Ana Emília Klein | Universidade Federal do Rio Grande do Sul (original) (raw)
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Papers by Ana Emília Klein
Travessias: experiências de estágio, 2017
Anais do II Congresso Internacional de Ensino e Aprendizagens, VI Seminário Institucional do PIBID Univates e III Seminário Observatório da Educação Univates: formação de professores e educação básica, 2017
Migrações históricas e recentes, 2017
A figura do indígena é, ainda hoje, pouco explorada na literatura sul-riograndense se comparada à... more A figura do indígena é, ainda hoje, pouco explorada na literatura sul-riograndense se comparada às pesquisas em torno de outras etnias e culturas, como é o caso dos imigrantes alemães e italianos. No entanto, o índio está presente já nas primeiras manifestações literárias brasileiras, ou seja, desde A Carta, de Pero Vaz de Caminha, e outros cronistas da época. Vale ressaltar que, nessas obras, todavia, o índio era apenas referência, objeto de descrição dos viajantes. Já no século XVIII, através da poesia épica de Basílio da Gama, O Uraguai, o índio finalmente é personagem de uma narrativa. Porém, apenas Sepé Tiaraju, mesmo que romanceado, recebe voz, de modo que a cultura indígena não é retratada, de fato. Dessa forma, o indígena permaneceu como secundário na literatura, embora fosse usado pelos escritores para conferir beleza, misticismo e certo espírito de nacionalidade ao texto literário. A distorção e o apagamento da cultura indígena, portanto, aconteceram com frequência na literatura brasileira. Na tentativa de apresentar a origem do povo brasileiro, os escritores subverteram os costumes dos nativos, como é o caso de O guarani, de José de Alencar. Na obra, o autor retrata o índio com uma roupagem de cavaleiro medieval, herança do ideal europeu, que, por muito tempo, foi o centro da literatura no Brasil. Contudo, a obra de Erico Verissimo, O Tempo e o Vento, especialmente em O Continente, mostra uma visão mais próxima da realidade do indígena. O autor narra a formação da família Terra-Cambará, cuja base está em Pedro Missioneiro, índio mestiço que nasceu nos Sete Povos das Missões. Ao contrário de outros escritores, Verissimo soube fugir do estereótipo e do superficial, retratando um índio complexo, mais próximo da realidade. Diante disso, pretende-se verificar, na obra supramencionada, o modo como está representada a figura do indígena em relação ao processo de formação do estado do Rio Grande do Sul, tanto no que concerne à cultura quanto ao que se refere à força de trabalho. Além disso, será analisada a participação do índio na gênese do gaúcho.
Caderno de Programação e Resumos [do] XIII Seminário Nacional de Pesquisadores da História das Comunidades Teuro-Brasileiras, 2017
O indígena, ainda que exerça um papel imprescindível no processo de formação do Brasil, tem receb... more O indígena, ainda que exerça um papel imprescindível no processo de formação do Brasil, tem recebido pouca atenção dos estudiosos da literatura, principalmente no que se refere à arte literária no Rio Grande do
Sul. É comum, em muitas obras brasileiras, que os índios apareçam como secundários, com seus valores subvertidos pela cultura branca. Enquanto que, na literatura colonial, existe uma lógica exótico-ufanista, em que são ressaltadas as belezas das florestas tropicais e o estranhamento em relação aos costumes indígenas, no Romantismo surgem como personagens idealizadas, heróis nacionais, míticos. Nesse sentido, a proposta deste artigo é de analisar como Erico Verissimo retrata o indígena em sua obra O Tempo e o Vento, mais especificamente nos capítulos “A fonte” e “Ana Terra” do primeiro tomo, intitulado O Continente. Para isso, serão resgatados elementos da história da colonização do Rio Grande do Sul, em que o grupo Guarani se fez mais presente (LAROQUE, 2011), bem como da própria formação do gaúcho, além de breves considerações acerca do estudo do filósofo suíço Rousseau sobre a natureza humana, conhecido como o “mito do bom selvagem”. Com base no referencial e na análise das características e das relações de Sepé Tiaraju e de Pedro Missioneiro com as outras personagens da obra, foi possível verificar que os indígenas não são apenas objeto de descrição do autor; pelo contrário, possuem um papel de relevo na construção da narrativa, uma vez que constituem o início da família Terra-Cambará e, mais amplamente, retratam a primeira miscigenação do povo gaúcho.
Destaques acadêmicos, 2015
Este artigo pretende analisar a polifonia e os encadeamentos argumentativos presentes em Alice no... more Este artigo pretende analisar a polifonia e os encadeamentos argumentativos presentes em Alice no Pais das Maravilhas, com base em pesquisas desenvolvidas por Ducrot (1987), Carel e Ducrot (2005) e Ducrot e Carel (2013), que tem como ideia fundamental a argumentacao interna na lingua. Com o objetivo de verificar como se configuram a ironia e o genero nonsense a partir da combinacao entre os conceitos estudados na Teoria da Argumentacao na Lingua e na Teoria dos Blocos Semânticos, foram selecionados alguns trechos dessa obra de Lewis Carroll. As analises mostraram que o sentido dos enunciados pode ser compreendido de modo mais efetivo com a explicitacao das marcas linguisticas que os compoem e, tambem, com a confrontacao dos blocos semânticos.
Anais do V Seminário Institucional do PIBID Univates e III Simpósio Nacional sobre Docência na Educação Básica: ser professor: desafios e possibilidades, 2015
Anais da XIV Mostra de Ensino, Extensão e Pesquisa, 2012
Travessias: experiências de estágio, 2017
Anais do II Congresso Internacional de Ensino e Aprendizagens, VI Seminário Institucional do PIBID Univates e III Seminário Observatório da Educação Univates: formação de professores e educação básica, 2017
Migrações históricas e recentes, 2017
A figura do indígena é, ainda hoje, pouco explorada na literatura sul-riograndense se comparada à... more A figura do indígena é, ainda hoje, pouco explorada na literatura sul-riograndense se comparada às pesquisas em torno de outras etnias e culturas, como é o caso dos imigrantes alemães e italianos. No entanto, o índio está presente já nas primeiras manifestações literárias brasileiras, ou seja, desde A Carta, de Pero Vaz de Caminha, e outros cronistas da época. Vale ressaltar que, nessas obras, todavia, o índio era apenas referência, objeto de descrição dos viajantes. Já no século XVIII, através da poesia épica de Basílio da Gama, O Uraguai, o índio finalmente é personagem de uma narrativa. Porém, apenas Sepé Tiaraju, mesmo que romanceado, recebe voz, de modo que a cultura indígena não é retratada, de fato. Dessa forma, o indígena permaneceu como secundário na literatura, embora fosse usado pelos escritores para conferir beleza, misticismo e certo espírito de nacionalidade ao texto literário. A distorção e o apagamento da cultura indígena, portanto, aconteceram com frequência na literatura brasileira. Na tentativa de apresentar a origem do povo brasileiro, os escritores subverteram os costumes dos nativos, como é o caso de O guarani, de José de Alencar. Na obra, o autor retrata o índio com uma roupagem de cavaleiro medieval, herança do ideal europeu, que, por muito tempo, foi o centro da literatura no Brasil. Contudo, a obra de Erico Verissimo, O Tempo e o Vento, especialmente em O Continente, mostra uma visão mais próxima da realidade do indígena. O autor narra a formação da família Terra-Cambará, cuja base está em Pedro Missioneiro, índio mestiço que nasceu nos Sete Povos das Missões. Ao contrário de outros escritores, Verissimo soube fugir do estereótipo e do superficial, retratando um índio complexo, mais próximo da realidade. Diante disso, pretende-se verificar, na obra supramencionada, o modo como está representada a figura do indígena em relação ao processo de formação do estado do Rio Grande do Sul, tanto no que concerne à cultura quanto ao que se refere à força de trabalho. Além disso, será analisada a participação do índio na gênese do gaúcho.
Caderno de Programação e Resumos [do] XIII Seminário Nacional de Pesquisadores da História das Comunidades Teuro-Brasileiras, 2017
O indígena, ainda que exerça um papel imprescindível no processo de formação do Brasil, tem receb... more O indígena, ainda que exerça um papel imprescindível no processo de formação do Brasil, tem recebido pouca atenção dos estudiosos da literatura, principalmente no que se refere à arte literária no Rio Grande do
Sul. É comum, em muitas obras brasileiras, que os índios apareçam como secundários, com seus valores subvertidos pela cultura branca. Enquanto que, na literatura colonial, existe uma lógica exótico-ufanista, em que são ressaltadas as belezas das florestas tropicais e o estranhamento em relação aos costumes indígenas, no Romantismo surgem como personagens idealizadas, heróis nacionais, míticos. Nesse sentido, a proposta deste artigo é de analisar como Erico Verissimo retrata o indígena em sua obra O Tempo e o Vento, mais especificamente nos capítulos “A fonte” e “Ana Terra” do primeiro tomo, intitulado O Continente. Para isso, serão resgatados elementos da história da colonização do Rio Grande do Sul, em que o grupo Guarani se fez mais presente (LAROQUE, 2011), bem como da própria formação do gaúcho, além de breves considerações acerca do estudo do filósofo suíço Rousseau sobre a natureza humana, conhecido como o “mito do bom selvagem”. Com base no referencial e na análise das características e das relações de Sepé Tiaraju e de Pedro Missioneiro com as outras personagens da obra, foi possível verificar que os indígenas não são apenas objeto de descrição do autor; pelo contrário, possuem um papel de relevo na construção da narrativa, uma vez que constituem o início da família Terra-Cambará e, mais amplamente, retratam a primeira miscigenação do povo gaúcho.
Destaques acadêmicos, 2015
Este artigo pretende analisar a polifonia e os encadeamentos argumentativos presentes em Alice no... more Este artigo pretende analisar a polifonia e os encadeamentos argumentativos presentes em Alice no Pais das Maravilhas, com base em pesquisas desenvolvidas por Ducrot (1987), Carel e Ducrot (2005) e Ducrot e Carel (2013), que tem como ideia fundamental a argumentacao interna na lingua. Com o objetivo de verificar como se configuram a ironia e o genero nonsense a partir da combinacao entre os conceitos estudados na Teoria da Argumentacao na Lingua e na Teoria dos Blocos Semânticos, foram selecionados alguns trechos dessa obra de Lewis Carroll. As analises mostraram que o sentido dos enunciados pode ser compreendido de modo mais efetivo com a explicitacao das marcas linguisticas que os compoem e, tambem, com a confrontacao dos blocos semânticos.
Anais do V Seminário Institucional do PIBID Univates e III Simpósio Nacional sobre Docência na Educação Básica: ser professor: desafios e possibilidades, 2015
Anais da XIV Mostra de Ensino, Extensão e Pesquisa, 2012