Ana Carolina Vitorio Arantes | Universidade Federal do Oeste do Pará (original) (raw)

Thesis Chapters by Ana Carolina Vitorio Arantes

Research paper thumbnail of A dinâmica atual do conflito entre uso e conservação de recursos pesqueiros na Estação Ecológica de Guaraqueçaba, Paraná

Ao Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento -UFPR, pela oportunidade de expan... more Ao Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento -UFPR, pela oportunidade de expandir os conhecimentos e proporcionar uma formação que propicie enxergar outros lados das realidades. À minha orientadora, Juliana Lima Spínola, por todo cuidado e dedicação, presentes desde o primeiro dia de aula! Agradeço por acreditar em mim, por ter sido uma verdadeira orientadora. À minha coorientadora, Cristina Frutuoso Teixeira, por tornar tão acessível a sociologia à uma bióloga! Agradeço por todas as contribuições, por sua paciência e pela animação com este trabalho. Aos pescadores e pescadoras e presidentes de associação que se disponibilizaram a conversar, cederam seus tempos de trabalho ou descanso, lugares em suas casas e permitirem, assim, a realização desta dissertação. Sou muito grata por ter conhecido um pouco de cada um. Em especial, agradeço à dona Joziane e Valmir do Guapicum e Verci, Teresa e filhos, do Almeida, por nos abrigarem em suas casas, dando o melhor de si em todos os aspectos. Agradeço também ao Luiz Francisco Faraco, da ESEC de Guaraqueçaba/ICMBio por incentivar essa pesquisa desde o começo, fazendo sugestões e apoiando logisticamente. À Larissa Mellinger e Thiago Serafini pelas grandes contribuições dadas na qualificação, trazendo reflexões e melhorias para a dissertação. Às companheiras do Costeiro, por compartilharem alegrias e angústias. Especialmente àquelas que estiveram presentes nas idas às comunidades: Giselle S. Bachstein, Maria Fernanda Cherem e professora Natália Tavares de Azevedo, que também elaborou o mapa especial para essa dissertação. Os agradecimentos se estendem também aos mestrandos da turma 3, em especial Nathália Sibuya pela ajuda na compreensão do contexto de Guaraqueçaba. Aos barqueiros Abraão, Josias e Moisés, pela competência, paciência, conversas e segurança em todos os momentos, inclusive em mares agitados! Àqueles que desde sempre deram à mim, o que podiam e o que não podiam para eu ser quem eu desejasse ser: meu pai Antonio e minha mãe Eliana. Também aos meus irmãos, Ivan e Allan. Sou infinitamente grata por todos os esforços, apoio e amor, todos os dias. Apesar dos mil km de distância, estiverem presentes em todas as fases do mestrado.

Papers by Ana Carolina Vitorio Arantes

Research paper thumbnail of Mudança e (re)organização social no artesanato tradicional de trançados do rio Arapiuns, Santarém, Pará Change and social (re)organization in traditional braided crafts from the Arapiuns River region, Santarém, Pará

A produção de objetos em palha de tucumã é histórica em comunidades às margens do rio Arapiuns, m... more A produção de objetos em palha de tucumã é histórica em comunidades às margens do rio Arapiuns, município de Santarém, Pará, e, em 2022, esse saber-fazer foi declarado patrimônio histórico, cultural e imaterial do município. Este artigo aborda mudanças na organização social e na produção artesanal dos trançados do Arapiuns, a partir da experiência da Associação de Artesãos e Artesãs das Comunidades de Nova Pedreira, Vista Alegre e Coroca (AARTA). Entrevistas semiestruturadas, conversas informais e análise de documentos indicaram que, a partir dos anos 2000, diversas instituições passaram a atuar na região, visando à geração de renda e à preservação cultural e ambiental. Essas instituições, juntamente com artesãs, possibilitaram o intercâmbio de saberes-fazeres, as variações na tipologia e no tingimento de peças, a organização formalizada das artesãs, além de mudanças nas formas de produção e comercialização do artesanato. A organização formal do grupo, a atuação da associação e o papel desempenhado por uma artesã específica consolidaram tais mudanças. Nesse processo, a AARTA materializou a valorização do artesanato pelas próprias artesãs e tem impulsionado a colocação dessa atividade em espaços que estimam os atributos de um artesanato tradicional, com melhores preços de venda, além de divulgar e permitir seu reconhecimento enquanto patrimônio municipal.

Research paper thumbnail of Vulnerabilidade e saúde de mulheres quilombolas em uma área de mineração na Amazônia

Saude E Sociedade, 2022

Vulnerability encompass different factors that contribute to exposing individuals and groups to t... more Vulnerability encompass different factors that contribute to exposing individuals and groups to the illness processes. In this study, this concept was used to assess the health situation of 139 women living in eight quilombola communities located in a mining area, on the banks of the Trombetas River, in Oriximiná, Pará, Brazil. Data were collected by semi-structured individual interviews, which underwent quantitative analysis and descriptive statistics. Although quilombola communities are historically vulnerable, women are further weakened by individual, social, and programmatic factors, revealed in the poor access to education, information, work, income and health. Hence, public policies specifically suited to their gender and socio-cultural profile are needed.

Research paper thumbnail of PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM GOVERNANÇA TERRITORIAL INDÍGENA: EXPERIÊNCIAS NA PAN-AMAZÔNIA

Espaço Ameríndio, 2022

O artigo reflete sobre o processo formativo denominado “Programa de Formação em Governança Territ... more O artigo reflete sobre o processo formativo denominado “Programa de Formação em Governança Territorial Indígena (PFGT): Territórios ancestrais em um mundo em mudanças”, desenvolvido em quatro países da Pan-Amazônia – Brasil, Colômbia, Equador e Peru – entre 2017 e 2018. A partir da pedagogia da alternância, a proposta envolveu povos
indígenas desses países, alicerçada em debates com temas centrais, entre eles: governança territorial e bem viver. Busca-se compreender o processo histórico que constituiu o programa, bem como os conceitos/epistemologias e metodologias que o fundamentam e analisar as experiências práticas, com destaque para a edição ocorrida na Terra Indígena Rio Branco, Rondônia, na Amazônia brasileira. O escopo metodológico envolveu pesquisa participante, prática da história oral, revisão bibliográfica e análise de documentos. O programa mostrou as
potencialidades do desenvolvimento de articulações entre instituições para o fortalecimento do protagonismo e autonomia indígena, como também do empoderamento da juventude e do diálogo intergeracional dentro dos territórios indígenas. Assim, compreende-se que a experiência traz contribuições significativas para a construção de pontes e caminhos interculturais entre os povos indígenas e a sociedade não indígena.

Research paper thumbnail of O Conflito Ambiental entre Extrativismo e Conservação do Caranguejo-Uçá na Estação Ecológica de Guaraqueçaba, Brasil

Fronteiras: Journal of Social, Technological and Environmental Science, 2019

O extrativismo do caranguejo-uçá é importante para a composição da renda de vilas pesqueiras do l... more O extrativismo do caranguejo-uçá é importante para a composição da renda de vilas pesqueiras do litoral norte do Paraná. Este recurso ocupa manguezais, parte deles protegidos pela Estação Ecológica (ESEC) de Guaraqueçaba. Embora este extrativismo realizado por pescadores artesanais seja tolerado na ESEC, ele é restringido por legislação de ordenamento pesqueiro vigente na região, instituindo o conflito ambiental entre pescadores e órgãos ambientais. Para mediá-lo e subsidiar a proposta de elaboração de termo de compromisso, o órgão gestor da ESEC promoveu um diagnóstico da atividade com a participação dos pescadores. Este artigo analisa o conflito ambiental frente à proposta de elaboração do termo, a partir do discurso de seus atores e da observação de situações de negociação entre eles. Mediante discordâncias, o processo de elaboração do termo dinamizou o conflito existente, alterou interações entre seus atores e proporcionou a revisão dos objetos de disputa em torno do uso da ESEC.

Research paper thumbnail of Vulnerability analysis and quilombola women’s health in a mining area in the Amazon

Saúde e Sociedade

Vulnerability encompass different factors that contribute to exposing individuals and groups to t... more Vulnerability encompass different factors that contribute to exposing individuals and groups to the illness processes. In this study, this concept was used to assess the health situation of 139 women living in eight quilombola communities located in a mining area, on the banks of the Trombetas River, in Oriximiná, Pará, Brazil. Data were collected by semi-structured individual interviews, which underwent quantitative analysis and descriptive statistics. Although quilombola communities are historically vulnerable, women are further weakened by individual, social, and programmatic factors, revealed in the poor access to education, information, work, income and health. Hence, public policies specifically suited to their gender and socio-cultural profile are needed.

Research paper thumbnail of Humanos e palmeiras

Humanos e palmeiras: uma revisão sistemática acerca dos usos de Arecaceae na Amazônia brasileira ... more Humanos e palmeiras: uma revisão sistemática acerca dos usos de Arecaceae na Amazônia brasileira Diversos estudos evidenciam os usos da família botânica Arecaceae pelos humanos na Amazônia brasileira, assim, uma revisão abrangente que revele aspectos relacionados à produção científica acerca dos usos das palmeiras na região é o objetivo deste artigo. Em revisão sistemática, a partir das plataformas Web of Science, SciELO Citation Index e Catálogo de Teses e Dissertações-Capes, selecionou-se 37 estudos. Publicados entre 1992 e 2021, com concentração entre 2014 e 2017, os estudos foram conduzidos, sobretudo, nos estados do Amazonas e Pará, em áreas rurais, protegidas ou não. 'Comunidades' e 'ribeirinhos' foram os grupos sociais com maior quantidade de estudos realizados. Há tendência das pesquisas se concentrarem em categorias de uso das plantas, com destaque para usos medicinais, apesar de que a categoria 'alimentação' teve a maior quantidade de espécies citadas. Das 41 espécies identificadas nos estudos, Cocos nucifera, Euterpe precatoria e E. oleracea foram as mais frequentes e Astrocaryum aculeatum, C. nucifera e E. precatoria, as que obtiveram o maior número de categorias de uso identificadas. C. nucifera e E. precatoria se destacam como as palmeiras mais amplamente utilizadas, em termos geográficos e socioculturais. Há lacunas no conhecimento sobre interações entre humanos e palmeiras, como usos para fins ornamentais e tecnológicos, se sanadas, tem potencial para auxiliar na conservação da sociobiodiversidade na Amazônia brasileira.

Research paper thumbnail of Humanos e palmeiras: uma revisão sistemática acerca dos usos de Arecaceae na Amazônia brasileira

Revista Ibero-Americana de Ciências Ambientais

Diversos estudos evidenciam os usos da família botânica Arecaceae pelos humanos na Amazônia brasi... more Diversos estudos evidenciam os usos da família botânica Arecaceae pelos humanos na Amazônia brasileira, assim, uma revisão abrangente que revele aspectos relacionados à produção científica acerca dos usos das palmeiras na região é o objetivo deste artigo. Em revisão sistemática, a partir das plataformas Web of Science, SciELO Citation Index e Catálogo de Teses e Dissertações – Capes, selecionou-se 37 estudos. Publicados entre 1992 e 2021, com concentração entre 2014 e 2017, os estudos foram conduzidos, sobretudo, nos estados do Amazonas e Pará, em áreas rurais, protegidas ou não. ‘Comunidades’ e ‘ribeirinhos’ foram os grupos sociais com maior quantidade de estudos realizados. Há tendência das pesquisas se concentrarem em categorias de uso das plantas, com destaque para usos medicinais, apesar de que a categoria ‘alimentação’ teve a maior quantidade de espécies citadas. Das 41 espécies identificadas nos estudos, Cocos nucifera, Euterpe precatoria e E. oleracea foram as mais frequente...

Research paper thumbnail of A formação em Residência Agroflorestal na Amazônia rondoniense Training in Agroforestry Residence in Rondonian Amazon

Tema gerador: Construção do conhecimento agroecológico Resumo Este relato busca expor a experiênc... more Tema gerador: Construção do conhecimento agroecológico Resumo Este relato busca expor a experiência do projeto de formação Residência Agroflorestal como meio de capacitação de profissionais para atuar na assistência técnica e extensão agroflorestal (ATEAF), por meio da pedagogia da alternância, no âmbito do fortalecimento da organização social e das cadeias de produção da agricultura familiar e da sociobiodiversidade no Estado de Rondônia. Os beneficiários do projeto (residentes, instituições que os recepcionam e público atendido por ambos), são contemplados mutuamente nos processos de formação dos módulos, na prática de assessoria técnica e trocas de experiências no âmbito de práticas produtivas, organizacionais, ambientais, econômicas/comercias, na perspectiva da sustentabilidade rural da Amazônia. Palavras-chave: agricultura familiar; agroecologia; desenvolvimento rural; extensão rural; sociobiodiversidade.

Research paper thumbnail of O Conflito Ambiental entre Extrativismo e Conservação do Caranguejo-Uçá na Estação Ecológica de Guaraqueçaba, Brasil

O extrativismo do caranguejo-uçá é importante para a composição da renda de vilas pesqueiras do l... more O extrativismo do caranguejo-uçá é importante para a composição da renda de vilas pesqueiras do litoral norte do Paraná. Este recurso ocupa manguezais, parte deles protegidos pela Estação Ecológica (ESEC) de Guaraqueçaba. Embora este extrativismo realizado por pescadores artesanais seja tolerado na ESEC, ele é restringido por legislação de ordenamento pesqueiro vigente na região, instituindo o conflito ambiental entre pescadores e órgãos ambientais. Para mediá-lo e subsidiar a proposta de elaboração de termo de compromisso, o órgão gestor da ESEC promoveu um diagnóstico da atividade com a participação dos pescadores. Este artigo analisa o conflito ambiental frente à proposta de elaboração do termo, a partir do discurso de seus atores e da observação de situações de negociação entre eles. Mediante discordâncias, o processo de elaboração do termo dinamizou o conflito existente, alterou interações entre seus atores e proporcionou a revisão dos objetos de disputa em torno do uso da ESEC.

Research paper thumbnail of Conflitos ambientais na ESEC de Guaraqueçaba: uma tentativa de mediação -  Anais do VIII Seminário Brasileiro de Áreas Protegidas e Inclusão Social e III Encontro Latino-Americano de Áreas Protegidas e Inclusão Social

A ESEC de Guaraqueçaba é caracterizada pela presença de manguezais, e nas suas adjacências está a... more A ESEC de Guaraqueçaba é caracterizada pela presença de manguezais, e nas suas adjacências está a baía de Paranaguá. Na região também se encontram diversas vilas pesqueiras, que dependem socioeconomicamente desses ambientes. Os dados para a pesquisa foram obtidos através de entrevista semi-estruturada realizada com pescadores de sete vilas e gestores dos órgãos responsáveis pela gestão da UC e fiscalização da área, bem como observação direta de reuniões entre esses atores. Na ESEC de Guaraqueçaba estão presentes diversos conflitos ambientais que não são engendrados pela UC, mas que envolvem o uso de seus recursos. O principal conflito identificado refere-se à restrição na técnica de captura do caranguejo-uçá, estabelecida pelo órgão ambiental estadual, diante do qual o ICMBio iniciou uma mediação do conflito com vistas a construção de um acordo com as vilas usuárias da área da ESEC. Essa iniciativa abriu espaços de diálogo, que apontam possibilidades e desafios para a construção de acordos entre as vilas pesqueiras e o órgão ambiental.

Books by Ana Carolina Vitorio Arantes

Research paper thumbnail of Comunidades quilombolas e unidades de conservação na região do rio Trombetas: contradição e compatibilização

MARES E MARÉS SUSTENTABILIDADE, SOCIABILIDADE E CONFLITOS SOCIOAMBIENTAIS NA AMAZÔNIA, 2021

Conference Presentations by Ana Carolina Vitorio Arantes

Research paper thumbnail of O uso de plantas na marca coletiva Trançados do Arapiuns

Anais do I Seminário Internacional de Indicação Geográfica e Marcas Coletivas do Estado do Pará, 2021

Como forma de identificar e descrever as principais características do artesanato com palha de tu... more Como forma de identificar e descrever as principais características do artesanato com palha de tucumã produzido pelas artesãs/artesãos da AARTA, que está em discussão sobre a criação da marca coletiva, este trabalho buscou descrever os usos de plantas para a confecção deste artesanato na comunidade Vila Coroca. Para tanto, utilizou-se de observação participante e entrevistas abertas. São utilizadas até sete espécies de plantas no processo de confecção dos Trançados do
Arapiuns, sendo duas delas como fonte de palha e cinco, de pigmentos para tingimento das palhas. As matérias-primas são provenientes dos quintais e/ou das matas próximas à comunidade e são preparadas nas casas das artesãs/artesão através de retirada de espinhos e secagem sob sol, além umidificação por sereno noturno. Para o tingimento das palhas, essas são fervidas juntamente com as partes vegetais responsáveis pelas colorações. A tessitura dos fios de palha varia de acordo com os gostos e as habilidades de cada artesã/artesão, e com o tipo de trançado e produto final almejado. Por fim, observou-se que, para a produção dos Trançados do Arapiuns, o uso das plantas está entrelaçado com uma variedade de elementos ecológicos, climáticos e culturais, imprescindíveis para a produção dos mesmos.

Research paper thumbnail of A dinâmica atual do conflito entre uso e conservação de recursos pesqueiros na Estação Ecológica de Guaraqueçaba, Paraná

Ao Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento -UFPR, pela oportunidade de expan... more Ao Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento -UFPR, pela oportunidade de expandir os conhecimentos e proporcionar uma formação que propicie enxergar outros lados das realidades. À minha orientadora, Juliana Lima Spínola, por todo cuidado e dedicação, presentes desde o primeiro dia de aula! Agradeço por acreditar em mim, por ter sido uma verdadeira orientadora. À minha coorientadora, Cristina Frutuoso Teixeira, por tornar tão acessível a sociologia à uma bióloga! Agradeço por todas as contribuições, por sua paciência e pela animação com este trabalho. Aos pescadores e pescadoras e presidentes de associação que se disponibilizaram a conversar, cederam seus tempos de trabalho ou descanso, lugares em suas casas e permitirem, assim, a realização desta dissertação. Sou muito grata por ter conhecido um pouco de cada um. Em especial, agradeço à dona Joziane e Valmir do Guapicum e Verci, Teresa e filhos, do Almeida, por nos abrigarem em suas casas, dando o melhor de si em todos os aspectos. Agradeço também ao Luiz Francisco Faraco, da ESEC de Guaraqueçaba/ICMBio por incentivar essa pesquisa desde o começo, fazendo sugestões e apoiando logisticamente. À Larissa Mellinger e Thiago Serafini pelas grandes contribuições dadas na qualificação, trazendo reflexões e melhorias para a dissertação. Às companheiras do Costeiro, por compartilharem alegrias e angústias. Especialmente àquelas que estiveram presentes nas idas às comunidades: Giselle S. Bachstein, Maria Fernanda Cherem e professora Natália Tavares de Azevedo, que também elaborou o mapa especial para essa dissertação. Os agradecimentos se estendem também aos mestrandos da turma 3, em especial Nathália Sibuya pela ajuda na compreensão do contexto de Guaraqueçaba. Aos barqueiros Abraão, Josias e Moisés, pela competência, paciência, conversas e segurança em todos os momentos, inclusive em mares agitados! Àqueles que desde sempre deram à mim, o que podiam e o que não podiam para eu ser quem eu desejasse ser: meu pai Antonio e minha mãe Eliana. Também aos meus irmãos, Ivan e Allan. Sou infinitamente grata por todos os esforços, apoio e amor, todos os dias. Apesar dos mil km de distância, estiverem presentes em todas as fases do mestrado.

Research paper thumbnail of Mudança e (re)organização social no artesanato tradicional de trançados do rio Arapiuns, Santarém, Pará Change and social (re)organization in traditional braided crafts from the Arapiuns River region, Santarém, Pará

A produção de objetos em palha de tucumã é histórica em comunidades às margens do rio Arapiuns, m... more A produção de objetos em palha de tucumã é histórica em comunidades às margens do rio Arapiuns, município de Santarém, Pará, e, em 2022, esse saber-fazer foi declarado patrimônio histórico, cultural e imaterial do município. Este artigo aborda mudanças na organização social e na produção artesanal dos trançados do Arapiuns, a partir da experiência da Associação de Artesãos e Artesãs das Comunidades de Nova Pedreira, Vista Alegre e Coroca (AARTA). Entrevistas semiestruturadas, conversas informais e análise de documentos indicaram que, a partir dos anos 2000, diversas instituições passaram a atuar na região, visando à geração de renda e à preservação cultural e ambiental. Essas instituições, juntamente com artesãs, possibilitaram o intercâmbio de saberes-fazeres, as variações na tipologia e no tingimento de peças, a organização formalizada das artesãs, além de mudanças nas formas de produção e comercialização do artesanato. A organização formal do grupo, a atuação da associação e o papel desempenhado por uma artesã específica consolidaram tais mudanças. Nesse processo, a AARTA materializou a valorização do artesanato pelas próprias artesãs e tem impulsionado a colocação dessa atividade em espaços que estimam os atributos de um artesanato tradicional, com melhores preços de venda, além de divulgar e permitir seu reconhecimento enquanto patrimônio municipal.

Research paper thumbnail of Vulnerabilidade e saúde de mulheres quilombolas em uma área de mineração na Amazônia

Saude E Sociedade, 2022

Vulnerability encompass different factors that contribute to exposing individuals and groups to t... more Vulnerability encompass different factors that contribute to exposing individuals and groups to the illness processes. In this study, this concept was used to assess the health situation of 139 women living in eight quilombola communities located in a mining area, on the banks of the Trombetas River, in Oriximiná, Pará, Brazil. Data were collected by semi-structured individual interviews, which underwent quantitative analysis and descriptive statistics. Although quilombola communities are historically vulnerable, women are further weakened by individual, social, and programmatic factors, revealed in the poor access to education, information, work, income and health. Hence, public policies specifically suited to their gender and socio-cultural profile are needed.

Research paper thumbnail of PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM GOVERNANÇA TERRITORIAL INDÍGENA: EXPERIÊNCIAS NA PAN-AMAZÔNIA

Espaço Ameríndio, 2022

O artigo reflete sobre o processo formativo denominado “Programa de Formação em Governança Territ... more O artigo reflete sobre o processo formativo denominado “Programa de Formação em Governança Territorial Indígena (PFGT): Territórios ancestrais em um mundo em mudanças”, desenvolvido em quatro países da Pan-Amazônia – Brasil, Colômbia, Equador e Peru – entre 2017 e 2018. A partir da pedagogia da alternância, a proposta envolveu povos
indígenas desses países, alicerçada em debates com temas centrais, entre eles: governança territorial e bem viver. Busca-se compreender o processo histórico que constituiu o programa, bem como os conceitos/epistemologias e metodologias que o fundamentam e analisar as experiências práticas, com destaque para a edição ocorrida na Terra Indígena Rio Branco, Rondônia, na Amazônia brasileira. O escopo metodológico envolveu pesquisa participante, prática da história oral, revisão bibliográfica e análise de documentos. O programa mostrou as
potencialidades do desenvolvimento de articulações entre instituições para o fortalecimento do protagonismo e autonomia indígena, como também do empoderamento da juventude e do diálogo intergeracional dentro dos territórios indígenas. Assim, compreende-se que a experiência traz contribuições significativas para a construção de pontes e caminhos interculturais entre os povos indígenas e a sociedade não indígena.

Research paper thumbnail of O Conflito Ambiental entre Extrativismo e Conservação do Caranguejo-Uçá na Estação Ecológica de Guaraqueçaba, Brasil

Fronteiras: Journal of Social, Technological and Environmental Science, 2019

O extrativismo do caranguejo-uçá é importante para a composição da renda de vilas pesqueiras do l... more O extrativismo do caranguejo-uçá é importante para a composição da renda de vilas pesqueiras do litoral norte do Paraná. Este recurso ocupa manguezais, parte deles protegidos pela Estação Ecológica (ESEC) de Guaraqueçaba. Embora este extrativismo realizado por pescadores artesanais seja tolerado na ESEC, ele é restringido por legislação de ordenamento pesqueiro vigente na região, instituindo o conflito ambiental entre pescadores e órgãos ambientais. Para mediá-lo e subsidiar a proposta de elaboração de termo de compromisso, o órgão gestor da ESEC promoveu um diagnóstico da atividade com a participação dos pescadores. Este artigo analisa o conflito ambiental frente à proposta de elaboração do termo, a partir do discurso de seus atores e da observação de situações de negociação entre eles. Mediante discordâncias, o processo de elaboração do termo dinamizou o conflito existente, alterou interações entre seus atores e proporcionou a revisão dos objetos de disputa em torno do uso da ESEC.

Research paper thumbnail of Vulnerability analysis and quilombola women’s health in a mining area in the Amazon

Saúde e Sociedade

Vulnerability encompass different factors that contribute to exposing individuals and groups to t... more Vulnerability encompass different factors that contribute to exposing individuals and groups to the illness processes. In this study, this concept was used to assess the health situation of 139 women living in eight quilombola communities located in a mining area, on the banks of the Trombetas River, in Oriximiná, Pará, Brazil. Data were collected by semi-structured individual interviews, which underwent quantitative analysis and descriptive statistics. Although quilombola communities are historically vulnerable, women are further weakened by individual, social, and programmatic factors, revealed in the poor access to education, information, work, income and health. Hence, public policies specifically suited to their gender and socio-cultural profile are needed.

Research paper thumbnail of Humanos e palmeiras

Humanos e palmeiras: uma revisão sistemática acerca dos usos de Arecaceae na Amazônia brasileira ... more Humanos e palmeiras: uma revisão sistemática acerca dos usos de Arecaceae na Amazônia brasileira Diversos estudos evidenciam os usos da família botânica Arecaceae pelos humanos na Amazônia brasileira, assim, uma revisão abrangente que revele aspectos relacionados à produção científica acerca dos usos das palmeiras na região é o objetivo deste artigo. Em revisão sistemática, a partir das plataformas Web of Science, SciELO Citation Index e Catálogo de Teses e Dissertações-Capes, selecionou-se 37 estudos. Publicados entre 1992 e 2021, com concentração entre 2014 e 2017, os estudos foram conduzidos, sobretudo, nos estados do Amazonas e Pará, em áreas rurais, protegidas ou não. 'Comunidades' e 'ribeirinhos' foram os grupos sociais com maior quantidade de estudos realizados. Há tendência das pesquisas se concentrarem em categorias de uso das plantas, com destaque para usos medicinais, apesar de que a categoria 'alimentação' teve a maior quantidade de espécies citadas. Das 41 espécies identificadas nos estudos, Cocos nucifera, Euterpe precatoria e E. oleracea foram as mais frequentes e Astrocaryum aculeatum, C. nucifera e E. precatoria, as que obtiveram o maior número de categorias de uso identificadas. C. nucifera e E. precatoria se destacam como as palmeiras mais amplamente utilizadas, em termos geográficos e socioculturais. Há lacunas no conhecimento sobre interações entre humanos e palmeiras, como usos para fins ornamentais e tecnológicos, se sanadas, tem potencial para auxiliar na conservação da sociobiodiversidade na Amazônia brasileira.

Research paper thumbnail of Humanos e palmeiras: uma revisão sistemática acerca dos usos de Arecaceae na Amazônia brasileira

Revista Ibero-Americana de Ciências Ambientais

Diversos estudos evidenciam os usos da família botânica Arecaceae pelos humanos na Amazônia brasi... more Diversos estudos evidenciam os usos da família botânica Arecaceae pelos humanos na Amazônia brasileira, assim, uma revisão abrangente que revele aspectos relacionados à produção científica acerca dos usos das palmeiras na região é o objetivo deste artigo. Em revisão sistemática, a partir das plataformas Web of Science, SciELO Citation Index e Catálogo de Teses e Dissertações – Capes, selecionou-se 37 estudos. Publicados entre 1992 e 2021, com concentração entre 2014 e 2017, os estudos foram conduzidos, sobretudo, nos estados do Amazonas e Pará, em áreas rurais, protegidas ou não. ‘Comunidades’ e ‘ribeirinhos’ foram os grupos sociais com maior quantidade de estudos realizados. Há tendência das pesquisas se concentrarem em categorias de uso das plantas, com destaque para usos medicinais, apesar de que a categoria ‘alimentação’ teve a maior quantidade de espécies citadas. Das 41 espécies identificadas nos estudos, Cocos nucifera, Euterpe precatoria e E. oleracea foram as mais frequente...

Research paper thumbnail of A formação em Residência Agroflorestal na Amazônia rondoniense Training in Agroforestry Residence in Rondonian Amazon

Tema gerador: Construção do conhecimento agroecológico Resumo Este relato busca expor a experiênc... more Tema gerador: Construção do conhecimento agroecológico Resumo Este relato busca expor a experiência do projeto de formação Residência Agroflorestal como meio de capacitação de profissionais para atuar na assistência técnica e extensão agroflorestal (ATEAF), por meio da pedagogia da alternância, no âmbito do fortalecimento da organização social e das cadeias de produção da agricultura familiar e da sociobiodiversidade no Estado de Rondônia. Os beneficiários do projeto (residentes, instituições que os recepcionam e público atendido por ambos), são contemplados mutuamente nos processos de formação dos módulos, na prática de assessoria técnica e trocas de experiências no âmbito de práticas produtivas, organizacionais, ambientais, econômicas/comercias, na perspectiva da sustentabilidade rural da Amazônia. Palavras-chave: agricultura familiar; agroecologia; desenvolvimento rural; extensão rural; sociobiodiversidade.

Research paper thumbnail of O Conflito Ambiental entre Extrativismo e Conservação do Caranguejo-Uçá na Estação Ecológica de Guaraqueçaba, Brasil

O extrativismo do caranguejo-uçá é importante para a composição da renda de vilas pesqueiras do l... more O extrativismo do caranguejo-uçá é importante para a composição da renda de vilas pesqueiras do litoral norte do Paraná. Este recurso ocupa manguezais, parte deles protegidos pela Estação Ecológica (ESEC) de Guaraqueçaba. Embora este extrativismo realizado por pescadores artesanais seja tolerado na ESEC, ele é restringido por legislação de ordenamento pesqueiro vigente na região, instituindo o conflito ambiental entre pescadores e órgãos ambientais. Para mediá-lo e subsidiar a proposta de elaboração de termo de compromisso, o órgão gestor da ESEC promoveu um diagnóstico da atividade com a participação dos pescadores. Este artigo analisa o conflito ambiental frente à proposta de elaboração do termo, a partir do discurso de seus atores e da observação de situações de negociação entre eles. Mediante discordâncias, o processo de elaboração do termo dinamizou o conflito existente, alterou interações entre seus atores e proporcionou a revisão dos objetos de disputa em torno do uso da ESEC.

Research paper thumbnail of Conflitos ambientais na ESEC de Guaraqueçaba: uma tentativa de mediação -  Anais do VIII Seminário Brasileiro de Áreas Protegidas e Inclusão Social e III Encontro Latino-Americano de Áreas Protegidas e Inclusão Social

A ESEC de Guaraqueçaba é caracterizada pela presença de manguezais, e nas suas adjacências está a... more A ESEC de Guaraqueçaba é caracterizada pela presença de manguezais, e nas suas adjacências está a baía de Paranaguá. Na região também se encontram diversas vilas pesqueiras, que dependem socioeconomicamente desses ambientes. Os dados para a pesquisa foram obtidos através de entrevista semi-estruturada realizada com pescadores de sete vilas e gestores dos órgãos responsáveis pela gestão da UC e fiscalização da área, bem como observação direta de reuniões entre esses atores. Na ESEC de Guaraqueçaba estão presentes diversos conflitos ambientais que não são engendrados pela UC, mas que envolvem o uso de seus recursos. O principal conflito identificado refere-se à restrição na técnica de captura do caranguejo-uçá, estabelecida pelo órgão ambiental estadual, diante do qual o ICMBio iniciou uma mediação do conflito com vistas a construção de um acordo com as vilas usuárias da área da ESEC. Essa iniciativa abriu espaços de diálogo, que apontam possibilidades e desafios para a construção de acordos entre as vilas pesqueiras e o órgão ambiental.

Research paper thumbnail of O uso de plantas na marca coletiva Trançados do Arapiuns

Anais do I Seminário Internacional de Indicação Geográfica e Marcas Coletivas do Estado do Pará, 2021

Como forma de identificar e descrever as principais características do artesanato com palha de tu... more Como forma de identificar e descrever as principais características do artesanato com palha de tucumã produzido pelas artesãs/artesãos da AARTA, que está em discussão sobre a criação da marca coletiva, este trabalho buscou descrever os usos de plantas para a confecção deste artesanato na comunidade Vila Coroca. Para tanto, utilizou-se de observação participante e entrevistas abertas. São utilizadas até sete espécies de plantas no processo de confecção dos Trançados do
Arapiuns, sendo duas delas como fonte de palha e cinco, de pigmentos para tingimento das palhas. As matérias-primas são provenientes dos quintais e/ou das matas próximas à comunidade e são preparadas nas casas das artesãs/artesão através de retirada de espinhos e secagem sob sol, além umidificação por sereno noturno. Para o tingimento das palhas, essas são fervidas juntamente com as partes vegetais responsáveis pelas colorações. A tessitura dos fios de palha varia de acordo com os gostos e as habilidades de cada artesã/artesão, e com o tipo de trançado e produto final almejado. Por fim, observou-se que, para a produção dos Trançados do Arapiuns, o uso das plantas está entrelaçado com uma variedade de elementos ecológicos, climáticos e culturais, imprescindíveis para a produção dos mesmos.