Camila C Doval | Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) (original) (raw)
Papers by Camila C Doval
Cadernos do Aplicação
Este relato de experiência apresenta uma discussão sobre a mediação de escrita realizada em carát... more Este relato de experiência apresenta uma discussão sobre a mediação de escrita realizada em caráter de extensão na oficina de escrita, oferecida em plataforma on-line, ‘Eu, professora, e a escrita de mim’, a qual foi promovida durante a pandemia da COVID-19 e voltou-se a professoras da educação básica. A discussão teórica mobilizada na oficina perpassa a teoria da enunciação (BENVENISTE, 2014), as qualidades discursivas –Unidade Temática, Concretude, Questionamento e Objetividade (GUEDES, 2009) e a concepção de subjetividade relacionada à leitura literária (PETIT, 2009). Em via de mão dupla entre teoria e prática, este texto reflete sobre estratégias voltadas ao exercício da escrita de si e, a partir do estudo de um caso de escrita e reescrita realizadas naoficina, aponta para a leitura pública, a discussão com leitores interessados e as qualidades discursivas como recursos importantes para a mobilização da(s) subjetividade(s) nas produções escritas, em especial, em relatos de exper...
Esta tese confronta um corpus de romances brasileiros contemporâneos de autoria feminina com pesq... more Esta tese confronta um corpus de romances brasileiros contemporâneos de autoria feminina com pesquisas criticas feministas, a fim de observar se as personagens femininas escritas por mulheres tem contribuido para um projeto de emancipacao das mulheres, observando os termos propostos pelo movimento feminista brasileiro e levando em consideracao o que se infere como uma perspectiva feminina do mundo social. Para isso, sao analisadas onze personagens femininas de dez romances publicados de 2000 a 2014, escritos por autoras nascidas a partir dos anos 1970, decada que e considerada o marco do feminismo no Brasil. A divisao da analise em dois eixos tematicos, o corpo e os espacos, que permeiam os romances e sao discutidos pela critica como fundamentais tanto para o projeto feminista quanto para a literatura de autoria feminina, possibilitou observar as personagens femininas como representacao das mulheres contemporâneas numa sociedade ainda submetida a ordem patriarcal. A analise dialoga ...
Revista Desenredo, 2017
A literatura de recepção infantil pode estar em sintonia com os aspectos culturais da época em qu... more A literatura de recepção infantil pode estar em sintonia com os aspectos culturais da época em que é produzida. As obras Mania de explicação (2001), A Gaiola (2013) e Valentina cabeça na Lua (2013), de Adriana Falcão, se alinham com as características da literatura para crianças na atualidade e também constroem, no seu conjunto, um panorama da representação da personagem feminina infante na obra da autora. O artigo apresenta o processo de criação de Adriana Falcão em cada uma das obras listadas e faz uma abordagem do feminino em cada história, focalizando, principalmente, a construção da protagonista. Tal análise encontra respaldo em Michelle Perrot (2003), Regina Dalcastagnè (2012), Luiza Lobo (1997), Nancy Chodorow (2001), entre outros. O estudo aponta para uma nova perspectiva na construção das “meninas” nas obras literárias para crianças, que as coloca em condição de protagonizarem de fato suas histórias de vida e lidarem com suas emoções e sentimentos de modo a desvencilharem-s...
Nossos tempos são tempos da internet. Quase tudo está dentro dela-ou quase nada fora-e num entrel... more Nossos tempos são tempos da internet. Quase tudo está dentro dela-ou quase nada fora-e num entrelugar talvez ainda esteja a literatura. Os escritores estão na rede e não somente em textos compartilhados por internautas através de correntes infinitas (que põem em dúvida autoria e fidedignidade de conteúdos); eles mantêm seus próprios sites, seus perfis em redes sociais, alimentam seus blogs, tuítam suas opiniões, correspondem-se com seus leitores, divulgam-se e... escrevem. Talvez para atingirem todas as camadas possíveis de público, talvez por medo de serem substituídos por escritores amadores, talvez simplesmente porque tenham se rendido a um instrumento de força, alcance-e fascínio-inegáveis, os escritores cada vez mais publicam suas criações na rede antes mesmo de publicá-las em livros. Trata-se de uma mudança de era; caso ainda não em termos de escrita literária, com certeza em termos de mercado literário e hábitos de leitura. Pela internet, tem-se acesso com a mesma facilidade ...
Revista Recorte, 2014
RESUMO: A ligacao dual que se impoe entre a morte e a sobrevivencia, personificada atraves de mit... more RESUMO: A ligacao dual que se impoe entre a morte e a sobrevivencia, personificada atraves de mitos, ainda na contemporaneidade, e o foco desta analise da obra Dois rios (2011), da escritora brasileira Tatiana Salem Levy. A narrativa utiliza-se da expectativa de um triângulo amoroso para romper a pulsao de morte estabelecida na relacao incestuosa entre dois irmaos gemeos. Numa relacao pautada pela partida e pela espera, num paradigma entre libertacao e morte, o ato de viajar se impoe como alternativa de fuga de si e tambem como possibilidade de reconstrucao de si, embora qualquer um dos caminhos, aqui, possa se converter no seu exato oposto. PALAVRAS-CHAVE: Literatura brasileira contemporânea; Dois Rios; Tatiana Salem Levy; Duplo; Viagem.
Letronica, Dec 21, 2010
Quem se propõe a estudar a teoria da subjetividade na linguagem, depara-se invariavelmente com a ... more Quem se propõe a estudar a teoria da subjetividade na linguagem, depara-se invariavelmente com a tão célebre quanto bela e verdadeira proposição de Émile Benveniste: "É um homem falando que encontramos no mundo, um homem falando com outro homem, e a linguagem ensina a própria definição do homem" (1995, p.285). Não há como fugir dessas palavras ao abordar o assunto, pois a frase de Benveniste abarca, em poucas linhas, tanto o fundamento e a razão de se ser e estar no mundo, quanto o anseio e a busca em que se move nele. Sempre foi assim. A história do homem é feita de linguagem: ela se constrói através do inevitável diálogo entre um eu que só se comprova diante de um tu. Seja política ou religião, guerra ou arte, ódio ou amor, todos os grandes temas do homem são linguagem e por ela se propagam em existência. O homem quer sempre se expressar; quer sempre marcar o outro com o que é, para conceber-se realmente sendo. Hoje, essa necessidade encontra na tecnologia uma ferramenta poderosa de expressão, em que a internet é fruto exemplar do nosso infindável desejo de enunciar. O existir é tão assustador − por sua fragilidade, por sua inconsistência, pelo tênue limite que o separa do não-existirque, quanto mais e quanto mais longe sua existência for percebida pelo outro, mais o homem crê-se existindo. Todos os dias, milhares de pessoas lançam, no 1 Mestranda em Teoria Literária na PUCRS e bolsista CNPq. Doval, Camila Canali Letrônica, Porto Alegre v.3, n.1, p.221, jul. 2010. meio virtual, seus vídeos, fotos e textos. Exibicionismo? Talvez. Assim como talvez cada um se sinta mais inteiro ao ver pedaços seus publicados na web. Nas palavras exatas de Benveniste: "A consciência de si mesmo só é possível se experimentada por contraste" (1995, p. 286).
Anuario De Literatura Publicacao Do Curso De Pos Graduacao Em Letras Literatura Brasileira E Teoria Literaria, 2013
O presente artigo teve seu argumento principal suscitado pela fala da escritora Lídia Jorge em pa... more O presente artigo teve seu argumento principal suscitado pela fala da escritora Lídia Jorge em palestra ministrada no dia 28 de setembro de 2012 na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. A autora falou à plateia sobre a adaptação cinematográfica do seu romance A costa dos murmúrios (1988), realizada pela diretora, também portuguesa, Margarida Cardoso (em 2004). Questionada a respeito do olhar feminino sobre a guerra colonial -uma das tantas perspectivas temáticas que pode ser pinçada da obra -, Lídia confrontou as duas obras, argumentando que o livro não defende um olhar inocente das mulheres sobre a guerra, enquanto que na trama cinematográfica há a perspectiva de isenção de culpa. Tendo em vista tal ponto de partida, esta análise se propõe a investigar a forma com que a diretora Margarida Cardoso interpretou e transpôs a atuação das mulheres retratadas na obra original, diante do conflito enfocado no livro, trazendo para o foco a protagonista Eva Lopo, Evita. Palavras-chave: A costa dos murmúrios. Literatura portuguesa. Cinema português. Lídia Jorge. Transposição.
Artefactum Revista De Estudos Em Linguagens E Tecnologia, Jun 10, 2013
Nossos tempos são tempos da internet. Quase tudo está dentro delaou quase nada forae num entrelug... more Nossos tempos são tempos da internet. Quase tudo está dentro delaou quase nada forae num entrelugar talvez ainda esteja a literatura. Os escritores estão na rede e não somente em textos compartilhados por internautas através de correntes infinitas (que põem em dúvida autoria e fidedignidade de conteúdos); eles mantêm seus próprios sites, seus perfis em redes sociais, alimentam seus blogs, tuítam suas opiniões, correspondem-se com seus leitores, divulgam-se e... escrevem. Talvez para atingirem todas as camadas possíveis de público, talvez por medo de serem substituídos por escritores amadores, talvez simplesmente porque tenham se rendido a um instrumento de força, alcancee fascínioinegáveis, os escritores cada vez mais publicam suas criações na rede antes mesmo de publicá-las em livros.
Revista Recorte, Dec 3, 2014
A ligação dual que se impõe entre a morte e a sobrevivência, personificada através de mitos, aind... more A ligação dual que se impõe entre a morte e a sobrevivência, personificada através de mitos, ainda na contemporaneidade, é o foco desta análise da obra Dois rios (2011), da escritora brasileira Tatiana Salem Levy. A narrativa utiliza-se da expectativa de um triângulo amoroso para romper a pulsão de morte estabelecida na relação incestuosa entre dois irmãos gêmeos. Numa relação pautada pela partida e pela espera, num paradigma entre libertação e morte, o ato de viajar se impõe como alternativa de fuga de si e também como possibilidade de reconstrução de si, embora qualquer um dos caminhos, aqui, possa se converter no seu exato oposto. PALAVRAS-CHAVE: Literatura brasileira contemporânea; Dois Rios; Tatiana Salem Levy; Duplo; Viagem.
Desenredo - Revista do Programa de Pós Graduação em Letras da Universidade de Passo Fundo/RS, 2017
A literatura de recepção infantil pode estar em sintonia com os aspectos culturais d... more A literatura de recepção infantil pode estar em sintonia com os aspectos culturais da época em que é produzida. As obras Mania de explicação (2001), A Gaiola (2013a) e Valentina cabeça na Lua (2013b), de Adriana Falcão, se alinham com as características da literatura para crianças na atualidade e também constroem, no seu conjunto, um panorama da representação da personagem feminina infante na obra da autora. O artigo apresenta o processo de criação de Adriana Falcão em cada uma das obras listadas e faz uma abordagem do feminino em cada história, focalizando, principalmente, a construção da protagonista. Tal análise encontra respaldo em Michelle Perrot (2003), Regina Dalcastagnè (2012), Luiza Lobo [1997], Nancy Chodorow (2001), entre outros. O estudo aponta para uma nova perspectiva na construção das “meninas” nas obras literárias para crianças, que as coloca em condição de protagonizarem de fato suas histórias de vida e lidarem com suas emoções e sentimentos de modo a desvencilharem-se de estereótipos já conhecidos na vida real e na literatura infantil, colocando-as mais próximas da posição da mulher na sociedade contemporânea.
Artigo publicado no boletim de literatura infantojuvenil Limeriques, da Habilis Press Editora em ... more Artigo publicado no boletim de literatura infantojuvenil Limeriques, da Habilis Press Editora em novembro de 2015.
Artigo publicado no livro "Leituras de literatura brasileira contemporânea", Porto Alegre: Edipuc... more Artigo publicado no livro "Leituras de literatura brasileira contemporânea", Porto Alegre: Edipucrs, 2015.
Indicado como leitura obrigatória para a seleção de doutorado 2015/2016 da Universidade de Passo Fundo.
Artigo publicado no "Caderno de Sábado" do jornal Correio do Povo em 10 de outubro de 2015.
Anais do I Seminário Internacional de Língua, Literatura e Processos Culturais
Este trabalho se trata de uma análise da personagem Calixta Brand, do conto homônimo do escritor ... more Este trabalho se trata de uma análise da personagem Calixta Brand, do conto homônimo do escritor mexicano Carlos Fuentes. A análise se foca na questão do processo de silenciamento sofrido por ela no desenrolar do conto; processo imposto pelo marido Esteban. Calixta é uma personagem movida pelo silêncio, mas um silêncio nunca mudo, nunca estático, nunca sinônimo de falta de voz; o silêncio que, conforme Orlandi (2007), permite que o sujeito se movimente e que o sentido faça sentido. Calixta é uma americana que se casa com o mexicano Esteban e se estabele com ele na América Latina. Esteban, narrador e marido, desenvolve em relação a Calixta um processo de silenciamento baseado nas diferenças de gênero, etnia e posição social existentes entre eles. A violência velada de Esteban sobre a mulher transita pelo campo da discussão do centro trazida por Hutcheon (1988). Ele se impõe sobre ela através do poder, insensibilidade e humilhação. Ao narrar Calixta, Esteban vai, em processo contínuo, silenciando-a. Ela não evita, mas resiste através de atividades silenciosas e de intensa significação: jardinagem, leitura, escritura. A escritura, em especial, atividade criadora por excelência, desperta a desconfiança, o ciúme e o profundo despeito do marido, porque se coloca como uma atividade subversiva, sugerindo, ao mesmo tempo, o descentramento dele e a expansão dos sentidos dela. Quando percebe em Calixta rastros de algo que foge ao seu controle — ao seu entendimento — Esteban a censura. Esse movimento é demonstrado nesta análise a partir da observação da linguagem de Esteban, na qual se dá gradualmente a desconstrução de Calixta. Para Esteban, silenciar a mulher é uma tentativa de fazê-la parar de significar. Ocorre que, como dito, o silêncio não é ausência de significado. Ao contrário, é nele que os sentidos se movimentam. O silêncio significa.
ANAIS DO XXVII SEMINÁRIO BRASILEIRO DE CRÍTICA LITERÁRIA XXVI SEMINÁRIO DE CRÍTICA DO RIO GRANDE DO SUL
De todos, menos vi Diadorim: ele era o em silêncios. Ao de que triste; e como eu ia poder levar e... more De todos, menos vi Diadorim: ele era o em silêncios. Ao de que triste; e como eu ia poder levar em altos aquela tristeza? Aí -eu quis: feito a correnteza. Daí, não quis, não, de repentemente. Desde que eu era o chefe, assim eu via Diadorim de mim mais apartado. Quieto; muito quieto é que a gente chama o amor: como em quieto as coisas chamam a gente. (ROSA, 2001, p. 662) Há silêncio em Diadorim. O jagunço bonito e valente, travessia e margem de Riobaldo, mais olha do que fala, mais cala do que mostra, mais se transfigura do que propriamente se esconde. As palavras de Diadorim são sempre poucas, mas nunca poucos os seus significados. Diadorim escreve com os olhos tudo o que o coração orgulhoso -e ingênuo -de Riobaldo não o permite ler. Entre as palavras, nas pausas, na respiração que se atravessa... Eis Diadorim. Nos olhos de mar, no sabão de coco com que se banha, na cabeça que se ergue para acompanhar o vôo do manoelzinho-da-crôa... Eis a mulher. É no silêncio que o ser feminino se esconde, no entanto, é no silêncio que ele significa. Diadorim silencia a mulher para legitimar a violência. Mas a violência não é masculina: apesar de se travestir, é fruto do ódio, que não tem sexo. A mulher silenciada não desaparece. Ela se movimenta no silêncio. Riobaldo, diante das "calças de vaqueiro, em couro de veado macho, curtido com aroeira-brava e campestre" (ROSA, 2001, p 241) e da "tortacruz das cartucheiras" (ROSA, 2001, p 822), apenas enxerga; esquece de escutar.
ANAIS DO II SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE LÍNGUA, LITERATURA E PROCESSOS CULTURAIS - SILLPRO
Doutoranda em Teoria da Literatura na PUCRS, 3º ano, bolsista CNPq Analisar as representações fem... more Doutoranda em Teoria da Literatura na PUCRS, 3º ano, bolsista CNPq Analisar as representações femininas na literatura, com foco na autoria feminina, é uma questão importante para a crítica feminista atual. A pesquisa que desenvolvo durante a
Letrônica
http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/letronica/article/viewFile/7115/5731
Navegações
Resenha de "O coração andarilho", de Nélida Piñon.
Artefactum
Nossos tempos são tempos da internet. Quase tudo está dentro delaou quase nada forae num entrelug... more Nossos tempos são tempos da internet. Quase tudo está dentro delaou quase nada forae num entrelugar talvez ainda esteja a literatura. Os escritores estão na rede e não somente em textos compartilhados por internautas através de correntes infinitas (que põem em dúvida autoria e fidedignidade de conteúdos); eles mantêm seus próprios sites, seus perfis em redes sociais, alimentam seus blogs, tuítam suas opiniões, correspondem-se com seus leitores, divulgam-se e... escrevem. Talvez para atingirem todas as camadas possíveis de público, talvez por medo de serem substituídos por escritores amadores, talvez simplesmente porque tenham se rendido a um instrumento de força, alcancee fascínioinegáveis, os escritores cada vez mais publicam suas criações na rede antes mesmo de publicá-las em livros.
Cadernos do Aplicação
Este relato de experiência apresenta uma discussão sobre a mediação de escrita realizada em carát... more Este relato de experiência apresenta uma discussão sobre a mediação de escrita realizada em caráter de extensão na oficina de escrita, oferecida em plataforma on-line, ‘Eu, professora, e a escrita de mim’, a qual foi promovida durante a pandemia da COVID-19 e voltou-se a professoras da educação básica. A discussão teórica mobilizada na oficina perpassa a teoria da enunciação (BENVENISTE, 2014), as qualidades discursivas –Unidade Temática, Concretude, Questionamento e Objetividade (GUEDES, 2009) e a concepção de subjetividade relacionada à leitura literária (PETIT, 2009). Em via de mão dupla entre teoria e prática, este texto reflete sobre estratégias voltadas ao exercício da escrita de si e, a partir do estudo de um caso de escrita e reescrita realizadas naoficina, aponta para a leitura pública, a discussão com leitores interessados e as qualidades discursivas como recursos importantes para a mobilização da(s) subjetividade(s) nas produções escritas, em especial, em relatos de exper...
Esta tese confronta um corpus de romances brasileiros contemporâneos de autoria feminina com pesq... more Esta tese confronta um corpus de romances brasileiros contemporâneos de autoria feminina com pesquisas criticas feministas, a fim de observar se as personagens femininas escritas por mulheres tem contribuido para um projeto de emancipacao das mulheres, observando os termos propostos pelo movimento feminista brasileiro e levando em consideracao o que se infere como uma perspectiva feminina do mundo social. Para isso, sao analisadas onze personagens femininas de dez romances publicados de 2000 a 2014, escritos por autoras nascidas a partir dos anos 1970, decada que e considerada o marco do feminismo no Brasil. A divisao da analise em dois eixos tematicos, o corpo e os espacos, que permeiam os romances e sao discutidos pela critica como fundamentais tanto para o projeto feminista quanto para a literatura de autoria feminina, possibilitou observar as personagens femininas como representacao das mulheres contemporâneas numa sociedade ainda submetida a ordem patriarcal. A analise dialoga ...
Revista Desenredo, 2017
A literatura de recepção infantil pode estar em sintonia com os aspectos culturais da época em qu... more A literatura de recepção infantil pode estar em sintonia com os aspectos culturais da época em que é produzida. As obras Mania de explicação (2001), A Gaiola (2013) e Valentina cabeça na Lua (2013), de Adriana Falcão, se alinham com as características da literatura para crianças na atualidade e também constroem, no seu conjunto, um panorama da representação da personagem feminina infante na obra da autora. O artigo apresenta o processo de criação de Adriana Falcão em cada uma das obras listadas e faz uma abordagem do feminino em cada história, focalizando, principalmente, a construção da protagonista. Tal análise encontra respaldo em Michelle Perrot (2003), Regina Dalcastagnè (2012), Luiza Lobo (1997), Nancy Chodorow (2001), entre outros. O estudo aponta para uma nova perspectiva na construção das “meninas” nas obras literárias para crianças, que as coloca em condição de protagonizarem de fato suas histórias de vida e lidarem com suas emoções e sentimentos de modo a desvencilharem-s...
Nossos tempos são tempos da internet. Quase tudo está dentro dela-ou quase nada fora-e num entrel... more Nossos tempos são tempos da internet. Quase tudo está dentro dela-ou quase nada fora-e num entrelugar talvez ainda esteja a literatura. Os escritores estão na rede e não somente em textos compartilhados por internautas através de correntes infinitas (que põem em dúvida autoria e fidedignidade de conteúdos); eles mantêm seus próprios sites, seus perfis em redes sociais, alimentam seus blogs, tuítam suas opiniões, correspondem-se com seus leitores, divulgam-se e... escrevem. Talvez para atingirem todas as camadas possíveis de público, talvez por medo de serem substituídos por escritores amadores, talvez simplesmente porque tenham se rendido a um instrumento de força, alcance-e fascínio-inegáveis, os escritores cada vez mais publicam suas criações na rede antes mesmo de publicá-las em livros. Trata-se de uma mudança de era; caso ainda não em termos de escrita literária, com certeza em termos de mercado literário e hábitos de leitura. Pela internet, tem-se acesso com a mesma facilidade ...
Revista Recorte, 2014
RESUMO: A ligacao dual que se impoe entre a morte e a sobrevivencia, personificada atraves de mit... more RESUMO: A ligacao dual que se impoe entre a morte e a sobrevivencia, personificada atraves de mitos, ainda na contemporaneidade, e o foco desta analise da obra Dois rios (2011), da escritora brasileira Tatiana Salem Levy. A narrativa utiliza-se da expectativa de um triângulo amoroso para romper a pulsao de morte estabelecida na relacao incestuosa entre dois irmaos gemeos. Numa relacao pautada pela partida e pela espera, num paradigma entre libertacao e morte, o ato de viajar se impoe como alternativa de fuga de si e tambem como possibilidade de reconstrucao de si, embora qualquer um dos caminhos, aqui, possa se converter no seu exato oposto. PALAVRAS-CHAVE: Literatura brasileira contemporânea; Dois Rios; Tatiana Salem Levy; Duplo; Viagem.
Letronica, Dec 21, 2010
Quem se propõe a estudar a teoria da subjetividade na linguagem, depara-se invariavelmente com a ... more Quem se propõe a estudar a teoria da subjetividade na linguagem, depara-se invariavelmente com a tão célebre quanto bela e verdadeira proposição de Émile Benveniste: "É um homem falando que encontramos no mundo, um homem falando com outro homem, e a linguagem ensina a própria definição do homem" (1995, p.285). Não há como fugir dessas palavras ao abordar o assunto, pois a frase de Benveniste abarca, em poucas linhas, tanto o fundamento e a razão de se ser e estar no mundo, quanto o anseio e a busca em que se move nele. Sempre foi assim. A história do homem é feita de linguagem: ela se constrói através do inevitável diálogo entre um eu que só se comprova diante de um tu. Seja política ou religião, guerra ou arte, ódio ou amor, todos os grandes temas do homem são linguagem e por ela se propagam em existência. O homem quer sempre se expressar; quer sempre marcar o outro com o que é, para conceber-se realmente sendo. Hoje, essa necessidade encontra na tecnologia uma ferramenta poderosa de expressão, em que a internet é fruto exemplar do nosso infindável desejo de enunciar. O existir é tão assustador − por sua fragilidade, por sua inconsistência, pelo tênue limite que o separa do não-existirque, quanto mais e quanto mais longe sua existência for percebida pelo outro, mais o homem crê-se existindo. Todos os dias, milhares de pessoas lançam, no 1 Mestranda em Teoria Literária na PUCRS e bolsista CNPq. Doval, Camila Canali Letrônica, Porto Alegre v.3, n.1, p.221, jul. 2010. meio virtual, seus vídeos, fotos e textos. Exibicionismo? Talvez. Assim como talvez cada um se sinta mais inteiro ao ver pedaços seus publicados na web. Nas palavras exatas de Benveniste: "A consciência de si mesmo só é possível se experimentada por contraste" (1995, p. 286).
Anuario De Literatura Publicacao Do Curso De Pos Graduacao Em Letras Literatura Brasileira E Teoria Literaria, 2013
O presente artigo teve seu argumento principal suscitado pela fala da escritora Lídia Jorge em pa... more O presente artigo teve seu argumento principal suscitado pela fala da escritora Lídia Jorge em palestra ministrada no dia 28 de setembro de 2012 na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. A autora falou à plateia sobre a adaptação cinematográfica do seu romance A costa dos murmúrios (1988), realizada pela diretora, também portuguesa, Margarida Cardoso (em 2004). Questionada a respeito do olhar feminino sobre a guerra colonial -uma das tantas perspectivas temáticas que pode ser pinçada da obra -, Lídia confrontou as duas obras, argumentando que o livro não defende um olhar inocente das mulheres sobre a guerra, enquanto que na trama cinematográfica há a perspectiva de isenção de culpa. Tendo em vista tal ponto de partida, esta análise se propõe a investigar a forma com que a diretora Margarida Cardoso interpretou e transpôs a atuação das mulheres retratadas na obra original, diante do conflito enfocado no livro, trazendo para o foco a protagonista Eva Lopo, Evita. Palavras-chave: A costa dos murmúrios. Literatura portuguesa. Cinema português. Lídia Jorge. Transposição.
Artefactum Revista De Estudos Em Linguagens E Tecnologia, Jun 10, 2013
Nossos tempos são tempos da internet. Quase tudo está dentro delaou quase nada forae num entrelug... more Nossos tempos são tempos da internet. Quase tudo está dentro delaou quase nada forae num entrelugar talvez ainda esteja a literatura. Os escritores estão na rede e não somente em textos compartilhados por internautas através de correntes infinitas (que põem em dúvida autoria e fidedignidade de conteúdos); eles mantêm seus próprios sites, seus perfis em redes sociais, alimentam seus blogs, tuítam suas opiniões, correspondem-se com seus leitores, divulgam-se e... escrevem. Talvez para atingirem todas as camadas possíveis de público, talvez por medo de serem substituídos por escritores amadores, talvez simplesmente porque tenham se rendido a um instrumento de força, alcancee fascínioinegáveis, os escritores cada vez mais publicam suas criações na rede antes mesmo de publicá-las em livros.
Revista Recorte, Dec 3, 2014
A ligação dual que se impõe entre a morte e a sobrevivência, personificada através de mitos, aind... more A ligação dual que se impõe entre a morte e a sobrevivência, personificada através de mitos, ainda na contemporaneidade, é o foco desta análise da obra Dois rios (2011), da escritora brasileira Tatiana Salem Levy. A narrativa utiliza-se da expectativa de um triângulo amoroso para romper a pulsão de morte estabelecida na relação incestuosa entre dois irmãos gêmeos. Numa relação pautada pela partida e pela espera, num paradigma entre libertação e morte, o ato de viajar se impõe como alternativa de fuga de si e também como possibilidade de reconstrução de si, embora qualquer um dos caminhos, aqui, possa se converter no seu exato oposto. PALAVRAS-CHAVE: Literatura brasileira contemporânea; Dois Rios; Tatiana Salem Levy; Duplo; Viagem.
Desenredo - Revista do Programa de Pós Graduação em Letras da Universidade de Passo Fundo/RS, 2017
A literatura de recepção infantil pode estar em sintonia com os aspectos culturais d... more A literatura de recepção infantil pode estar em sintonia com os aspectos culturais da época em que é produzida. As obras Mania de explicação (2001), A Gaiola (2013a) e Valentina cabeça na Lua (2013b), de Adriana Falcão, se alinham com as características da literatura para crianças na atualidade e também constroem, no seu conjunto, um panorama da representação da personagem feminina infante na obra da autora. O artigo apresenta o processo de criação de Adriana Falcão em cada uma das obras listadas e faz uma abordagem do feminino em cada história, focalizando, principalmente, a construção da protagonista. Tal análise encontra respaldo em Michelle Perrot (2003), Regina Dalcastagnè (2012), Luiza Lobo [1997], Nancy Chodorow (2001), entre outros. O estudo aponta para uma nova perspectiva na construção das “meninas” nas obras literárias para crianças, que as coloca em condição de protagonizarem de fato suas histórias de vida e lidarem com suas emoções e sentimentos de modo a desvencilharem-se de estereótipos já conhecidos na vida real e na literatura infantil, colocando-as mais próximas da posição da mulher na sociedade contemporânea.
Artigo publicado no boletim de literatura infantojuvenil Limeriques, da Habilis Press Editora em ... more Artigo publicado no boletim de literatura infantojuvenil Limeriques, da Habilis Press Editora em novembro de 2015.
Artigo publicado no livro "Leituras de literatura brasileira contemporânea", Porto Alegre: Edipuc... more Artigo publicado no livro "Leituras de literatura brasileira contemporânea", Porto Alegre: Edipucrs, 2015.
Indicado como leitura obrigatória para a seleção de doutorado 2015/2016 da Universidade de Passo Fundo.
Artigo publicado no "Caderno de Sábado" do jornal Correio do Povo em 10 de outubro de 2015.
Anais do I Seminário Internacional de Língua, Literatura e Processos Culturais
Este trabalho se trata de uma análise da personagem Calixta Brand, do conto homônimo do escritor ... more Este trabalho se trata de uma análise da personagem Calixta Brand, do conto homônimo do escritor mexicano Carlos Fuentes. A análise se foca na questão do processo de silenciamento sofrido por ela no desenrolar do conto; processo imposto pelo marido Esteban. Calixta é uma personagem movida pelo silêncio, mas um silêncio nunca mudo, nunca estático, nunca sinônimo de falta de voz; o silêncio que, conforme Orlandi (2007), permite que o sujeito se movimente e que o sentido faça sentido. Calixta é uma americana que se casa com o mexicano Esteban e se estabele com ele na América Latina. Esteban, narrador e marido, desenvolve em relação a Calixta um processo de silenciamento baseado nas diferenças de gênero, etnia e posição social existentes entre eles. A violência velada de Esteban sobre a mulher transita pelo campo da discussão do centro trazida por Hutcheon (1988). Ele se impõe sobre ela através do poder, insensibilidade e humilhação. Ao narrar Calixta, Esteban vai, em processo contínuo, silenciando-a. Ela não evita, mas resiste através de atividades silenciosas e de intensa significação: jardinagem, leitura, escritura. A escritura, em especial, atividade criadora por excelência, desperta a desconfiança, o ciúme e o profundo despeito do marido, porque se coloca como uma atividade subversiva, sugerindo, ao mesmo tempo, o descentramento dele e a expansão dos sentidos dela. Quando percebe em Calixta rastros de algo que foge ao seu controle — ao seu entendimento — Esteban a censura. Esse movimento é demonstrado nesta análise a partir da observação da linguagem de Esteban, na qual se dá gradualmente a desconstrução de Calixta. Para Esteban, silenciar a mulher é uma tentativa de fazê-la parar de significar. Ocorre que, como dito, o silêncio não é ausência de significado. Ao contrário, é nele que os sentidos se movimentam. O silêncio significa.
ANAIS DO XXVII SEMINÁRIO BRASILEIRO DE CRÍTICA LITERÁRIA XXVI SEMINÁRIO DE CRÍTICA DO RIO GRANDE DO SUL
De todos, menos vi Diadorim: ele era o em silêncios. Ao de que triste; e como eu ia poder levar e... more De todos, menos vi Diadorim: ele era o em silêncios. Ao de que triste; e como eu ia poder levar em altos aquela tristeza? Aí -eu quis: feito a correnteza. Daí, não quis, não, de repentemente. Desde que eu era o chefe, assim eu via Diadorim de mim mais apartado. Quieto; muito quieto é que a gente chama o amor: como em quieto as coisas chamam a gente. (ROSA, 2001, p. 662) Há silêncio em Diadorim. O jagunço bonito e valente, travessia e margem de Riobaldo, mais olha do que fala, mais cala do que mostra, mais se transfigura do que propriamente se esconde. As palavras de Diadorim são sempre poucas, mas nunca poucos os seus significados. Diadorim escreve com os olhos tudo o que o coração orgulhoso -e ingênuo -de Riobaldo não o permite ler. Entre as palavras, nas pausas, na respiração que se atravessa... Eis Diadorim. Nos olhos de mar, no sabão de coco com que se banha, na cabeça que se ergue para acompanhar o vôo do manoelzinho-da-crôa... Eis a mulher. É no silêncio que o ser feminino se esconde, no entanto, é no silêncio que ele significa. Diadorim silencia a mulher para legitimar a violência. Mas a violência não é masculina: apesar de se travestir, é fruto do ódio, que não tem sexo. A mulher silenciada não desaparece. Ela se movimenta no silêncio. Riobaldo, diante das "calças de vaqueiro, em couro de veado macho, curtido com aroeira-brava e campestre" (ROSA, 2001, p 241) e da "tortacruz das cartucheiras" (ROSA, 2001, p 822), apenas enxerga; esquece de escutar.
ANAIS DO II SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE LÍNGUA, LITERATURA E PROCESSOS CULTURAIS - SILLPRO
Doutoranda em Teoria da Literatura na PUCRS, 3º ano, bolsista CNPq Analisar as representações fem... more Doutoranda em Teoria da Literatura na PUCRS, 3º ano, bolsista CNPq Analisar as representações femininas na literatura, com foco na autoria feminina, é uma questão importante para a crítica feminista atual. A pesquisa que desenvolvo durante a
Letrônica
http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/letronica/article/viewFile/7115/5731
Navegações
Resenha de "O coração andarilho", de Nélida Piñon.
Artefactum
Nossos tempos são tempos da internet. Quase tudo está dentro delaou quase nada forae num entrelug... more Nossos tempos são tempos da internet. Quase tudo está dentro delaou quase nada forae num entrelugar talvez ainda esteja a literatura. Os escritores estão na rede e não somente em textos compartilhados por internautas através de correntes infinitas (que põem em dúvida autoria e fidedignidade de conteúdos); eles mantêm seus próprios sites, seus perfis em redes sociais, alimentam seus blogs, tuítam suas opiniões, correspondem-se com seus leitores, divulgam-se e... escrevem. Talvez para atingirem todas as camadas possíveis de público, talvez por medo de serem substituídos por escritores amadores, talvez simplesmente porque tenham se rendido a um instrumento de força, alcancee fascínioinegáveis, os escritores cada vez mais publicam suas criações na rede antes mesmo de publicá-las em livros.
Esta tese confronta um corpus de romances brasileiros contemporâneos de autoria feminina com pesq... more Esta tese confronta um corpus de romances brasileiros contemporâneos de autoria feminina com pesquisas críticas feministas, a fim de observar se as personagens femininas escritas por mulheres têm contribuído para um projeto de emancipação das mulheres, observando os termos propostos pelo movimento feminista brasileiro e levando em consideração o que se infere como uma perspectiva feminina do mundo social. Para isso, são analisadas onze personagens femininas de dez romances publicados de 2000 a 2014, escritos por autoras nascidas a partir dos anos 1970, década que é considerada o marco do feminismo no Brasil. A divisão da análise em dois eixos temáticos, o corpo e os espaços, que permeiam os romances e são discutidos pela crítica como fundamentais tanto para o projeto feminista quanto para a literatura de autoria feminina, possibilitou observar as personagens femininas como representação das mulheres contemporâneas numa sociedade ainda submetida à ordem patriarcal. A análise dialoga sobremaneira com pesquisadoras brasileiras, sendo que o confronto entre o discurso crítico produzido por elas e a produção ficcional que compõe o corpus da pesquisa encaminharam este trabalho para a conclusão de que a maior parte das personagens contempladas por este estudo ainda corresponde ao status quo definido pela autoria masculina, subvertendo apenas em parte o contexto hegemônico no que concerne a representações redutoras e até mesmo estereotipadas das mulheres na literatura.