Práticas alimentares e transformações das relações urbano-rurais: agricultoras agroecológicas de Guapimirim (original) (raw)
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Cadernos de Agroecologia, 2020
, INCA Eixo temático: Economias dos sistemas agroalimentares de base agroecológica Resumo: A prática do Almoço Agroecológico acontece no âmbito e na dinâmica da Articulação de Agroecologia Serra Mar (AASM). A partir do final de 2015, por ocasião da realização da "Caravana Agroecológica do Sudeste, o Centro Tiê de Agroecologia, junto com outros parceiros e os agricultores, propuseram uma nova estratégia de comercialização para as famílias rurais, com impacto econômico e grande alcance para despertar na sociedade o interesse pelos temas da Agroecologia, ao mesmo tempo em que uma alimentação pudesse ser fornecida para os participantes dos eventos. Atualmente, o almoço agroecológico é uma realidade nos eventos que ocorrem na região, gerando renda, viabilizando uma alimentação de qualidade e saudável e organicidade local, promovendo dessa forma a transição agroecológica, soberania, segurança alimentar e nutricional.
Revista IDeAS, 2020
Este artigo faz uma análise da alimentação dos caipiras paulistas a partir da obra Os Parceiros do Rio Bonito, escrita por Antonio Candido, em meados de 1954. Tomando como eixo autores da socioantropologia e história da alimentação analisamos os capítulos que tratam da alimentação para compreender os meios de vida do caipira paulista e suas transformações. Dividimos o texto em quatro seções: a primeira em que descrevemos o autor e a obra seguida das demais onde analisamos as práticas alimentares do caipira paulista no cotidiano, em momentos de festas e as transformações com o fenômeno da urbanização. Concluímos que as mudanças ocorridas na alimentação dos caipiras estiveram associadas às mudanças econômicas e sociais, que, como resultado de incorporações progressivas da economia moderna, afetaram a organicidade da vida social e causaram rupturas em diversos aspectos da vida do grupo, se configurando, hoje, como uma ameaça à sua Soberania e Segurança Alimentar.
Amazônica - Revista de Antropologia, 2014
O presente artigo apresenta algumas reflexões geradas no processo de execução do projeto “Promoção do desenvolvimento rural sustentável na Região Nordeste do Rio Grande do Sul: extrativismo, saberes e fazeres locais e conservação ambiental”. Este projeto buscou problematizar: i) de que forma modos de vida específicos podem ser revalorizados, em um contexto de conservação da Mata Atlântica? ii) como se articulam as dimensões locais e da sociedade abrangente, no sentido de fomentar possibilidades de desenvolvimento rural com o reconhecimento e o respeito à alteridade? O artigo enfatiza as relações entre as pessoas e a natureza nas narrativas sobre as práticas atuais e passa¬das de agricultores moradores de áreas de encosta do Litoral Norte do Rio Grande do Sul. No processo de constituição das narrativas buscamos compreender como os espaços são organizados, conectando plantas, animais, água a uma lógica produtiva e de continuidade da vida. Enfim, destacamos alguns elementos que problem...
2020
REVISTA BRASILEIRA DE AGROECOLOGIAISSN:1980-9735DOI: 10.33240/rba.v15i4.23347Vol. 15| Nº4Esp.| p.220-232| 2020 Neste artigo analisamos como a Covid-19 expõe as fragilidades do paradigma hegemônico agroalimentar e em que medida este é um chamado à proposição de outros paradigmas que se apoiem em novas premissas epistêmicas. Propusemos a conexão entre terra e água, sublinhando a produção agroecológica de alimentos, que explora aspectos de sociabilidade e geração de conhecimentos a partir de dois contextos: as hortas urbanas de São Paulo e a relação água/agricultura nos quilombos de Capela e Moinho (Chapada dos Veadeiros-GO), cujas discussões são entrelaçadas pelas noções teórico-políticas de "comum" e Agroecologia. O diálogo entre conceitos e contextos mostra a potência de uma diversidade convergente para entender cenários complexos de crise socioambiental-e sua interface com alimentação-e apontar caminhos ainda pouco contemplados de gestão dos territórios. O "comum", materializado em práticas comunitárias, aponta para um mundo pós-pandemia que supere a cisão vida/economia e humano/natureza.
Mulheres da Articulação de Agroecologia Serramar: compartilhando receitas para a soberania alimentar
Cadernos de Agroecologia, 2020
Serramar (AASM), formado por agricultoras rurais e urbanas, viveiristas, artesãs, feirantes, técnicas, professoras e estudantes se configura enquanto um espaço de auto organização das mulheres do campo agroecológico nos municípios de Casimiro de Abreu, Silva Jardim, Araruama e Rio das Ostras. Trata-se de um coletivo que se articula em torno da defesa da agroecologia, dos direitos das mulheres, da soberania e segurança alimentar e nutricional (SSAN) e da luta contra os agrotóxicos. Este trabalho visa refletir sobre a experiência de formação política desenvolvida a partir da oficina "Mulheres em defesa da Soberania Alimentar: compartilhando receitas" realizada em setembro de 2018. Pautada nos princípios da educação popular, a oficina combinou o preparo e a degustação de receitas culinárias com uma roda de conversa, resultando em um rico debate sobre o sistema alimentar hegemônico e o papel das mulheres na defesa da soberania alimentar.
Práticas Agroalimentares de Famílias Agricultoras de Taperoá, Bahia
Práticas Agroalimentares de Famílias Agricultoras de Taperoá, Bahia, 2020
This is a qualitative research of an ethnographic nature that aimed to understand the agri-food practices of families in the community of Santa Rita, rural area of Taperoá, Bahia. To this end, participant observation was carried out in the study location and narrative characteristics with 10 farmers, aged between 28 and 80 years old, residents of the same community and who use their land to produce food for the selfconsumption of their families and as a source income. The participants' narratives showed the relationships between farmers and each other and the land. Santa Rita presents a scenario of agro-food practices in which fresh food coexists, a large part of its land and processed and ultra-processed food, acquired in the markets. Systems that involve food sharing between farmers are important to the community, as it allows for food diversity. There are health promotion practices between them and them, such as “dar de meia” and a bargain, but there is also an external commercialization around what is produced. At this point, it is possible to perceive difficulties, weaknesses and resistance in relation to the production flow channels. It is also understood that public actions and policies that drive family farming are essential because they enable the maintenance of polyculture, the fairer distribution of income and for promoting food sobriety and food and nutritional security.
Experiências de protagonismo feminino na agricultura urbana agroecológica da cidade de São Paulo
Hortas Comunitárias Urbanas: promovendo a saúde e a segurança alimentar e nutricional nas cidades, 2024
Capítulo: Experiências de protagonismo feminino na agricultura urbana agroecológica da cidade de São Paulo (Pag. 355-369) Laura Martins de Carvalho, Clara Ribeiro Camargo, Márcia Tait Lima In: Hortas comunitárias urbanas: promovendo a saúde e a segurança alimentar e nutricional nas cidades / organizadores: Mariana Tarricone Gracia, Cláudia Maria Bógus, Denise Eugenia Pereira Coelho – São Paulo: Instituto de Saúde, 2024. Ainda que a importância do trabalho e atuação feminina seja atualmente reconhecida por entidades como a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD), as políticas de fato implementadas que as consideram como parte dos sistemas alimentares ainda são insuficientes e/ou ineficientes. Isso acontece em países com distintos graus de desenvolvimento. Mesmo naqueles com índices mais elevados, a produção de dados e de análises sobre gênero, sistemas alimentares e emergência climática ainda é considerada insuficiente, ou seja: é urgente projetar, implementar e monitorar ações que possam estruturar sistemas alimentares saudáveis e resilientes com justiça social e equidade de gênero. Devido a esse trabalho de investigação e engajamento feminino, a dimensão feminista também vem conquistando cada vez mais espaço, de forma ativa, dentro de outros campos de estudos, de mobilização social e formulação de políticas públicas, tais como: urbanização e do direito à cidade; justiça ambiental e mudanças climáticas; e, consequentemente, sendo também incorporado em políticas públicas em vários setores ou intersetoriais, mas, principalmente, naqueles vinculados aos temas de alimentação. É possível observar isso na gradual inserção das “mulheres” em políticas de agricultura urbana nos últimos dez anos, antes um tópico inexistente.
Quebrando paradigmas: intercâmbio com agricultura sintrópica, Jaguaquara/BA
Revista Fitos, 2019
O presente artigo tem como objetivo apresentar a experiência de agricultores assentados da reforma agrária num intercâmbio com agricultura sintrópica, com vivência realizada na fazenda Ouro Fino. Essa fazenda está localizada no distrito de Itiúba município de Jaguaquara/BA, o intercâmbio teve como proposta vivenciar práticas de manejos da Agricultura Sintrópica. Assim, quebrando paradigmas em relação à capacidade de resiliência de agroecossistemas complexos, a produção de alimentos saudáveis e uso de árvores nos sistemas produtivos. A partir dessa experiência foi possível desmistificar a visão que os agricultores tinham que as árvores nos sistemas agrícolas não “cumprem função nenhuma e só ocupavam espaço que poderia ser cultivado”, compreendendo de fato os preceitos do redesenho e complexidade biológica proposta pela Agroecologia. Com base na experiência vivida pelos participantes, bem como nos relatos coletados e replicação dos arranjos e práticas já iniciadas em seus respectivos ...
Por um consumo sustentável: reflexões sobre agroecologia e agricultura no contexto urbano
COLÓQUIO, 2018
O objetivo deste artigo é o de discutir a presença da agroecologia nos mercados sustentáveis por meio das fazendas e da agricultura urbanas. Busca-se um repensar sobre o espaço urbano, sendo utilizado com elementos do espaço rural e na interação entre esses espaços, que, muitas vezes, são vistos dicotomicamente. Utilizar-se-á a perspectiva teórica de Caporal e Costabeber (2004), a agroecologia como ciência que estabelece relações complexas com o agroecossistema e também a compreensão de Assis e Romeiro (2002), os quais relacionam a agroecologia com práticas mais sustentáveis de intervenção no meio ambiente. A partir dessa reflexão, portanto, adota-se o estudo de caso da fazenda urbana nova iorquina, Brooklyn Grange, divulgada na mídia como a maior fazenda urbana do mundo. O estudo é de natureza qualitativa, de cunho exploratório, com coleta de dados no site da fazenda citada. Os resultados apontam para um novo pensamento sobre o rural, no qual a busca por uma melhor qualidade de vid...