Miguel Aparicio | Universidade Federal do Oeste do Pará (original) (raw)

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Papers by Miguel Aparicio

Research paper thumbnail of Contre-domestication dans l'Amazonie des peuples indigènes: la botanique de la précaution

In: Voix végétales : diversité, résistances et histoires de la forêt (IRD), 2024

Research paper thumbnail of Crónicas del catolicismo cauchero: las «desobrigas» de fray Isidoro Irigoyen con indígenas del Purús (1938-1968, Amazonas, Brasil)

Iberoamericana, 2022

After an overview through the processes of implantation of missionary structures among Amazonian ... more After an overview through the processes of implantation of missionary structures among Amazonian populations, this article directs attention to the process of establishment of the Catholic Church in the Purus basin (Amazonas, Brazil) and its consolidation at the beginning of the 20th century, in the middle of the rubber crisis. In this trajectory of interactions between missionary activities and indigenous populations, the figure of the Spanish religious Isidoro Irigoyen, who worked in the region for 30 years (1938-1968), stands out during the socalled "Second Rubber Boom" and the subsequent decline of the Amazonian rubber market. The access to his diaries and reports on desobrigas -catechizing expeditions of indigenous and riverine people in the inner rainforest communities-, together with the reading of ecclesial and journalistic records, lead us to some keys to understand the dynamics of Catholicism during the later rubber boom in the region of the Purus River.

Research paper thumbnail of Isolation As A Statement of Refusal: Indigenous Policies Against The Violence of The Brazilian State

Tipití: Journal of the Society for the Anthropology of Lowland South America, 2022

In: Difficulties in the Enforcement of Territorial Rights, Brazil, Tipití: Journal of the Society... more In: Difficulties in the Enforcement of Territorial Rights, Brazil, Tipití: Journal of the Society for the Anthropology of Lowland South America: Vol. 18: Iss. 1, Article 12, 143-147.

Research paper thumbnail of Isolamento Como Declaração de Recusa: Políticas Indígenas Contra A Violência do Estado Brasileiro

Tipití: Journal of the Society for the Anthropology of Lowland South America, 2022

In: Difficulties in the Enforcement of Territorial Rights, Brazil, Tipití: Journal of the Society... more In: Difficulties in the Enforcement of Territorial Rights, Brazil, Tipití: Journal of the Society for the Anthropology of Lowland South America: Vol. 18: Iss. 1, Article 13, 148-152.

Research paper thumbnail of Fundamentalismo misionero en la Amazonia indígena: trayectorias zo’é y suruwaha ante el giro ultraconservador brasileño

Mundo Amazónico, v. 13 (2) e101258, 2022

Based on an ethnography of the relationships between the Zo'é and the Suruwaha, people “in initia... more Based on an ethnography of the relationships between the Zo'é and the Suruwaha, people “in initial contact” in Brazilian Amazonia, with the missionary agencies that intervene in their territories, this article confronts the indigenous points of view with the evangelical discourses. For that purpose, special attention is given to the Zo'é perspective on missionaries and, conversely, an emphasis on the missionary perspective on the Suruwaha. The analysis combines information from the authors' ethnographic fieldwork with a study of the presuppositions and doctrinal framework of missionary action. By investigating the trajectories of prominent figures from the two evangelical institutions (New Tribes, JOCUM), the close connection of these agencies with the extreme right-wing movement of the current Brazilian government is revealed. From indigenous lands to government offices, missionary action emerges, along with the Armed Forces and agribusiness, as one of the axes of Bolsonaro’s mandate and its policy of backing down indigenous rights.

Research paper thumbnail of Indígenas que subvertem a velha divisão entre antropólogos e nativos

Nexo Políticas Públicas, 2021

Research paper thumbnail of Gerar, cuidar e manter a diversidade biológica – Manejo de fauna terrestre

Povos Tradicionais e Biodiversidade no Brasil. Contribuições dos povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais para a biodiversidade, políticas e ameaças, 2021

O estreito entrelaçamento entre os componentes da biodiversidade, o espaço territorial, o individ... more O estreito entrelaçamento entre os componentes da biodiversidade, o espaço territorial,
o individual e o coletivo, os conceitos e as práticas locais de bem-estar material e imaterial é ilustrado neste curto trecho. As complementaridades entre fauna e flora, silvestre e cultivado, alimentação e saúde, conservação e produção, encontram-se aqui intimamente combinadas. Os capítulos a seguir sobre as práticas dos povos indígenas e das comunidades locais em torno dos componentes da biodiversidade mostram o quanto o manejo da biodiversidade opera de forma integrada, e como sua fragmentação em áreas de conhecimento acadêmico distintas leva a impasses. São sistemas integrados de manejo da biodiversidade. No entanto, novas propostas de diálogo com as políticas públicas a partir dos conceitos que pautam formas de relacionamento com a biodiversidade elaboradas pelas populações locais ao longo de suas trajetórias emergem desses capítulos, longe de um modelo normativo globalizado [...].

Research paper thumbnail of Antisociológicas Arawá: modos de relación en Amazonia occidental

Revista de Antropología Social 30(1), 27-40 - Universidad Complutense de Madrid, 2021

La zona interfluvial situada entre las cuencas de los ríos Purús y Juruá, en la Amazonia occident... more La zona interfluvial situada entre las cuencas de los ríos Purús y Juruá, en la Amazonia occidental brasileña, se ha caracterizado por la baja densidad de investigaciones históricas, arqueológicas y lingüísticas. En ella se concentra un circuito de pueblos indígenas que integran la familia lingüística Arawá y que, durante los últimos 15 años, han constituido el centro de atención de nuevas etnografías. Este artículo desarrolla un cruzamiento entre los análisis de investigaciones antropológicas recientes en esta región y los resultados del trabajo etnográfico de campo junto a dos grupos del conjunto Arawá: los Banawá y los Suruwaha, con foco especial en los procesos de constitución de colectivos. Sus formas de socialidad manifiestan una especie de inconformidad con las fronteras étnicas, con movimientos de resistencia a morfologías sociales o delimitaciones sociológicas estables. Los Arawá desarrollan un cromatismo en sus relaciones que nos conduce a reconocer en ellos una antisociología de las relaciones-entre-si más que un conjunto de grupos étnicos sólidamente constituidos.

Research paper thumbnail of A autora das sementes de acácia_Ursula Le Guin

As mensagens foram encontradas escritas na exsudação de glândula de toque em sementes de acácia d... more As mensagens foram encontradas escritas na exsudação de glândula de toque em sementes de acácia degerminadas colocadas em fileiras no final de um túnel estreito e sinuoso que sai de um dos níveis mais profundos da colônia. Foi o arranjo ordenado das sementes que primeiro chamou a atenção do investigador. As mensagens são fragmentárias e a tradução aproximada e altamente interpretativa; mas o texto parece digno de interesse, pelo menos por sua notável falta de semelhança com quaisquer outros textos de Formigas conhecidos por nós. Sementes 1-13 [Eu] não tocar[ei] nas antenas. [Eu] não [vou] acariciar. [Vou] gastar nas sementes secas a doçura de [minha] alma. Podem ser encontradas quando [eu estiver] morta/o. Toque nesta madeira seca! [Eu] chamo! [Eu] estou aqui! Alternativamente, esta passagem pode ser lida: [Não] toque nas antenas. [Não] acaricie. Gaste nas sementes secas a doçura de [sua] alma. [Outros] podem encontrá-las quando [você estiver] morta/o. Toque nesta madeira seca! Chame: [estou] aqui! Nenhum dialeto conhecido de Formiga emprega qualquer pessoa verbal, exceto a terceira pessoa do singular e plural e a primeira pessoa 1Tradução do original: "The author of the acacia seeds". In: The unreal and the real II (outer space, inner lands).

Research paper thumbnail of O desafio de implementar e consolidar um Programa de Pós-Graduação em Ciências da Sociedade no Oeste do Pará

Luciana Gonçalves de Carvalho; Miguel Aparicio; Rubens Elias da Silva (Orgs.). Ciências e Sociedade: Diálogos Interdisciplinares na Amazônia (vol. I). Sociedades Locais: Memórias e Expressões, Coletividades e Políticas, 2021

UFOPA - Programa de Pós-graduação em Ciências da Sociedade. ISBN 978-65-5889-105-5 - DOI 10.46898... more UFOPA - Programa de Pós-graduação em Ciências da Sociedade. ISBN 978-65-5889-105-5 - DOI 10.46898/rfb.9786558891055 - Editora Rfb

Research paper thumbnail of Contradomesticação na Amazônia indígena: a botânica da precaução

Vozes vegetais: Diversidade, resistências e histórias da floresta, 2020

In: "Vozes Vegetais: Diversidade, resistências e histórias da floresta" (Orgs.: Joana Cabral de O... more In: "Vozes Vegetais: Diversidade, resistências e histórias da floresta" (Orgs.: Joana Cabral de Oliveira; Marta Amoroso; Ana Gabriela Morim de Lima; Karen Shiratori; Stelio Marras; Laure Emperaire,). Ubu - IRD Editions, São Paulo 2020 - ISBN 978 65 86497 23 6

Research paper thumbnail of Proteção e isolamento em perspectiva | Médio Purus - Madeira

Proteção e isolamento em perspectiva: experiências do projeto proteção etnoambiental de povos indígenas isolados e de recente contato na Amazônia, 2020

“Médio Purus – Madeira”, In: Conrado Rodrigo Octavio, Maria Emilia Coelho, Victor Alcântara e Sil... more “Médio Purus – Madeira”, In: Conrado Rodrigo Octavio, Maria Emilia Coelho, Victor Alcântara e Silva (Orgs.). Proteção e isolamento em perspectiva: experiências do projeto proteção etnoambiental de povos indígenas isolados e de recente contato na Amazônia. 1ª. Edição. Brasília, Centro de Trabalho Indigenista, 2020 - ISBN 978-65-992926-0-6

Research paper thumbnail of Lévi-Strauss: O conceito de primitividade (tradução)

Amazônica - Revista de Antropologia, v. 12, n. 1, 2020

Este texto é uma versão editada do discurso que Lévi-Strauss emitiu ao receber a Medalha e o Prêm... more Este texto é uma versão editada do discurso que Lévi-Strauss emitiu ao receber a Medalha e o Prêmio do Fundo Viking, no dia 8 de abril de 1966, no Centro de Educação Continuada da Universidade de Chicago, durante a realização do Simpósio “Man the Hunter”. O Simpósio, organizado por Richard Lee e Irven DeVore, foi considerado um dos momentos mais significativos na trajetória da Ecologia Cultural, e contou com a participação de nomes expressivos da antropologia da época, tais como Julian Steward, George Peter Murdock e Marshall Sahlins. As apresentações do Simpósio, entre as quais consta o discurso de Lévi-Strauss, foram compiladas na coletânea de mesmo nome, editada por Lee e DeVore, publicada por Aldine De Gruyter em 1968.

Research paper thumbnail of A infecção dos rios Amazonas e Tapajós: olhares em confinamento de estudantes de antropologia em Santarém (Brasil)

Mundo Amazónico, 2020

Abstract - This paper turned up as a kind of “patched ethnography” in which a group of anthropolo... more Abstract - This paper turned up as a kind of “patched ethnography” in which a group of anthropology students and their professor at the Federal University of Western Pará, in Brazilian Amazonia, tried to overcome the barriers of confinement and interlocked their views on the Covid-19 pandemic. Inspired by common readings they did during the classes before the suspension of university activities, these reflections, emerged by the Amazon and Tapajos rivers, twine this experience of collaborative writing, when the novel coronavirus erupts precisely in one of the most exacerbated moments of aggression to the Amazonian rainforest and its inhabitants.

Research paper thumbnail of Itinerários vegetais, ou da inconstância da aldeia banawá

Maloca - Revista de Estudos Indígenas, 2020

As transformações vividas pelos Banawá (Arawá, Purus) nas últimas décadas remetem a um movimento ... more As transformações vividas pelos Banawá (Arawá, Purus) nas últimas décadas remetem a um movimento em que as figuras de alteridade, sejam elas vegetais ou humanas, produzem uma oscilação constante entre a itinerância e a estabilidade. Incapazes de serem confinados na condição de "nômades" ou de "sedentários", os Banawá desenvolvem práticas que também não se circunscrevem ao que convencionalmente se conhece como "caça e coleta", por um lado, ou "agricultura", por outro. Um olhar atento sobre a mitologia e sobre as relações com a floresta revelam que os processos de "perda da agricultura", ou de retomada, alternância ou incorporação, se constituem como escolhas políticas. Nesse sentido, aldeia, roça e floresta não expressam tanto geografias da permanência ou da mudança, mas topologias inspiradas na inconstância da vida coletiva.
The transformations experienced by the Banawá (Arawá, Purus) in the last decades refer to a movement in which the figures of otherness, whether vegetable or human, produce a constant oscillation between itinerancy and stability. Unable to reduce themselves to the condition of "nomad" or "sedentary", the Banawá develop practices that are also not limited to what is conventionally known as "hunting and gathering", on the one hand, or "agriculture", on the other. A close look at mythology and relations with the forest reveals that the processes of "loss of agriculture", or of resumption, alternation or incorporation, constitute political choices. In this sense, village, gardens and forest do not express so much a geography of permanence or change, but topologies inspired by the inconstancy of collective life.

Research paper thumbnail of A planta da raiva. Timbó e envenenamento nos Suruwaha do Purus

In: LABATE, Beatriz Caiuby; GOULART, Sandra Lucia (Orgs.). O uso de plantas psicoativas nas Améri... more In: LABATE, Beatriz Caiuby; GOULART, Sandra Lucia (Orgs.). O uso de plantas psicoativas nas Américas. Rio de Janeiro: Gramma/NEIP, 2019. 372 p. ISBN 978-85-5968-602-9. e-ISBN 978-85-5968-601-2.

Research paper thumbnail of A explosão do olhar: do tabaco nos Arawa do rio Purus

Mana. Estudos de Antropologia Social, Jun 30, 2017

In Arawan mythology, tobacco is conceived “in an aquatic key”, while the presence of this plant i... more In Arawan mythology, tobacco is conceived “in an aquatic key”, while the presence of this plant in everyday life paradoxically shows a movement “in a flaming key”. For indigenous groups inhabiting the Purus river, tobacco and poisons, reveal a genuine chromaticism within the framework of the "regressive mythology" that Lévi-Strauss found in other Amerindian contexts. In Arawan narratives, tobacco is perceived as food, but its emetic, narcotic and toxic effects allow it to be considered an “antifood”. Tobacco and poisons operate an inverse logic that turns prey into the predator of their predators. Shamanism enables a dangerous approach to alterity through poisons, by associating tobacco with the curare of arrows, the poison of snakes, and the fish poison timbó. In Arawan myths (Suruwaha, Banawa, Deni ...), the chromaticism of the shaman’s poison upsets the difference between prey and predator, reversing the unstable order of the cosmos.

Research paper thumbnail of Um mundo sem animais, ou a rota da nossa desconexão

Campos - Revista de Antropologia Social, vol. 17 (1) 2016, pp. 65-77, 2017

No tempo do Antropoceno, uma nova excepcionalidade humana emerge de forma critica: não aquela que... more No tempo do Antropoceno, uma nova excepcionalidade humana emerge de forma critica: não aquela que atribui aos humanos uma condição de excelência, mas a que nos torna capazes de alterar o equilíbrio termodinâmico do planeta. De forma disruptiva, os humanos constituem vetor de mudanças irreversíveis. Os animais da terra estão entre os seres mais atingidos por estas transformações, com espécies extinguindo-se numa escala inédita. O desaparecimento de espécies animais levanta perguntas definitivas sobre a nossa própria condição. Este ensaio estabelece um diálogo entre o pensamento de Derrida, Agamben, Haraway e Despret e o pensamento de povos indígenas da Amazônia ocidental. Estas filosofias críticas, que insistem no caráter intersubjetivo da conexão entre humanos e animais, sintonizam com as mitologias e cosmopraxis amazônicas. As concepções indígenas acrescentam um conteúdo novo a ideia de Antropoceno: a extinção acelerada de animais no planeta aponta para a condição desconectada dos humanos, iludidos na possibilidade de um mundo sem animais.

Research paper thumbnail of «Jesús tomó timbó»: equívocos misioneros en torno al suicidio Suruwaha

In: CAMPO, Lorena – APARICIO, Miguel. Etnografías del suicidio en América del Sur. Quito, Editorial Universitaria Abya Yala, p. 205-228., 2017

En los Suruwaha, pueblo indígena de la cuenca del río Purús (Amazonía occidental, Brasil), la inc... more En los Suruwaha, pueblo indígena de la cuenca del río Purús (Amazonía occidental, Brasil), la incidencia de suicidio por envenenamiento con timbó (una especie de barbasco de uso tradicionalmente piscicida) ha crecido de forma inédita durante las últimas generaciones, y desafía la comprensión que de este fenómeno tienen indigenistas, agentes gubernamentales, misioneros y antropólogos. Este texto analiza algunos elementos del “programa de combate al suicidio” propuesto por la misión fundamentalista JOCUM (“Jóvenes Con Una Misión”), y detecta las equivocaciones de una teología que instaura una
analogía confusa entre algunos principios del cristianismo y de la “religión” suruwaha. Según la doctrina de los misioneros, la muerte de Jesús puede entenderse como suicidio con timbó, y libra a los Suruwaha de persistir en esta práctica. Los Suruwaha, que a lo largo de las últimas generaciones se conciben como kunaha bahi, “presas del veneno”, se transforman ahora, según la perspectiva misionera, en Jasiuwa bahi, “presas de Dios”.

Research paper thumbnail of Etnografia das Redes Indígenas no Médio Purus

In: MENDES DOS SANTOS, Gilton - APARICIO, Miguel (orgs.), Redes Arawa. Ensaios de Etnologia do Médio Purus, Manaus: Editora da Universidade Federal do Amazonas - EDUA, 2016, pp. 7-18

Research paper thumbnail of Contre-domestication dans l'Amazonie des peuples indigènes: la botanique de la précaution

In: Voix végétales : diversité, résistances et histoires de la forêt (IRD), 2024

Research paper thumbnail of Crónicas del catolicismo cauchero: las «desobrigas» de fray Isidoro Irigoyen con indígenas del Purús (1938-1968, Amazonas, Brasil)

Iberoamericana, 2022

After an overview through the processes of implantation of missionary structures among Amazonian ... more After an overview through the processes of implantation of missionary structures among Amazonian populations, this article directs attention to the process of establishment of the Catholic Church in the Purus basin (Amazonas, Brazil) and its consolidation at the beginning of the 20th century, in the middle of the rubber crisis. In this trajectory of interactions between missionary activities and indigenous populations, the figure of the Spanish religious Isidoro Irigoyen, who worked in the region for 30 years (1938-1968), stands out during the socalled "Second Rubber Boom" and the subsequent decline of the Amazonian rubber market. The access to his diaries and reports on desobrigas -catechizing expeditions of indigenous and riverine people in the inner rainforest communities-, together with the reading of ecclesial and journalistic records, lead us to some keys to understand the dynamics of Catholicism during the later rubber boom in the region of the Purus River.

Research paper thumbnail of Isolation As A Statement of Refusal: Indigenous Policies Against The Violence of The Brazilian State

Tipití: Journal of the Society for the Anthropology of Lowland South America, 2022

In: Difficulties in the Enforcement of Territorial Rights, Brazil, Tipití: Journal of the Society... more In: Difficulties in the Enforcement of Territorial Rights, Brazil, Tipití: Journal of the Society for the Anthropology of Lowland South America: Vol. 18: Iss. 1, Article 12, 143-147.

Research paper thumbnail of Isolamento Como Declaração de Recusa: Políticas Indígenas Contra A Violência do Estado Brasileiro

Tipití: Journal of the Society for the Anthropology of Lowland South America, 2022

In: Difficulties in the Enforcement of Territorial Rights, Brazil, Tipití: Journal of the Society... more In: Difficulties in the Enforcement of Territorial Rights, Brazil, Tipití: Journal of the Society for the Anthropology of Lowland South America: Vol. 18: Iss. 1, Article 13, 148-152.

Research paper thumbnail of Fundamentalismo misionero en la Amazonia indígena: trayectorias zo’é y suruwaha ante el giro ultraconservador brasileño

Mundo Amazónico, v. 13 (2) e101258, 2022

Based on an ethnography of the relationships between the Zo'é and the Suruwaha, people “in initia... more Based on an ethnography of the relationships between the Zo'é and the Suruwaha, people “in initial contact” in Brazilian Amazonia, with the missionary agencies that intervene in their territories, this article confronts the indigenous points of view with the evangelical discourses. For that purpose, special attention is given to the Zo'é perspective on missionaries and, conversely, an emphasis on the missionary perspective on the Suruwaha. The analysis combines information from the authors' ethnographic fieldwork with a study of the presuppositions and doctrinal framework of missionary action. By investigating the trajectories of prominent figures from the two evangelical institutions (New Tribes, JOCUM), the close connection of these agencies with the extreme right-wing movement of the current Brazilian government is revealed. From indigenous lands to government offices, missionary action emerges, along with the Armed Forces and agribusiness, as one of the axes of Bolsonaro’s mandate and its policy of backing down indigenous rights.

Research paper thumbnail of Indígenas que subvertem a velha divisão entre antropólogos e nativos

Nexo Políticas Públicas, 2021

Research paper thumbnail of Gerar, cuidar e manter a diversidade biológica – Manejo de fauna terrestre

Povos Tradicionais e Biodiversidade no Brasil. Contribuições dos povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais para a biodiversidade, políticas e ameaças, 2021

O estreito entrelaçamento entre os componentes da biodiversidade, o espaço territorial, o individ... more O estreito entrelaçamento entre os componentes da biodiversidade, o espaço territorial,
o individual e o coletivo, os conceitos e as práticas locais de bem-estar material e imaterial é ilustrado neste curto trecho. As complementaridades entre fauna e flora, silvestre e cultivado, alimentação e saúde, conservação e produção, encontram-se aqui intimamente combinadas. Os capítulos a seguir sobre as práticas dos povos indígenas e das comunidades locais em torno dos componentes da biodiversidade mostram o quanto o manejo da biodiversidade opera de forma integrada, e como sua fragmentação em áreas de conhecimento acadêmico distintas leva a impasses. São sistemas integrados de manejo da biodiversidade. No entanto, novas propostas de diálogo com as políticas públicas a partir dos conceitos que pautam formas de relacionamento com a biodiversidade elaboradas pelas populações locais ao longo de suas trajetórias emergem desses capítulos, longe de um modelo normativo globalizado [...].

Research paper thumbnail of Antisociológicas Arawá: modos de relación en Amazonia occidental

Revista de Antropología Social 30(1), 27-40 - Universidad Complutense de Madrid, 2021

La zona interfluvial situada entre las cuencas de los ríos Purús y Juruá, en la Amazonia occident... more La zona interfluvial situada entre las cuencas de los ríos Purús y Juruá, en la Amazonia occidental brasileña, se ha caracterizado por la baja densidad de investigaciones históricas, arqueológicas y lingüísticas. En ella se concentra un circuito de pueblos indígenas que integran la familia lingüística Arawá y que, durante los últimos 15 años, han constituido el centro de atención de nuevas etnografías. Este artículo desarrolla un cruzamiento entre los análisis de investigaciones antropológicas recientes en esta región y los resultados del trabajo etnográfico de campo junto a dos grupos del conjunto Arawá: los Banawá y los Suruwaha, con foco especial en los procesos de constitución de colectivos. Sus formas de socialidad manifiestan una especie de inconformidad con las fronteras étnicas, con movimientos de resistencia a morfologías sociales o delimitaciones sociológicas estables. Los Arawá desarrollan un cromatismo en sus relaciones que nos conduce a reconocer en ellos una antisociología de las relaciones-entre-si más que un conjunto de grupos étnicos sólidamente constituidos.

Research paper thumbnail of A autora das sementes de acácia_Ursula Le Guin

As mensagens foram encontradas escritas na exsudação de glândula de toque em sementes de acácia d... more As mensagens foram encontradas escritas na exsudação de glândula de toque em sementes de acácia degerminadas colocadas em fileiras no final de um túnel estreito e sinuoso que sai de um dos níveis mais profundos da colônia. Foi o arranjo ordenado das sementes que primeiro chamou a atenção do investigador. As mensagens são fragmentárias e a tradução aproximada e altamente interpretativa; mas o texto parece digno de interesse, pelo menos por sua notável falta de semelhança com quaisquer outros textos de Formigas conhecidos por nós. Sementes 1-13 [Eu] não tocar[ei] nas antenas. [Eu] não [vou] acariciar. [Vou] gastar nas sementes secas a doçura de [minha] alma. Podem ser encontradas quando [eu estiver] morta/o. Toque nesta madeira seca! [Eu] chamo! [Eu] estou aqui! Alternativamente, esta passagem pode ser lida: [Não] toque nas antenas. [Não] acaricie. Gaste nas sementes secas a doçura de [sua] alma. [Outros] podem encontrá-las quando [você estiver] morta/o. Toque nesta madeira seca! Chame: [estou] aqui! Nenhum dialeto conhecido de Formiga emprega qualquer pessoa verbal, exceto a terceira pessoa do singular e plural e a primeira pessoa 1Tradução do original: "The author of the acacia seeds". In: The unreal and the real II (outer space, inner lands).

Research paper thumbnail of O desafio de implementar e consolidar um Programa de Pós-Graduação em Ciências da Sociedade no Oeste do Pará

Luciana Gonçalves de Carvalho; Miguel Aparicio; Rubens Elias da Silva (Orgs.). Ciências e Sociedade: Diálogos Interdisciplinares na Amazônia (vol. I). Sociedades Locais: Memórias e Expressões, Coletividades e Políticas, 2021

UFOPA - Programa de Pós-graduação em Ciências da Sociedade. ISBN 978-65-5889-105-5 - DOI 10.46898... more UFOPA - Programa de Pós-graduação em Ciências da Sociedade. ISBN 978-65-5889-105-5 - DOI 10.46898/rfb.9786558891055 - Editora Rfb

Research paper thumbnail of Contradomesticação na Amazônia indígena: a botânica da precaução

Vozes vegetais: Diversidade, resistências e histórias da floresta, 2020

In: "Vozes Vegetais: Diversidade, resistências e histórias da floresta" (Orgs.: Joana Cabral de O... more In: "Vozes Vegetais: Diversidade, resistências e histórias da floresta" (Orgs.: Joana Cabral de Oliveira; Marta Amoroso; Ana Gabriela Morim de Lima; Karen Shiratori; Stelio Marras; Laure Emperaire,). Ubu - IRD Editions, São Paulo 2020 - ISBN 978 65 86497 23 6

Research paper thumbnail of Proteção e isolamento em perspectiva | Médio Purus - Madeira

Proteção e isolamento em perspectiva: experiências do projeto proteção etnoambiental de povos indígenas isolados e de recente contato na Amazônia, 2020

“Médio Purus – Madeira”, In: Conrado Rodrigo Octavio, Maria Emilia Coelho, Victor Alcântara e Sil... more “Médio Purus – Madeira”, In: Conrado Rodrigo Octavio, Maria Emilia Coelho, Victor Alcântara e Silva (Orgs.). Proteção e isolamento em perspectiva: experiências do projeto proteção etnoambiental de povos indígenas isolados e de recente contato na Amazônia. 1ª. Edição. Brasília, Centro de Trabalho Indigenista, 2020 - ISBN 978-65-992926-0-6

Research paper thumbnail of Lévi-Strauss: O conceito de primitividade (tradução)

Amazônica - Revista de Antropologia, v. 12, n. 1, 2020

Este texto é uma versão editada do discurso que Lévi-Strauss emitiu ao receber a Medalha e o Prêm... more Este texto é uma versão editada do discurso que Lévi-Strauss emitiu ao receber a Medalha e o Prêmio do Fundo Viking, no dia 8 de abril de 1966, no Centro de Educação Continuada da Universidade de Chicago, durante a realização do Simpósio “Man the Hunter”. O Simpósio, organizado por Richard Lee e Irven DeVore, foi considerado um dos momentos mais significativos na trajetória da Ecologia Cultural, e contou com a participação de nomes expressivos da antropologia da época, tais como Julian Steward, George Peter Murdock e Marshall Sahlins. As apresentações do Simpósio, entre as quais consta o discurso de Lévi-Strauss, foram compiladas na coletânea de mesmo nome, editada por Lee e DeVore, publicada por Aldine De Gruyter em 1968.

Research paper thumbnail of A infecção dos rios Amazonas e Tapajós: olhares em confinamento de estudantes de antropologia em Santarém (Brasil)

Mundo Amazónico, 2020

Abstract - This paper turned up as a kind of “patched ethnography” in which a group of anthropolo... more Abstract - This paper turned up as a kind of “patched ethnography” in which a group of anthropology students and their professor at the Federal University of Western Pará, in Brazilian Amazonia, tried to overcome the barriers of confinement and interlocked their views on the Covid-19 pandemic. Inspired by common readings they did during the classes before the suspension of university activities, these reflections, emerged by the Amazon and Tapajos rivers, twine this experience of collaborative writing, when the novel coronavirus erupts precisely in one of the most exacerbated moments of aggression to the Amazonian rainforest and its inhabitants.

Research paper thumbnail of Itinerários vegetais, ou da inconstância da aldeia banawá

Maloca - Revista de Estudos Indígenas, 2020

As transformações vividas pelos Banawá (Arawá, Purus) nas últimas décadas remetem a um movimento ... more As transformações vividas pelos Banawá (Arawá, Purus) nas últimas décadas remetem a um movimento em que as figuras de alteridade, sejam elas vegetais ou humanas, produzem uma oscilação constante entre a itinerância e a estabilidade. Incapazes de serem confinados na condição de "nômades" ou de "sedentários", os Banawá desenvolvem práticas que também não se circunscrevem ao que convencionalmente se conhece como "caça e coleta", por um lado, ou "agricultura", por outro. Um olhar atento sobre a mitologia e sobre as relações com a floresta revelam que os processos de "perda da agricultura", ou de retomada, alternância ou incorporação, se constituem como escolhas políticas. Nesse sentido, aldeia, roça e floresta não expressam tanto geografias da permanência ou da mudança, mas topologias inspiradas na inconstância da vida coletiva.
The transformations experienced by the Banawá (Arawá, Purus) in the last decades refer to a movement in which the figures of otherness, whether vegetable or human, produce a constant oscillation between itinerancy and stability. Unable to reduce themselves to the condition of "nomad" or "sedentary", the Banawá develop practices that are also not limited to what is conventionally known as "hunting and gathering", on the one hand, or "agriculture", on the other. A close look at mythology and relations with the forest reveals that the processes of "loss of agriculture", or of resumption, alternation or incorporation, constitute political choices. In this sense, village, gardens and forest do not express so much a geography of permanence or change, but topologies inspired by the inconstancy of collective life.

Research paper thumbnail of A planta da raiva. Timbó e envenenamento nos Suruwaha do Purus

In: LABATE, Beatriz Caiuby; GOULART, Sandra Lucia (Orgs.). O uso de plantas psicoativas nas Améri... more In: LABATE, Beatriz Caiuby; GOULART, Sandra Lucia (Orgs.). O uso de plantas psicoativas nas Américas. Rio de Janeiro: Gramma/NEIP, 2019. 372 p. ISBN 978-85-5968-602-9. e-ISBN 978-85-5968-601-2.

Research paper thumbnail of A explosão do olhar: do tabaco nos Arawa do rio Purus

Mana. Estudos de Antropologia Social, Jun 30, 2017

In Arawan mythology, tobacco is conceived “in an aquatic key”, while the presence of this plant i... more In Arawan mythology, tobacco is conceived “in an aquatic key”, while the presence of this plant in everyday life paradoxically shows a movement “in a flaming key”. For indigenous groups inhabiting the Purus river, tobacco and poisons, reveal a genuine chromaticism within the framework of the "regressive mythology" that Lévi-Strauss found in other Amerindian contexts. In Arawan narratives, tobacco is perceived as food, but its emetic, narcotic and toxic effects allow it to be considered an “antifood”. Tobacco and poisons operate an inverse logic that turns prey into the predator of their predators. Shamanism enables a dangerous approach to alterity through poisons, by associating tobacco with the curare of arrows, the poison of snakes, and the fish poison timbó. In Arawan myths (Suruwaha, Banawa, Deni ...), the chromaticism of the shaman’s poison upsets the difference between prey and predator, reversing the unstable order of the cosmos.

Research paper thumbnail of Um mundo sem animais, ou a rota da nossa desconexão

Campos - Revista de Antropologia Social, vol. 17 (1) 2016, pp. 65-77, 2017

No tempo do Antropoceno, uma nova excepcionalidade humana emerge de forma critica: não aquela que... more No tempo do Antropoceno, uma nova excepcionalidade humana emerge de forma critica: não aquela que atribui aos humanos uma condição de excelência, mas a que nos torna capazes de alterar o equilíbrio termodinâmico do planeta. De forma disruptiva, os humanos constituem vetor de mudanças irreversíveis. Os animais da terra estão entre os seres mais atingidos por estas transformações, com espécies extinguindo-se numa escala inédita. O desaparecimento de espécies animais levanta perguntas definitivas sobre a nossa própria condição. Este ensaio estabelece um diálogo entre o pensamento de Derrida, Agamben, Haraway e Despret e o pensamento de povos indígenas da Amazônia ocidental. Estas filosofias críticas, que insistem no caráter intersubjetivo da conexão entre humanos e animais, sintonizam com as mitologias e cosmopraxis amazônicas. As concepções indígenas acrescentam um conteúdo novo a ideia de Antropoceno: a extinção acelerada de animais no planeta aponta para a condição desconectada dos humanos, iludidos na possibilidade de um mundo sem animais.

Research paper thumbnail of «Jesús tomó timbó»: equívocos misioneros en torno al suicidio Suruwaha

In: CAMPO, Lorena – APARICIO, Miguel. Etnografías del suicidio en América del Sur. Quito, Editorial Universitaria Abya Yala, p. 205-228., 2017

En los Suruwaha, pueblo indígena de la cuenca del río Purús (Amazonía occidental, Brasil), la inc... more En los Suruwaha, pueblo indígena de la cuenca del río Purús (Amazonía occidental, Brasil), la incidencia de suicidio por envenenamiento con timbó (una especie de barbasco de uso tradicionalmente piscicida) ha crecido de forma inédita durante las últimas generaciones, y desafía la comprensión que de este fenómeno tienen indigenistas, agentes gubernamentales, misioneros y antropólogos. Este texto analiza algunos elementos del “programa de combate al suicidio” propuesto por la misión fundamentalista JOCUM (“Jóvenes Con Una Misión”), y detecta las equivocaciones de una teología que instaura una
analogía confusa entre algunos principios del cristianismo y de la “religión” suruwaha. Según la doctrina de los misioneros, la muerte de Jesús puede entenderse como suicidio con timbó, y libra a los Suruwaha de persistir en esta práctica. Los Suruwaha, que a lo largo de las últimas generaciones se conciben como kunaha bahi, “presas del veneno”, se transforman ahora, según la perspectiva misionera, en Jasiuwa bahi, “presas de Dios”.

Research paper thumbnail of Etnografia das Redes Indígenas no Médio Purus

In: MENDES DOS SANTOS, Gilton - APARICIO, Miguel (orgs.), Redes Arawa. Ensaios de Etnologia do Médio Purus, Manaus: Editora da Universidade Federal do Amazonas - EDUA, 2016, pp. 7-18

Research paper thumbnail of Alquimia na floresta: os Suruwaha e os venenos

Museu do Índio - Funai, 2023

"É com satisfação que retomamos, em 2023, a política editorial do Museu do Índio/FUNAI, órgão cie... more "É com satisfação que retomamos, em 2023, a política editorial do Museu do Índio/FUNAI, órgão científico-cultural localizado no Rio de Janeiro e que completa 70 anos de existência como uma das principais instituições de pesquisa e divulgação das culturas indígenas do Brasil. Com a edição deste catálogo acerca dos conhecimentos tradicionais do povo Suruwaha sobre plantas e venenos por eles utilizados, a instituição oferece ao público o resultado de um dos projetos de documentação cultural realizados em parceria com a UNESCO. Com base em um minucioso trabalho interdisciplinar e que envolveu a comunidade em uma série de encontros e oficinas promovidos desde 2018 na Terra Indígena Zuruahã, no estado do Amazonas, esse projeto resultou em centenas de registros fotográficos e audiovisuais e no conteúdo de exposição virtual a ser brevemente lançada pela instituição. Assim, esperamos que esta e outras publicações a serem lançadas pelo Museu do Índio/FUNAI possam contribuir para a valorização e ampliação do conhecimento sobre o patrimônio cultural dos povos indígenas, favorecendo ainda a sua preservação e reconhecimento como parte importante da diversidade cultural brasileira." – JOENIA WAPICHANA, Presidenta da Funai

Research paper thumbnail of Etnografías del suicidio en América del Sur

Editorial Universitaria Abya Yala, 2017

Research paper thumbnail of Redes Arawa. Ensaios de etnologia do Médio Purus

Research paper thumbnail of Presas del Veneno. Cosmopolítica y Transformaciones Suruwaha

Editorial Universitaria Abya Yala, 2015

Research paper thumbnail of A relação banawá. Socialidade e transformação nos Arawá do Purus

Tese de doutorado. Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Museu Nacional, 2019. Orient... more Tese de doutorado. Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Museu Nacional, 2019. Orientador: Eduardo Viveiros de Castro

Research paper thumbnail of Cestos para fazer flechas, flechas para andar no mundo - Resenha de: Prudente, Hugo. 2019. Potuwa pora kõ: o que se guarda no potuwa. Coleção Saberes Zo’é

R@U - Revista de Antropologia da UFSCar, 2020

Research paper thumbnail of Edgar Bolívar-Urueta: Reseña de Gilton Mendes dos Santos - Miguel Aparicio (orgs), "Redes Arawa: ensaios de etnologia do Médio Purus"

Mundo Amazónico (v.10, n. 2, p. 184-187,. ISSN electrónico 2145-5082. ISSN impreso 2145-5074), 2019

Research paper thumbnail of Mª Isabel Cardozo Bueno: Resenha de M. Aparicio, "Presas del Veneno: Cosmopolítica y Transformaciones Suruwaha"

Campos - Revista de Antropologia (v.19, n.2), 2018

Research paper thumbnail of Íris M. Araújo: Resenha de L. Campo - M. Aparicio (orgs.), "Etnografías del suicidio en América del Sur"

Anuário Antropológico (UnB), 2018

O livro, organizado por Lorena Campo Aráuz (Universidade Politécnica Salesiana, Equador) e Miguel... more O livro, organizado por Lorena Campo Aráuz (Universidade Politécnica Salesiana, Equador) e Miguel Aparicio (Universidade Federal do Oeste do Pará), reúne doze artigos que abordam o suicídio entre populações ameríndias ou de origem ameríndia no subcontinente. Assentado na pesquisa etnográfica, seu intuito é conferir visibilidade ao tipo de análise sobre o tema que valoriza a experiência e a reflexão desses grupos, o que implica levar em conta também as relações que estabelecem com outros coletivos de seus socius. Do conjunto de autores, nove são de instituições brasileiras e realizam suas investigações entre grupos indígenas que vivem no país, enquanto os demais tra-balham no exterior e investigam populações que habitam Peru, Equador e a fron-teira entre Colômbia e Venezuela. A busca por parcerias que realizem trânsitos entre a antropologia praticada no Brasil e alhures é bem-vinda: na coletânea, tal aposta reverbera sua publicação no exterior e no formato bilíngue – os textos encontram-se em português ou espanhol – que ela acabou por adquirir. O primeiro capítulo, de Ernst Halbmayer (Universidade de Margburg, Alemanha), foi publicado originalmente em 2008 em Curare, periódico da Asso-ciação Alemã de Antropologia Médica, e faz as vezes de introdução ao livro. O autor sintetiza as principais etnografias realizadas sobre o tema – efetivadas entre sete populações indígenas, e que inclui sua própria pesquisa junto aos Yukpa da Serra Perijá, na divisa entre Colômbia e Venezuela – e as confronta com teorias sociológicas e psicológicas. Os achados empíricos apontam para a facilidade com que indivíduos ativos cometem suicídio. Assim, não é possível corroborar a explicação de que o ato resulte da desintegração cultural ou do sof-rimento existencial. Ademais, em parte desses grupos, as mortes já aconteciam antes do estabelecimento de relações com não indígenas. Por isso, não se pode reduzir o fenômeno à perda de autonomia dessas populações.

Research paper thumbnail of Wolfgang Kapfhammer: Review of Miguel Aparicio, "Presas del Veneno: Cosmopolítica y transformaciones Suruwaha (Amazonia occidental)"

Research paper thumbnail of Hacia una teoría etnográfica de la contradomesticación. Criticas amerindias al concepto de floresta antropogenica

Simposio aceptado en el XVI Congreso de la Sociedad Internacional de Etnobiologia- Belem do Pará... more Simposio aceptado en el XVI Congreso de la Sociedad Internacional de Etnobiologia- Belem do Pará 7 al 10 de agosto de 2018. Envío de resúmenes hasta el 15 de abril

Para uma teoria etnográfica da contradomesticação.
Criticas ameríndias ao conceito de floresta antropogênica

Nos últimos anos diferentes linhas de pesquisa interessadas nas relações entre pessoas e plantas, tanto no passado quanto presente, têm focado na identificação e caracterização de práticas de manejo que ampliam ou revisam a domesticação no seu sentido mais estrito e clássico. Estas linhas de investigação cresceram com o tempo, propondo um gradiente que parte da domesticação, passa pela presença de plantas semidomesticadas, formas de cultivo sem domesticação, práticas de manejo agroflorestais ou silvopastoris, criação de florestas antropogênicas, instauração de novos nichos ecológicos, ao mesmo tempo que propõem a presença de diversas práticas e processos como os de familiarização. Apesar desta diversificação nos modos de entender e classificar os vínculos entre sociedades humanas e seu entorno ‘natural’, as experiências etnográficas com diversos grupos ameríndios expressam uma realidade distinta que as categorias e abordagens antes mencionadas não conseguem abranger plenamente. Neste sentido podemos considerar que nos mundos nativos, o papel que cumprem as plantas e outras entidades ‘naturais’ é muito mais ativo em relação à realidade humana do que se assume nos estudos de domesticação e manejo. Não nos referimos às relações de “dependência mútua” entre pessoas e plantas, nem o tão falado “nós domesticamos à natureza tanto quanto ela nos domestica”. Um aprofundamento nas realidades indígenas de nosso continente nos leva a considerar bases ontológicas muito diferentes que sustentam um mundo no qual os modos de relacionalidade e as formas de alteridade resultam radicalmente distintas das que se concebem no ocidente moderno.
Considerando tudo isso, este simpósio propõe refletir acerca da possibilidade de uma teoria etnográfica da contradomesticação, explorando registros etnográficos ameríndios nos quais se debatam lógicas nativas que nos permitam considerar as potencialidades críticas de uma teoria reversa da domesticação. Pesquisas recentes já indicam a insuficiência do conceito de domesticação, e propõem novos rumos: Haraway (2003), Tsing (2012), Van Dooren (2012), Cabral de Oliveira (2016), Arruda Campos (2016), Fausto e Neves (2017), Morim de Lima (2017), entre outros. Gerar teoria etnográfica levando a sério teorias nativas implica uma relação simétrica com outras epistemologias e ontologias, sem que nenhum de seus componentes seja estrategicamente silenciado, negado ou subalternizado.
O simpósio convida a um debate aberto entre todos os que se sintam involucrados na temática proposta para o encontro, seja a partir de pesquisas que aprofundam teorias nativas, etnográficas ou académicas clássicas. Neste sentido, propomos um diálogo entre pesquisas nos campos da ecologia histórica, da etnobotânica, da etnologia, da arqueologia e outras áreas de estudo das relações entre humanos e plantas. Levando em conta a centralidade do conceito em nossa ontologia moderna, consideramos que a pluralidade de olhares será essencial para poder refletir sobre os debates atuais vinculados a temáticas e políticas que se sustentam na ideia de domesticação, como, por exemplo, manejo ambiental e sustentabilidade, conservação da diversidade biológica e luta pela persistência y autodeterminação dos territórios indígenas.

Towards an ethnographic theory of contradomestication.
Amerindian critics to the concept of anthropogenic forest

Since several years ago different research projects interested in past and present relations between people and plants have inquired into the identification and characterization of management practices that could broaden or tinge domestication in its more classic and strict sense. These research interests have grown through time proposing a gradient which departs from domestication, goes through the presence of semi domesticated plants, non-domestication cultivation, agroforestry or silvopastoral management practices, the creation of anthropogenic forest or the instauration of new ecological niches, proposing at the same time different practices and processes such as familiarization. Despite this diversity in the understanding and classification of ties between human societies and their ‘natural’ environment, ethnographic experiences with several Amerindian groups point to very different situations which the approaches and categories mentioned before do not achieve to totally embrace. Taking this into account we can consider that in native worlds the role played by plants and other ‘natural’ entities is much more active in relation to human reality that what is assumed in domestication and management studies. This is not the consideration of “mutual dependence” between plants and people, nor the famous “we have domesticated nature as much as it has domesticated us”. Going deeper in the indigenous realities of our continent makes us consider very different ontological bases which sustain the fundaments of a world where relational modalities and otherness forms are radically unlike than those funded in the ontology of modern occident.
Departing from the former ideas, this symposium proposes to reflect on the possibility of an ethnographic theory of contradomestication, exploring Amerindian ethnographic records where native logics are debated allowing us to consider the critical potentialities of a reverse theory of domestication. Recent researches already point at the insufficiency of the domestication concept and propose new pathways: Haraway (2003), Tsing (2012), Van Dooren (2012), Cabral de Oliveira (2016), Arruda Campos (2016), Fausto y Neves (2017), Morim de Lima (2017), among others. Generate ethnographic theory leading seriously native theories implies a symmetric relation with other epistemologies and ontologies, without any of their components being strategically silenced, denied or subalternized.
This symposium invites to an open debate among all those who feel involved in the thematic proposed, either if their researches are engaged with native, ethnographic or classical academic theories. In this sense, we propose a dialog among researchers of the fields of historical ecology, ethnobotany, ethnology, archaeology and other areas of research dealing with human-plants relations. Considering the centrality of the concept in our modern ontology, we understand that the plurality of approaches will be essential in order to reflect on contemporary debates linked to policies and thematic which are grounded in the domestication notion such as environmental management and sustainability, conservation of biological diversity and the struggle for the persistence and autodetermination of indigenous territories.