Theófilo C M Rodrigues | IUPERJ/UCAM (original) (raw)
Papers by Theófilo C M Rodrigues
Revista Eptic, 2024
A República Popular da China tem desenvolvido aquilo que a literatura especializada convencionou ... more A República Popular da China tem desenvolvido aquilo que a literatura especializada convencionou chamar de nova economia de projetamento. O presente artigo argumenta que a noção de Complexo Econômico-Industrial de Saúde (CEIS) desenvolvida no Brasil, em
particular no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, pode ser interpretada como uma forma embrionária de nova economia de projetamento. A partir de uma pesquisa exploratória, o artigo conclui que uma nova economia do projetamento no país é possível se houver a
reprodução da estratégia do CEIS em outros setores econômicos.
Entropia, 2024
As contribuições teóricas de Lênin para as ciências sociais foram inúmeras. Para a sociologia pol... more As contribuições teóricas de Lênin para as ciências sociais foram inúmeras. Para a sociologia política, seus conceitos de formação social e via prussiana são indispensáveis. Para as relações internacionais, a interpretação do imperialismo como fase superior do capitalismo mantém sua atualidade. E no campo da eco-nomia, o conceito de capital financeiro ainda é explicativo. No presente artigo, argumento que também para a ciência política Lênin foi um autor relevante, em particular com suas teorias do partido político, do Estado e da democracia. O texto está estruturado em três seções. A primeira discute a sua teoria do partido político. Com Lênin surge o chamado “partido de novo tipo”, uma forma de or-ganização política até então inexistente. A segunda parte analisa a forma como o revolucionário russo atualizou a teoria do Estado de Karl Marx e Friedrich En-gels. Por fim, a terceira e última seção avalia o debate entre Lênin e Karl Kautsky acerca do tema da democracia. O artigo conclui que Lênin deveria ser conside-rado um autor fundamental da literatura da ciência política.
Intercom, 2020
O presente artigo analisa as estratégias de participação política do movimento social pela democr... more O presente artigo analisa as estratégias de participação política do movimento social pela democratização da mídia ao longo da Nova República no Brasil. A hipótese apresentada é a de que ao menos cinco estratégias fizeram parte do discurso do movimento nesse período. Em um primeiro momento, a tentativa de influenciar a Constituinte de 1987-88. Em seguida, a institucionalização da agenda através da criação do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, FNDC, em 1991. Em terceiro lugar, a realização da Conferência Nacional de Comunicação, Confecom, em 2009. Como quarta estratégia, a organização de veículos de comunicação próprios, em particular na internet. Por fim, a mobilização em torno do Projeto de Lei de Iniciativa Popular da Mídia Democrática, em 2013. Além da revisão da literatura pertinente, a pesquisa recolheu fontes documentais e da imprensa. O artigo argumenta que cada uma dessas estratégias decorreu dos constrangimentos e oportunidades impostos pela conjuntura polít...
Revista brasileira de estudos políticos, Jul 1, 2022
RESUMO: O presente artigo mapeia o posicionamento de 51 cientistas políticos brasileiros em relaç... more RESUMO: O presente artigo mapeia o posicionamento de 51 cientistas políticos brasileiros em relação ao tema da reforma eleitoral no período posterior ao da Constituição de 1988. Para tanto, a pesquisa selecionou artigos científicos, como também livros, entrevistas e textos em jornais. Foram identificadas cinco correntes principais na literatura especializada acerca da reforma do sistema eleitoral: (1) a que defende o voto proporcional de lista aberta; (2) a do voto pro
Desigualdade & diversidade, Dec 2, 2021
Contexto Internacional, Aug 1, 2018
Rodrigues, Theófilo Codeço Machado; Werneck Vianna, Luiz Jorge (Advisor). Movement-Parties: the r... more Rodrigues, Theófilo Codeço Machado; Werneck Vianna, Luiz Jorge (Advisor). Movement-Parties: the relationships between political parties and civil society at the beginning of the 21st century. Rio de Janeiro, 2017. 212p.
Revista Brasileira de Ciência Política
Resumo: A reforma política no Brasil tem sido realizada, nos últimos vinte anos, no contexto da j... more Resumo: A reforma política no Brasil tem sido realizada, nos últimos vinte anos, no contexto da judicialização da política. Em uma de suas mais recentes ações no sistema eleitoral brasileiro, em 2018, o Poder Judiciário decidiu que os partidos políticos devem repassar no mínimo 30% dos recursos do Fundo Partidário, do Fundo Especial de Financiamento de Campanha e do tempo de rádio e televisão para candidaturas de mulheres. Com esse pano de fundo, o presente artigo analisa a tensão entre Poder Judiciário, Poder Legislativo e os movimentos feministas no que diz respeito à inserção das mulheres na arena política. Conclui-se que, num cenário de obstáculos políticos, sociais e institucionais, a via da judicialização pode ser instrumentalizada positivamente pelo movimento feminista, mas não deixa de gerar tensões nos campos político e jurídico.
Crítica Marxista, 2021
Em 2021, celebramos os 150 anos do nascimento de Rosa Luxemburgo. Não obstante o longo tempo perc... more Em 2021, celebramos os 150 anos do nascimento de Rosa Luxemburgo. Não
obstante o longo tempo percorrido desde a publicação de seus textos, sua obra
permanece sendo recepcionada por gerações, constituindo uma força viva para a
filosofia e a teoria política. No presente artigo tratamos do legado de Rosa para a
teoria política contemporânea, com ênfase em cinco de suas contribuições: (1) a
avaliação sobre o significado do reformismo; (2) o papel da periferia no sistema
internacional; (3) a questão do feminismo marxista; (4) o não determinismo da
história e a dialética entre agência e estrutura; (5) e a interconexão entre democracia, socialismo e liberdade.
Revista Brasileira de Ciência Política, 2023
A reforma política no Brasil tem sido realizada, nos últimos vinte anos, no contexto da judiciali... more A reforma política no Brasil tem sido realizada, nos últimos
vinte anos, no contexto da judicialização da política. Em uma de suas mais
recentes ações no sistema eleitoral brasileiro, em 2018, o Poder Judiciário decidiu que os partidos políticos devem repassar no mínimo 30% dos recursos
do Fundo Partidário, do Fundo Especial de Financiamento de Campanha e
do tempo de rádio e televisão para candidaturas de mulheres. Com esse pano
de fundo, o presente artigo analisa a tensão entre Poder Judiciário, Poder
Legislativo e os movimentos feministas no que diz respeito à inserção das mulheres na arena política. Conclui-se que, num cenário de obstáculos políticos,
sociais e institucionais, a via da judicialização pode ser instrumentalizada positivamente pelo movimento feminista, mas não deixa de gerar tensões nos
campos político e jurídico.
Revista Direito GV
Resumo O processo político de indicação dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ainda é p... more Resumo O processo político de indicação dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ainda é pouco conhecido pela literatura especializada. Esse é um processo que obedece à lógica do presidencialismo de coalizão? Ou trata-se de um espaço próprio de insulamento burocrático? O presente artigo busca responder a essas questões. Além de matérias da imprensa, a principal fonte documental desta investigação consiste nos depoimentos colhidos pelo projeto História oral do Supremo (1988-2013) , da Escola de Direito do Rio de Janeiro da Fundação Getulio Vargas (FGV DIREITO RIO). O artigo está estruturado em três seções. A primeira observa os trâmites legais e políticos de um processo de indicação de ministro ao STF. A segunda está subdividida em subseções que abordam as trajetórias dos ministros indicados por cinco presidentes: Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer. A terceira seção relaciona os dados encontrados pela investigação...
Revista de Ciências Sociais, Jul 1, 2022
A eleição de Jair Bolsonaro como presidente da República, em 2018, marcou o avanço do neoconserva... more A eleição de Jair Bolsonaro como presidente da República, em 2018, marcou o avanço do neoconservadorismo no Brasil. Não que essa agenda não tivesse seu espaço no país já há algum tempo. Mas aquela eleição foi a primeira, na Nova República, em que um ator político da extrema-direita do espectro ideológico foi eleito presidente
Passagens, Feb 10, 2023
A teoria política moderna é comumente referenciada pelo embate entre absolutismo e liberalismo oc... more A teoria política moderna é comumente referenciada pelo embate entre absolutismo e liberalismo ocorrido entre os séculos XVII e XVIII. Há, no entanto, pensadores que construíram elementos para além do Estado moderno e que informam o atual debate democrático. São modernos historicamente, mas teoricamente contemporâneos. São, portanto, subversivos modernos. Este artigo realiza uma análise comparada das ideias políticas de três teóricos que podem ser considerados como subversivos modernos: o alemão Johannes Althusius, o holandês Baruch Espinosa, e o genebrino radicado em França, Jean Jacques Rousseau. Dissertaram sobre os temas da soberania popular, da potência democrática da multidão e sobre a vontade geral como superação da representação. O que os une é a radical e subversiva esperança de estabelecer, contra qualquer forma de opressão, o demos como soberano. Ressignificados nos séculos XX e XXI, esses autores não apenas informam o debate contemporâneo sobre a democracia, como também contribuem para a própria renovação da teoria política.
O SOCIAL EM QUESTÃO, 2023
O artigo sistematiza alguns dos pressupostos e algumas das ferramentas analíticas em que se alic... more O artigo sistematiza alguns dos pressupostos e algumas das ferramentas analíticas
em que se alicerça a sociologia da sustentabilidade. O artigo está estruturado em
três seções. A primeira seção contextualiza brevemente a sociologia ambiental e a
ecologia política e apresenta as razões pelas quais adotamos a sociologia da sustentabilidade como disciplina. A segunda apresenta o capitaloceno como um conceito chave mais preciso do que o antropoceno para a abordagem da sociologia
da sustentabilidade. A partir de alguns casos selecionados, a terceira seção discute
os conceitos de justiça ambiental e racismo ambiental como ferramentas úteis de
análise da sociologia da sustentabilidade.
Revista Passagens, 2023
A teoria política moderna é comumente referenciada pelo embate entre absolutismo e liberalismo oc... more A teoria política moderna é comumente referenciada pelo embate entre absolutismo e liberalismo ocorrido entre os séculos XVII e XVIII. Há, no entanto, pensadores que construíram elementos para além do Estado
moderno e que informam o atual debate democrático. São modernos historicamente, mas teoricamente contemporâneos. São, portanto, subversivos modernos. Este artigo realiza uma análise comparada das ideias políticas de três teóricos que podem ser considerados como subversivos modernos: o alemão Johannes Althusius, o holandês Baruch Espinosa, e o genebrino radicado em França, Jean Jacques Rousseau.
Dissertaram sobre os temas da soberania popular, da potência democrática da multidão e sobre a vontade geral como superação da representação. O que os une é a radical e subversiva esperança de estabelecer, contra qualquer forma de opressão, o demos como soberano. Ressignificados nos séculos XX e XXI, esses autores não apenas informam o debate contemporâneo sobre a democracia, como também contribuem para a própria renovação da teoria política.
Social em questão, 2023
Resumo O artigo sistematiza alguns dos pressupostos e algumas das ferramentas analíticas em que s... more Resumo O artigo sistematiza alguns dos pressupostos e algumas das ferramentas analíticas em que se alicerça a sociologia da sustentabilidade. O artigo está estruturado em três seções. A primeira seção contextualiza brevemente a sociologia ambiental e a ecologia política e apresenta as razões pelas quais adotamos a sociologia da sustentabilidade como disciplina. A segunda apresenta o capitaloceno como um conceito chave mais preciso do que o antropoceno para a abordagem da sociologia da sustentabilidade. A partir de alguns casos selecionados, a terceira seção discute os conceitos de justiça ambiental e racismo ambiental como ferramentas úteis de análise da sociologia da sustentabilidade. Palavras-chave Sociologia da sustentabilidade; Justiça ambiental; Racismo ambiental.
Revista Estudos Feministas
Resumo: O presente artigo analisa os impactos da pandemia de Coronavírus e a agência das mulheres... more Resumo: O presente artigo analisa os impactos da pandemia de Coronavírus e a agência das mulheres na sociedade civil e política em seu enfrentamento na cidade do Rio de Janeiro. O artigo está estruturado em três seções. A primeira analisa o impacto da pandemia às mulheres e apresenta dados específicos sobre o Rio de Janeiro. A segunda seção investiga os impactos específicos às mulheres faveladas e apresenta ações de enfrentamento na sociedade civil. Por fim, a terceira seção avalia a ação das parlamentares na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro e na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Foram utilizados dados referentes à produção legislativa e entrevistas com lideranças de favelas da cidade. Conclui-se que, num cenário em que o Poder Executivo esteve muitas vezes ausente, coube às mulheres na sociedade civil e no parlamento, as principais iniciativas de combate aos efeitos perversos da pandemia.
Revista de Ciências Sociais, 2022
O artigo analisa a agenda neoconservadora do governo Jair Bolsonaro a partir da proposta de reduç... more O artigo analisa a agenda neoconservadora do governo Jair Bolsonaro a partir da proposta de redução da maioridade penal. A primeira seção discute o avanço do neoconservadorismo no país, que tem como ápice a eleição de Bolsonaro em2018. A segunda seção aborda a redução da maioridade penal como um importante elemento dessa agenda neoconservadora. A terceira avalia como o governo Bolsonaro tem lidado com a redução da maioridade penal. Por fim, a quarta seção observa o lugar do neoconservadorismo no governo federal a partir do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, comandado por Damares Alves. Conclui-se que um dos principais centros da agenda neoconservadora no governo Bolsonaro é o Ministério da Mulher.
GV Direito, 2022
Resumo O processo político de indicação dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ainda é p... more Resumo O processo político de indicação dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ainda é pouco conhecido pela literatura especializada. Esse é um processo que obedece à lógica do presidencialismo de coalizão? Ou trata-se de um espaço próprio de insulamento burocrático? O presente artigo busca responder a essas questões. Além de matérias da imprensa, a principal fonte documental desta investigação consiste nos depoimentos colhidos pelo projeto História oral do Supremo (1988-2013), da Escola de Direito do Rio de Janeiro da Fundação Getulio Vargas (FGV DIREITO RIO). O artigo está estruturado em três seções. A primeira observa os trâmites legais e políticos de um processo de indicação de ministro ao STF. A segunda está subdividida em subseções que abordam as trajetórias dos ministros indicados por cinco presidentes: Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer. A terceira seção relaciona os dados encontrados pela investigação com as literaturas que tratam das bases do presidencialismo de coalizão brasileiro e do "insulamento burocrático". Conclui-se que as indicações de ministros ao STF não operam em uma única forma, mas sim em quatro articulações distintas: interna, barganha, simbólica e insulada. Essas indicações seguem por uma lógica própria, híbrida, simultaneamente política e técnica, e respondem às demandas da conjuntura.
Lutas Sociais, Jul 1, 2015
Este artigo tem o objetivo de demonstrar a riqueza da relação entre o marxismo e a questão racial... more Este artigo tem o objetivo de demonstrar a riqueza da relação entre o marxismo e a questão racial no Brasil. Para tanto, examinaremos duas dimensões: (1) a forma como o Partido Comunista do Brasil e alguns de seus intelectuais, como Nelson Werneck Sodré, Caio Prado Jr. e Clóvis Moura, lidaram com essa relação, e (2) a maneira como os pensadores marxistas brasileiros especialmente Luiz de Aguiar Costa Pinto, Florestan Fernandes, Fernando Henrique Cardoso, Octávio Ianni e Carlos Hasenbalg, incorporaram-na em suas produções acadêmicas. Mais do que aprofundar propriamente os conceitos formulados pelos autores, o presente artigo oferece ao leitor um pequeno mapa dos caminhos tortuosos da relação construída entre alguns intelectuais marxistas e a questão racial no Brasil.
Revista Eptic, 2024
A República Popular da China tem desenvolvido aquilo que a literatura especializada convencionou ... more A República Popular da China tem desenvolvido aquilo que a literatura especializada convencionou chamar de nova economia de projetamento. O presente artigo argumenta que a noção de Complexo Econômico-Industrial de Saúde (CEIS) desenvolvida no Brasil, em
particular no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, pode ser interpretada como uma forma embrionária de nova economia de projetamento. A partir de uma pesquisa exploratória, o artigo conclui que uma nova economia do projetamento no país é possível se houver a
reprodução da estratégia do CEIS em outros setores econômicos.
Entropia, 2024
As contribuições teóricas de Lênin para as ciências sociais foram inúmeras. Para a sociologia pol... more As contribuições teóricas de Lênin para as ciências sociais foram inúmeras. Para a sociologia política, seus conceitos de formação social e via prussiana são indispensáveis. Para as relações internacionais, a interpretação do imperialismo como fase superior do capitalismo mantém sua atualidade. E no campo da eco-nomia, o conceito de capital financeiro ainda é explicativo. No presente artigo, argumento que também para a ciência política Lênin foi um autor relevante, em particular com suas teorias do partido político, do Estado e da democracia. O texto está estruturado em três seções. A primeira discute a sua teoria do partido político. Com Lênin surge o chamado “partido de novo tipo”, uma forma de or-ganização política até então inexistente. A segunda parte analisa a forma como o revolucionário russo atualizou a teoria do Estado de Karl Marx e Friedrich En-gels. Por fim, a terceira e última seção avalia o debate entre Lênin e Karl Kautsky acerca do tema da democracia. O artigo conclui que Lênin deveria ser conside-rado um autor fundamental da literatura da ciência política.
Intercom, 2020
O presente artigo analisa as estratégias de participação política do movimento social pela democr... more O presente artigo analisa as estratégias de participação política do movimento social pela democratização da mídia ao longo da Nova República no Brasil. A hipótese apresentada é a de que ao menos cinco estratégias fizeram parte do discurso do movimento nesse período. Em um primeiro momento, a tentativa de influenciar a Constituinte de 1987-88. Em seguida, a institucionalização da agenda através da criação do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, FNDC, em 1991. Em terceiro lugar, a realização da Conferência Nacional de Comunicação, Confecom, em 2009. Como quarta estratégia, a organização de veículos de comunicação próprios, em particular na internet. Por fim, a mobilização em torno do Projeto de Lei de Iniciativa Popular da Mídia Democrática, em 2013. Além da revisão da literatura pertinente, a pesquisa recolheu fontes documentais e da imprensa. O artigo argumenta que cada uma dessas estratégias decorreu dos constrangimentos e oportunidades impostos pela conjuntura polít...
Revista brasileira de estudos políticos, Jul 1, 2022
RESUMO: O presente artigo mapeia o posicionamento de 51 cientistas políticos brasileiros em relaç... more RESUMO: O presente artigo mapeia o posicionamento de 51 cientistas políticos brasileiros em relação ao tema da reforma eleitoral no período posterior ao da Constituição de 1988. Para tanto, a pesquisa selecionou artigos científicos, como também livros, entrevistas e textos em jornais. Foram identificadas cinco correntes principais na literatura especializada acerca da reforma do sistema eleitoral: (1) a que defende o voto proporcional de lista aberta; (2) a do voto pro
Desigualdade & diversidade, Dec 2, 2021
Contexto Internacional, Aug 1, 2018
Rodrigues, Theófilo Codeço Machado; Werneck Vianna, Luiz Jorge (Advisor). Movement-Parties: the r... more Rodrigues, Theófilo Codeço Machado; Werneck Vianna, Luiz Jorge (Advisor). Movement-Parties: the relationships between political parties and civil society at the beginning of the 21st century. Rio de Janeiro, 2017. 212p.
Revista Brasileira de Ciência Política
Resumo: A reforma política no Brasil tem sido realizada, nos últimos vinte anos, no contexto da j... more Resumo: A reforma política no Brasil tem sido realizada, nos últimos vinte anos, no contexto da judicialização da política. Em uma de suas mais recentes ações no sistema eleitoral brasileiro, em 2018, o Poder Judiciário decidiu que os partidos políticos devem repassar no mínimo 30% dos recursos do Fundo Partidário, do Fundo Especial de Financiamento de Campanha e do tempo de rádio e televisão para candidaturas de mulheres. Com esse pano de fundo, o presente artigo analisa a tensão entre Poder Judiciário, Poder Legislativo e os movimentos feministas no que diz respeito à inserção das mulheres na arena política. Conclui-se que, num cenário de obstáculos políticos, sociais e institucionais, a via da judicialização pode ser instrumentalizada positivamente pelo movimento feminista, mas não deixa de gerar tensões nos campos político e jurídico.
Crítica Marxista, 2021
Em 2021, celebramos os 150 anos do nascimento de Rosa Luxemburgo. Não obstante o longo tempo perc... more Em 2021, celebramos os 150 anos do nascimento de Rosa Luxemburgo. Não
obstante o longo tempo percorrido desde a publicação de seus textos, sua obra
permanece sendo recepcionada por gerações, constituindo uma força viva para a
filosofia e a teoria política. No presente artigo tratamos do legado de Rosa para a
teoria política contemporânea, com ênfase em cinco de suas contribuições: (1) a
avaliação sobre o significado do reformismo; (2) o papel da periferia no sistema
internacional; (3) a questão do feminismo marxista; (4) o não determinismo da
história e a dialética entre agência e estrutura; (5) e a interconexão entre democracia, socialismo e liberdade.
Revista Brasileira de Ciência Política, 2023
A reforma política no Brasil tem sido realizada, nos últimos vinte anos, no contexto da judiciali... more A reforma política no Brasil tem sido realizada, nos últimos
vinte anos, no contexto da judicialização da política. Em uma de suas mais
recentes ações no sistema eleitoral brasileiro, em 2018, o Poder Judiciário decidiu que os partidos políticos devem repassar no mínimo 30% dos recursos
do Fundo Partidário, do Fundo Especial de Financiamento de Campanha e
do tempo de rádio e televisão para candidaturas de mulheres. Com esse pano
de fundo, o presente artigo analisa a tensão entre Poder Judiciário, Poder
Legislativo e os movimentos feministas no que diz respeito à inserção das mulheres na arena política. Conclui-se que, num cenário de obstáculos políticos,
sociais e institucionais, a via da judicialização pode ser instrumentalizada positivamente pelo movimento feminista, mas não deixa de gerar tensões nos
campos político e jurídico.
Revista Direito GV
Resumo O processo político de indicação dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ainda é p... more Resumo O processo político de indicação dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ainda é pouco conhecido pela literatura especializada. Esse é um processo que obedece à lógica do presidencialismo de coalizão? Ou trata-se de um espaço próprio de insulamento burocrático? O presente artigo busca responder a essas questões. Além de matérias da imprensa, a principal fonte documental desta investigação consiste nos depoimentos colhidos pelo projeto História oral do Supremo (1988-2013) , da Escola de Direito do Rio de Janeiro da Fundação Getulio Vargas (FGV DIREITO RIO). O artigo está estruturado em três seções. A primeira observa os trâmites legais e políticos de um processo de indicação de ministro ao STF. A segunda está subdividida em subseções que abordam as trajetórias dos ministros indicados por cinco presidentes: Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer. A terceira seção relaciona os dados encontrados pela investigação...
Revista de Ciências Sociais, Jul 1, 2022
A eleição de Jair Bolsonaro como presidente da República, em 2018, marcou o avanço do neoconserva... more A eleição de Jair Bolsonaro como presidente da República, em 2018, marcou o avanço do neoconservadorismo no Brasil. Não que essa agenda não tivesse seu espaço no país já há algum tempo. Mas aquela eleição foi a primeira, na Nova República, em que um ator político da extrema-direita do espectro ideológico foi eleito presidente
Passagens, Feb 10, 2023
A teoria política moderna é comumente referenciada pelo embate entre absolutismo e liberalismo oc... more A teoria política moderna é comumente referenciada pelo embate entre absolutismo e liberalismo ocorrido entre os séculos XVII e XVIII. Há, no entanto, pensadores que construíram elementos para além do Estado moderno e que informam o atual debate democrático. São modernos historicamente, mas teoricamente contemporâneos. São, portanto, subversivos modernos. Este artigo realiza uma análise comparada das ideias políticas de três teóricos que podem ser considerados como subversivos modernos: o alemão Johannes Althusius, o holandês Baruch Espinosa, e o genebrino radicado em França, Jean Jacques Rousseau. Dissertaram sobre os temas da soberania popular, da potência democrática da multidão e sobre a vontade geral como superação da representação. O que os une é a radical e subversiva esperança de estabelecer, contra qualquer forma de opressão, o demos como soberano. Ressignificados nos séculos XX e XXI, esses autores não apenas informam o debate contemporâneo sobre a democracia, como também contribuem para a própria renovação da teoria política.
O SOCIAL EM QUESTÃO, 2023
O artigo sistematiza alguns dos pressupostos e algumas das ferramentas analíticas em que se alic... more O artigo sistematiza alguns dos pressupostos e algumas das ferramentas analíticas
em que se alicerça a sociologia da sustentabilidade. O artigo está estruturado em
três seções. A primeira seção contextualiza brevemente a sociologia ambiental e a
ecologia política e apresenta as razões pelas quais adotamos a sociologia da sustentabilidade como disciplina. A segunda apresenta o capitaloceno como um conceito chave mais preciso do que o antropoceno para a abordagem da sociologia
da sustentabilidade. A partir de alguns casos selecionados, a terceira seção discute
os conceitos de justiça ambiental e racismo ambiental como ferramentas úteis de
análise da sociologia da sustentabilidade.
Revista Passagens, 2023
A teoria política moderna é comumente referenciada pelo embate entre absolutismo e liberalismo oc... more A teoria política moderna é comumente referenciada pelo embate entre absolutismo e liberalismo ocorrido entre os séculos XVII e XVIII. Há, no entanto, pensadores que construíram elementos para além do Estado
moderno e que informam o atual debate democrático. São modernos historicamente, mas teoricamente contemporâneos. São, portanto, subversivos modernos. Este artigo realiza uma análise comparada das ideias políticas de três teóricos que podem ser considerados como subversivos modernos: o alemão Johannes Althusius, o holandês Baruch Espinosa, e o genebrino radicado em França, Jean Jacques Rousseau.
Dissertaram sobre os temas da soberania popular, da potência democrática da multidão e sobre a vontade geral como superação da representação. O que os une é a radical e subversiva esperança de estabelecer, contra qualquer forma de opressão, o demos como soberano. Ressignificados nos séculos XX e XXI, esses autores não apenas informam o debate contemporâneo sobre a democracia, como também contribuem para a própria renovação da teoria política.
Social em questão, 2023
Resumo O artigo sistematiza alguns dos pressupostos e algumas das ferramentas analíticas em que s... more Resumo O artigo sistematiza alguns dos pressupostos e algumas das ferramentas analíticas em que se alicerça a sociologia da sustentabilidade. O artigo está estruturado em três seções. A primeira seção contextualiza brevemente a sociologia ambiental e a ecologia política e apresenta as razões pelas quais adotamos a sociologia da sustentabilidade como disciplina. A segunda apresenta o capitaloceno como um conceito chave mais preciso do que o antropoceno para a abordagem da sociologia da sustentabilidade. A partir de alguns casos selecionados, a terceira seção discute os conceitos de justiça ambiental e racismo ambiental como ferramentas úteis de análise da sociologia da sustentabilidade. Palavras-chave Sociologia da sustentabilidade; Justiça ambiental; Racismo ambiental.
Revista Estudos Feministas
Resumo: O presente artigo analisa os impactos da pandemia de Coronavírus e a agência das mulheres... more Resumo: O presente artigo analisa os impactos da pandemia de Coronavírus e a agência das mulheres na sociedade civil e política em seu enfrentamento na cidade do Rio de Janeiro. O artigo está estruturado em três seções. A primeira analisa o impacto da pandemia às mulheres e apresenta dados específicos sobre o Rio de Janeiro. A segunda seção investiga os impactos específicos às mulheres faveladas e apresenta ações de enfrentamento na sociedade civil. Por fim, a terceira seção avalia a ação das parlamentares na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro e na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Foram utilizados dados referentes à produção legislativa e entrevistas com lideranças de favelas da cidade. Conclui-se que, num cenário em que o Poder Executivo esteve muitas vezes ausente, coube às mulheres na sociedade civil e no parlamento, as principais iniciativas de combate aos efeitos perversos da pandemia.
Revista de Ciências Sociais, 2022
O artigo analisa a agenda neoconservadora do governo Jair Bolsonaro a partir da proposta de reduç... more O artigo analisa a agenda neoconservadora do governo Jair Bolsonaro a partir da proposta de redução da maioridade penal. A primeira seção discute o avanço do neoconservadorismo no país, que tem como ápice a eleição de Bolsonaro em2018. A segunda seção aborda a redução da maioridade penal como um importante elemento dessa agenda neoconservadora. A terceira avalia como o governo Bolsonaro tem lidado com a redução da maioridade penal. Por fim, a quarta seção observa o lugar do neoconservadorismo no governo federal a partir do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, comandado por Damares Alves. Conclui-se que um dos principais centros da agenda neoconservadora no governo Bolsonaro é o Ministério da Mulher.
GV Direito, 2022
Resumo O processo político de indicação dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ainda é p... more Resumo O processo político de indicação dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ainda é pouco conhecido pela literatura especializada. Esse é um processo que obedece à lógica do presidencialismo de coalizão? Ou trata-se de um espaço próprio de insulamento burocrático? O presente artigo busca responder a essas questões. Além de matérias da imprensa, a principal fonte documental desta investigação consiste nos depoimentos colhidos pelo projeto História oral do Supremo (1988-2013), da Escola de Direito do Rio de Janeiro da Fundação Getulio Vargas (FGV DIREITO RIO). O artigo está estruturado em três seções. A primeira observa os trâmites legais e políticos de um processo de indicação de ministro ao STF. A segunda está subdividida em subseções que abordam as trajetórias dos ministros indicados por cinco presidentes: Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer. A terceira seção relaciona os dados encontrados pela investigação com as literaturas que tratam das bases do presidencialismo de coalizão brasileiro e do "insulamento burocrático". Conclui-se que as indicações de ministros ao STF não operam em uma única forma, mas sim em quatro articulações distintas: interna, barganha, simbólica e insulada. Essas indicações seguem por uma lógica própria, híbrida, simultaneamente política e técnica, e respondem às demandas da conjuntura.
Lutas Sociais, Jul 1, 2015
Este artigo tem o objetivo de demonstrar a riqueza da relação entre o marxismo e a questão racial... more Este artigo tem o objetivo de demonstrar a riqueza da relação entre o marxismo e a questão racial no Brasil. Para tanto, examinaremos duas dimensões: (1) a forma como o Partido Comunista do Brasil e alguns de seus intelectuais, como Nelson Werneck Sodré, Caio Prado Jr. e Clóvis Moura, lidaram com essa relação, e (2) a maneira como os pensadores marxistas brasileiros especialmente Luiz de Aguiar Costa Pinto, Florestan Fernandes, Fernando Henrique Cardoso, Octávio Ianni e Carlos Hasenbalg, incorporaram-na em suas produções acadêmicas. Mais do que aprofundar propriamente os conceitos formulados pelos autores, o presente artigo oferece ao leitor um pequeno mapa dos caminhos tortuosos da relação construída entre alguns intelectuais marxistas e a questão racial no Brasil.
Revista de Ciências do Estado, 2020
Resenha de PAULA, Carolina de. O que faz um Senador? Um estudo sobre a re... more Resenha de PAULA, Carolina de. O que faz um Senador? Um estudo sobre a representação política dos senadores brasileiros.Curitiba: Appris, 2018.
Contexto Internacional (PUC-Rio), 2018
Resenha do livro - Fernandes, Luís. 2017. A Revolução Bipolar: a gênese e derrocada do socialismo... more Resenha do livro - Fernandes, Luís. 2017. A Revolução Bipolar: a gênese e derrocada do socialismo soviético. Rio de Janeiro: Editora PUC-Rio. 260 pp.
Revista Teoria e Cultura (UFJF), 2015
Resenha do livro "A razão populista" de Ernesto Laclau. LACLAU, Ernesto. A razão populista. São P... more Resenha do livro "A razão populista" de Ernesto Laclau. LACLAU, Ernesto. A razão populista. São Paulo: Três Estrelas, 2013.
O Rio que queremos: propostas para uma cidade inclusiva, 2016
Capítulo 3 sobre 'Diagnóstico e alternativas às políticas de cultura na cidade do Rio de Janeiro'... more Capítulo 3 sobre 'Diagnóstico e alternativas às políticas de cultura na cidade do Rio de Janeiro' publicado no livro em 2016 'O Rio que queremos:
propostas para uma cidade inclusiva'
Não há muitas dúvidas de que o peso de ter sido a capital do Brasil por quase duzentos anos deixo... more Não há muitas dúvidas de que o peso de ter sido a capital do Brasil por quase duzentos anos deixou sua marca no Rio de Janeiro. Cidade onde todos pensam a questão nacional e internacional, como atestam os títulos de seus principais jornais - O Globo e Jornal do Brasil são exemplos -, durante muito tempo o Rio deixou de olhar para si mesmo. O Rio que queremos: propostas para uma cidade inclusiva é uma contribuição para a reversão do problema. Trata-se de um debate coletivo construído por 31 autores, entre sociólogos, economistas, cientistas políticos, juristas e historiadores que voltaram seus olhos para temas profundos da cidade. Entre eles um fio comum que costura a discussão do início ao fim: o direito à cidade. Não se trata apenas de um livro acadêmico, como poderia fazer imaginar a formação de seus autores. Os textos apresentados são de fácil acesso para todo o público e profundamente marcados pelo compromisso com a construção de uma cidade mais justa e igualitária. Não fosse assim, não haveria sentido em tamanho esforço coletivo.
20º Congresso Brasileiro de Sociologia, 2021
As recepções de Antônio Gramsci e Louis Althusser na sociologia política brasileira da década de ... more As recepções de Antônio Gramsci e Louis Althusser na sociologia política brasileira da década de 1970 já foram exaustivamente trabalhadas pela literatura especializada. O que não mereceu tanta atenção, no entanto, foi o modo como chegou ao Brasil a obra de um terceiro nome da teoria marxista muito influente naquele mesmo período: trata-se do grego radicado em França Nicos Poulantzas. Poulantzas foi autor de uma densa obra produzida entre 1968, ano da publicação de Poder Político e classes sociais, e 1978, quando lançou seu mais importante livro, O Estado, o poder e o socialismo. Nesse ínterim, foram publicados Fascismo e ditadura em 1970, As classes sociais no capitalismo de hoje em 1974, A crise das ditaduras em 1975 e O Estado em crise em 1976, além do famoso debate com Ralph Miliband nas páginas da New Left Review entre 1969 e 1976. Infelizmente, uma morte prematura em 1979 calou o mais importante atualizador da ciência política e da teoria do Estado no marxismo. Todos esses trabalhos se tornaram extremamente influentes na sociologia política que se construía no Brasil nos 1970. Analisar como essa sociologia política brasileira recepcionou Poulantzas é o objetivo do presente trabalho. O artigo está estruturado em duas seções que investigam como cada uma dessas principais obras do autor foi recuperada pela literatura especializada no Brasil. Ao todo foram analisados 17 intelectuais que de algum modo utilizaram Poulantzas em seus trabalhos publicados nos anos setenta.
44º Encontro Anual da ANPOCS, 2020
O declínio da democracia liberal parece ser o grande tema da agenda da ciência política nesse iní... more O declínio da democracia liberal parece ser o grande tema da agenda da ciência política nesse início do século XXI. Nos últimos anos, livros e mais livros foram publicados pela literatura especializada com um mesmo objetivo: tentar explicar as razões que levaram países até então considerados como democracias estáveis a transitarem para governos tidos como autoritários. Sob esse registro, as eleições de Recep Erdogan na Turquia, Rodrigo Duterte nas Filipinas, Viktor Orbán na Hungria, Donald Trump nos Estados Unidos e Jair Bolsonaro no Brasil parecem ser exemplares. Mas não há como entender esse fenômeno atual sem um retorno aos clássicos e um dos autores que certamente se encaixa nessa categoria é Nicos Poulantzas. Na teoria política contemporânea, sua obra constitui importante contribuição para a compreensão do fenômeno autoritário. Com efeito, praticamente toda a sua produção realizada entre 1968 e 1979, ano de sua trágica morte, perpassa de algum modo o tema do autoritarismo.
ABCP, 2020
No Brasil, o sistema político estabelecido pela Constituição de 1988 inaugurou uma série de inova... more No Brasil, o sistema político estabelecido pela Constituição de 1988 inaugurou uma série de
inovações institucionais de participação social. Foi sob esse contexto de alargamento das
instituições de participação social que o governo Dilma Rousseff apresentou em 2014 o
Decreto 8243/2014. Essa normatização instituía a Política Nacional de Participação Social,
com o objetivo de fortalecer as instâncias participativas de relacionamento entre
administração pública federal e a sociedade civil. Contudo, em 2019, o novo governo de Jair
Bolsonaro criou obstáculos ao processo participativo por meio do Decreto 9759/2019. O
presente trabalho analisa de forma comparada a participação social como política pública nos
governos de Rousseff e Bolsonaro. A hipótese é a de que a participação social deve ser
entendida como política pública em disputa entre os atores que polarizam a recente política
no país.
Anais do 43º Encontro Anual da ANPOCS, 2019
O presente artigo analisa as filiações partidárias dos dirigentes dos principais sindicatos patro... more O presente artigo analisa as filiações partidárias dos dirigentes dos principais sindicatos patronais brasileiros, ou seja, das organizações que exercem a representação funcional de certas frações da burguesia brasileira. Para a análise, foram selecionadas quatro redes de confederações nacionais: a Confederação Nacional da Indústria, CNI, ligada à fração industrial da burguesia; a Confederação Nacional do Comércio, CNC, e a Confederação Nacional do Transporte, CNT, vinculadas socialmente à burguesia comercial; e a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária, CNA, relacionada à fração agrária da burguesia. A literatura especializada da ciência política costuma investigar o perfil dos representantes do empresariado dentro do Congresso Nacional. Sob a orientação de uma sociologia política, a presente pesquisa inverteu o olhar e investigou a participação político-partidária não na sociedade política, ou seja, no Congresso Nacional, mas sim na sociedade civil, nos sindicatos patronais. O resultado corrobora os achados verificados pela literatura de que, em geral, esses empresários estão filiados em partidos do centro ou da direita do espectro político.
Colóquio Internacional Marx e o Marxismo 2019, 2019
O presente artigo sistematiza as principais contribuições de Engels para a teoria dos partidos po... more O presente artigo sistematiza as principais contribuições de Engels para a teoria dos partidos políticos a partir de suas intervenções nas três últimas décadas do século XIX, no momento de gênese do Partido Social Democrata Alemão, o SPD. O artigo está subdividido em cinco seções. A primeira avalia a participação de Engels na I Internacional Socialista e sua polêmica com o anarquismo. A segunda seção trata mais propriamente da relação de Engels com o processo político de criação do SPD. A terceira observa o papel de Engels após a morte de Marx na organização da Segunda Internacional. A quarta seção sintetiza a crítica de Engels ao programa do SPD aprovado no Congresso de Erfurt, em 1891. Por fim, a quinta seção analisa as originais percepções do autor sobre o contexto histórico que permitiu o avanço e a organização do SPD e dos demais partidos socialdemocratas na Europa Ocidental. A hipótese apresentada é a de que, antes dos clássicos do início do XX, Engels já havia percebido a ascensão dos "partidos de massas" como inovação política daquele momento de virada do século.
Anais do 18º Congresso Brasileiro de Sociologia , 2017
Em outubro de 2016, a cosmopolita cidade do Rio de Janeiro elegeu como prefeito o senador e bispo... more Em outubro de 2016, a cosmopolita cidade do Rio de Janeiro elegeu como prefeito o senador e bispo licenciado da Igreja Universal, Marcelo Crivella. Longe de significar um fato isolado, a eleição do político evangélico em uma das maiores cidades da América Latina é representativa e exemplar de um fenômeno cada vez mais presente na sociedade brasileira: a emergência das relações entre partidos políticos e organizações religiosas. O presente trabalho investiga esse relevante fenômeno social na interseção entre a sociologia da religião e a sociologia política. Para tanto, são observados os vínculos que os diferentes cultos religiosos mantêm com os mais diversos partidos, na busca por intermediários, a fim de inserir suas agendas nas instituições políticas. A hipótese aqui sugerida é a de que esses cultos religiosos, em particular os evangélicos, sofisticaram a sua ação coletiva ao longo do tempo. Fundaram organizações da sociedade civil que agregam diferentes cultos com o propósito de agenciar essa intermediação de interesses. A criação em 2002 do Fórum Evangélico Nacional Ação Social e Política, FENASP, e, posteriormente, da Confederação dos Conselhos de Pastores do Brasil, a CONCEPAB, e suas atuações como organizadores de candidaturas evangélicas nas eleições, parecem validar essa hipótese.
Anais do VIII Seminário Internacional de Políticas Culturais, 2017
Este trabalho objetiva apresentar a forma como tem se dado o debate sobre a regulação do serviço... more Este trabalho objetiva apresentar a forma como tem se dado o debate sobre a regulação do serviço de vídeo sob demanda – vídeo on demand (Vod) – no Brasil e analisar se certa regulação desse serviço pode contribuir para a democratização da cultura e da comunicação no país. Para tanto, foram estudadas as propostas aventadas sobre o tema no Conselho Superior de Cinema, na Agência Nacional do Cinema e no Congresso Nacional entre os anos de 2015 e 2016, além de literaturas do campo da ciência política, direito e comunicação, a fim de verificar o enquadramento das propostas no conceito de “democratização”. Nossa hipótese é que, mais do que a tributação, é a regulação do conteúdo que pode resultar em uma maior democratização.
Anais do 40o. Encontro Anual da ANPOCS
Não seria exagero ou simplificação afirmarmos que duas grandes preocupações mobilizam as ciências... more Não seria exagero ou simplificação afirmarmos que duas grandes preocupações mobilizam as ciências sociais há muito tempo: de um lado a sistematização metodológica enquanto ciênciaestética, formal -; e de outro lado a compreensão de alguns conteúdos específicos, quais sejam, a desigualdade, a diversidade e a democracia. Com o passar do tempo o desenvolvimento da especialização disciplinar encaminhou o tema da diversidade para o âmbito da antropologia, a desigualdade social para a sociologia e a democracia para a ciência política. Tal divisão social do trabalho intelectual trouxe benefícios para o acúmulo do conhecimento sobre os temas. Mas também trouxe alguns prejuízos como a falta ou empobrecimento dos instrumentos metodológicos para a investigação. Não há como compreendermos dimensões como a desigualdade, a diversidade e a democracia sem recorrermos às ferramentas da história, da política, da sociologia, da antropologia, do direito e da economia, ou seja, sem os recursos das ciências sociais em geral. Esse foi o desafio que em fins do século XX e início do XXI dois grandes teóricos das ciências sociais se impuseram: Jurgen Habermas e Thomas Piketty. Ao longo do presente artigo argumento que os dois não se dispuseram apenas à compreender as razões da desigualdade social, política e econômica das sociedades capitalistas modernas. Mais do que isso, como intelectuais orgânicos de um projeto democrático apresentaram caminhos para a superação da desigualdade e aperfeiçoamento da democracia. Em comum o fato de dialogarem com Marx e combaterem o liberalismo sem serem marxistas. 1 Theófilo Codeço Machado Rodrigues é Mestre em Ciência Política pela UFF e Doutorando em Ciências Sociais pela PUC-Rio.
Anais do 39o. Encontro Anual da ANPOCS
No presente artigo sugiro que as recentes intervenções de intelectuais orgânicos dos movimentos s... more No presente artigo sugiro que as recentes intervenções de intelectuais orgânicos dos movimentos subalternos brasileiros como o Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Central de Movimentos Populares (CMP) e o Movimento de Trabalhadores Sem Teto (MTST) possuem forte identidade com aquilo que Ernesto Laclau definiu como a razão populista. Para cumprir esse objetivo apresento em primeiro lugar a teoria política de Laclau e sua interpretação acerca do populismo expressa em A razão populista (2013). A segunda seção é dedicada a forma como intelectuais brasileiros como Marcos Nobre, André Singer, Renato Boschi e Eli Diniz, Francisco Oliveira, Carlos Nelson Coutinho, Luiz Werneck Vianna e Luiz Carlos Bresser-Pereira interpretaram o sistema de conciliação de classes que vigorou durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva e que entrou em desgaste no segundo governo de Dilma Rousseff. Por fim, exponho a forma como alguns intelectuais orgânicos dos movimentos sociais como o economista João Pedro Stélide do MST, o advogado Raimundo Bonfim da CMP e o filósofo Guilherme Boulos do MTST vem apontando para o fim do sistema de conciliação e a necessidade da aposta no conflito social; aposta que possui, a nosso ver, identificação com o modelo de Laclau.
Marx e o Marxismo 2015: Insurreições, passado e presente
Desde o início do governo Lula em 2003 até o fim do primeiro governo de Dilma Rousseff em 2014 o ... more Desde o início do governo Lula em 2003 até o fim do primeiro governo de Dilma Rousseff em 2014 o Brasil viveu um modelo político de conciliação de classes. Com as jornadas de junho de 2013 e a eleição polarizada de 2014 esse modelo passou a oferecer sinais de crise. O dilema que passou a permear o debate público foi: a solução para revigorar o segundo governo de Dilma seria a renovação da conciliação ou a aposta no conflito social? O artigo está dividido em duas seções. Na primeira parte é indicado como intelectuais brasileiros interpretaram o sistema de conciliação que vigorou durante o período. Na segunda, como intelectuais orgânicos de movimentos subalternos vem apontando para a necessidade da aposta no conflito social.
Anais do 17o. Congresso Brasileiro de Sociologia (2015)
O presente trabalha analisa as relações entre partidos políticos e centrais sindicais no Brasil c... more O presente trabalha analisa as relações entre partidos políticos e centrais sindicais no Brasil contemporâneo.
Anais III Fórum Brasileiro de Pós-Graduação em Ciência Política – UFPR.
O debate sobre a reforma política assumiu intenso protagonismo na agenda política do parlamento n... more O debate sobre a reforma política assumiu intenso protagonismo na agenda política do parlamento nos últimos anos, em especial em 2011. Dentro do debate acerca da reforma política o foco que tem gerado maior polêmica tem sido ainda o da reforma eleitoral. O presente trabalho pretende argumentar em defesa de uma reforma que garanta a implementação do sistema proporcional de lista fechada no modelo eleitoral brasileiro. Empiricamente utilizaremos os dados da eleição brasileira de 2010 para deputados federais e estaduais com o objetivo de testar o conceito de “desperdício de votos” e demonstrar que o sistema proporcional de lista fechada pode ser um caminho para a reforma.
O objetivo do curso é apresentar e discutir algumas das contribuições de pensadoras mulheres para... more O objetivo do curso é apresentar e discutir algumas das contribuições de pensadoras mulheres para a teoria social, com ênfase para produções que incluem o gênero como variável relevante ou como problema da democracia contemporânea, a partir de diferentes perspectivas analíticas. Pretende-se destacar as contribuições para os seguintes temas: teoria política marxista; teoria política liberal e direitos humanos; teoria do estado; teoria da representação; teoria da participação; gênero e teoria política; mulheres, raça e classe; identidade e materialidade, redistribuição e reconhecimento; democracia radical; teoria pós-colonial; democracia e crítica ao neoliberalismo; alternativas para o Século XXI; feminismo no Brasil.
Revista Contracampo Brazilian Journal of Communication, 2018
As tensas relações entre mídia e política no Brasil são bem conhecidas pela literatura especializ... more As tensas relações entre mídia e política no Brasil são bem conhecidas pela literatura especializada. Getúlio Vargas, João Goulart e Fernando Collor são alguns exemplos de presidentes que não terminaram seus mandatos e que sofreram resistências por parte da imprensa. O presente artigo argumenta que esse histórico de atuação dos meios de comunicação em processos de desestabilização permanece atual. A hipótese foi testada a partir da observação de 34 editoriais dos principais jornais impressos do país durante a tramitação dos processos de impeachment de Dilma Rousseff em 2016 e de investigação de Michel Temer em 2017. O primeiro caso contou com certa unidade entre esses jornais; no segundo, houve divergências na imprensa.
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The tense relationship between media and politics in Brazil is well known by specialized literature. Getúlio Vargas, João Goulart and Fernando Collor are examples of presidents who did not finish their mandates and who suffered resistance from the press. This article argues that this history of the media in destabilization processes remains current. The hypothesis was tested from the observation of 34 editorials of Brazil's main print newspapers, during Dilma Rousseff's impeachment in 2016 and the opening of Michel Temer's investigation in 2017. The first case had a certain unity between these newspapers; in the second case, there was divergence in the press.
Contracampo - Brazilian Journal of Comunication, 2018
The tense relationship between media and politics in Brazil is well known by specialized literatu... more The tense relationship between media and politics in Brazil is well known by specialized literature. Getúlio Vargas, João Goulart and Fernando Collor are examples of presidents who did not finish their mandates and who suffered resistance from the press. This article argues that this history of the media in destabilization processes remains current. The hypothesis was tested from the observation of 34 editorials of Brazil's main print newspapers, during Dilma Rousseff's impeachment in 2016 and the opening of Michel Temer's investigation in 2017. The first case had a certain unity between these newspapers; in the second case, there was divergence in the press