Wes Viana | Universidade Federal do Ceará (original) (raw)
Papers by Wes Viana
Anais do 33º Encontro Nacional da ANPAP, 2024
O objetivo deste artigo é investigar intervenções artísticas de Denilson Baniwa, especialmente na... more O objetivo deste artigo é investigar intervenções artísticas de Denilson Baniwa, especialmente na performance “Hackeando a 33ª Bienal de Artes de São Paulo”, em 2018. Nessa performance, o artista problematiza usos institucionais de fotografias históricas de indígenas Selk’nam, reivindicando dessas imagens o direito ao futuro, isto é, a presença genuína de indígenas em contextos museais e o direito de contar as suas próprias histórias. Além da revisão crítica da historiografia da arte, que reconfigura os modos de remontar o passado histórico, a fabulação dessas narrativas cultiva na poética de Denilson Baniwa uma clínica da polinização, pela qual novas gerações de indígenas brotam na arte contemporânea brasileira.
Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, 2023
Partimos do território contestado da literatura brasileira contemporânea (Dalcastagnè, 2012), car... more Partimos do território contestado da literatura brasileira contemporânea (Dalcastagnè, 2012), caracterizado por um apagamento histórico de mulheres escritoras, principalmente mulheres negras, para abordar um agravante nessas discussões: a invisibilidade de escritoras trans, travestis e não binárias na contemporaneidade da literatura brasileira. Diante desse problema, o nosso objetivo é cartografar o devir-terra na literatura de ficção visionária de Jota Mombaça (2021). E, para isso, dividimos este artigo em três momentos. No primeiro, apresentamos o conceito “ficção visionária”, da escritora Walidah Imarisha (2016). No segundo, apresentamos o conceito “mundo ordenado”, da escritora Denise Ferreira da Silva (2019). E no terceiro momento, analisamos o movimento de transição à terra, da escritora Jota Mombaça, a partir de dois capítulos do livro "Não vão nos matar agora" (Mombaça, 2021). Essa análise está entrelaçada com o conceito de “devir”, no texto “A literatura e a vida” (Deleuze, 1997). Baseada nessas discussões, a nossa hipótese é que a literatura de ficção visionária de Jota Mombaça anuncia às minorias que virão uma revolução molecular, com vista à descolonização do mundo colonial, capitalista e neoliberal; o fim do mundo como conhecemos.
Anais do 32º Encontro Nacional da ANPAP, 2023
Em contraponto aos efeitos do ecocídio que marcha sobre a Terra (ECO-LÓGICAS, 2022; FERREIRA da S... more Em contraponto aos efeitos do ecocídio que marcha sobre a Terra (ECO-LÓGICAS, 2022; FERREIRA da SILVA, 2021; MOMBAÇA, 2021), iniciamos uma pesquisa transdisciplinar entre arte, filosofia e ciência, com o objetivo de cartografar poéticas interespécies na arte contemporânea brasileira. Para isso, investigamos devires não humanos (DELEUZE, 1997) nas poéticas de oito artistas: Castiel Vitorino (ES), Jota Mombaça (RN), Oura Aura (PE), Denilson Baniwa (AM), Plantomorpho (CE), Beija Aragão (CE), Chico da Silva (CE) e Sy Gomes (CE). Para analisar esse córpus, nos apropriamos de estudos da cartografia (COSTA, 2014; 2019; 2020) com vista a uma ecosofia (GUATTARI, 2001) entre linguagem, vidas trans e meio ambiente. Nesse sentido, contrário às formas de vida hegemônicas do capitalismo, acreditamos que a arte contemporânea brasileira tem ensaiado um por vir interespécie.
Anais do 32º Encontro Nacional da ANPAP, 2023
O objetivo deste artigo é investigar intervenções artísticas na obra de Gê Viana, especialmente n... more O objetivo deste artigo é investigar intervenções artísticas na obra de Gê Viana, especialmente na série de colagens digitais “Atualizações traumáticas de Debret” (2020-2022). Nessa série, a artista ressignifica imagens históricas do Brasil do século 19, retirando delas a violência colonial e construindo para essas imagens histórias de fartura e felicidade. Utilizando a montagem como método na produção de suas obras de arte, Gê Viana fabula o arquivo iconográfico brasileiro, remontando o tempo histórico e construindo a si mesma. A fabulação do arquivo se relaciona tanto com sua ancestralidade indígena Anapuru Muypurá quanto com as manifestações culturais e religiosas do estado do Maranhão.
Anais do 32º Encontro Nacional da ANPAP, 2023
O objetivo deste artigo é investigar intervenções artísticas na obra de Eliana Amorim, especialme... more O objetivo deste artigo é investigar intervenções artísticas na obra de Eliana Amorim, especialmente na série de colagens digitais “Reintegração de afeto” (2019). Nessa série, a artista ressignifica imagens históricas do Brasil do século 19, recortando dessas imagens pessoas desmembradas de suas famílias, e utiliza o procedimento da montagem para aproximar essas pessoas umas das outras, fabulando relações de afeto entre elas. A fabulação dessas narrativas se relaciona com Eliana Amorim tanto pelas suas memórias de infância quanto pela ancestralidade de sua família em Exú, Pernambuco, dando a ver uma rede de mulheres e figuras femininas responsáveis pela saúde e educação de gerações de crianças brasileiras.
Tempo Psicanalítico, v. 54, n. 2, 2022
Partimos de dois pressupostos, 1) a linguagem é essencialmente política, não essencialmente comun... more Partimos de dois pressupostos, 1) a linguagem é essencialmente política, não essencialmente comunicativa e informativa (Deleuze & Guattari, 1980), e 2), assim intervém na forma como as práticas sociais são organizadas, representadas, defendidas ou combatidas (Magalhães, Martinz, & Resende, 2017). O objetivo deste artigo é apresentar a variante menor como uma ferramenta conceitual e política das minorias na contemporaneidade. Para isso, descrevemos relações entre os conceitos “maioria”, “minoria” e “devir-minoritário” (Deleuze, 1979), para o estudo do funcionamento da variante menor. A partir desses conceitos, fomentamos uma discussão sobre línguas maiores e menores no Brasil (Deleuze, 2010) e, em seguida, deslocamos essa discussão para a literatura, a partir do conceito “literatura menor” (Deleuze & Guattari, 1975). Por fim, apresentamos o problema da linguagem como palavra de ordem (Deleuze & Guattari, 1980). Concluímos a discussão propondo a variante menor como uma ferramenta de minoração da linguagem que intervém na produção, circulação e recepção de imagens e textos em diferentes práticas sociais.
Linha Mestra, v. 15, n. 44, 2021
Este artigo tem como objetivo estudar a linguagem em uma perspectiva interacionista, a partir de ... more Este artigo tem como objetivo estudar a linguagem em uma perspectiva interacionista, a partir de sua relação com o ensino de língua portuguesa no Ensino Médio. Para isso, relacionamos o documento da Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2018) com a filosofia política de Gilles Deleuze e Félix Guattari (1980), a fim de observar quais modos de produção de subjetividade são construídos na instituição escola. No componente de Língua Portuguesa do Ensino Médio (BRASIL, 2018), sinalizamos alguns trechos que incentivam diálogos éticos, estéticos e políticos durante as aulas, para refletir sobre as linhas de fuga dos modelos tradicionais vigentes. Com isso, acreditamos ser possível pensar um ensino de língua portuguesa que não reproduza o poder do Estado.
Lampejo, v. 10, n. 1, 2021
O objetivo deste artigo é apresentar o conceito de rizoma, presente em "Introdução: rizoma", plat... more O objetivo deste artigo é apresentar o conceito de rizoma, presente em "Introdução: rizoma", platô inicial do livro "Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia 2" (1980), de Gilles Deleuze e Félix Guattari. Para isso, apresentamos uma breve introdução ao rizoma, a partir da sua relação com a botânica; em seguida, traçamos discussões sobre a multiplicidade do rizoma, a partir de três perspectivas: a raiz pivotante, a raiz fasciculada e o rizoma; e, logo após, apresentamos os seis princípios do rizoma: conexão, heterogeneidade, multiplicidade, ruptura assignificante, cartografia e decalcomania. Por fim, sinalizamos a prudência como critério de avaliação do crescimento do rizoma e de suas conexões.
Books by Wes Viana
Esta pesquisa investiga ocorrências da fabulação na arte contemporânea brasileira, a partir de um... more Esta pesquisa investiga ocorrências da fabulação na arte contemporânea brasileira, a partir de uma cartografia de artistas visuais. Organizamos as discussões em quatro momentos. No primeiro, discorremos sobre relações conceituais entre os métodos da montagem (DIDI-HUBERMAN, 2016; WARBURG, 2015) e da cartografia (KASTRUP et al., 2015), bem como sua conexão com a fabulação deleuzeana (DELEUZE, 1997), para a construção de um método de pesquisa que chamamos “constelações cartográficas”. No segundo momento, analisamos o corpus desta pesquisa, cartografando a sobrevivência da fabulação em obras de artistas visuais do século 21: Gê Viana, Denilson Baniwa, Eliana Amorim e Yhuri Cruz, utilizando como critério curatorial artistas que revisam criticamente imagens históricas do Brasil e fabulam para elas novas narrativas. No terceiro momento, apresentamos uma discussão teórico-poética sobre a fabulação na filosofia de Gilles Deleuze, situando e atualizando as relações entre fabulação e arte (DELEUZE, 2002; DELEUZE; GUATTARI, 2010; BOGUE, 2010; ZACHARIAS, 2019; GALLO, 2003; LAPOUJADE, 2015; DILACERDA, 2022), e deslocando essas discussões entre filosofia e literatura para as artes visuais, na intenção de preencher uma lacuna ainda não devidamente estudada. No quarto momento, reunimos uma pesquisa bibliográfica (HARTMAN, 2016; 2020; MOMBAÇA, 2021; SILVA, 2016; BANIWA, 2017; ALBUQUERQUE JÚNIOR, 2011) sobre conceitos importantes para a construção desta pesquisa. Como resultado, apresentamos proposições sobre a fabulação na arte contemporânea brasileira.
In: IRINEU, Lucineudo (Org.). Análise de Discurso Crítica: exercícios analíticos, 2022
Neste capítulo, apresentamos a categoria Avaliação, da Análise de Discurso Crítica, com base nas ... more Neste capítulo, apresentamos a categoria Avaliação, da Análise de Discurso Crítica, com base nas leituras que Fairclough (2003) fez de Martin e White (2000), e de outros autores/as. Em seguida, utilizamos essa categoria como uma lupa, para analisar a leitura do discurso da Polícia Civil do Rio de Janeiro sobre a Chacina do Jacarezinho, em 2022, lançando a hipótese de que a construção do discurso policial sobre o caso pode estar colaborando para a hegemonia racista e para a criminalização da pobreza no Rio de Janeiro.
In: JARDIM, Alex Fabiano Correia et al. (Orgs.). Deleuze e Guattari – pensar em veredas que se bifurcam: política, educação e clínica, vol. I, 2022
Percorremos o seguinte trajeto neste capítulo de livro: apresentamos a árvore como uma imagem dog... more Percorremos o seguinte trajeto neste capítulo de livro: apresentamos a árvore como uma imagem dogmática do pensamento, e o rizoma como uma nova imagem do pensamento, a partir dos princípios de conexão, heterogeneidade, multiplicidade, ruptura assignificante, cartografia e decalcomania, no livro "Mil Platôs" (DELEUZE; GUATTARI, 1980). Em seguida, refletimos sobre a aplicação do rizoma na educação disciplinar (GALLO, 2003), e, por fim, sinalizamos a potencialidade do estudo de imagens nos currículos escolares para a transformação das práticas de ensino.
In: BEZERRA, Daniele Barbosa et al. (Orgs.). Memória Identidade Literatura, vol. III, 2021
Em relação a este capítulo, eu o recortei em dois momentos. No primeiro, aparecem considerações f... more Em relação a este capítulo, eu o recortei em dois momentos. No primeiro, aparecem considerações filosóficas sobre tempo, memória e sociedade, em três perspectivas: aristotélica, bergsoniana e halbwachsiana, a partir do filósofo Fernando Rey Puente (2010) e da psicóloga e escritora Ecléa Bosi (1994). No segundo momento, durante algumas consideraçõese filosóficas sobre o espaço (KANTON, 2009), surge o Pajé-Onça, uma entidade indígena do povo Baniwa, intervindo no tempo presente em curso da 33ª Bienal de Artes de São Paulo (2018). O ataque da onça fortalece a construção de uma nova memória coletiva que reconheça a multiplicidade de cosmologias como parte integrante da realidade.
Anais do 33º Encontro Nacional da ANPAP, 2024
O objetivo deste artigo é investigar intervenções artísticas de Denilson Baniwa, especialmente na... more O objetivo deste artigo é investigar intervenções artísticas de Denilson Baniwa, especialmente na performance “Hackeando a 33ª Bienal de Artes de São Paulo”, em 2018. Nessa performance, o artista problematiza usos institucionais de fotografias históricas de indígenas Selk’nam, reivindicando dessas imagens o direito ao futuro, isto é, a presença genuína de indígenas em contextos museais e o direito de contar as suas próprias histórias. Além da revisão crítica da historiografia da arte, que reconfigura os modos de remontar o passado histórico, a fabulação dessas narrativas cultiva na poética de Denilson Baniwa uma clínica da polinização, pela qual novas gerações de indígenas brotam na arte contemporânea brasileira.
Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, 2023
Partimos do território contestado da literatura brasileira contemporânea (Dalcastagnè, 2012), car... more Partimos do território contestado da literatura brasileira contemporânea (Dalcastagnè, 2012), caracterizado por um apagamento histórico de mulheres escritoras, principalmente mulheres negras, para abordar um agravante nessas discussões: a invisibilidade de escritoras trans, travestis e não binárias na contemporaneidade da literatura brasileira. Diante desse problema, o nosso objetivo é cartografar o devir-terra na literatura de ficção visionária de Jota Mombaça (2021). E, para isso, dividimos este artigo em três momentos. No primeiro, apresentamos o conceito “ficção visionária”, da escritora Walidah Imarisha (2016). No segundo, apresentamos o conceito “mundo ordenado”, da escritora Denise Ferreira da Silva (2019). E no terceiro momento, analisamos o movimento de transição à terra, da escritora Jota Mombaça, a partir de dois capítulos do livro "Não vão nos matar agora" (Mombaça, 2021). Essa análise está entrelaçada com o conceito de “devir”, no texto “A literatura e a vida” (Deleuze, 1997). Baseada nessas discussões, a nossa hipótese é que a literatura de ficção visionária de Jota Mombaça anuncia às minorias que virão uma revolução molecular, com vista à descolonização do mundo colonial, capitalista e neoliberal; o fim do mundo como conhecemos.
Anais do 32º Encontro Nacional da ANPAP, 2023
Em contraponto aos efeitos do ecocídio que marcha sobre a Terra (ECO-LÓGICAS, 2022; FERREIRA da S... more Em contraponto aos efeitos do ecocídio que marcha sobre a Terra (ECO-LÓGICAS, 2022; FERREIRA da SILVA, 2021; MOMBAÇA, 2021), iniciamos uma pesquisa transdisciplinar entre arte, filosofia e ciência, com o objetivo de cartografar poéticas interespécies na arte contemporânea brasileira. Para isso, investigamos devires não humanos (DELEUZE, 1997) nas poéticas de oito artistas: Castiel Vitorino (ES), Jota Mombaça (RN), Oura Aura (PE), Denilson Baniwa (AM), Plantomorpho (CE), Beija Aragão (CE), Chico da Silva (CE) e Sy Gomes (CE). Para analisar esse córpus, nos apropriamos de estudos da cartografia (COSTA, 2014; 2019; 2020) com vista a uma ecosofia (GUATTARI, 2001) entre linguagem, vidas trans e meio ambiente. Nesse sentido, contrário às formas de vida hegemônicas do capitalismo, acreditamos que a arte contemporânea brasileira tem ensaiado um por vir interespécie.
Anais do 32º Encontro Nacional da ANPAP, 2023
O objetivo deste artigo é investigar intervenções artísticas na obra de Gê Viana, especialmente n... more O objetivo deste artigo é investigar intervenções artísticas na obra de Gê Viana, especialmente na série de colagens digitais “Atualizações traumáticas de Debret” (2020-2022). Nessa série, a artista ressignifica imagens históricas do Brasil do século 19, retirando delas a violência colonial e construindo para essas imagens histórias de fartura e felicidade. Utilizando a montagem como método na produção de suas obras de arte, Gê Viana fabula o arquivo iconográfico brasileiro, remontando o tempo histórico e construindo a si mesma. A fabulação do arquivo se relaciona tanto com sua ancestralidade indígena Anapuru Muypurá quanto com as manifestações culturais e religiosas do estado do Maranhão.
Anais do 32º Encontro Nacional da ANPAP, 2023
O objetivo deste artigo é investigar intervenções artísticas na obra de Eliana Amorim, especialme... more O objetivo deste artigo é investigar intervenções artísticas na obra de Eliana Amorim, especialmente na série de colagens digitais “Reintegração de afeto” (2019). Nessa série, a artista ressignifica imagens históricas do Brasil do século 19, recortando dessas imagens pessoas desmembradas de suas famílias, e utiliza o procedimento da montagem para aproximar essas pessoas umas das outras, fabulando relações de afeto entre elas. A fabulação dessas narrativas se relaciona com Eliana Amorim tanto pelas suas memórias de infância quanto pela ancestralidade de sua família em Exú, Pernambuco, dando a ver uma rede de mulheres e figuras femininas responsáveis pela saúde e educação de gerações de crianças brasileiras.
Tempo Psicanalítico, v. 54, n. 2, 2022
Partimos de dois pressupostos, 1) a linguagem é essencialmente política, não essencialmente comun... more Partimos de dois pressupostos, 1) a linguagem é essencialmente política, não essencialmente comunicativa e informativa (Deleuze & Guattari, 1980), e 2), assim intervém na forma como as práticas sociais são organizadas, representadas, defendidas ou combatidas (Magalhães, Martinz, & Resende, 2017). O objetivo deste artigo é apresentar a variante menor como uma ferramenta conceitual e política das minorias na contemporaneidade. Para isso, descrevemos relações entre os conceitos “maioria”, “minoria” e “devir-minoritário” (Deleuze, 1979), para o estudo do funcionamento da variante menor. A partir desses conceitos, fomentamos uma discussão sobre línguas maiores e menores no Brasil (Deleuze, 2010) e, em seguida, deslocamos essa discussão para a literatura, a partir do conceito “literatura menor” (Deleuze & Guattari, 1975). Por fim, apresentamos o problema da linguagem como palavra de ordem (Deleuze & Guattari, 1980). Concluímos a discussão propondo a variante menor como uma ferramenta de minoração da linguagem que intervém na produção, circulação e recepção de imagens e textos em diferentes práticas sociais.
Linha Mestra, v. 15, n. 44, 2021
Este artigo tem como objetivo estudar a linguagem em uma perspectiva interacionista, a partir de ... more Este artigo tem como objetivo estudar a linguagem em uma perspectiva interacionista, a partir de sua relação com o ensino de língua portuguesa no Ensino Médio. Para isso, relacionamos o documento da Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2018) com a filosofia política de Gilles Deleuze e Félix Guattari (1980), a fim de observar quais modos de produção de subjetividade são construídos na instituição escola. No componente de Língua Portuguesa do Ensino Médio (BRASIL, 2018), sinalizamos alguns trechos que incentivam diálogos éticos, estéticos e políticos durante as aulas, para refletir sobre as linhas de fuga dos modelos tradicionais vigentes. Com isso, acreditamos ser possível pensar um ensino de língua portuguesa que não reproduza o poder do Estado.
Lampejo, v. 10, n. 1, 2021
O objetivo deste artigo é apresentar o conceito de rizoma, presente em "Introdução: rizoma", plat... more O objetivo deste artigo é apresentar o conceito de rizoma, presente em "Introdução: rizoma", platô inicial do livro "Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia 2" (1980), de Gilles Deleuze e Félix Guattari. Para isso, apresentamos uma breve introdução ao rizoma, a partir da sua relação com a botânica; em seguida, traçamos discussões sobre a multiplicidade do rizoma, a partir de três perspectivas: a raiz pivotante, a raiz fasciculada e o rizoma; e, logo após, apresentamos os seis princípios do rizoma: conexão, heterogeneidade, multiplicidade, ruptura assignificante, cartografia e decalcomania. Por fim, sinalizamos a prudência como critério de avaliação do crescimento do rizoma e de suas conexões.
Esta pesquisa investiga ocorrências da fabulação na arte contemporânea brasileira, a partir de um... more Esta pesquisa investiga ocorrências da fabulação na arte contemporânea brasileira, a partir de uma cartografia de artistas visuais. Organizamos as discussões em quatro momentos. No primeiro, discorremos sobre relações conceituais entre os métodos da montagem (DIDI-HUBERMAN, 2016; WARBURG, 2015) e da cartografia (KASTRUP et al., 2015), bem como sua conexão com a fabulação deleuzeana (DELEUZE, 1997), para a construção de um método de pesquisa que chamamos “constelações cartográficas”. No segundo momento, analisamos o corpus desta pesquisa, cartografando a sobrevivência da fabulação em obras de artistas visuais do século 21: Gê Viana, Denilson Baniwa, Eliana Amorim e Yhuri Cruz, utilizando como critério curatorial artistas que revisam criticamente imagens históricas do Brasil e fabulam para elas novas narrativas. No terceiro momento, apresentamos uma discussão teórico-poética sobre a fabulação na filosofia de Gilles Deleuze, situando e atualizando as relações entre fabulação e arte (DELEUZE, 2002; DELEUZE; GUATTARI, 2010; BOGUE, 2010; ZACHARIAS, 2019; GALLO, 2003; LAPOUJADE, 2015; DILACERDA, 2022), e deslocando essas discussões entre filosofia e literatura para as artes visuais, na intenção de preencher uma lacuna ainda não devidamente estudada. No quarto momento, reunimos uma pesquisa bibliográfica (HARTMAN, 2016; 2020; MOMBAÇA, 2021; SILVA, 2016; BANIWA, 2017; ALBUQUERQUE JÚNIOR, 2011) sobre conceitos importantes para a construção desta pesquisa. Como resultado, apresentamos proposições sobre a fabulação na arte contemporânea brasileira.
In: IRINEU, Lucineudo (Org.). Análise de Discurso Crítica: exercícios analíticos, 2022
Neste capítulo, apresentamos a categoria Avaliação, da Análise de Discurso Crítica, com base nas ... more Neste capítulo, apresentamos a categoria Avaliação, da Análise de Discurso Crítica, com base nas leituras que Fairclough (2003) fez de Martin e White (2000), e de outros autores/as. Em seguida, utilizamos essa categoria como uma lupa, para analisar a leitura do discurso da Polícia Civil do Rio de Janeiro sobre a Chacina do Jacarezinho, em 2022, lançando a hipótese de que a construção do discurso policial sobre o caso pode estar colaborando para a hegemonia racista e para a criminalização da pobreza no Rio de Janeiro.
In: JARDIM, Alex Fabiano Correia et al. (Orgs.). Deleuze e Guattari – pensar em veredas que se bifurcam: política, educação e clínica, vol. I, 2022
Percorremos o seguinte trajeto neste capítulo de livro: apresentamos a árvore como uma imagem dog... more Percorremos o seguinte trajeto neste capítulo de livro: apresentamos a árvore como uma imagem dogmática do pensamento, e o rizoma como uma nova imagem do pensamento, a partir dos princípios de conexão, heterogeneidade, multiplicidade, ruptura assignificante, cartografia e decalcomania, no livro "Mil Platôs" (DELEUZE; GUATTARI, 1980). Em seguida, refletimos sobre a aplicação do rizoma na educação disciplinar (GALLO, 2003), e, por fim, sinalizamos a potencialidade do estudo de imagens nos currículos escolares para a transformação das práticas de ensino.
In: BEZERRA, Daniele Barbosa et al. (Orgs.). Memória Identidade Literatura, vol. III, 2021
Em relação a este capítulo, eu o recortei em dois momentos. No primeiro, aparecem considerações f... more Em relação a este capítulo, eu o recortei em dois momentos. No primeiro, aparecem considerações filosóficas sobre tempo, memória e sociedade, em três perspectivas: aristotélica, bergsoniana e halbwachsiana, a partir do filósofo Fernando Rey Puente (2010) e da psicóloga e escritora Ecléa Bosi (1994). No segundo momento, durante algumas consideraçõese filosóficas sobre o espaço (KANTON, 2009), surge o Pajé-Onça, uma entidade indígena do povo Baniwa, intervindo no tempo presente em curso da 33ª Bienal de Artes de São Paulo (2018). O ataque da onça fortalece a construção de uma nova memória coletiva que reconheça a multiplicidade de cosmologias como parte integrante da realidade.