
Também evidenciaremos as ações dos grupos Kaingang, entre julho de 1810 a janeiro de 1812. Eles mantiveram, sob vigilância, as escoltas de soldados que percorreram seus territórios a oeste da estrada dos tropeiros; esperaram o momento adequado para se aproximarem do recém-construído fortim de Atalaia e atraírem os soldados para fora das paliçadas; fizeram cerco ao fortim com a intenção de destruí-lo; realizaram emboscadas aos soldados que patrulhavam e protegiam viajantes e trabalhadores que transitavam na estrada para os Campos Gerais; e fizeram ataques aos quartéis construídos pela Real Expedição ao longo do caminho. Essas primeiras ações, depois combinadas com muitas outras implementadas ao longo dos séculos XIX e XX, foi o que possibilitou a permanência da população Kaingang na região até o presente
Arqueologia: temáticas e perspectivas teórico-metodológicos de pesquisa 2, 2022
Here we reflect on the use of fishing traps in the rapids and waterfalls of the Piquiri River and... more Here we reflect on the use of fishing traps in the rapids and waterfalls of the Piquiri River and its tributaries, in the state of Paraná - Brazil, by the Kaingang Indigenous people in the 19th century and the first decades of the 20th century. We use handwritten historical sources from the first decades of the occupation of the Kaingang territories in Guarapuava, and reports from travelers who traveled through the Kaingang territories in the Piquiri River valley in the second half of the 19th century. We add to these sources the existing archaeological data on the past occupation of the Piquiri River valley, and the information provided by the Kaingang on the toponymy of the region and the use of the Pari. We have applied the ethnohistory methodology, problematized since the Columbus Conference on Indigenous History held in Ohio-USA in 1953, which combines the use of data from different disciplines and the incorporation in the analysis of information generated by oral traditions and ethno-indigenous knowledge. We conclude with the hypothesis that the densification, the sedentary lifestyle, the social complexification of the Kaingang in the Piquiri valley, verified by archeology around 900 years BP, may be the result of endogenous forces that operated within the Kaingang society. These forces were driven by a growing productivity of food, of obtaining animal proteins, related to the management of fish food resources by the Kaingang, through their "stone fish traps", of their pari, spread over the thousands of river Piquiri rapids and its tributaries.
ISBN 978-85-7628-496-3 , 2013
O povo Xetá é nominado de diversas formas: Botocudos - pelas populações brancas no século XIX e p... more O povo Xetá é nominado de diversas formas: Botocudos - pelas populações brancas no século XIX e parte do XX, Kuruton - pelos índios Kaingang que com eles conviveram no vale do rio Ivaí, Yvaparé - pelos índios Guarani do vale do rio Tibagi e Paranapanema e por alguns pesquisadores, Aré por Telêmaco Borba ao afirmar que era assim que eles se autodenominavam, outros autores ainda os nominam como Héta, Chetá, Setá e Ssetá. Ele foi o último grupo indígena contatado no Paraná quando a frente de ocupação cafeeira chegou aos seus territórios do baixo rio Ivaí no final da década de 1940 e início de 1950.
No entanto, a presença dos Xetá na bacia do rio Ivaí e seus afluentes foi registrada por exploradores desses territórios desde a década de 1840, quando expedições financiadas pelo Barão de Antonina fizeram contato com alguns grupos no médio rio Ivaí. Desde então, por mais de 100 anos, tem-se notícias, relatos, descrições, e informações oficiais do governo do Paraná e do governo brasileiro sobre esse povo nos territórios do rio Ivaí.
Apesar de os esforços dos agentes governamentais - autoridades presentes nas expedições, engenheiros etc - em inseri-los na sociedade nacional, os Xetás quase sempre se mantiveram escondidos, esquivos, ariscos, em pequenos grupos internados nos mais recônditos e ignorados abrigos das florestas do Oeste paranaense. Os Xetá não se aproximaram dos aldeamentos religiosos estabelecidos no Norte da província e nem estabelecerão relações com as populações brancas que aos poucos foram ocupando seus territórios no alto Ivaí na região da Colônia Teresa Cristina.
Dessa forma, esquivando-se, escondendo-se, fugindo dos contatos e das relações com a sociedade envolvente, os Xetá traçaram a sua política de sobrevivência em meio aos conquistadores que cada vez mais se aproximavam. Assim conseguiram manter o seu modo de vida até meados do século XX, quando seus últimos refúgios na Serra dos Dourados foram devassados pelos fazendeiros que ali se internaram para transformar essas florestas em pastagens e cafezais.
Na Serra dos Dourados, onde hoje estão implantados os municípios de Umuarama, Ivaté, Douradina, Icaraíma, Maria Helena, Nova Olímpia, entre outros, que a partir de 1949 ocorreu o mais documentado encontro de um grupo Xetá com a sociedade
PREFÁCIO
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envolvente. Esse contato foi feito por uma equipe de professores da UFPR e membros da 7ª Regional do SPI - Serviço de Proteção ao Índio do Paraná.
Apesar de os esforços dos professores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e do Conselho Nacional de Política Indigenista (CNPI) e de funcionário do SPI, o Governo do Estado do Paraná negociou os territórios onde estavam os Xetá com as Companhias de Imigração e Colonização que ali implementavam a frente de ocupação sustentada na cafeeicultura.
Conforme a frente cafeeira chegava a floresta era retirada e os Xetá expulsos de seu hábitat. Os que resistiam ao contato foram mortos por jagunços, por doenças para as quais não tinham imunidade. Aqueles que buscaram abrigo próximo a alguma propriedade, cujo dono lhes inspirava confiança, tiveram seus filhos apanhados e distribuídos. Alguns dos que sobreviveram se dispersaram na região ou foram levados por funcionários do SPI para seus Postos onde já viviam índios Kaingang e Guarani.
Até a década de 1990, os Xetá eram tidos pelo órgão indigenista brasileiro Fundação Nacional do Índio – Funai – como grupo extinto, constava nos seus dados populacionais apenas cinco pessoas. No entanto, a pesquisa da antropóloga Carmen Lúcia da Silva apontou que, ao contrário do que se afirmavam nos levantamentos oficiais, os Xetá não estavam extintos.
Atualmente, os Xetá são mais de 100 pessoas, em torno de 25 famílias e estão em processo de luta para terem seu território tradicional reconhecido junto à Funai, para terem seus direitos
OS XETÁ NO VALE DO RIO IVAÍ (1840 – 1920)
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reconhecidos, reconstituírem-se enquanto povo e revitalizarem a sua cultura. Além da demanda por reaverem parte de suas terras, estes solicitaram ao Estado do Paraná e à Secretária de Educação um atendimento especifico e diferenciado de educação escolar indígena bilíngue Português/Xetá, além do ensino da história Xetá na escola, produção de literatura e materiais didáticos que retratem a realidade do povo, trazendo inclusive a memória coletiva da antiga sociedade narrada por seus pais, hoje considerados ‘guardiões da memória Xetá’. Como diz Silva (2006) os Xetá não querem mais aparecer na história, nos livros e na imprensa, como um povo extinto.
O SPI e os Xetá na Serra dos Dourados - PR : acervo documental 1948 a 1967 , 2018
Nesta produção que ora apresentamos ao público, em trabalho realizado por pesquisadores do Labora... more Nesta produção que ora apresentamos ao público, em trabalho realizado por pesquisadores do Laboratório de Arqueologia, Etnologia e Etno-História da Universidade Estadual de Maringá (LAEE/UEM), elencamos e descrevemos documentos gerados pelo SPI no período de 1948 a 1967.
Existe hoje no Paraná mais de vinte Terras Indígenas, ocupando as diversas regiões do estado desd... more Existe hoje no Paraná mais de vinte Terras Indígenas, ocupando as diversas regiões do estado desde o litoral até as margens do rio Paraná, abrigando uma população em torno de doze mil índios entre Kaingang, Xokleng, Guarani e Xetá. Esta evidente presença não foi registrada pela história regional, e o objetivo deste livro é mostrar como se construiu a idéia de que a região era “desabitada”, que essas terras eram “devolutas”, “estavam abandonadas”, como se construiu a idéia do mito do vazio demográfico. Ao lado dessa falácia, a sociedade envolvente apagou um dos sujeitos da história regional: os povos indígenas. Escrevendo a contrapelo da história oficial e oficiosa buscaremos resgatar a presença e a resistência indígena, tendo como marco suas relações interculturais com a sociedade envolvente. Abordaremos as formas de luta e resistência dentro da perspectiva histórica/antropológica que considera as ações das sociedades indígenas enquanto ações políticas, mesmo que assimétricas.
Programa Interdisciplinar de Estudos de Populações Laboratório de Arqueologia, Etnologia Étno-Hístória [CD-ROM]. Maringá: Universidade Estadual de Maringá, 2003
As recentes pesquisas lingüísticas sobre os grupos Jê no sul do Brasil apontam para sua chegada n... more As recentes pesquisas lingüísticas sobre os grupos Jê no sul do Brasil apontam para sua chegada na região em torno de 2.000 anos antes do presente. Irvine Davis e Aryon Rodrigues colocam os Kaingang no conjunto das línguas Akwén (Xakriabá, Xavante, e Xerente) e os Xokleng relacionados com Kayapó, Kren-akarorê, Suya e Timbira, todos localizados no Brasil Central. Greg Urban, também ancorado em estudos lingüisticos afirma que os Kaingang e Xokleng teriam iniciado sua migração em direção ao sul nesse momento, há uns 3 mil anos1 Apesar de ainda não sabermos o momento preciso da chegada dessas populações ao sul do rio Paranapanema, e nem as causas de sua separação das outras populações de língua Jê que habitavam os planaltos entre as nascentes dos rios São Francisco e Araguaia, no Brasil central, estabelece-se a forte hipótese de que os Kaingang e Xokleng tiveram suas origens no Brasil Central e migraram para o sul.
Faz uma breve apresentação histórica de quatro Terras Indígenas (T.I.s) localizadas no Estado do... more Faz uma breve apresentação histórica de quatro Terras Indígenas (T.I.s) localizadas no Estado do Paraná. São elas - T.I. Ivaí, situada nos municípios de Manoel Ribas e Pitanga-PR; T.I. Faxinal, localizada no município de Cândido de Abreu-PR; T.I. Queimadas, no município de Ortigueira-PR; e T.I. Mococa, também no município de Ortigueira-PR - discutindo questões de constituição, demarcação e lutas dos indígenas pela sua manutenção.