Claudia J L Costa | Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC (Federal University of Santa Catarina) (original) (raw)
nº 44 by Claudia J L Costa
Atualmente, temos a impressão de estar vivendo no limite. Com o colapso da narrativa do Iluminism... more Atualmente, temos a impressão de estar vivendo no limite. Com o colapso da narrativa do Iluminismo, anunciado pelos críticos do projeto modernista, restaram-nos apenas escombros para construirmos novas histórias que, de certo modo, nos capacitam a dar sentido às realidades atomizadas da vida contemporânea. Nas sequelas do linguísticointerpretativo em torno das ciências sociais, afirmar que não há no mundo objetos linguísticos despidos, mas somente interpretados e contextualizados, tornou-se trivial. A narrativa continua sendo o modo por definição para expressar conhecimento; estratégias retóricas e elementos figurativos intervêm sempre em nosso conhecimento do mundo. No entanto, um renovado enfoque sobre a linguagem e significação levou à formação de uma interdependência tão forte entre vida e língua, experiência e metáfora , que as estruturas do mundo se engastaram nas do texto. Mas também se discutiu sobre uma materialidade inerente à realidade, impossível de se reduzir à codificação de jogos linguísticos. Para Raymond Williams o real existe, nomeemo-lo ou não. Como então mediar a relação entre o mundo e o texto? Como dar conta de ambos na organização social do poder? Como ir além dos limites do mundo ou do texto, da economia política ou das práticas culturais, das coisas ou das palavras, sem reduzir um termo a outro?
Books by Claudia J L Costa
Estruturalismos, pós-Estruturalismos e outras discussões , 2017
Este capítulo é resultado de uma das mesas da X Semana Acadêmica de Letras da UFSC.
Papers by Claudia J L Costa
Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, 2014
Neste artigo, refaço a trajetória dos debates nos estudos culturais feministas, principalmente no... more Neste artigo, refaço a trajetória dos debates nos estudos culturais feministas, principalmente nos Estados Unidos, tendo como foco três tipos de abordagem em relação às dicotomias realidade/representação e texto/contexto. Como apreender a materialidade do mundo sem abrir mão do fato de que nossas narrativas/representações são sempre constitutivas desse mundo? Argumento que vejo ecos do que as feministas materiais defendem nas propostas cosmopolíticas latino-americanas para um feminismo descolonial. Alego que a articulação desses dois projetos (um advindo dos debates no Norte e o outro do Sul) pode servir de inspiração para repensarmos - e descolonizarmos - as práticas dos estudos culturais na América Latina.
Revista Estudos Feministas, 2001
Series in Political Economy and Economic Development in Latin America Series Editor Andrew Zimbal... more Series in Political Economy and Economic Development in Latin America Series Editor Andrew Zimbalist Smith College f The Making of Social Movements in Latin America; Identity, Strategy, and Democracy, edited by Arturo Escobar and ...
Revista Estudos Feministas
Atualmente, temos a impressão de estar vivendo no limite. Com o colapso da narrativa do Iluminism... more Atualmente, temos a impressão de estar vivendo no limite. Com o colapso da narrativa do Iluminismo, anunciado pelos críticos do projeto modernista, restaram-nos apenas escombros para construirmos novas histórias que, de certo modo, nos capacitam a dar sentido às realidades atomizadas da vida contemporânea. Nas sequelas do linguísticointerpretativo em torno das ciências sociais, afirmar que não há no mundo objetos linguísticos despidos, mas somente interpretados e contextualizados, tornou-se trivial. A narrativa continua sendo o modo por definição para expressar conhecimento; estratégias retóricas e elementos figurativos intervêm sempre em nosso conhecimento do mundo. No entanto, um renovado enfoque sobre a linguagem e significação levou à formação de uma interdependência tão forte entre vida e língua, experiência e metáfora , que as estruturas do mundo se engastaram nas do texto. Mas também se discutiu sobre uma materialidade inerente à realidade, impossível de se reduzir à codificação de jogos linguísticos. Para Raymond Williams o real existe, nomeemo-lo ou não. Como então mediar a relação entre o mundo e o texto? Como dar conta de ambos na organização social do poder? Como ir além dos limites do mundo ou do texto, da economia política ou das práticas culturais, das coisas ou das palavras, sem reduzir um termo a outro?
Estruturalismos, pós-Estruturalismos e outras discussões , 2017
Este capítulo é resultado de uma das mesas da X Semana Acadêmica de Letras da UFSC.
Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, 2014
Neste artigo, refaço a trajetória dos debates nos estudos culturais feministas, principalmente no... more Neste artigo, refaço a trajetória dos debates nos estudos culturais feministas, principalmente nos Estados Unidos, tendo como foco três tipos de abordagem em relação às dicotomias realidade/representação e texto/contexto. Como apreender a materialidade do mundo sem abrir mão do fato de que nossas narrativas/representações são sempre constitutivas desse mundo? Argumento que vejo ecos do que as feministas materiais defendem nas propostas cosmopolíticas latino-americanas para um feminismo descolonial. Alego que a articulação desses dois projetos (um advindo dos debates no Norte e o outro do Sul) pode servir de inspiração para repensarmos - e descolonizarmos - as práticas dos estudos culturais na América Latina.
Revista Estudos Feministas, 2001
Series in Political Economy and Economic Development in Latin America Series Editor Andrew Zimbal... more Series in Political Economy and Economic Development in Latin America Series Editor Andrew Zimbalist Smith College f The Making of Social Movements in Latin America; Identity, Strategy, and Democracy, edited by Arturo Escobar and ...
Revista Estudos Feministas