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REVISTA NERA
O trabalho elabora uma retrospectiva mostrando o amplo leque de projetos de cunho modernizante, q... more O trabalho elabora uma retrospectiva mostrando o amplo leque de projetos de cunho modernizante, que, em forma de enclave, acabaram transformando-se em despojos na Amazônia. As intervenções constituíram-se em empreendimentos que, a partir do final do século XIX, pretenderam levar o desenvolvimento capitalista à região, como a construção de ferrovias, formação de plantations e mineradoras, que ocasionaram significativa depredação de recursos naturais e perdas para as comunidades locais. Assim, desmatamento, destruição da biodiversidade, contaminação de solos, assoreamento de corpos d'água e deslocamento de populações revelaram a utilização de tecnologias não adaptadas às realidades locais. A pesquisa analisou contribuições de autores nacionais e estrangeiros, objetivando compreender razões do fracasso e, paralelamente, examinar formas de superação do impasse. Como estudo de caso, foram analisadas as atuais operações da Mineração Rio do Norte, localizada no Médio e Alto Trombetas, ...
Cadernos De Agroecologia, Dec 7, 2013
Revista NERA - ISSN: 1806-6755 - Ano 18, No 28, 2015
O trabalho elabora uma retrospectiva mostrando o amplo leque de projetos de cunho modernizante, q... more O trabalho elabora uma retrospectiva mostrando o amplo leque de projetos de cunho modernizante, que, em forma de enclave, acabaram transformando-se em despojos na Amazônia. As intervenções constituíram-se em empreendimentos que, a partir do final do século XIX, pretenderam levar o desenvolvimento capitalista à região, como a construção de ferrovias, formação de plantations e mineradoras, que ocasionaram significativa depredação de recursos naturais e perdas para as comunidades locais. Assim, desmatamento, destruição da biodiversidade, contaminação de solos, assoreamento de corpos d'água e deslocamento de populações revelaram a utilização de tecnologias não adaptadas às realidades locais. A pesquisa analisou contribuições de autores nacionais e estrangeiros, objetivando compreender razões do fracasso e, paralelamente, examinar formas de superação do impasse. Como estudo de caso, foram analisadas as atuais operações da Mineração Rio do Norte, localizada no Médio e Alto Trombetas, considerada o maior empreendimento do gênero no Brasil e na América Latina e o segundo do globo, investigadas através de literatura pertinente e entrevistas abertas. O final é marcado pela constatação que a Mineração Rio do Norte não está conseguindo superar as etapas que marcaram a construção de despojos na Amazônia, com grande possibilidade de não aprender as lições do passado.
Cadernos de Agroecologia - ISSN 2236-7934 - Vol 8, No 2, 2013
O Mutirão de Agricultura Ecológica (MÃE) é um grupo de Agroecologia formado por estudantes da Uni... more O Mutirão de Agricultura Ecológica (MÃE) é um grupo de Agroecologia formado por estudantes da Universidade Federal Fluminense (UFF-Niterói, RJ), principalmente da Geografia, onde teve início. O coletivo tem por objetivos pesquisar, praticar e divulgar os princípios da Agroecologia, aproximando-a do espaço acadêmico. O MÃE, enquanto projeto de extensão, busca refletir sobre o real compromisso da academia com a sociedade e estabelecer maior intercâmbio entre a prática e os conhecimentos passados em sala de aula, tendo como princípio a vivência e como forma organizativa a autogestão. Entre as práticas de construção coletiva dos saberes agroecológicos do grupo estão trabalhos de educação ambiental junto a alunos da educação básica pública, organização da Semana de Agroecologia na UFF, mutirões, vivências e atividades de formação e debate no campus e fora dele, com estudantes, agricultores e os diversos grupos sociais ligados à Agroecologia.
Anais IX Simpósio Internacional de Geografia Agrária ISBN: 978-85-415-1148-3, 2019
A alimentação é um tema que permeia várias dimensões da vida social por ser essencial à existênci... more A alimentação é um tema que permeia várias dimensões da vida social por ser essencial à existência humana. Manifesta as formas de reprodução socioespacial ao expressar as influências das tradições familiares, dos valores culturais e escolhas simbólicas, ao mesmo tempo em que depende de questões de acesso e disponibilidade, tanto dos bens como das informações sobre estes. A literatura apresenta duas tendências principais e opostas com relação à alimentação na sociedade contemporânea. Uma no caminho de padronizá-la, sob influência da globalização, ligada aos regimes alimentares, industrialização do alimento e expansão dos fast foods. Outra mais ancorada nas tradições, resgate e valorização das comidas típicas e locais. Neste trabalho, defende-se que o processo de conformação da alimentação é mais complexo que estes dois pólos, com tais forças ocorrendo concomitantemente e com intensidades variáveis em cada espaço, disputando e influenciando as práticas alimentares. O presente trabalho é fruto do projeto de mestrado que se encontra em fase de desenvolvimento. Os resultados encontrados até o momento são parciais, de caráter teórico e de investigação sobre o território e o perfil das famílias agricultoras.
Anais VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA - VII SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA - 1a. JORNADA DE GEOGRAFIA DAS ÁGUAS (ISBN 978-85-237-0718-7), 2013
O presente artigo tem como objetivo apresentar o trabalho de cartografia social realizado nas com... more O presente artigo tem como objetivo apresentar o trabalho de cartografia social realizado nas comunidades quilombolas ribeirinhas do rio Trombetas e aldeias indígenas do rio Mapuera, ambos situados no município de Oriximiná, noroeste do Estado do Pará, Amazônia Oriental. Este artigo é resultado de experiências e trabalhos anteriores da equipe nesta área a partir de um programa de extensão homônimo, vinculado a Universidade Federal Fluminense.
O programa tem como proposta de trabalho realizar diversas atividades de mapeamento participativo e utilização da tecnologias de georreferenciamento, com a finalidade de instrumentalizar os povos tradicionais na luta política por seus direitos territoriais, incluindo se aí, também a emancipação de suas identidades coletivas, contrastando-as com a sociedade homogeneizadora que os circunda.
A metodologia utilizada é a cartografia social, através da alfabetização cartográfica, pois nos baseamos na comunicação gráfica como facilitadora no processo de identificação e afirmação do território e suas territorialidades. Junto à cartografia, como forma de incrementar o entendimento sobre as práticas sociais e a natureza local, realizamos atividades de etnomapeamento.
O programa busca como produto, além dos mapas confeccionados por diferentes atividades, sistematizar as informações colhidas no etnomapeamento e na vivência em formato de cartilhas que contenham conhecimentos geográficos constituintes das conjunturas histórica, cultural, política e ambiental destas comunidades, de forma retornar o conhecimento produzido aos que o fizeram.
Anais 14 Encuentro de Geógrafos de América Latina, Peru, 2013
O presente trabalho tem como objetivo apresentar o projeto de cartografia social e etnomapeamento... more O presente trabalho tem como objetivo apresentar o projeto de cartografia social e
etnomapeamento realizado nas comunidades quilombolas ribeirinhas do rio Trombetas e aldeias indígenas do rio Mapuera, ambos situados no município de Oriximiná, noroeste do Estado do Pará, dentro da Amazônia Oriental. Este projeto é um dos eixos de trabalho do Programa Geogafia da Produção Alimentar vinculado a Universidade Federal Fluminense. Tal programa atua nestas localidades com o intuito de promover a soberania alimentar e fornecer ferramentas fundamentais para autonomia destes povos.
O projeto tem como proposta de trabalho realizar o mapeamento participativo com a
finalidade de instrumentalizar as populações tradicionais na luta política por seus direitos territoriais. A cartografia social é a metodologia que utilizamos pois, sendo a comunicação gráfica facilitadora no processo de identificação e afirmação do território, o estudo sobre a organização social e política destes povos torna-se essencial para compreender suas formas singulares de apropriação do espaço e suas relações com o meio externo. Tais relações podem ser compreendidas a partir do nível de dependência e/ou independência dessas populações perante os aparatos materiais e imateriais oferecidos pelos centros urbanos. As situações de risco às quais muitas vezes estas estão expostas também podem ajudar nesse processo de
compreensão.
Visto que é a alfabetização cartográfica o suporte no processo de ensino-aprendizagem dos fundamentos e noções cartográficas, que procura sempre valorizar e utilizar códigos linguísticos locais, propõe-se o etnomapeamento. Este apresenta-se como forma tanto de mediar o conhecimento sobre os recursos naturais que garantem as práticas de reprodução física e social do grupo para os indivíduos políticos que vivem dentro e fora deste território, quanto para espacializar problemas e pensar em soluções para os mesmos, isto é, repensar a organização do espaço vivido e realizar um novo planejamento do espaço cotidiano. Neste sentido o projeto busca como produto, além dos mapas confeccionados por diferentes atividades, sistematizar essas informações em formato de cartilhas que contenham
conhecimentos geográficos constituintes das conjunturas histórica, cultural, política e ambiental destas comunidades.
REVISTA NERA
O trabalho elabora uma retrospectiva mostrando o amplo leque de projetos de cunho modernizante, q... more O trabalho elabora uma retrospectiva mostrando o amplo leque de projetos de cunho modernizante, que, em forma de enclave, acabaram transformando-se em despojos na Amazônia. As intervenções constituíram-se em empreendimentos que, a partir do final do século XIX, pretenderam levar o desenvolvimento capitalista à região, como a construção de ferrovias, formação de plantations e mineradoras, que ocasionaram significativa depredação de recursos naturais e perdas para as comunidades locais. Assim, desmatamento, destruição da biodiversidade, contaminação de solos, assoreamento de corpos d'água e deslocamento de populações revelaram a utilização de tecnologias não adaptadas às realidades locais. A pesquisa analisou contribuições de autores nacionais e estrangeiros, objetivando compreender razões do fracasso e, paralelamente, examinar formas de superação do impasse. Como estudo de caso, foram analisadas as atuais operações da Mineração Rio do Norte, localizada no Médio e Alto Trombetas, ...
Cadernos De Agroecologia, Dec 7, 2013
Revista NERA - ISSN: 1806-6755 - Ano 18, No 28, 2015
O trabalho elabora uma retrospectiva mostrando o amplo leque de projetos de cunho modernizante, q... more O trabalho elabora uma retrospectiva mostrando o amplo leque de projetos de cunho modernizante, que, em forma de enclave, acabaram transformando-se em despojos na Amazônia. As intervenções constituíram-se em empreendimentos que, a partir do final do século XIX, pretenderam levar o desenvolvimento capitalista à região, como a construção de ferrovias, formação de plantations e mineradoras, que ocasionaram significativa depredação de recursos naturais e perdas para as comunidades locais. Assim, desmatamento, destruição da biodiversidade, contaminação de solos, assoreamento de corpos d'água e deslocamento de populações revelaram a utilização de tecnologias não adaptadas às realidades locais. A pesquisa analisou contribuições de autores nacionais e estrangeiros, objetivando compreender razões do fracasso e, paralelamente, examinar formas de superação do impasse. Como estudo de caso, foram analisadas as atuais operações da Mineração Rio do Norte, localizada no Médio e Alto Trombetas, considerada o maior empreendimento do gênero no Brasil e na América Latina e o segundo do globo, investigadas através de literatura pertinente e entrevistas abertas. O final é marcado pela constatação que a Mineração Rio do Norte não está conseguindo superar as etapas que marcaram a construção de despojos na Amazônia, com grande possibilidade de não aprender as lições do passado.
Cadernos de Agroecologia - ISSN 2236-7934 - Vol 8, No 2, 2013
O Mutirão de Agricultura Ecológica (MÃE) é um grupo de Agroecologia formado por estudantes da Uni... more O Mutirão de Agricultura Ecológica (MÃE) é um grupo de Agroecologia formado por estudantes da Universidade Federal Fluminense (UFF-Niterói, RJ), principalmente da Geografia, onde teve início. O coletivo tem por objetivos pesquisar, praticar e divulgar os princípios da Agroecologia, aproximando-a do espaço acadêmico. O MÃE, enquanto projeto de extensão, busca refletir sobre o real compromisso da academia com a sociedade e estabelecer maior intercâmbio entre a prática e os conhecimentos passados em sala de aula, tendo como princípio a vivência e como forma organizativa a autogestão. Entre as práticas de construção coletiva dos saberes agroecológicos do grupo estão trabalhos de educação ambiental junto a alunos da educação básica pública, organização da Semana de Agroecologia na UFF, mutirões, vivências e atividades de formação e debate no campus e fora dele, com estudantes, agricultores e os diversos grupos sociais ligados à Agroecologia.
Anais IX Simpósio Internacional de Geografia Agrária ISBN: 978-85-415-1148-3, 2019
A alimentação é um tema que permeia várias dimensões da vida social por ser essencial à existênci... more A alimentação é um tema que permeia várias dimensões da vida social por ser essencial à existência humana. Manifesta as formas de reprodução socioespacial ao expressar as influências das tradições familiares, dos valores culturais e escolhas simbólicas, ao mesmo tempo em que depende de questões de acesso e disponibilidade, tanto dos bens como das informações sobre estes. A literatura apresenta duas tendências principais e opostas com relação à alimentação na sociedade contemporânea. Uma no caminho de padronizá-la, sob influência da globalização, ligada aos regimes alimentares, industrialização do alimento e expansão dos fast foods. Outra mais ancorada nas tradições, resgate e valorização das comidas típicas e locais. Neste trabalho, defende-se que o processo de conformação da alimentação é mais complexo que estes dois pólos, com tais forças ocorrendo concomitantemente e com intensidades variáveis em cada espaço, disputando e influenciando as práticas alimentares. O presente trabalho é fruto do projeto de mestrado que se encontra em fase de desenvolvimento. Os resultados encontrados até o momento são parciais, de caráter teórico e de investigação sobre o território e o perfil das famílias agricultoras.
Anais VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA - VII SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA - 1a. JORNADA DE GEOGRAFIA DAS ÁGUAS (ISBN 978-85-237-0718-7), 2013
O presente artigo tem como objetivo apresentar o trabalho de cartografia social realizado nas com... more O presente artigo tem como objetivo apresentar o trabalho de cartografia social realizado nas comunidades quilombolas ribeirinhas do rio Trombetas e aldeias indígenas do rio Mapuera, ambos situados no município de Oriximiná, noroeste do Estado do Pará, Amazônia Oriental. Este artigo é resultado de experiências e trabalhos anteriores da equipe nesta área a partir de um programa de extensão homônimo, vinculado a Universidade Federal Fluminense.
O programa tem como proposta de trabalho realizar diversas atividades de mapeamento participativo e utilização da tecnologias de georreferenciamento, com a finalidade de instrumentalizar os povos tradicionais na luta política por seus direitos territoriais, incluindo se aí, também a emancipação de suas identidades coletivas, contrastando-as com a sociedade homogeneizadora que os circunda.
A metodologia utilizada é a cartografia social, através da alfabetização cartográfica, pois nos baseamos na comunicação gráfica como facilitadora no processo de identificação e afirmação do território e suas territorialidades. Junto à cartografia, como forma de incrementar o entendimento sobre as práticas sociais e a natureza local, realizamos atividades de etnomapeamento.
O programa busca como produto, além dos mapas confeccionados por diferentes atividades, sistematizar as informações colhidas no etnomapeamento e na vivência em formato de cartilhas que contenham conhecimentos geográficos constituintes das conjunturas histórica, cultural, política e ambiental destas comunidades, de forma retornar o conhecimento produzido aos que o fizeram.
Anais 14 Encuentro de Geógrafos de América Latina, Peru, 2013
O presente trabalho tem como objetivo apresentar o projeto de cartografia social e etnomapeamento... more O presente trabalho tem como objetivo apresentar o projeto de cartografia social e
etnomapeamento realizado nas comunidades quilombolas ribeirinhas do rio Trombetas e aldeias indígenas do rio Mapuera, ambos situados no município de Oriximiná, noroeste do Estado do Pará, dentro da Amazônia Oriental. Este projeto é um dos eixos de trabalho do Programa Geogafia da Produção Alimentar vinculado a Universidade Federal Fluminense. Tal programa atua nestas localidades com o intuito de promover a soberania alimentar e fornecer ferramentas fundamentais para autonomia destes povos.
O projeto tem como proposta de trabalho realizar o mapeamento participativo com a
finalidade de instrumentalizar as populações tradicionais na luta política por seus direitos territoriais. A cartografia social é a metodologia que utilizamos pois, sendo a comunicação gráfica facilitadora no processo de identificação e afirmação do território, o estudo sobre a organização social e política destes povos torna-se essencial para compreender suas formas singulares de apropriação do espaço e suas relações com o meio externo. Tais relações podem ser compreendidas a partir do nível de dependência e/ou independência dessas populações perante os aparatos materiais e imateriais oferecidos pelos centros urbanos. As situações de risco às quais muitas vezes estas estão expostas também podem ajudar nesse processo de
compreensão.
Visto que é a alfabetização cartográfica o suporte no processo de ensino-aprendizagem dos fundamentos e noções cartográficas, que procura sempre valorizar e utilizar códigos linguísticos locais, propõe-se o etnomapeamento. Este apresenta-se como forma tanto de mediar o conhecimento sobre os recursos naturais que garantem as práticas de reprodução física e social do grupo para os indivíduos políticos que vivem dentro e fora deste território, quanto para espacializar problemas e pensar em soluções para os mesmos, isto é, repensar a organização do espaço vivido e realizar um novo planejamento do espaço cotidiano. Neste sentido o projeto busca como produto, além dos mapas confeccionados por diferentes atividades, sistematizar essas informações em formato de cartilhas que contenham
conhecimentos geográficos constituintes das conjunturas histórica, cultural, política e ambiental destas comunidades.