Odair Giraldin | Universidade Federal do Tocantins (original) (raw)
Other by Odair Giraldin
Esta dissertação busca entender como os integrantes da Associação tividades realizadas pela Assoc... more Esta dissertação busca entender como os integrantes da Associação tividades realizadas pela Associação Centro Cultural Kàjre e apresento os atores indígenas e não indígenas que fazem parte da associação. Por meio da análise do artesanato Krahô e do conteúdo geral do site, a proposta dessa dissertação é demonstrar os modos pelos quais os discursos sobre a valorização da cultura são objetificados evocando uma “cultura” nos termos de Manuela Carneiro da Cunha (2009). Considero que a objetivação dos aspectos da cultura vivida bem como a afirmação desses conhecimentos próprios indicam que, a Associação Centro Cultural Kájre faz o uso emblemático da "cultura invisível" (WAGNER, 2012) para a demarcação da diferença e do fortalecimento cultural.
Esta é a dissertação de mestrado escrita por José Hani Karajá e sob orientação de Odair Giraldin.... more Esta é a dissertação de mestrado escrita por José Hani Karajá e sob orientação de Odair Giraldin. Este trabalho da pesquisa foi realizado no Programa de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente, linha 2, Natureza, Cultura e Sociedade, da Universidade Federal do Tocantins e trata sobre a relação ecolinguística do Povo Inỹ em termos de fortalecimento da língua materna. O objetivo da pesquisa foi compreender melhor a relação entre as madeiras e seus usos no universo Inỹ e o meio ambiente, bem como as técnicas de usos de elementos do meio ambiente através das madeiras, relacionando esse tema com a prática da língua Inỹ rybe (língua karajá). A pesquisa foi realizada através de levantamento documental, observações e levantamentos de campo, e conversas e entrevistas com anciões da Aldeia Fontoura, na Ilha do Bananal, Estado do Tocantins. Que mudanças de língua vêm ocorrendo no decorrer do tempo? Isso que me levou a ser estimulado, pois o pretendo a contribuir para fortalecer a língua materna do meu povo Inỹ.
Papers by Odair Giraldin
R@u. Revista de antropologia social dos alunos do PPGAS-UFSCar, Dec 1, 2019
O artigo resulta de uma pesquisa etnográfica realizada entre os povos Timbira, tratando de catego... more O artigo resulta de uma pesquisa etnográfica realizada entre os povos Timbira, tratando de categorias de cantos tal como classificados por esses povos. Apresentaremos aqui as formas dos vários povos Timbira classificar os cantos. Os Ràmkôkamẽkra/Canela e os Apỹnjekra/Canela os classificam em: comuns e pequenos, que são cantos de outros povos utilizados para brincar no pátio; os cantos comuns, que são aqueles alegres e bonitos, que são organizados e sistemáticos, porém não são especiais; e os cantos principais, belos, verdadeiros, que são especiais e organizados sistematicamente. Os Krahô dividem os cantos de pátio em: cantos para divertir, cantos sérios e cantos verdadeiros. Já os Apinaje classificam os cantos de pátio dividindo-os entre cantos de diversão aleatoriamente executados e cantos sérios e sistematicamente organizados e executados. Entre os Krĩkati e Pyhcop caitiji/Gavião os cantos são divididos em duas classes: os de diversão do início da noite e os cantos sérios, executados durante a madrugada. Argumentamos que, a despeito das variações linguísticas entre os Timbira, os cantos são executados em um único idioma musical, havendo variações musicais performáticas que dão especificidades quer a cantores, quer a povos distintos. Além disso, é preciso pensar em uma rede entre os Timbira para entender seu universo musical e para compreender o processo de formação dos novos cantores que precisam conhecer esse universo, o idioma musical, a rede e as R@U, 11 (2), jul./dez. 2019: 87-109. Revista de @ntropologia da UFSCar, (2), jul./dez. 2019 88 performances. Para ampliar o nosso diálogo etnográfico, estabelecemos comparações com outros sistemas, como o do Xingu e do Alto Rio Negro.
R@u. Revista de antropologia social dos alunos do PPGAS-UFSCar, Dec 1, 2019
Memórias de um etnólogo Entrevista com Júlio Cézar Melatti Entrevistadores: Gostaríamos que você ... more Memórias de um etnólogo Entrevista com Júlio Cézar Melatti Entrevistadores: Gostaríamos que você fizesse um relato de suas memórias sobre a sua participação no Harvard Central Brazil Research Project (HCBP), falando sobre sua escolha em pesquisar os Krahô, sobre as relações que se davam dentro do grupo de pesquisadores, e sobre como eram os debates entre seus membros. Julio Cezar Melatti: Eu não escolhi pesquisar os Krahô. Eu estava fazendo o "Curso de Especialização em Antropologia Cultural" no Museu Nacional, oferecido por Roberto Cardoso de Oliveira e Luiz de Castro Faria, de um ano completo (de 01/03/1961 a 28/02/1962), sem interrupção de férias. Meus colegas eram Marcos Magalhães Rubinger e Maria Andréia Loyola. O programa previa um treinamento em pesquisa de campo. Meu treinamento de campo foi acompanhar Roberto DaMatta aos Gaviões do Pará, como seu auxiliar de pesquisa (do início de agosto ao início de novembro de 1961). Rubinger foi como auxiliar de Roque Laraia aos Suruí do Pará. Maria Andréia auxiliou Alcida Ramos na pesquisa com poveiros 3 na Ponta do Caju, no Rio de Janeiro. Matta,Roque e Alcida tinham sido alunos de curso semelhante dado por Roberto Cardoso, só que de Antropologia Social (distinção importante na época) no ano anterior. Ao terminarem o curso, Matta e Roque foram incorporados nos quadros do Museu Nacional, como interinos e, mais tarde, efetivos. Alcida, por ser portuguesa, não pôde ingressar no quadro, e, por isso, ficou como monitora do curso que eu fiz. O treinamento de campo de Matta, Roque e Alcida tinha sido acompanhar Roberto Cardoso para pesquisar entre os Terena, moradores das cidades de Campo Grande, Miranda e Aquidauana (junto com outros colegas de curso: Edson Diniz, Hortência Caminha eOnídiaBenvenuti), cujos resultados integraram a tese de doutorado de Cardoso (1968). Pois bem, ao retornar dos Gaviões, fui informado de que eu deveria fazer pesquisa entre os Krahô. Essa pesquisa fazia parte de dois projetos: "Estudo de Áreas de Fricção Interétnica no Brasil" e "Estudo Comparativo dasSociedades Indígenas do Brasil", ambos coordenados por Roberto Cardoso. Matta ainda foi mais umavez aos Gaviões, mas depois 3 Natural, relativo ou pertencente à região de Póvoa, em Portugal.
R@u. Revista de antropologia social dos alunos do PPGAS-UFSCar, Dec 1, 2019
As duas entrevistas que se seguem compõem a homenagem que fazemos, nesse dossiê, às quatro década... more As duas entrevistas que se seguem compõem a homenagem que fazemos, nesse dossiê, às quatro décadas da publicação do livro Dialetical Societies: the Gê e Bororo of Central Brazil. Aqui apresentamos duas conversas realizadas por email com os dois antropólogos brasileiros presentes na obra publicada em 1979: Roberto DaMatta 1 e Júlio Cézar Melatti 2. Em ambas as entrevistas, ressaltam-se a modéstia e o tom bem-humorado das respostas, baseadas em memórias dos idos dos anos 1960, e que compõem a história da antropologia brasileira e de um de seus principais projetos de pesquisa. Ao exercitar
R@u. Revista de antropologia social dos alunos do PPGAS-UFSCar, Dec 1, 2019
Ilha Revista de Antropologia
Este artigo trata de reflexões sobre a cosmografia Inỹ/Javaé e sua relação com o ambiente da Ilha... more Este artigo trata de reflexões sobre a cosmografia Inỹ/Javaé e sua relação com o ambiente da Ilha doBananal, no Estado do Tocantins, Brasil. A via utilizada para tal reflexão são as narrativas sobre as relações estabelecidas entre os diversos povos que deram origem aos Inỹ/Javaé atuais, partindo do princípio da relação intersubjetiva e dos elos narrativos que constroem o conhecimento do ambiente por meio das sensibilidades e habilidades elaboradas ao longo do tempo.
Neste artigo apresenta-se uma discussão sobre a relação entre a amizade formal e um sistema matri... more Neste artigo apresenta-se uma discussão sobre a relação entre a amizade formal e um sistema matrimonial entre os Apinaje. Inicia com uma discussão sobre a amizade formal entre os povos Jê, apresentando semelhanças e diferenças existentes entre os vários povos daquela família lingüística. Em seguida, após expor as descrições da amizade formal apinaje realizadas por Nimuendajú e DaMatta, propõe-se um modelo da transmissão da amizade formal entre os Apinaje. Finalmente, procura-se mostrar que a relação de amizade formal recria um sistema virtual de metades e argumenta, com base em dados etnográficos, que a amizade formal é utilizada como um elemento afinizador, sobrepondo-se, em alguns casos, à consangüinidade. Palavras chave: amizade formal; Apinajé; etnologia sul-americana; Jê This article analyzes the link between formal friendship and a matrimonial system among the Apinaje people. Starting with an analysis of formal friendship among the Jê, it presents existing similarities and dif...
Revista de Antropologia da UFSCar
Memórias de um etnólogo Roberto Damatta Entrevistadores: Gostaríamos que você fizesse um relato d... more Memórias de um etnólogo Roberto Damatta Entrevistadores: Gostaríamos que você fizesse um relato de suas memórias sobre como foi sua participação no projeto Harvard Central Brazil Research Project (mais conhecido entre nós como HCBP), falando sobre sua escolha de pesquisar os Apinayé, das relações que se davam dentro do grupo de pesquisadores, e de como eram os debates entre seus membros. Roberto DaMatta: Essa é uma pergunta muito densa à qual eu tenho tentado trabalhar num outro plano: o da ficção. Mas não sei se vou ter tempo físico e energia mental para tanto. O nome do projeto, permita-me o reparo, era Harvard Central-Brazil Research Project. Eu entrei no Museu Nacional de Antropologia, no Rio de Janeiro, com pouco mais de 20 anos de idade (no final de 1959 e começo de 1960) e não sabia muito (ou nada) de índios e da vida. Vinha de um curso de História, tal como o Roque Laraia e o Julio Cezar Melatti, e ingressei no Museu Nacional por meio do Professor Castro Faria, que ensinava Antropologia Cultural na Faculdade Fluminense de Filosofia, onde eu me formei. Como ele também era pesquisador do Museu, eu fui por ele apresentado ao Roberto Cardoso de Oliveira, que se tornou meu mentor e professor, tal como ocorreu com o Roque, o Melatti e a Alcida Ramos, isso para ficar apenas com os que permaneceram na profissão. Foi nesse ano de 1959 que comecei a ouvir falar em índios e em suas organizações sociais, bem como dos seus dramáticos contatos com as frentes pioneiras de nossa sociedade. Eu não escolhi estudar os Apinayé, apenas segui as sugestões do meu professor, que queria mais dados sobre os Jê. Ele falou dos Gaviões do Pará, tidos como semi-isolados e eu para lá segui em 1961, tendo como meu assistente, imagine, o Melatti. Ficamos quatro meses com os Gaviões. O Roberto Cardoso de Oliveira estava interessado num ambicioso estudo comparativo de "estruturas sociais", no sentido do livro de George Peter Murdock, de Yale, denominado Social Structure (1949), numa concepção empírica bem diversa da de Lévi-Strauss. Foi a amizade e o interesse intelectual de David Maybury-Lewis com o
800x600 Neste artigo apresento informacoes sobre o processo de escolarizacao entre os Kraho. A qu... more 800x600 Neste artigo apresento informacoes sobre o processo de escolarizacao entre os Kraho. A questao motivadora da pesquisa e: em que medida a escolarizacao atual, um processo advindo de uma educacao pensada, planejada e executada para indios e nao uma educacao indigena, ainda que cumprindo discursivamente o dever de ser “especifica e diferenciada”, e apropriada por aquele povo indigena? Estaria a escola atuando como loci de formacao de um habitus nao-indigena? A partir dos dados atuais da pesquisa analiso, por um lado, a politica publica de oferta de educacao escolar indigena no contexto local, atraves das acoes implementadas pela SEDUC–TO e, por outro lado, analiso as acoes indigenas no processo de relacao com a escola e suas implicacoes na sociabilidade Kraho. Fruto de pesquisa em andamento, os resultados apresentados aqui tem como objetivo motivar os debates em torno da educacao escolar indigena. Normal 0 false false false EN-US X-NONE X-NONE MicrosoftInternetExplorer4
Revista Pós Ciências Sociais, 2010
Professores Akwẽ-Xerente das aldeias Salto e Porteira, localizadas proximas as cidades de Tocanti... more Professores Akwẽ-Xerente das aldeias Salto e Porteira, localizadas proximas as cidades de Tocantinia e Miracema, no Estado do Tocantins, experimentam relacoes com atividades docentes em diferentes prismas ou perspectivas. Ambas tem a presenca de missionarios Batistas ha cinquenta anos e processo de escolarizacao desde os anos 1950. Em ambas a maior parte dos professores sao akwẽ. Na aldeia Salto a maioria dos docentes esta cursando Licenciatura Intercultural oferecido pela Universidade Federal de Goias (UFG), enquanto na aldeia Porteira sao tres professores neste curso e dois tem formacao em Pedagogia na Universidade Federal do Tocantins (UFT). Neste contexto, este artigo refletira sobre como essas formacoes dos professores e suas relacoes sociais interferem nas suas praticas docentes e na insercao de atividades externas de apoio pedagogico a essas escolas. Abordarei esta tematica atraves de uma descricao etnografica das aldeias, escolas e professores enquanto atores sociais alem de...
Este artigo aborda o processo proprio de ensino-aprendizagem no contexto da educacao escolar indi... more Este artigo aborda o processo proprio de ensino-aprendizagem no contexto da educacao escolar indigena no Brasil, refletindo sobre essa ideia a partir da experiencia etnografica do povo Akwẽ-Xerente. Considera que para esse povo e mais adequado falar em processo de aprendizagem-ensino, pois que o foco do processo esta centrado mais na acao protagonista do aprendiz interessado que na acao do mestre que ensina. Considera-se ainda que a aprendizagem akwẽ passa pela construcao do corpo e das suas afeccoes que o possibilitam adquirir condicoes adequadas para acessar os conhecimentos.
Este trabalho pretende apresentar duas elaboracoes distintas sobre a morte, segundo interpretacoe... more Este trabalho pretende apresentar duas elaboracoes distintas sobre a morte, segundo interpretacoes dos Apinaje e as relacoes sociais envolvidas no episodio da morte e dos rituais post-mortem. Parte-se de dois casos etnograficos para tal demonstracao. Um, foi a morte de um velho ( Katam Kaak – em portugues ). Ja debilitado, sua morte foi anunciada pelos medicos e por ele mesmo, visto que era um xama. Neste caso, toda sua familia participou da sua luta para continuar vivendo, uma vez que os espiritos viriam buscar seu proprio espirito para levar ao mundo dos mortos. Este e um vies da concepcao apinaje sobre a morte, revelando seu lado cosmologico. Outro caso foi a morte de um homem jovem ( Pepxa – Augustinho em portugues) em pleno vigor de seus 40 anos, de uma subita parada cardiaca. Esta sua morte repentina, teve um conjunto de explicacoes que revelam razoes de carater socio-politico atraves das acusacoes de feiticarias. Finalmente, descrevo os dois rituais post-mortem: Parkape e Meo...
While the brazilians laws opens ways to the possibility of creating intercultural, community and ... more While the brazilians laws opens ways to the possibility of creating intercultural, community and different indigenous schools, focused on the people´s autodetermination, in fact many obstacles are still diffi culting the schools which are operating in the indigenous territory to respect the cultural differences and serve to the community expectation. Starting from the Xerente wide entry to education, this article argues that its teach-learning logic differ, in so much aspects, from the occidental education. Therefore, this paper discuss the Akwe~ relation to school, pointing some challenges for indigenous education in Brazil
Resumo: apresenta-se a maneira como os Apinaje abordam suas experiencias historicas e suas formas... more Resumo: apresenta-se a maneira como os Apinaje abordam suas experiencias historicas e suas formas de classificar os eventos historicos. Aborda-se os nomes pessoais e suas caracteristicas. Argumenta-se que os nomes pessoais Apinaje sao marcadores de identidade e alteridade. Apresenta-se como os Apinaje conservam e ampliam seu conjunto de nomes pessoais tradicionais e como incorporam nomes nao-indigenas, relacionando-os as suas logicas culturais. Palavras-chave: Etno-historia. Oralidade. Nominacao. Identidade Apinaje.
Wamon - Revista dos alunos do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Amazonas
Neste texto apresentamos uma discussão etnográfica do processo de formação de novos cantores e ca... more Neste texto apresentamos uma discussão etnográfica do processo de formação de novos cantores e cantoras Timbira. Argumentamos que o cantar tem uma centralidade no modo de ser Timbira e por isso há uma preocupação social para a formação dos aprendizes, os quais, para se tornarem cantores e cantoras, precisam preparar seus corpos com resguardos alimentares e sexuais para poderem adquirir o conhecimento, que não será apenas memória, mas conhecimento intracorporal que se dará pelo ouvir os aconselhamentos dos mestres, pela prática constante através de treinos diários. Assim, esse conhecimento se manifestará extracorporalmente durante as realizações de performances. In this paper we outline an ethnographic discussion about the formation process of new male and female singers. We will show that singing is pivotal in the timbira way of life and therefore for the new candidates to being able to turn themselves singers will need to prepare their bodies obeying to food and sexual ritual fasting, preparing for knowledge reception. This knowledge will not only be simple memories, but an intracorporal knowledge that will be passed over by the chant masters and by a constant practice made by daily exercises. This way, this knowledge will manifest extracorporeally during the chants performances.
Esta dissertação busca entender como os integrantes da Associação tividades realizadas pela Assoc... more Esta dissertação busca entender como os integrantes da Associação tividades realizadas pela Associação Centro Cultural Kàjre e apresento os atores indígenas e não indígenas que fazem parte da associação. Por meio da análise do artesanato Krahô e do conteúdo geral do site, a proposta dessa dissertação é demonstrar os modos pelos quais os discursos sobre a valorização da cultura são objetificados evocando uma “cultura” nos termos de Manuela Carneiro da Cunha (2009). Considero que a objetivação dos aspectos da cultura vivida bem como a afirmação desses conhecimentos próprios indicam que, a Associação Centro Cultural Kájre faz o uso emblemático da "cultura invisível" (WAGNER, 2012) para a demarcação da diferença e do fortalecimento cultural.
Esta é a dissertação de mestrado escrita por José Hani Karajá e sob orientação de Odair Giraldin.... more Esta é a dissertação de mestrado escrita por José Hani Karajá e sob orientação de Odair Giraldin. Este trabalho da pesquisa foi realizado no Programa de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente, linha 2, Natureza, Cultura e Sociedade, da Universidade Federal do Tocantins e trata sobre a relação ecolinguística do Povo Inỹ em termos de fortalecimento da língua materna. O objetivo da pesquisa foi compreender melhor a relação entre as madeiras e seus usos no universo Inỹ e o meio ambiente, bem como as técnicas de usos de elementos do meio ambiente através das madeiras, relacionando esse tema com a prática da língua Inỹ rybe (língua karajá). A pesquisa foi realizada através de levantamento documental, observações e levantamentos de campo, e conversas e entrevistas com anciões da Aldeia Fontoura, na Ilha do Bananal, Estado do Tocantins. Que mudanças de língua vêm ocorrendo no decorrer do tempo? Isso que me levou a ser estimulado, pois o pretendo a contribuir para fortalecer a língua materna do meu povo Inỹ.
R@u. Revista de antropologia social dos alunos do PPGAS-UFSCar, Dec 1, 2019
O artigo resulta de uma pesquisa etnográfica realizada entre os povos Timbira, tratando de catego... more O artigo resulta de uma pesquisa etnográfica realizada entre os povos Timbira, tratando de categorias de cantos tal como classificados por esses povos. Apresentaremos aqui as formas dos vários povos Timbira classificar os cantos. Os Ràmkôkamẽkra/Canela e os Apỹnjekra/Canela os classificam em: comuns e pequenos, que são cantos de outros povos utilizados para brincar no pátio; os cantos comuns, que são aqueles alegres e bonitos, que são organizados e sistemáticos, porém não são especiais; e os cantos principais, belos, verdadeiros, que são especiais e organizados sistematicamente. Os Krahô dividem os cantos de pátio em: cantos para divertir, cantos sérios e cantos verdadeiros. Já os Apinaje classificam os cantos de pátio dividindo-os entre cantos de diversão aleatoriamente executados e cantos sérios e sistematicamente organizados e executados. Entre os Krĩkati e Pyhcop caitiji/Gavião os cantos são divididos em duas classes: os de diversão do início da noite e os cantos sérios, executados durante a madrugada. Argumentamos que, a despeito das variações linguísticas entre os Timbira, os cantos são executados em um único idioma musical, havendo variações musicais performáticas que dão especificidades quer a cantores, quer a povos distintos. Além disso, é preciso pensar em uma rede entre os Timbira para entender seu universo musical e para compreender o processo de formação dos novos cantores que precisam conhecer esse universo, o idioma musical, a rede e as R@U, 11 (2), jul./dez. 2019: 87-109. Revista de @ntropologia da UFSCar, (2), jul./dez. 2019 88 performances. Para ampliar o nosso diálogo etnográfico, estabelecemos comparações com outros sistemas, como o do Xingu e do Alto Rio Negro.
R@u. Revista de antropologia social dos alunos do PPGAS-UFSCar, Dec 1, 2019
Memórias de um etnólogo Entrevista com Júlio Cézar Melatti Entrevistadores: Gostaríamos que você ... more Memórias de um etnólogo Entrevista com Júlio Cézar Melatti Entrevistadores: Gostaríamos que você fizesse um relato de suas memórias sobre a sua participação no Harvard Central Brazil Research Project (HCBP), falando sobre sua escolha em pesquisar os Krahô, sobre as relações que se davam dentro do grupo de pesquisadores, e sobre como eram os debates entre seus membros. Julio Cezar Melatti: Eu não escolhi pesquisar os Krahô. Eu estava fazendo o "Curso de Especialização em Antropologia Cultural" no Museu Nacional, oferecido por Roberto Cardoso de Oliveira e Luiz de Castro Faria, de um ano completo (de 01/03/1961 a 28/02/1962), sem interrupção de férias. Meus colegas eram Marcos Magalhães Rubinger e Maria Andréia Loyola. O programa previa um treinamento em pesquisa de campo. Meu treinamento de campo foi acompanhar Roberto DaMatta aos Gaviões do Pará, como seu auxiliar de pesquisa (do início de agosto ao início de novembro de 1961). Rubinger foi como auxiliar de Roque Laraia aos Suruí do Pará. Maria Andréia auxiliou Alcida Ramos na pesquisa com poveiros 3 na Ponta do Caju, no Rio de Janeiro. Matta,Roque e Alcida tinham sido alunos de curso semelhante dado por Roberto Cardoso, só que de Antropologia Social (distinção importante na época) no ano anterior. Ao terminarem o curso, Matta e Roque foram incorporados nos quadros do Museu Nacional, como interinos e, mais tarde, efetivos. Alcida, por ser portuguesa, não pôde ingressar no quadro, e, por isso, ficou como monitora do curso que eu fiz. O treinamento de campo de Matta, Roque e Alcida tinha sido acompanhar Roberto Cardoso para pesquisar entre os Terena, moradores das cidades de Campo Grande, Miranda e Aquidauana (junto com outros colegas de curso: Edson Diniz, Hortência Caminha eOnídiaBenvenuti), cujos resultados integraram a tese de doutorado de Cardoso (1968). Pois bem, ao retornar dos Gaviões, fui informado de que eu deveria fazer pesquisa entre os Krahô. Essa pesquisa fazia parte de dois projetos: "Estudo de Áreas de Fricção Interétnica no Brasil" e "Estudo Comparativo dasSociedades Indígenas do Brasil", ambos coordenados por Roberto Cardoso. Matta ainda foi mais umavez aos Gaviões, mas depois 3 Natural, relativo ou pertencente à região de Póvoa, em Portugal.
R@u. Revista de antropologia social dos alunos do PPGAS-UFSCar, Dec 1, 2019
As duas entrevistas que se seguem compõem a homenagem que fazemos, nesse dossiê, às quatro década... more As duas entrevistas que se seguem compõem a homenagem que fazemos, nesse dossiê, às quatro décadas da publicação do livro Dialetical Societies: the Gê e Bororo of Central Brazil. Aqui apresentamos duas conversas realizadas por email com os dois antropólogos brasileiros presentes na obra publicada em 1979: Roberto DaMatta 1 e Júlio Cézar Melatti 2. Em ambas as entrevistas, ressaltam-se a modéstia e o tom bem-humorado das respostas, baseadas em memórias dos idos dos anos 1960, e que compõem a história da antropologia brasileira e de um de seus principais projetos de pesquisa. Ao exercitar
R@u. Revista de antropologia social dos alunos do PPGAS-UFSCar, Dec 1, 2019
Ilha Revista de Antropologia
Este artigo trata de reflexões sobre a cosmografia Inỹ/Javaé e sua relação com o ambiente da Ilha... more Este artigo trata de reflexões sobre a cosmografia Inỹ/Javaé e sua relação com o ambiente da Ilha doBananal, no Estado do Tocantins, Brasil. A via utilizada para tal reflexão são as narrativas sobre as relações estabelecidas entre os diversos povos que deram origem aos Inỹ/Javaé atuais, partindo do princípio da relação intersubjetiva e dos elos narrativos que constroem o conhecimento do ambiente por meio das sensibilidades e habilidades elaboradas ao longo do tempo.
Neste artigo apresenta-se uma discussão sobre a relação entre a amizade formal e um sistema matri... more Neste artigo apresenta-se uma discussão sobre a relação entre a amizade formal e um sistema matrimonial entre os Apinaje. Inicia com uma discussão sobre a amizade formal entre os povos Jê, apresentando semelhanças e diferenças existentes entre os vários povos daquela família lingüística. Em seguida, após expor as descrições da amizade formal apinaje realizadas por Nimuendajú e DaMatta, propõe-se um modelo da transmissão da amizade formal entre os Apinaje. Finalmente, procura-se mostrar que a relação de amizade formal recria um sistema virtual de metades e argumenta, com base em dados etnográficos, que a amizade formal é utilizada como um elemento afinizador, sobrepondo-se, em alguns casos, à consangüinidade. Palavras chave: amizade formal; Apinajé; etnologia sul-americana; Jê This article analyzes the link between formal friendship and a matrimonial system among the Apinaje people. Starting with an analysis of formal friendship among the Jê, it presents existing similarities and dif...
Revista de Antropologia da UFSCar
Memórias de um etnólogo Roberto Damatta Entrevistadores: Gostaríamos que você fizesse um relato d... more Memórias de um etnólogo Roberto Damatta Entrevistadores: Gostaríamos que você fizesse um relato de suas memórias sobre como foi sua participação no projeto Harvard Central Brazil Research Project (mais conhecido entre nós como HCBP), falando sobre sua escolha de pesquisar os Apinayé, das relações que se davam dentro do grupo de pesquisadores, e de como eram os debates entre seus membros. Roberto DaMatta: Essa é uma pergunta muito densa à qual eu tenho tentado trabalhar num outro plano: o da ficção. Mas não sei se vou ter tempo físico e energia mental para tanto. O nome do projeto, permita-me o reparo, era Harvard Central-Brazil Research Project. Eu entrei no Museu Nacional de Antropologia, no Rio de Janeiro, com pouco mais de 20 anos de idade (no final de 1959 e começo de 1960) e não sabia muito (ou nada) de índios e da vida. Vinha de um curso de História, tal como o Roque Laraia e o Julio Cezar Melatti, e ingressei no Museu Nacional por meio do Professor Castro Faria, que ensinava Antropologia Cultural na Faculdade Fluminense de Filosofia, onde eu me formei. Como ele também era pesquisador do Museu, eu fui por ele apresentado ao Roberto Cardoso de Oliveira, que se tornou meu mentor e professor, tal como ocorreu com o Roque, o Melatti e a Alcida Ramos, isso para ficar apenas com os que permaneceram na profissão. Foi nesse ano de 1959 que comecei a ouvir falar em índios e em suas organizações sociais, bem como dos seus dramáticos contatos com as frentes pioneiras de nossa sociedade. Eu não escolhi estudar os Apinayé, apenas segui as sugestões do meu professor, que queria mais dados sobre os Jê. Ele falou dos Gaviões do Pará, tidos como semi-isolados e eu para lá segui em 1961, tendo como meu assistente, imagine, o Melatti. Ficamos quatro meses com os Gaviões. O Roberto Cardoso de Oliveira estava interessado num ambicioso estudo comparativo de "estruturas sociais", no sentido do livro de George Peter Murdock, de Yale, denominado Social Structure (1949), numa concepção empírica bem diversa da de Lévi-Strauss. Foi a amizade e o interesse intelectual de David Maybury-Lewis com o
800x600 Neste artigo apresento informacoes sobre o processo de escolarizacao entre os Kraho. A qu... more 800x600 Neste artigo apresento informacoes sobre o processo de escolarizacao entre os Kraho. A questao motivadora da pesquisa e: em que medida a escolarizacao atual, um processo advindo de uma educacao pensada, planejada e executada para indios e nao uma educacao indigena, ainda que cumprindo discursivamente o dever de ser “especifica e diferenciada”, e apropriada por aquele povo indigena? Estaria a escola atuando como loci de formacao de um habitus nao-indigena? A partir dos dados atuais da pesquisa analiso, por um lado, a politica publica de oferta de educacao escolar indigena no contexto local, atraves das acoes implementadas pela SEDUC–TO e, por outro lado, analiso as acoes indigenas no processo de relacao com a escola e suas implicacoes na sociabilidade Kraho. Fruto de pesquisa em andamento, os resultados apresentados aqui tem como objetivo motivar os debates em torno da educacao escolar indigena. Normal 0 false false false EN-US X-NONE X-NONE MicrosoftInternetExplorer4
Revista Pós Ciências Sociais, 2010
Professores Akwẽ-Xerente das aldeias Salto e Porteira, localizadas proximas as cidades de Tocanti... more Professores Akwẽ-Xerente das aldeias Salto e Porteira, localizadas proximas as cidades de Tocantinia e Miracema, no Estado do Tocantins, experimentam relacoes com atividades docentes em diferentes prismas ou perspectivas. Ambas tem a presenca de missionarios Batistas ha cinquenta anos e processo de escolarizacao desde os anos 1950. Em ambas a maior parte dos professores sao akwẽ. Na aldeia Salto a maioria dos docentes esta cursando Licenciatura Intercultural oferecido pela Universidade Federal de Goias (UFG), enquanto na aldeia Porteira sao tres professores neste curso e dois tem formacao em Pedagogia na Universidade Federal do Tocantins (UFT). Neste contexto, este artigo refletira sobre como essas formacoes dos professores e suas relacoes sociais interferem nas suas praticas docentes e na insercao de atividades externas de apoio pedagogico a essas escolas. Abordarei esta tematica atraves de uma descricao etnografica das aldeias, escolas e professores enquanto atores sociais alem de...
Este artigo aborda o processo proprio de ensino-aprendizagem no contexto da educacao escolar indi... more Este artigo aborda o processo proprio de ensino-aprendizagem no contexto da educacao escolar indigena no Brasil, refletindo sobre essa ideia a partir da experiencia etnografica do povo Akwẽ-Xerente. Considera que para esse povo e mais adequado falar em processo de aprendizagem-ensino, pois que o foco do processo esta centrado mais na acao protagonista do aprendiz interessado que na acao do mestre que ensina. Considera-se ainda que a aprendizagem akwẽ passa pela construcao do corpo e das suas afeccoes que o possibilitam adquirir condicoes adequadas para acessar os conhecimentos.
Este trabalho pretende apresentar duas elaboracoes distintas sobre a morte, segundo interpretacoe... more Este trabalho pretende apresentar duas elaboracoes distintas sobre a morte, segundo interpretacoes dos Apinaje e as relacoes sociais envolvidas no episodio da morte e dos rituais post-mortem. Parte-se de dois casos etnograficos para tal demonstracao. Um, foi a morte de um velho ( Katam Kaak – em portugues ). Ja debilitado, sua morte foi anunciada pelos medicos e por ele mesmo, visto que era um xama. Neste caso, toda sua familia participou da sua luta para continuar vivendo, uma vez que os espiritos viriam buscar seu proprio espirito para levar ao mundo dos mortos. Este e um vies da concepcao apinaje sobre a morte, revelando seu lado cosmologico. Outro caso foi a morte de um homem jovem ( Pepxa – Augustinho em portugues) em pleno vigor de seus 40 anos, de uma subita parada cardiaca. Esta sua morte repentina, teve um conjunto de explicacoes que revelam razoes de carater socio-politico atraves das acusacoes de feiticarias. Finalmente, descrevo os dois rituais post-mortem: Parkape e Meo...
While the brazilians laws opens ways to the possibility of creating intercultural, community and ... more While the brazilians laws opens ways to the possibility of creating intercultural, community and different indigenous schools, focused on the people´s autodetermination, in fact many obstacles are still diffi culting the schools which are operating in the indigenous territory to respect the cultural differences and serve to the community expectation. Starting from the Xerente wide entry to education, this article argues that its teach-learning logic differ, in so much aspects, from the occidental education. Therefore, this paper discuss the Akwe~ relation to school, pointing some challenges for indigenous education in Brazil
Resumo: apresenta-se a maneira como os Apinaje abordam suas experiencias historicas e suas formas... more Resumo: apresenta-se a maneira como os Apinaje abordam suas experiencias historicas e suas formas de classificar os eventos historicos. Aborda-se os nomes pessoais e suas caracteristicas. Argumenta-se que os nomes pessoais Apinaje sao marcadores de identidade e alteridade. Apresenta-se como os Apinaje conservam e ampliam seu conjunto de nomes pessoais tradicionais e como incorporam nomes nao-indigenas, relacionando-os as suas logicas culturais. Palavras-chave: Etno-historia. Oralidade. Nominacao. Identidade Apinaje.
Wamon - Revista dos alunos do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Amazonas
Neste texto apresentamos uma discussão etnográfica do processo de formação de novos cantores e ca... more Neste texto apresentamos uma discussão etnográfica do processo de formação de novos cantores e cantoras Timbira. Argumentamos que o cantar tem uma centralidade no modo de ser Timbira e por isso há uma preocupação social para a formação dos aprendizes, os quais, para se tornarem cantores e cantoras, precisam preparar seus corpos com resguardos alimentares e sexuais para poderem adquirir o conhecimento, que não será apenas memória, mas conhecimento intracorporal que se dará pelo ouvir os aconselhamentos dos mestres, pela prática constante através de treinos diários. Assim, esse conhecimento se manifestará extracorporalmente durante as realizações de performances. In this paper we outline an ethnographic discussion about the formation process of new male and female singers. We will show that singing is pivotal in the timbira way of life and therefore for the new candidates to being able to turn themselves singers will need to prepare their bodies obeying to food and sexual ritual fasting, preparing for knowledge reception. This knowledge will not only be simple memories, but an intracorporal knowledge that will be passed over by the chant masters and by a constant practice made by daily exercises. This way, this knowledge will manifest extracorporeally during the chants performances.
Amazônica - Revista de Antropologia, Apr 20, 2018
Tellus
Partindo da afirmação de Roberto DaMatta, em seu livro Relativizando ([1987] 1993, p. 121), de qu... more Partindo da afirmação de Roberto DaMatta, em seu livro Relativizando ([1987] 1993, p. 121), de que os Apinaje “têm uma noção de tempo e de duração de tempo, mas não tem uma perspectiva histórica”, apresentamos as categorizações existentes no pensamento daquele povo para se referir a eventos no passado. Discutimos também sobre o regime de historicidade próprio dos Apinaje e argumentamos que é preciso questionar a própria categoria de História, tal como compreendida no Ocidente, para compreendermos as formas daquele povo se relacionar com o seu passado.