Daniel Sanfelici | UFF - Universidade Federal Fluminense (original) (raw)
Papers by Daniel Sanfelici
HAL (Le Centre pour la Communication Scientifique Directe), 2022
Cadernos Metrópole, 2022
Resumo O volume de recursos direcionados para o mercado imobiliário comercial cresceu rapidamente... more Resumo O volume de recursos direcionados para o mercado imobiliário comercial cresceu rapidamente nos últimos anos com o advento da financeirização. Neste trabalho, examinamos o processo de financeirização do setor logístico brasileiro, argumentando que ele está relacionado com a atuação de fundos de investimento imobiliário. Procuramos mostrar que esses atores financeiros desenvolveram estratégias de extração de rendas imobiliárias se aproveitando de dois processos concomitantes: de um lado, a crescente demanda de empresas varejistas por espaços logísticos – acelerada com a pandemia da Covid-19 –; e, de outro, da procura dos investidores brasileiros por investimentos tidos como “alternativos”. Concluímos que esses atores possuem critérios particulares de risco e retorno que resultam em investimentos altamente seletivos, tanto em localização, como em características construtivas e de escolha de locatários.
www.consequenciaeditora.com.br BlogdaConsequência Todos os direitos reservados. A reprodução não ... more www.consequenciaeditora.com.br BlogdaConsequência Todos os direitos reservados. A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação do copyright (Lei no 9.610/98).
Environment and Planning A: Economy and Space
Over the past few decades, a growing number of studies have analyzed the social, spatial, and eco... more Over the past few decades, a growing number of studies have analyzed the social, spatial, and economic consequences of the sharp rise in corporate ownership of property assets. These studies have shown that financial(ized) rationalities, preferences, and techniques increasingly shape the investment behavior of corporate landlords, with notable effects in cities and regions. Less attention has been given, however, to the heterogeneity of actors that are bundled together under the umbrella of corporate landlords, as well as to the investment strategies these different actors pursue. In this paper, we aim to fill this gap by analyzing the investment behavior of three corporate and financial investors in Brazil's commercial property markets: pension funds; listed property firms; and real estate investment trusts. Drawing on institutional and evolutionary approaches to economic geography, we build a typology of investor types in Brazil's commercial property markets which shows th...
Finance and Society
International property consultants (IPCs) have become key intermediaries in the globalization of ... more International property consultants (IPCs) have become key intermediaries in the globalization of property markets by providing a range of services that generate transparency and comparability in land and property-based investments. While their role in generating standardized information on local markets is well known, what is less is known is how IPCs help turn property into an income-yielding asset in less developed economies. This article investigates the contested diffusion of financialized valuation approaches in São Paulo’s local property market. Through a qualitative inquiry into large IPCs and their main clients in the city, we show that IPCs have promoted valuation approaches that are tailored to the needs of financial market investors, thus affecting key investment decisions taken by diverse actors. Though these financialized techniques have at times clashed with more traditional views of property ownership prevalent in the country, we show that most often they co-exist wit...
Finance and Society, 2023
Economía Sociedad y Territorio, 2017
Situados na interface dos mercados financeiro e imobiliário, os fundos imobiliários adquiriram re... more Situados na interface dos mercados financeiro e imobiliário, os fundos imobiliários adquiriram recentemente maior importância no investimento imobiliário terciário no Brasil. Este artigo examina o crescimento dos fundos imobiliários com dois objetivos. Em primeiro lugar, trata-se de esclarecer o contexto regulatório e econômico que permitiu o crescimento destes veículos. Em segundo lugar, examinam-se as repercussões territoriais das decisões de investimento. Como conclusão, o artigo sustenta que a lógica financeira que orienta a criação e gestão dos fundos imobiliários explica, de uma parte, a instabilidade que marcou o ciclo de ascensão desses veículos; de outra, a concentração territorial dos seus investimentos.
Area Development and Policy
Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, 2021
Considerando a necessidade de compreender de maneira mais atenta os agentes financeiro... more Considerando a necessidade de compreender de maneira mais atenta os agentes financeiros e urbanos, neste artigo, examinamos a condição de investidor imobiliário dos fundos de pensão brasileiros. Para tanto, analisamos o portfólio imobiliário dos fundos de pensão brasileiros, reconstituindo as recentes discussões sobre o investimento desse agente em tal classe de ativos e abordando os aspectos regulatórios que circundam suas práticas e alocações. Buscamos, ainda, caracterizar o patrimônio imobiliário dos fundos de pensão: quais os principais canais de investimento utilizados, bem como os segmentos e localizações investidas. A partir dos dados coletados, concluímos que há novos movimentos em favor de investimentos imobiliários conduzidos por meio de veículos financeiros; contudo, esses investimentos possuem características muito semelhantes aos investimentos adquiridos pela compra direta do imóvel comercial. Ambos os canais de investimento – direto e indireto –, como argumentamos, resultam em imóveis para uso comercial (como shopping centers e escritórios), localizados nos estados onde o mercado imobiliário comercial é bem desenvolvido, São Paulo e Rio de Janeiro.
Mercator, 2016
Na esteira das transformações recentes nos negócios imobiliários no Brasil, muitas pesquisas abor... more Na esteira das transformações recentes nos negócios imobiliários no Brasil, muitas pesquisas abordaram as repercussões econômicas e socioespaciais da formação de grandes grupos empresariais com abrangência nacional. Na discussão sobre as forças econômicas que viabilizaram a expansão de um grupo pequeno de incorporadoras, é recorrente (embora implícito) o entendimento de que o caráter tardio do processo de centralização do capital nos negócios imobiliários decorreria do poder das elites regionais de preservarem para si o segmento imobiliário como órbita exclusiva de valorização de seus capitais. Embora reconhecendo que o argumento possa ter validade parcial, pretende-se, aqui, argumentar que o ingresso tardio dos negócios imobiliários na dinâmica de formação de grupos econômicos nacionais decorre, prioritariamente, do caráter singular da mercadoria imóvel, que impõe uma série de obstáculos à centralização do capital no setor. O artigo organiza-se em três partes. Inicialmente, oferecemos alguns apontamentos teóricos em torno do conceito de centralização do capital. Em seguida, na segunda seção, discutimos as circunstâncias econômicas que diferenciam o processo de centralização no setor imobiliário. Por fim, refletimos sobre a relevância do conceito de centralização do capital para pensar as mudanças urbanas recentes.
Ciências & Letras, 2007
O presente trabalho pretende avaliar, na perspectiva do debate sobre a gentrificação, as recentes... more O presente trabalho pretende avaliar, na perspectiva do debate sobre a gentrificação, as recentes intervenções públicas no Centro de Porto Alegre no sentido de sua “revitalização”. Procura-se identificar os principais atores e interesses envolvidos, assim como as perspectivas que se colocam para a população afetada pelo processo, em um período caracterizado
por uma mudança de orientação do Estado na gestão urbana.
EURE, 2021
As consultorias imobiliárias internacionais atuam na interface entre atores imobiliários e financ... more As consultorias imobiliárias internacionais atuam na interface entre atores imobiliários e financeiros e contribuem de modo significativo para a expansão da financeirização da produção urbana em mercados considerados pouco transparentes, mas promissores para investidores institucionais. Elas se constituem como fontes de disseminação de novas práticas de negócios no setor imobiliário, construindo uma regulação privada que permite a transparência de mercados em desenvolvimento e que torna o produto imobiliário mais legível para investidores internacionais. A partir de pesquisa qualitativa multi-métodos com as principais consultorias imobiliárias que atuam em São Paulo, identificamos que essa regulação utilizou três instrumentos principais: métodos financeiros de avaliação de imóveis, padrões internacionais de contabilidade e estudos de mercado. Como consequência, as consultorias influenciaram os investimentos imobiliários de seus clientes (atores imobiliários, mas também financeiros e industriais), difundindo uma visão mais estratégica e financeira sobre o valor do espaço urbano.
Urban Geography, 2019
Focusing on the growth of Real Estate Investment Trusts in Brazil, the paper explores how financi... more Focusing on the growth of Real Estate Investment Trusts in Brazil, the paper explores how financializing policy instruments intertwine financial markets and the urban built environment. It studies the career of REITs and questions the role of financial market capital and actors in urban dynamics. The paper uncovers three processes usually considered separately: i) how a network of public and private financial market actors coaxes state bodies into using their regulatory powers and financial resources to transform real estate into an asset class; ii) how the government-run financial market authority and banks lure urban households into liquid real estate through marketing and education campaigns; and iii) how asset managers are “applied economic geographers” insofar as they channel households’ capital into a selected cities and properties. The active role played by financial actors in the design, enhancement and implementation of such a policy instrument leads us to conclude on their role as urban policy-makers.
Revista Geographia, 2018
Resumo: A diversidade de perspectivas teórico-metodológicas à disposição da análise geográfica na... more Resumo: A diversidade de perspectivas teórico-metodológicas à disposição da análise geográfica na atualidade tem encorajado a disciplina a explorar novas temáticas de pesquisa, bem como colocar as questões e problemas teóricos mais convencionais sob nova ótica. Partindo de um diálogo entre os subcampos da Geografia Política e da Geografia Econômica, o presente artigo explora as potencialidades e os limites de um enfoque institucionalista para a pesquisa geográfica. Após revisão teórico-conceitual das contribuições das teorias institucionalistas em diferentes campos das ciências sociais, o artigo ressalta a pertinência do enfoque institucional para abordar duas problemáticas caras à análise do território: as políticas de ordenamento territorial e as políticas de desenvolvimento regional. Como conclusão principal, ressalta-se que a atenção dedicada pela perspectiva institucionalista aos contextos de (inter)ação e à heterogeneidade de possíveis arranjos e ambientes institucionais nas diferentes escalas geográficas permite colocar sob outra luz a questão da diversidade territorial e, assim, enriquecer as análises sobre o território. Palavras-chave: Instituições; Território; Ordenamento territorial; Desenvolvimento Regional.
INSTITUTIONAL ENVIRONMENT AND TERRITORIAL DIVERSITY: REFLECTIONS FOR A RESEARCH AGENDA
Abstract: The plurality of methodological perspectives currently at hand to geographical analysis has encouraged the discipline to explore new research subjects, as well as to see longstanding theoretical issues and problems under a different angle. Proposing a dialogue between the sub-fields of Political and Economic Geography, this article explores the potential and limits of an institutionalist approach to geographical research. After a theoretical review of the key contributions of institutional theories in different areas of the social sciences, the article underscores the usefulness of the institutional perspective to tackle two relevant issues in territorial analysis: territorial governance policies and regional development policies. The paper's key conclusion is that the attention given by the institutionalists to the contexts of (inter)action and to the heterogeneity of possible institutional arrangements and environments at different geographical scales puts in a different light the issue of territorial diversity, and improves territorial analysis.
AMBIENTE INSTITUCIONAL Y DIVERSIDAD TERRITORIAL: CONSIDERACIONES HACIA UNA AGENDA DE INVESTIGACIÓN
Resumen: La diversidad en las perspectivas teórico-metodológicas a disposición del análisis geográfico en la actualidad han alentado la disciplina para explorar nuevas temáticas de investigación, así como plantear las cuestiones y problemas teóricos mas convencionales bajo uma nueva óptica. A partir de um dialogo entre los subcampos de la Geografía Política y de la Geografía Económica, el presente articulo explora el potencial y los limites de un enfoque institucionalista para la investigación geográfica. Después de la revisión teórico-conceptual de las contribuciones de las teorias institucionalistas en diferentes campos des las ciencias sociales, el articulo resalta la pertinencia del enfoque institucional para abordar dos problemáticas importantes para analizar el território: las políticas de ordenamiento territorial y las políticas de desarrollo regional. Como conclusión principal, resalta que la atención dedicada de la perspectiva institucionalista a los contextos de la (inter)acción y a la heterogeneidad de posibles arreglos y ambientes institucionales en las diferentes escalas geográficas que permite poner bajo otra luz la cuestión de la diversidad territorial y así enriquecer los análises sobre territorio.
O universo dos debates sobre políticas públicas é ocasionalmente capturado por modas intelectuais... more O universo dos debates sobre políticas públicas é ocasionalmente capturado por modas intelectuais que se pretendem soluções universais e inovadoras para os problemas que afligem as metrópoles. Esses modelos de política pública circulam com notável fluidez entre as redes de interação que aproximam profissionais do planejamento regional e urbano, formuladores de políticas públicas, políticos, consultores e acadêmicos, muitas vezes exercendo um poder de sedução que embaça a visão destes profissionais, e da sociedade mais ampla, diante das insuficiências e riscos que lhes são inerentes. Nos últimos anos, tanto em países desenvolvidos quanto em países em desenvolvimento, ganhou repercussão um modelo de política urbana e regional assentado na ideia de promover cidades que acolham e fomentem a criatividade, vista como espinha dorsal da competitividade na nova economia do conhecimento que emergiu das ruínas do capitalismo fordista. Trata-se de uma política que se anuncia, primordialmente, como política econômica: na atual economia globalizada, as cidades bem-sucedidas em criar empregos e gerar renda seriam aquelas que conseguem atrair ou fomentar endogenamente os setores econômicos associados à criatividade, como design, moda, publicidade e marketing, produção editorial, artes e cultura, etc. No entanto, a política encerra também uma dimensão eminentemente espacial e urbana, na medida em que prescreve intervenções no ambiente construído urbano como requisito imprescindível para atrair estas atividades e setores, cujo bom desempenho se nutre da proximidade espacial. Daí que as políticas inspiradas na ideia de cidades criativas devam ser igualmente apreciadas em sua condição de políticas urbanas, pois sua implementação afeta a distribuição dos usos do solo urbano, modifica os preços dos terrenos e imóveis, promove a atividade de construção e incorporação imobiliária e, quando bem-sucedidas do ponto de vista de seus objetivos, redistribui atividades econômicas e grupos sociais no interior do tecido metropolitano.
Economía, Sociedad y Territorio, 2017
Los fondos inmobiliarios han adquirido recientemente más importancia en la inversión inmobiliaria... more Los fondos inmobiliarios han adquirido recientemente más importancia en la inversión inmobiliaria terciaria en Brasil. Este artículo examina el crecimiento de los fondos inmobiliarios atendiendo a dos objetivos: el primero consiste en aclarar el contexto que ha permitido el crecimiento de dichos vehículos; el segundo, examinar las repercusiones territoriales de las decisiones de inversión. Como conclusión, se sostiene que la lógica financiera que orienta la creación de los fondos inmobiliarios explica, por una parte, la inestabilidad que ha caracterizado el ciclo de ascensión de esos vehículos y, por otra, la concentración territorial de sus inversiones. Palabras clave: fondos de inversión inmobiliaria, mercado financiero, espacio urbano, financiarización, Brasil.
Confins, 2013
Nos últimos cinco a dez anos, o setor imobiliário residencial no Brasil registrou uma expansão ex... more Nos últimos cinco a dez anos, o setor imobiliário residencial no Brasil registrou uma expansão extraordinária em termos de lançamentos e vendas. Essa expansão, que vem transformando rapidamente as metrópoles brasileiras, foi impelida por um entrelaçamento sem precedentes do sistema financeiro com o circuito de produção e consumo do ambiente construído urbano no país. Na esteira desse fenômeno, muitos autores vêm tentando interpretar essas transformações à luz do movimento de financeirização da economia, como uma expressão do poder redobrado dos investidores financeiros em obter rendimentos com a transformação do espaço urbano. Esse trabalho pretende contribuir para esse debate em curso argumentando que o processo de financeirização, que nos últimos anos atingiu os negócios imobiliários no Brasil, produziu um reordenamento dos vínculos entre as escalas geográficas. A primeira parte do trabalho dedica-se, assim, a proporcionar uma visão panorâmica das transformações ocorridas nos negócios imobiliários como fruto da articulação com o sistema financeiro. Na segunda parte, apoiando-nos em uma gama de entrevistas realizadas entre 2011 e 2012 e em levantamentos de dados sobre o setor em questão, procuramos colocar em destaque as formas de articulação entre agentes situados em diferentes escalas socioespaciais. Nesse movimento, a articulação entre a escala global e a escala nacional é ilustrada pela necessidade das incorporadoras de tornarem suas atividades mais “transparentes” a fim de que seus papéis possam ser agregados ao portfólio de grandes investidores institucionais estrangeiros. Os vínculos entre a escala nacional e a local, por sua vez, são examinados como fruto do estabelecimento de parcerias entre as grandes incorporadoras financeirizadas e construtoras/incorporadoras pequenas e médias regionais. Em ambos os casos, procuramos colocar em evidência os desencontros e as tensões que resultam da aproximação de agentes expressivos de lógicas espaço-temporais díspares, demonstrando que a escala geográfica, longe de ser uma dimensão estanque do processo social, é produzida e transformada socialmente e, enquanto tal, internaliza tensões e contradições sociais. O trabalho realça, em sua conclusão, a importância da construção de nexos escalares para a reprodução do poder das finanças na atualidade.
Cadernos Metrópole, 2016
Em que pese a infinidade de previsões sobre o iminente declínio da importância das grandes cidade... more Em que pese a infinidade de previsões sobre o iminente declínio da importância das grandes cidades, estas últimas mantêm-se como nós privilegiados do desenvolvimento econômico. Este artigo propõe uma discussão teórica sobre as forças econômicas que reiteram a centralidade da metrópole no processo de globalização e sobre as possibilidades e limites da ação política local. Na primeira parte, o artigo dedica-se a examinar os fundamentos econômicos da aglomeração espacial. Na segunda parte, discute como essas mesmas forças econômicas básicas, mediadas pela ação pública local, estruturam o espaço intraurbano. E, na terceira e última parte, discute as possibilidades abertas à ação pública local, ressaltando que, para ser eficaz, esta última deve ser concebida, ao mesmo tempo, como transescalar e multidimensional.
HAL (Le Centre pour la Communication Scientifique Directe), 2022
Cadernos Metrópole, 2022
Resumo O volume de recursos direcionados para o mercado imobiliário comercial cresceu rapidamente... more Resumo O volume de recursos direcionados para o mercado imobiliário comercial cresceu rapidamente nos últimos anos com o advento da financeirização. Neste trabalho, examinamos o processo de financeirização do setor logístico brasileiro, argumentando que ele está relacionado com a atuação de fundos de investimento imobiliário. Procuramos mostrar que esses atores financeiros desenvolveram estratégias de extração de rendas imobiliárias se aproveitando de dois processos concomitantes: de um lado, a crescente demanda de empresas varejistas por espaços logísticos – acelerada com a pandemia da Covid-19 –; e, de outro, da procura dos investidores brasileiros por investimentos tidos como “alternativos”. Concluímos que esses atores possuem critérios particulares de risco e retorno que resultam em investimentos altamente seletivos, tanto em localização, como em características construtivas e de escolha de locatários.
www.consequenciaeditora.com.br BlogdaConsequência Todos os direitos reservados. A reprodução não ... more www.consequenciaeditora.com.br BlogdaConsequência Todos os direitos reservados. A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação do copyright (Lei no 9.610/98).
Environment and Planning A: Economy and Space
Over the past few decades, a growing number of studies have analyzed the social, spatial, and eco... more Over the past few decades, a growing number of studies have analyzed the social, spatial, and economic consequences of the sharp rise in corporate ownership of property assets. These studies have shown that financial(ized) rationalities, preferences, and techniques increasingly shape the investment behavior of corporate landlords, with notable effects in cities and regions. Less attention has been given, however, to the heterogeneity of actors that are bundled together under the umbrella of corporate landlords, as well as to the investment strategies these different actors pursue. In this paper, we aim to fill this gap by analyzing the investment behavior of three corporate and financial investors in Brazil's commercial property markets: pension funds; listed property firms; and real estate investment trusts. Drawing on institutional and evolutionary approaches to economic geography, we build a typology of investor types in Brazil's commercial property markets which shows th...
Finance and Society
International property consultants (IPCs) have become key intermediaries in the globalization of ... more International property consultants (IPCs) have become key intermediaries in the globalization of property markets by providing a range of services that generate transparency and comparability in land and property-based investments. While their role in generating standardized information on local markets is well known, what is less is known is how IPCs help turn property into an income-yielding asset in less developed economies. This article investigates the contested diffusion of financialized valuation approaches in São Paulo’s local property market. Through a qualitative inquiry into large IPCs and their main clients in the city, we show that IPCs have promoted valuation approaches that are tailored to the needs of financial market investors, thus affecting key investment decisions taken by diverse actors. Though these financialized techniques have at times clashed with more traditional views of property ownership prevalent in the country, we show that most often they co-exist wit...
Finance and Society, 2023
Economía Sociedad y Territorio, 2017
Situados na interface dos mercados financeiro e imobiliário, os fundos imobiliários adquiriram re... more Situados na interface dos mercados financeiro e imobiliário, os fundos imobiliários adquiriram recentemente maior importância no investimento imobiliário terciário no Brasil. Este artigo examina o crescimento dos fundos imobiliários com dois objetivos. Em primeiro lugar, trata-se de esclarecer o contexto regulatório e econômico que permitiu o crescimento destes veículos. Em segundo lugar, examinam-se as repercussões territoriais das decisões de investimento. Como conclusão, o artigo sustenta que a lógica financeira que orienta a criação e gestão dos fundos imobiliários explica, de uma parte, a instabilidade que marcou o ciclo de ascensão desses veículos; de outra, a concentração territorial dos seus investimentos.
Area Development and Policy
Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, 2021
Considerando a necessidade de compreender de maneira mais atenta os agentes financeiro... more Considerando a necessidade de compreender de maneira mais atenta os agentes financeiros e urbanos, neste artigo, examinamos a condição de investidor imobiliário dos fundos de pensão brasileiros. Para tanto, analisamos o portfólio imobiliário dos fundos de pensão brasileiros, reconstituindo as recentes discussões sobre o investimento desse agente em tal classe de ativos e abordando os aspectos regulatórios que circundam suas práticas e alocações. Buscamos, ainda, caracterizar o patrimônio imobiliário dos fundos de pensão: quais os principais canais de investimento utilizados, bem como os segmentos e localizações investidas. A partir dos dados coletados, concluímos que há novos movimentos em favor de investimentos imobiliários conduzidos por meio de veículos financeiros; contudo, esses investimentos possuem características muito semelhantes aos investimentos adquiridos pela compra direta do imóvel comercial. Ambos os canais de investimento – direto e indireto –, como argumentamos, resultam em imóveis para uso comercial (como shopping centers e escritórios), localizados nos estados onde o mercado imobiliário comercial é bem desenvolvido, São Paulo e Rio de Janeiro.
Mercator, 2016
Na esteira das transformações recentes nos negócios imobiliários no Brasil, muitas pesquisas abor... more Na esteira das transformações recentes nos negócios imobiliários no Brasil, muitas pesquisas abordaram as repercussões econômicas e socioespaciais da formação de grandes grupos empresariais com abrangência nacional. Na discussão sobre as forças econômicas que viabilizaram a expansão de um grupo pequeno de incorporadoras, é recorrente (embora implícito) o entendimento de que o caráter tardio do processo de centralização do capital nos negócios imobiliários decorreria do poder das elites regionais de preservarem para si o segmento imobiliário como órbita exclusiva de valorização de seus capitais. Embora reconhecendo que o argumento possa ter validade parcial, pretende-se, aqui, argumentar que o ingresso tardio dos negócios imobiliários na dinâmica de formação de grupos econômicos nacionais decorre, prioritariamente, do caráter singular da mercadoria imóvel, que impõe uma série de obstáculos à centralização do capital no setor. O artigo organiza-se em três partes. Inicialmente, oferecemos alguns apontamentos teóricos em torno do conceito de centralização do capital. Em seguida, na segunda seção, discutimos as circunstâncias econômicas que diferenciam o processo de centralização no setor imobiliário. Por fim, refletimos sobre a relevância do conceito de centralização do capital para pensar as mudanças urbanas recentes.
Ciências & Letras, 2007
O presente trabalho pretende avaliar, na perspectiva do debate sobre a gentrificação, as recentes... more O presente trabalho pretende avaliar, na perspectiva do debate sobre a gentrificação, as recentes intervenções públicas no Centro de Porto Alegre no sentido de sua “revitalização”. Procura-se identificar os principais atores e interesses envolvidos, assim como as perspectivas que se colocam para a população afetada pelo processo, em um período caracterizado
por uma mudança de orientação do Estado na gestão urbana.
EURE, 2021
As consultorias imobiliárias internacionais atuam na interface entre atores imobiliários e financ... more As consultorias imobiliárias internacionais atuam na interface entre atores imobiliários e financeiros e contribuem de modo significativo para a expansão da financeirização da produção urbana em mercados considerados pouco transparentes, mas promissores para investidores institucionais. Elas se constituem como fontes de disseminação de novas práticas de negócios no setor imobiliário, construindo uma regulação privada que permite a transparência de mercados em desenvolvimento e que torna o produto imobiliário mais legível para investidores internacionais. A partir de pesquisa qualitativa multi-métodos com as principais consultorias imobiliárias que atuam em São Paulo, identificamos que essa regulação utilizou três instrumentos principais: métodos financeiros de avaliação de imóveis, padrões internacionais de contabilidade e estudos de mercado. Como consequência, as consultorias influenciaram os investimentos imobiliários de seus clientes (atores imobiliários, mas também financeiros e industriais), difundindo uma visão mais estratégica e financeira sobre o valor do espaço urbano.
Urban Geography, 2019
Focusing on the growth of Real Estate Investment Trusts in Brazil, the paper explores how financi... more Focusing on the growth of Real Estate Investment Trusts in Brazil, the paper explores how financializing policy instruments intertwine financial markets and the urban built environment. It studies the career of REITs and questions the role of financial market capital and actors in urban dynamics. The paper uncovers three processes usually considered separately: i) how a network of public and private financial market actors coaxes state bodies into using their regulatory powers and financial resources to transform real estate into an asset class; ii) how the government-run financial market authority and banks lure urban households into liquid real estate through marketing and education campaigns; and iii) how asset managers are “applied economic geographers” insofar as they channel households’ capital into a selected cities and properties. The active role played by financial actors in the design, enhancement and implementation of such a policy instrument leads us to conclude on their role as urban policy-makers.
Revista Geographia, 2018
Resumo: A diversidade de perspectivas teórico-metodológicas à disposição da análise geográfica na... more Resumo: A diversidade de perspectivas teórico-metodológicas à disposição da análise geográfica na atualidade tem encorajado a disciplina a explorar novas temáticas de pesquisa, bem como colocar as questões e problemas teóricos mais convencionais sob nova ótica. Partindo de um diálogo entre os subcampos da Geografia Política e da Geografia Econômica, o presente artigo explora as potencialidades e os limites de um enfoque institucionalista para a pesquisa geográfica. Após revisão teórico-conceitual das contribuições das teorias institucionalistas em diferentes campos das ciências sociais, o artigo ressalta a pertinência do enfoque institucional para abordar duas problemáticas caras à análise do território: as políticas de ordenamento territorial e as políticas de desenvolvimento regional. Como conclusão principal, ressalta-se que a atenção dedicada pela perspectiva institucionalista aos contextos de (inter)ação e à heterogeneidade de possíveis arranjos e ambientes institucionais nas diferentes escalas geográficas permite colocar sob outra luz a questão da diversidade territorial e, assim, enriquecer as análises sobre o território. Palavras-chave: Instituições; Território; Ordenamento territorial; Desenvolvimento Regional.
INSTITUTIONAL ENVIRONMENT AND TERRITORIAL DIVERSITY: REFLECTIONS FOR A RESEARCH AGENDA
Abstract: The plurality of methodological perspectives currently at hand to geographical analysis has encouraged the discipline to explore new research subjects, as well as to see longstanding theoretical issues and problems under a different angle. Proposing a dialogue between the sub-fields of Political and Economic Geography, this article explores the potential and limits of an institutionalist approach to geographical research. After a theoretical review of the key contributions of institutional theories in different areas of the social sciences, the article underscores the usefulness of the institutional perspective to tackle two relevant issues in territorial analysis: territorial governance policies and regional development policies. The paper's key conclusion is that the attention given by the institutionalists to the contexts of (inter)action and to the heterogeneity of possible institutional arrangements and environments at different geographical scales puts in a different light the issue of territorial diversity, and improves territorial analysis.
AMBIENTE INSTITUCIONAL Y DIVERSIDAD TERRITORIAL: CONSIDERACIONES HACIA UNA AGENDA DE INVESTIGACIÓN
Resumen: La diversidad en las perspectivas teórico-metodológicas a disposición del análisis geográfico en la actualidad han alentado la disciplina para explorar nuevas temáticas de investigación, así como plantear las cuestiones y problemas teóricos mas convencionales bajo uma nueva óptica. A partir de um dialogo entre los subcampos de la Geografía Política y de la Geografía Económica, el presente articulo explora el potencial y los limites de un enfoque institucionalista para la investigación geográfica. Después de la revisión teórico-conceptual de las contribuciones de las teorias institucionalistas en diferentes campos des las ciencias sociales, el articulo resalta la pertinencia del enfoque institucional para abordar dos problemáticas importantes para analizar el território: las políticas de ordenamiento territorial y las políticas de desarrollo regional. Como conclusión principal, resalta que la atención dedicada de la perspectiva institucionalista a los contextos de la (inter)acción y a la heterogeneidad de posibles arreglos y ambientes institucionales en las diferentes escalas geográficas que permite poner bajo otra luz la cuestión de la diversidad territorial y así enriquecer los análises sobre territorio.
O universo dos debates sobre políticas públicas é ocasionalmente capturado por modas intelectuais... more O universo dos debates sobre políticas públicas é ocasionalmente capturado por modas intelectuais que se pretendem soluções universais e inovadoras para os problemas que afligem as metrópoles. Esses modelos de política pública circulam com notável fluidez entre as redes de interação que aproximam profissionais do planejamento regional e urbano, formuladores de políticas públicas, políticos, consultores e acadêmicos, muitas vezes exercendo um poder de sedução que embaça a visão destes profissionais, e da sociedade mais ampla, diante das insuficiências e riscos que lhes são inerentes. Nos últimos anos, tanto em países desenvolvidos quanto em países em desenvolvimento, ganhou repercussão um modelo de política urbana e regional assentado na ideia de promover cidades que acolham e fomentem a criatividade, vista como espinha dorsal da competitividade na nova economia do conhecimento que emergiu das ruínas do capitalismo fordista. Trata-se de uma política que se anuncia, primordialmente, como política econômica: na atual economia globalizada, as cidades bem-sucedidas em criar empregos e gerar renda seriam aquelas que conseguem atrair ou fomentar endogenamente os setores econômicos associados à criatividade, como design, moda, publicidade e marketing, produção editorial, artes e cultura, etc. No entanto, a política encerra também uma dimensão eminentemente espacial e urbana, na medida em que prescreve intervenções no ambiente construído urbano como requisito imprescindível para atrair estas atividades e setores, cujo bom desempenho se nutre da proximidade espacial. Daí que as políticas inspiradas na ideia de cidades criativas devam ser igualmente apreciadas em sua condição de políticas urbanas, pois sua implementação afeta a distribuição dos usos do solo urbano, modifica os preços dos terrenos e imóveis, promove a atividade de construção e incorporação imobiliária e, quando bem-sucedidas do ponto de vista de seus objetivos, redistribui atividades econômicas e grupos sociais no interior do tecido metropolitano.
Economía, Sociedad y Territorio, 2017
Los fondos inmobiliarios han adquirido recientemente más importancia en la inversión inmobiliaria... more Los fondos inmobiliarios han adquirido recientemente más importancia en la inversión inmobiliaria terciaria en Brasil. Este artículo examina el crecimiento de los fondos inmobiliarios atendiendo a dos objetivos: el primero consiste en aclarar el contexto que ha permitido el crecimiento de dichos vehículos; el segundo, examinar las repercusiones territoriales de las decisiones de inversión. Como conclusión, se sostiene que la lógica financiera que orienta la creación de los fondos inmobiliarios explica, por una parte, la inestabilidad que ha caracterizado el ciclo de ascensión de esos vehículos y, por otra, la concentración territorial de sus inversiones. Palabras clave: fondos de inversión inmobiliaria, mercado financiero, espacio urbano, financiarización, Brasil.
Confins, 2013
Nos últimos cinco a dez anos, o setor imobiliário residencial no Brasil registrou uma expansão ex... more Nos últimos cinco a dez anos, o setor imobiliário residencial no Brasil registrou uma expansão extraordinária em termos de lançamentos e vendas. Essa expansão, que vem transformando rapidamente as metrópoles brasileiras, foi impelida por um entrelaçamento sem precedentes do sistema financeiro com o circuito de produção e consumo do ambiente construído urbano no país. Na esteira desse fenômeno, muitos autores vêm tentando interpretar essas transformações à luz do movimento de financeirização da economia, como uma expressão do poder redobrado dos investidores financeiros em obter rendimentos com a transformação do espaço urbano. Esse trabalho pretende contribuir para esse debate em curso argumentando que o processo de financeirização, que nos últimos anos atingiu os negócios imobiliários no Brasil, produziu um reordenamento dos vínculos entre as escalas geográficas. A primeira parte do trabalho dedica-se, assim, a proporcionar uma visão panorâmica das transformações ocorridas nos negócios imobiliários como fruto da articulação com o sistema financeiro. Na segunda parte, apoiando-nos em uma gama de entrevistas realizadas entre 2011 e 2012 e em levantamentos de dados sobre o setor em questão, procuramos colocar em destaque as formas de articulação entre agentes situados em diferentes escalas socioespaciais. Nesse movimento, a articulação entre a escala global e a escala nacional é ilustrada pela necessidade das incorporadoras de tornarem suas atividades mais “transparentes” a fim de que seus papéis possam ser agregados ao portfólio de grandes investidores institucionais estrangeiros. Os vínculos entre a escala nacional e a local, por sua vez, são examinados como fruto do estabelecimento de parcerias entre as grandes incorporadoras financeirizadas e construtoras/incorporadoras pequenas e médias regionais. Em ambos os casos, procuramos colocar em evidência os desencontros e as tensões que resultam da aproximação de agentes expressivos de lógicas espaço-temporais díspares, demonstrando que a escala geográfica, longe de ser uma dimensão estanque do processo social, é produzida e transformada socialmente e, enquanto tal, internaliza tensões e contradições sociais. O trabalho realça, em sua conclusão, a importância da construção de nexos escalares para a reprodução do poder das finanças na atualidade.
Cadernos Metrópole, 2016
Em que pese a infinidade de previsões sobre o iminente declínio da importância das grandes cidade... more Em que pese a infinidade de previsões sobre o iminente declínio da importância das grandes cidades, estas últimas mantêm-se como nós privilegiados do desenvolvimento econômico. Este artigo propõe uma discussão teórica sobre as forças econômicas que reiteram a centralidade da metrópole no processo de globalização e sobre as possibilidades e limites da ação política local. Na primeira parte, o artigo dedica-se a examinar os fundamentos econômicos da aglomeração espacial. Na segunda parte, discute como essas mesmas forças econômicas básicas, mediadas pela ação pública local, estruturam o espaço intraurbano. E, na terceira e última parte, discute as possibilidades abertas à ação pública local, ressaltando que, para ser eficaz, esta última deve ser concebida, ao mesmo tempo, como transescalar e multidimensional.
GEOUSP (Online), 2019
Resenha
GEOgraphia, 2019
Muito ainda será escrito e discutido acerca das lições que se podem extrair da crise global de 20... more Muito ainda será escrito e discutido acerca das lições que se podem extrair da crise global de 2008, cujas repercussões se estenderam no tempo e no espaço em proporções poucas vezes vistas na história do capitalismo global a comparação imediata, sempre evocada, é com a crise de 1929. Passados dez anos desde o estopim da crise, muitas das disfunções da economia global ainda decorrem, em boa medida, daquele evento e de suas múltiplas reverberações: por toda parte, proliferam crises fiscais em decorrência do excesso de endividamento público; em muitos países, os patamares de emprego não foram recuperados e os novos empregos criados são de pior qualidade e remuneração em comparação com os que foram destruídos; no âmbito comercial, as tensões e conflitos entre os países se exacerbaram, com algumas nações tentando transferir os custos do desajuste para outras; por fim, a frustração social generalizada criou solo fértil para a ascensão de projetos políticos extremistas, que colocam em risco os fundamentos da democracia liberal.
www.consequenciaeditora.com.br BlogdaConsequência Todos os direitos reservados. A reprodução não ... more www.consequenciaeditora.com.br BlogdaConsequência Todos os direitos reservados. A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação do copyright (Lei no 9.610/98).
LIMONAD, Ester; MONTEIRO, João; MANSILLA, Pablo (Orgs.). Planejamento Territorial: reflexões críticas e perspectivas. São Paulo: Max Limonad., 2021
FERRERAS, Norberto (org.). Desigualdades globais e sociais em perspectiva temporal e espacial. São Paulo: Hucitec, 2020
LIMONAD, Ester; BARBOSA, Jorge Luiz. (Org.). Geografias: reflexões, leituras, estudos. 1ed.São Paulo: Max Limonad, 2020, v. , p. 121-142., 2020
Nos últimos decênios, transformações decisivas nos padrões tecnológicos, nas relações de trabalho... more Nos últimos decênios, transformações decisivas nos padrões tecnológicos, nas relações de trabalho, nas formas e objetos da regulação estatal, nas dinâmicas socioambientais, bem como na importância do conhecimento na atividade produtiva pavimentaram o caminho para uma reorganização profunda-geográfica, setorial, organizacional etc.-da economia global. A velocidade das transformações ainda em curso e as turbulências que têm acometido a economia internacional vêm exigindo, de governos, de empresas e de atores, uma capacidade reativa redobrada, desafio que se coloca de forma mais aguda para aquelas organizações e entidades que dispõem de poucos recursos ou para os Estados que permanecem aprisionados a modelos de política pública defasados. Vale di-zer que as incertezas que permeiam muitas dessas mudanças suscitam, também, desafios de envergadura para a produção de conhecimento nos campos das ci-ências sociais, visto que muitos paradigmas de pensamento estabelecidos têm se mostrado insuficientes diante das tendências que emergem no horizonte. As-sim, tendo em vista esse contexto, é pertinente refletir sobre como a pesquisa urbana pode se atualizar, para melhor elucidar as dinâmicas multifacetadas que hoje remodelam a materialidade e a morfologia das aglomerações urbanas, bem como redefinem os fluxos-monetários, tecnológicos, humanos-que as in-terconectam. Este ensaio pretende oferecer uma contribuição nessa direção, a partir de uma reflexão sobre os desafios teórico-metodológicos da pesquisa urbana hoje. Argumenta-se que a pesquisa urbana tem muito a ganhar, caso se mostre mais atenta à diversidade de atores e de arranjos políticos subjacentes às principais transformações que ocorrem nas cidades. Adotar tal enfoque significa suplantar um viés-ou, para ser mais preciso, os diferentes vieses-que enxergam a cidade e sua produção apenas como reflexo ou desdobramento de dinâmicas abstratas de ordem sistêmica, minimizando as múltiplas e variadas formas, por meio das quais os atores locais e regionais se coordenam, em prol de fazer avan-çar seus interesses e, de tal forma, obter resultados concretos. Uma perspectiva
OLIVEIRA, Floriano Godinho de; OLIVEIRA, Leandro Dias de; TUNES, Regina Helena; PESSANHA, Roberto Moraes. (Org.). Espaço e economia: geografia econômica e a eco-nomia política. 1ed. Rio de Janeiro: Consequência, 2019, p. 103-134., 2019
A ascensão das regiões urbanas na fase mais recente da economia capitalista suscitou um leque de ... more A ascensão das regiões urbanas na fase mais recente da economia capitalista suscitou um leque de questões teórico-conceituais e problemas analíticos importantes que apenas mais recentemente começaram a ser explorados mais largamente pela Geografia e demais ciências sociais. São importantes, principalmente, porque a urbanização, e sua aceleração nos tempos recentes em várias partes do mundo, não se resume aos indicadores quantitativos variados que a mensuram -ainda que a mensuração seja sem dúvida imprescindível para iluminar as suas dinâmicas -, mas é em primeiro lugar um fenômeno que repercute extensamente, de formas mais ou menos diretas, sobre as relações sociais mais amplas e sobre a interação das sociedades com os ecossistemas que lhes dão suporte. Longe, portanto, de ser apenas um reflexo inerte do crescimento econômico, o desenvolvimento urbano precipita dinâmicas econômicas e sociais próprias, que evidenciam a interação complexa, dialética entre as sociedades e seu espaço SANTOS, 2002;). Nos últimos decênios, a progressiva erosão das relações sociais e econômicas dominantes sob o capitalismo fordista abriu caminho para o surgimento de novas práticas e variedades de integração econômica, todas intimamente enlaçadas com as dinâmicas de urbanização. Inúmeras são as tentativas de definir genericamente os traços principais da fase atual do capitalismo pós-fordista ou flexível (HARVEY, 1989), um esforço válido que nem sempre logra, todavia, escapar do risco de excesso de generalização. Não é o propósito, aqui, oferecer uma caracterização da economia atual, nem revisitar as teorias que procuraram fazê-lo. Antes, o objetivo é refletir sobre as dinâmicas urbanas emergentes, vinculando-as a dois traços centrais da economia pós-fordista: de um lado, o peso crescente da geração e acumulação de conhecimento para a inserção competitiva das firmas na globalização econômica; de outro, a importância também em ascensão do mercado financeiro em intermediar circuitos de poupança e gasto, alocando recursos captados da sociedade para atividades consideradas mais rentáveis. Pretende-se unir estas duas dimensões essenciais do capitalismo
No último decênio, as metrópoles brasileiras foram profundamente reconfiguradas pela proliferação... more No último decênio, as metrópoles brasileiras foram profundamente reconfiguradas pela proliferação de projetos imobiliários de grande porte. O investimento imobiliário, antes fortemente centralizado nas áreas mais valorizadas das metrópoles, irradiou-se também para as periferias e franjas metropolitanas, com importantes repercussões socioespaciais. Esta pesquisa procurou fornecer algumas explicações para esse fenômeno, colocando em foco a crescente penetração das finanças na produção do espaço urbano no Brasil. Desde meados da década de 1990, sucessivos governos, estimulados por organizações privadas ligadas ao setor financeiro, empenharam-se na criação de marcos regulatórios e institucionais favoráveis à circulação do capital financeiro pelo ambiente construído urbano. Esse novo ambiente institucional foi uma peça importante não apenas na ampliação do financiamento habitacional no transcurso da década de 2000, mas também na aproximação do investimento imobiliário com a dinâmica do mercado de capitais. Esta integração entre mercado de capitais e mercado imobiliário ganhou força, primordialmente, com a abertura de capital das principais incorporadoras imobiliárias, ocorrida entre 2005 e 2007, quando grandes fundos de investimento adquiriram participação nessas empresas. Com base em entrevistas, coleta de dados secundários e publicações setoriais, procurou-se, nessa tese, elucidar algumas das implicações desse entrelaçamento das incorporadoras imobiliárias com o mercado de capitais. Observou-se uma profunda mudança nas estratégias empresariais após a emissão de ações e debêntures, o que se explica, em grande medida, pelas exigências de rentabilidade colocadas pelos novos acionistas. A maior parte das empresas adotou políticas agressivas de expansão tanto na escala da metrópole quanto na escala do território, multiplicando seus volumes de lançamentos entre 2005 e 2010. Também ocorreu um aperfeiçoamento das formas de captura de rendas urbanas. Uma análise da atuação dessas incorporadoras no mercado imobiliário de Porto Alegre indicou, além disso, que esse refinamento das estratégias de investimento produziu, de uma parte, uma exacerbação das formas de segregação e fragmentação socioespacial urbana e, de outra, um rearranjo escalar do processo de urbanização. Configura-se, portanto, uma situação em que as metrópoles brasileiras são crescentemente transformadas segundo as determinações e os ritmos ditados pelas finanças, que se beneficiam dos rendimentos produzidos pela reestruturação socioespacial.
SERPA, A.; CARLOS, A. F. A. (org.). Geografia Urbana: desafios teóricos contemporâneos. Salvador: EDUFBA, 2018
Referência: SANFELICI, D. Investidores financeiros no mercado imobiliário comercial: racionalidad... more Referência: SANFELICI, D. Investidores financeiros no mercado imobiliário comercial: racionalidades decisórias e repercussões urbanas. In: SERPA, A.; CARLOS, A. F. A. (org.). Geografia Urbana: desafios teóricos contemporâneos. Salvador: EDUFBA, 2018.
CARLOS, A. F. A.; VOLOCHKO, D.; ALVAREZ, I. P. (org.). A cidade como negócio. São Paulo: Contexto, 2015., 2015
Referência: SANFELICI, D. As escalas de acumulação na produção das cidades. In: CARLOS, A. F. A.;... more Referência: SANFELICI, D. As escalas de acumulação na produção das cidades. In: CARLOS, A. F. A.; VOLOCHKO, D.; ALVAREZ, I. P. (org.). A cidade como negócio. São Paulo: Contexto, 2015.
Caderno de Resumos SEFIIIAL final, 2019
O objetivo desse artigo é analisar de que forma os fundos de pensão brasileiros atuam no mercado ... more O objetivo desse artigo é analisar de que forma os fundos de pensão brasileiros atuam no mercado imobiliário comercial, explorando os canais, as práticas e estratégias adotadas por esses agentes no momento da tomada de decisão e buscando compreender como evoluíram os modelos de gestão e governança do portfólio imobiliário. Como hipótese, sustenta-se que as transformações enxergadas internacionalmente que dizem respeito ao padrão de governança dos investimentos imobiliários se desenvolvem e se configuram de maneira distinta no caso brasileiro. Apesar dos resultados das entrevistas apontarem para uma constante tendência à profissionalização, delegação da gestão da carteira para agentes financeiros e utilização de canal de investimento indireto em imóveis, esses são resultados de processos que surgem de maneira distinta e com motivações diferentes, ou seja, que se desenvolveram (e ainda se desenvolvem) segundo características próprias do mercado de previdência complementar fechada e do mercado imobiliário brasileiro. Para tanto, o artigo está dividido em quatro partes complementares: na primeira, discute-se o papel dos fundos de pensão no capitalismo contemporâneo, com foco na América Latina e na forte influência estatal sofrida pelos fundos de pensão, o que alterou a trajetória desses agentes como investidores locais e como participantes- chave de uma ampla teia de investimentos (Datz, 2013); na segunda, busca-se apresentar e problematizar as contribuições trazidas pela literatura internacional que analisa a atuação dos fundos de pensão no mercado imobiliário. A terceira abriga uma discussão envolvendo os processos decisórios dos fundos de pensão, assim como os espaços e atores que se envolvem nesse processo, como consultorias e gestores terceiros. Por fim, a quarta e última sessão traz os resultados das entrevistas realizadas com gestores de fundos de pensão brasileiros e atores adjacentes envolvidos na relação entre essas entidades e o mercado imobiliário, como gestores de Fundos de Financiamento Imobiliário (FII) e consultores especializados.