Ana Gabriela M . Braga | Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (original) (raw)
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Unesp Franca - FCHS Assunto: Pesquisa empírica no direito Pós-doutoranda na Universidade do Minh... more Unesp Franca - FCHS
Assunto: Pesquisa empírica no direito
Pós-doutoranda na Universidade do Minho (UMinho). Pós-doutora pela Universidade em Brasília (UnB), mestra e doutora em Direito Penal e Criminologia pela Universidade de São Paulo (USP), com período sanduíche junto ao Departamento de Antropologia da Universitat de Barcelona. Professora da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da UNESP- Franca. Diretora da Rede de Pesquisa Empírica em Direito (REED) e pesquisadora do NADIR (Núcleo de Antropologia do Direito) da USP.
Prof.ª Dr.ª Ana Gabriela Mendes Braga
Docente do Departamento de Direito Público da Universidade Estadual Paulista, Unesp Câmpus de Franca.
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Esta é uma ação que visa promover maior visibilidade junto à comunidade acadêmica e externa sobre a produção e acontecimentos científicos na Faculdade de Ciências Humanas e Sociais de Franca, Unesp.
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Encarceramento de mulheres, maternidade e prisão by Ana Gabriela M . Braga
Reescrevendo decisões judiciais em perspectivas feministas: a experiência brasileira, 2023
Egressas - Reportagem Especial, 2016
na Gabriela Braga, Doutora em Direito Penal, fala sobre sua pesquisa "Dar à Luz na Sombra: condiç... more na Gabriela Braga, Doutora em Direito Penal, fala sobre sua pesquisa "Dar à Luz na Sombra: condições atuais e possibilidades futuras para o exercício de maternidade por mulheres em situação de prisão" e as consequências do cárcere especificamente para as mulheres.
Pensando a Pesquisa Empírica em Direito no Brasil: , 2014
Ana Gabriela Braga fala da pesquisa Dar à Luz nas Sombras - Pensando o Direito e as Reformas Pena... more Ana Gabriela Braga fala da pesquisa Dar à Luz nas Sombras - Pensando o Direito e as Reformas Penais no Brasil: Condições atuais e possibilidades futuras para o exercício da maternidade por mulheres em situação de prisão no Seminário "Pensando a Pesquisa Empírica em Direito no Brasil: conjugando métodos e aplicando resultados na política legislativa”, ocorrido em Brasília em 26/11/2013.
Leia mais sobre o lançamento da pesquisa: http://goo.gl/3Epwxh
Confira os principais destaques do Seminário: http://goo.gl/CvJB0v
Le genre carcéral Pouvoir disciplinaire, agentivité et expériences de la prison du xixe au xxie siècle, 2022
Le genre carcéral Pouvoir disciplinaire, agentivité et expériences de la prison du XIX e au XXI e... more Le genre carcéral Pouvoir disciplinaire, agentivité et expériences de la prison du XIX e au XXI e siècle Éditions des maisons des sciences de l'homme associées Chapitre IX Gestion de la maternité incarcérée : surplus punitif de genre et paternité d'État au Brésil Approche comparative avec le Portugal Ana Gabriela Mendes Braga Éditeur : Éditions des maisons des sciences de l'homme associées Lieu d'édition : Gif-sur-Yvette Année d'édition : 2022 Date de mise en ligne : 27 avril 2022 Collection : Collection interdisciplinaire EMSHA EAN électronique : 9791036591853 http://books.openedition.org Référence électronique MENDES BRAGA, Ana Gabriela. Gestion de la maternité incarcérée : surplus punitif de genre et paternité d'État au Brésil : Approche comparative avec le Portugal In : Le genre carcéral : Pouvoir disciplinaire, agentivité et expériences de la prison du XIX e au XXI e siècle [en ligne]. Gif-sur-Yvette : Éditions des maisons des sciences de l'homme associées, 2022 (généré le 29 avril 2022). Disponible sur Internet : <http:// books.openedition.org/emsha/1585>. ISBN : 9791036591853. Ce document a été généré automatiquement le 29 avril 2022.
Natacha Chetcuti-Osorovitz et Sandrine Sanos (dir.)
Revista Direito GV, 2015
A criminosa e a mãe ocupam lugares opostos no repertório de papéis designados às mulheres na noss... more A criminosa e a mãe ocupam lugares opostos no repertório de papéis designados às mulheres na nossa sociedade. A partir de cinco micronarrativas de mulheres encarceradas no Brasil, pretende-se problematizar o exercício da maternidade na prisão e o lugar da "mãe criminosa" no sistema de Justiça. As estórias aqui narradas são frutos da pesquisa "Dar à Luz na Sombra", que teve como objetivo identificar necessidades e entraves para o exercício dos direitos maternos de mulheres em situação de prisão. Para tanto, foi utilizada a pesquisa empírica de abordagem qualitativa, com combinação das técnicas de entrevistas, grupo focal, visita in loco, somadas às pesquisa legislativa e bibliográfica. Ao final, serão discutidas as estratégias, problemáticas e consequências que envolvem a defesa de direito das mulheres e a luta do movimento feminista em relação ao sistema de justiça criminal. Por fim, serão elencadas algumas pautas importantes de pesquisa para a continuidade do presente debate.
Revista da Faculdade de Direito UFPR , 2020
O presente artigo tem por objeto o estudo da política Mães em Cárcere, por meio da análise docume... more O presente artigo tem por objeto o estudo da política Mães em Cárcere, por meio da análise documental da Deliberação 291/2014 do Conselho Superior da Defensoria Pública de São Paulo, que funda um atendimento especializado para as mães presas no estado. Partindo-se da constatação de que as prisões brasileiras vivem um “estado de coisas inconstitucional” e que a assistência jurídica no País é feita por meio de um modelo público, do qual dependem milhares de pessoas presas, em sua maioria negras e pobres, a política Mães em Cárcere é pensada como estratégica no âmbito da Defensoria Pública, centrada na atuação coordenada de seus vários órgãos, na sistematização de dados sobre o encarceramento das mães presas em São Paulo e na troca de experiências com a sociedade civil. Embora com toda a articulação e especialidade, essa estratégia não é o suficiente para alcançar todas as mães presas e garantir que seus direitos – principalmente, o direito à liberdade – sejam cumpridos. Ainda assim, ela teve um impacto no acesso das mães presas paulistas à justiça, parecendo ser um marco importante para se refletir sobre o encarceramento feminino no Brasil.
Revista Quaestio Iuris, 2020
O presente artigo é fruto da pesquisa "Maternidades encarceradas e mães livres: acesso à justiça ... more O presente artigo é fruto da pesquisa "Maternidades encarceradas e mães livres: acesso à justiça e direitos das mulheres presas", que teve como objetivo analisar as percepções de mães presas no estado de São Paulo na sua experiencia com a justiça após o implemento do Marco Legal da Primeira Infância (Lei 13.257/16). Por meio de abordagem qualitativa, analisou-se 106 entrevistas realizadas na Penitenciária Feminina de Pirajuí no contexto do "Mutirão Mães Livres" projeto do Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD). Este texto centra-se nas "palavras e desejos não custodiados": no que queriam ter dito ao juiz do seu processo e nas alternativas que elas mesmas vislumbram à sua prisão. Ao final, conclui-se que, ao mesmo tempo em que estamos em um momento de ampliação da proteção do exercício da maternidade por mulheres em situação de prisão, o caminho do acesso à justiça ainda está sendo pavimentado. Como nos contam as mães presas, subsistem discursos e práticas no sistema de justiça que, paradoxalmente, obstaculizam o próprio acesso à ela e especialmente o direito ao exercício da maternidade fora da prisão, garantido em lei e reafirmado pelo Supremo Tribunal Federal.
Revista de Estudos Empíricos em Direito - REED, 2014
A visita íntima é permitida aos homens em situação de encarceramento há quase um século, enquanto... more A visita íntima é permitida aos homens em situação de encarceramento há quase um século, enquanto, para as mulheres brasileiras, foi regulamentada pela primeira vez em 1999. Em grande parte dos estabelecimentos prisionais ela ainda não é permitida e, mesmo quando admitida pela administração penitenciária, vem carregada de burocracia e restrições. Tal fato apresenta-se como clara violação ao princípio da igualdade entre os sexos, proclamado pela Constituição, além de violar direitos fundamentais da mulher. Este estudo tem como objetivo fazer uma análise da mulher encarcerada sob o prisma da visita íntima e a pesquisa de campo, realizada na Cadeia Feminina de Franca – SP, objetivando delinear o referencial teórico daquele que é um direito inerente à dignidade da mulher encarcerada: a visita íntima.
Revista Quaestio Iuris , 2016
O presente artigo de pesquisa financiada pela FAPESP e teve por objeto de estudo e análise a mane... more O presente artigo de pesquisa financiada pela FAPESP e teve por objeto de estudo e análise a maneira como as questões relacionadas à efetivação de direitos de presas grávidas e mães estão sendo tratadas pelo sistema de justiça criminal. Considerando que o ordenamento jurídico pátrio regula de forma específica os direitos materno-infantis, bscamos entender, por meio da analise de acórdão do TJ/SP, como tem sido a efetivação de direitos de gestantes e mães presas pelos julgadores. O foco da pesquisa foi a aplicação do instituto da prisão domiciliar trazido pela lei 12.403/2011 em casos de gestação e maternidade. A análise dos acórdãos permitiu a conclusão de que a dissociação entre a mulher criminosa - principalmente a traficante - e a maternidade produz uma discriminação negativa, terminando por influenciar na negativa da concessão de institutos benéficos trazidos pela lei em questão.
Pensar - Revista de Ciências Jurídicas, 2015
Departamento Penitenciário Nacional , 2016
Este documento apresenta um conjunto de propostas voltadas à maternidade na prisão, em consonânci... more Este documento apresenta um conjunto de propostas voltadas à maternidade na prisão, em consonância com os normativos internacionais e nacionais. Ele é o resultado de esforços recentes de diversos atores, nas administrações penitenciárias, no judiciário, defensorias públicas e universidades, para propor e sistematizar medidas que contemplem as necessidades das mulheres e de seus filhos/as no sistema penal. As propostas foram debatidas em workshop com especialistas, realizado entre 1 e 2 de março de 2016, a quem agradecemos por sua participação e contribuições.
Oxford Human Rights Hub , 2016
The criminal and the mother occupy opposite places in the repertory of papers assigned to women i... more The criminal and the mother occupy opposite places in the repertory of papers assigned to women in our society. From five micronarratives of women incarcerated in Brazil, this paper aims to discuss the exercise of maternity in the prison and the place of “criminal mothers” in the justice system. These stories have been collected during the research “Giving birth on prison”, which aimed to identify needs and obstacles to ensure the rights of incarcerated women. This research used an empirical method based on a qualitative approach that combines the realization of interviews and focus group with some visits “in locus”, complemented by legislative and bibliographical research. This paper proposes a reflection beyond the original analysis. It discusses the strategies, the problems and the consequences involved in the defense of women’s rights in relation to the criminal justice system under a feminist perspective. Besides that, this paper will propose some important research lines that could help the evolution of this debate.
Pensar - Revista de Ciências Jurídicas da Universidade de Fortaleza (Unifor), 2015
O escopo do presente artigo é analisar o modelo de políticas públicas destinadas às mulheres em s... more O escopo do presente artigo é analisar o modelo de políticas públicas destinadas às mulheres em situação de prisão, a partir da experiência do estado do Ceará. Para tanto, utilizou-se da abordagem empírica, com emprego do método de estudo de caso e das técnicas de entrevista e visita in loco. um primeiro momento, buscou-se descrever as significações de políticas públicas e algumas de suas espécies, tais como política penitenciária e criminal. Parte-se da hipótese de que a concretização de políticas públicas é um caminho para a efetividade da dignidade de mulheres em situação de prisão. Nesse sentido, problematiza-se a existência de uma inversão ideológica que faz da prisão uma forma de política social, de modo a expandir o Estado Penal e minimizar o Estado Social. Uma alternativa para tal paradoxo diz respeito à construção de redes entre instituições da Administração Pública entre si e a sociedade civil, de modo a viabilizar melhores condições às mulheres encarceradas e respeito à dignidade dessas pessoas. Desde essa perspectiva, a experiência do estado do Ceará adquire fundamental importância para o atual cenário brasileiro em matéria de prisão de mulheres.
BlogOsfera UOL , 2017
Desirèe Mendes Pinto tem quatro filhos, mas considera-se mãe pela primeira vez. Por mais de 20 an... more Desirèe Mendes Pinto tem quatro filhos, mas considera-se mãe pela primeira vez. Por mais de 20 anos esteve em situação de drogadição, viveu na rua e teve dois de seus quatro filhos na prisão. Foi presa pela primeira vez há mais de 15 anos, grávida. Pariu com pés e mãos algemados. Permaneceu com seu bebê na prisão por apenas quatro meses, quando então foi entregue aos cuidados de sua mãe. Em 2013, em depoimento à pesquisa "Dar à luz na sombra", lembrou-se do dia em que teve que se separar do seu primeiro filho nascido no sistema penitenciário: "Eu não esqueço nunca do dia que o meu filho foi embora. Eu olhava de cima da janela, eu olhava embaixo da porta, uns 80 metros de distância só via o pezinho da minha mãe e o pé da minha filha. Aí eu pensei, minha mãe chegou e agora? Desci com as coisas do meu filho, pus nos braços da minha mãe e eu nem olhei pra trás, eu já voltei morta pra dentro. Eu me lembro da roupa que ele estava vestindo e isso tem 11 anos, mas eu me lembro como se fosse ontem, eu entregando o meu filho pra minha mãe. Quando a guarda falou 'volta, Desirèe' eu não olhei para trás mais e fui, fui."
Dar à luz na sombra by Ana Gabriela M . Braga
Ana Gabriela Mendes Braga, doutora em criminologia e professora da Unesp, coordenou, com a co-coo... more Ana Gabriela Mendes Braga, doutora em criminologia e professora da Unesp, coordenou, com a co-coordenação do lado de Bruna Angotti, professora da Universidade Mackenzie, uma equipe de pesquisadoras para fazer um diagnóstico que subsidiasse a produção de políticas públicas para as mais de 35 mil mulheres presas no país cujo direito de ser mãe muitas vezes é violado. O resultado é “Dar à luz na sombra". Ana Gabriela falou com a equipe do Pensando o Direito sobre sua pesquisa
Para ler o relatório da pesquisa: http://goo.gl/Kl5L2Z
SUR - International Journal on Human Rights, 2015
There is a paradox to being a mother in prison in Brazil: there is an excess of maternity in the ... more There is a paradox to being a mother in prison in Brazil: there is an excess of maternity in the months where the infant stays with its mother and then the abrupt rupture of this relationship at the time of separation. The authors call these phenomena “hyper-maternity” and “hypomaternity”, respectively. This is the main conclusion of the study that this article is based upon, which the authors conducted in six Brazilian states over a nine-month period. The main objective was to map out the perceptions of female inmates who were pregnant or had just given birth on being a mother in spaces where they were deprived of their freedom. Interviews were conducted with detainees, prison directors and workers, and on-site visits were made to prisons and motherchild units of the Brazilian prison system. In this article the authors reflect upon the excess of discipline with regard to maternity in prison and the vulnerability of mothers in prison.
SUR - Revista Internacional de Derechos Humanos, 2015
Hay una paradoja que subyace a ser madre en prisiones de Brasil: el exceso de maternidad durante ... more Hay una paradoja que subyace a ser madre en prisiones de Brasil: el exceso de maternidad durante los meses en que el hijo permanece con la madre y la ruptura súbita de esa relación en el momento de la separación. A estos fenómenos las autoras los denominan hipermaternidad e hipomaternidad, respectivamente. Esta es la principal conclusión de la investigación en la que está basado este artículo, realizada por las autoras en seis estados brasileños a lo largo de nueve meses de estudio. El objetivo principal fue exponer la percepción de las gestantes y madres recientes presas en relación al ejercicio de la maternidad en espacios de privación de libertad. Se hicieron entrevistas con detenidas, directoras, agentes penitenciarias y visitas in loco a prisiones y unidades materno-infantiles del sistema penitenciario brasileño. En este artículo las autoras reflexionan sobre el exceso de disciplina de la maternidad en la cárcel y la vulnerabilidad de la maternidad en situación de prisión.
SUR - Revista Internacional de Direitos Humanos , 2015
Há um paradoxo que permeia ser mãe em prisões no Brasil: o excesso de maternidade nos meses nos q... more Há um paradoxo que permeia ser mãe em prisões no Brasil: o excesso de maternidade nos meses nos quais a mãe permanece com o filho e a súbita ruptura dessa relação no momento da separação. A este fenômeno as autoras dão os nomes de hipermaternidade e hipomaternidade, respectivamente. Esta é a principal conclusão da pesquisa em que se baseia este artigo, realizada pelas autores em seis estados brasileiros ao longo de nove meses de estudo. O objetivo principal foi mapear a percepção de gestantes e puérperas presas em relação ao exercício de maternidade em espaços de privação de liberdade. Foram entrevistas com detentas, diretoras, agentes penitenciárias e visitas in loco a prisões e unidades materno infantis do sistema prisional brasileiro. Neste artigo, as autores refletem sobre o excesso de disciplinamento da maternidade no cárcere e a vulnerabilidade da maternagem em situação de prisão.
Série Pensando o Direito , 2014
A pesquisa Dar à Luz na Sombra - Condições atuais e possibilidades futuras para o exercício da ma... more A pesquisa Dar à Luz na Sombra - Condições atuais e possibilidades futuras para o exercício da maternidade por mulheres em situação de prisão, realizada no âmbito do Projeto Pensando o Direito da Secretaria de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça (SAL/MJ) em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), objetivou, principalmente, identificar necessidades, detectar entraves e elaborar estratégias para garantia do exercício de direitos materno-reprodutivos no sistema prisional brasileiro. Por meio da utilização de métodos de pesquisa empírica conjugados, em especial da etnografia em estabelecimentos prisionais, da realização de grupo focal com detentas, de entrevistas com especialistas, bem como de ampla pesquisa legislativa e bibliográfica, foi possível: I) identificar, no fluxograma do sistema de justiça, os entraves e lacunas que impedem as detentas de terem seus direitos efetivados; II) mapear a percepção de mães presas do tratamento jurídico-penal-social que lhes é concedido, e suas propostas para realização do exercício da maternidade que se aproxima do desejado na condição adversa em que se encontram. Como resultado da pesquisa, que agregou contribuições de mulheres em situação de prisão, especialistas, operadoras do direito e gestoras prisionais, foram elaboradas 30 propostas nas linhas de desencarceramento, convivência familiar e fluxo do sistema de justiça, as quais têm por objetivo senão diminuir a população prisional feminina, ao menos reduzir as violações e consequências do aprisionamento. A pesquisa foi coordenada pela Professora Dra. Ana Gabriela Mendes Braga, e co-coordenada por Bruna Angotti.
Unesp Franca - FCHS Assunto: Pesquisa empírica no direito Pós-doutoranda na Universidade do Minh... more Unesp Franca - FCHS
Assunto: Pesquisa empírica no direito
Pós-doutoranda na Universidade do Minho (UMinho). Pós-doutora pela Universidade em Brasília (UnB), mestra e doutora em Direito Penal e Criminologia pela Universidade de São Paulo (USP), com período sanduíche junto ao Departamento de Antropologia da Universitat de Barcelona. Professora da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da UNESP- Franca. Diretora da Rede de Pesquisa Empírica em Direito (REED) e pesquisadora do NADIR (Núcleo de Antropologia do Direito) da USP.
Prof.ª Dr.ª Ana Gabriela Mendes Braga
Docente do Departamento de Direito Público da Universidade Estadual Paulista, Unesp Câmpus de Franca.
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Esta é uma ação que visa promover maior visibilidade junto à comunidade acadêmica e externa sobre a produção e acontecimentos científicos na Faculdade de Ciências Humanas e Sociais de Franca, Unesp.
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Reescrevendo decisões judiciais em perspectivas feministas: a experiência brasileira, 2023
Egressas - Reportagem Especial, 2016
na Gabriela Braga, Doutora em Direito Penal, fala sobre sua pesquisa "Dar à Luz na Sombra: condiç... more na Gabriela Braga, Doutora em Direito Penal, fala sobre sua pesquisa "Dar à Luz na Sombra: condições atuais e possibilidades futuras para o exercício de maternidade por mulheres em situação de prisão" e as consequências do cárcere especificamente para as mulheres.
Pensando a Pesquisa Empírica em Direito no Brasil: , 2014
Ana Gabriela Braga fala da pesquisa Dar à Luz nas Sombras - Pensando o Direito e as Reformas Pena... more Ana Gabriela Braga fala da pesquisa Dar à Luz nas Sombras - Pensando o Direito e as Reformas Penais no Brasil: Condições atuais e possibilidades futuras para o exercício da maternidade por mulheres em situação de prisão no Seminário "Pensando a Pesquisa Empírica em Direito no Brasil: conjugando métodos e aplicando resultados na política legislativa”, ocorrido em Brasília em 26/11/2013.
Leia mais sobre o lançamento da pesquisa: http://goo.gl/3Epwxh
Confira os principais destaques do Seminário: http://goo.gl/CvJB0v
Le genre carcéral Pouvoir disciplinaire, agentivité et expériences de la prison du xixe au xxie siècle, 2022
Le genre carcéral Pouvoir disciplinaire, agentivité et expériences de la prison du XIX e au XXI e... more Le genre carcéral Pouvoir disciplinaire, agentivité et expériences de la prison du XIX e au XXI e siècle Éditions des maisons des sciences de l'homme associées Chapitre IX Gestion de la maternité incarcérée : surplus punitif de genre et paternité d'État au Brésil Approche comparative avec le Portugal Ana Gabriela Mendes Braga Éditeur : Éditions des maisons des sciences de l'homme associées Lieu d'édition : Gif-sur-Yvette Année d'édition : 2022 Date de mise en ligne : 27 avril 2022 Collection : Collection interdisciplinaire EMSHA EAN électronique : 9791036591853 http://books.openedition.org Référence électronique MENDES BRAGA, Ana Gabriela. Gestion de la maternité incarcérée : surplus punitif de genre et paternité d'État au Brésil : Approche comparative avec le Portugal In : Le genre carcéral : Pouvoir disciplinaire, agentivité et expériences de la prison du XIX e au XXI e siècle [en ligne]. Gif-sur-Yvette : Éditions des maisons des sciences de l'homme associées, 2022 (généré le 29 avril 2022). Disponible sur Internet : <http:// books.openedition.org/emsha/1585>. ISBN : 9791036591853. Ce document a été généré automatiquement le 29 avril 2022.
Natacha Chetcuti-Osorovitz et Sandrine Sanos (dir.)
Revista Direito GV, 2015
A criminosa e a mãe ocupam lugares opostos no repertório de papéis designados às mulheres na noss... more A criminosa e a mãe ocupam lugares opostos no repertório de papéis designados às mulheres na nossa sociedade. A partir de cinco micronarrativas de mulheres encarceradas no Brasil, pretende-se problematizar o exercício da maternidade na prisão e o lugar da "mãe criminosa" no sistema de Justiça. As estórias aqui narradas são frutos da pesquisa "Dar à Luz na Sombra", que teve como objetivo identificar necessidades e entraves para o exercício dos direitos maternos de mulheres em situação de prisão. Para tanto, foi utilizada a pesquisa empírica de abordagem qualitativa, com combinação das técnicas de entrevistas, grupo focal, visita in loco, somadas às pesquisa legislativa e bibliográfica. Ao final, serão discutidas as estratégias, problemáticas e consequências que envolvem a defesa de direito das mulheres e a luta do movimento feminista em relação ao sistema de justiça criminal. Por fim, serão elencadas algumas pautas importantes de pesquisa para a continuidade do presente debate.
Revista da Faculdade de Direito UFPR , 2020
O presente artigo tem por objeto o estudo da política Mães em Cárcere, por meio da análise docume... more O presente artigo tem por objeto o estudo da política Mães em Cárcere, por meio da análise documental da Deliberação 291/2014 do Conselho Superior da Defensoria Pública de São Paulo, que funda um atendimento especializado para as mães presas no estado. Partindo-se da constatação de que as prisões brasileiras vivem um “estado de coisas inconstitucional” e que a assistência jurídica no País é feita por meio de um modelo público, do qual dependem milhares de pessoas presas, em sua maioria negras e pobres, a política Mães em Cárcere é pensada como estratégica no âmbito da Defensoria Pública, centrada na atuação coordenada de seus vários órgãos, na sistematização de dados sobre o encarceramento das mães presas em São Paulo e na troca de experiências com a sociedade civil. Embora com toda a articulação e especialidade, essa estratégia não é o suficiente para alcançar todas as mães presas e garantir que seus direitos – principalmente, o direito à liberdade – sejam cumpridos. Ainda assim, ela teve um impacto no acesso das mães presas paulistas à justiça, parecendo ser um marco importante para se refletir sobre o encarceramento feminino no Brasil.
Revista Quaestio Iuris, 2020
O presente artigo é fruto da pesquisa "Maternidades encarceradas e mães livres: acesso à justiça ... more O presente artigo é fruto da pesquisa "Maternidades encarceradas e mães livres: acesso à justiça e direitos das mulheres presas", que teve como objetivo analisar as percepções de mães presas no estado de São Paulo na sua experiencia com a justiça após o implemento do Marco Legal da Primeira Infância (Lei 13.257/16). Por meio de abordagem qualitativa, analisou-se 106 entrevistas realizadas na Penitenciária Feminina de Pirajuí no contexto do "Mutirão Mães Livres" projeto do Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD). Este texto centra-se nas "palavras e desejos não custodiados": no que queriam ter dito ao juiz do seu processo e nas alternativas que elas mesmas vislumbram à sua prisão. Ao final, conclui-se que, ao mesmo tempo em que estamos em um momento de ampliação da proteção do exercício da maternidade por mulheres em situação de prisão, o caminho do acesso à justiça ainda está sendo pavimentado. Como nos contam as mães presas, subsistem discursos e práticas no sistema de justiça que, paradoxalmente, obstaculizam o próprio acesso à ela e especialmente o direito ao exercício da maternidade fora da prisão, garantido em lei e reafirmado pelo Supremo Tribunal Federal.
Revista de Estudos Empíricos em Direito - REED, 2014
A visita íntima é permitida aos homens em situação de encarceramento há quase um século, enquanto... more A visita íntima é permitida aos homens em situação de encarceramento há quase um século, enquanto, para as mulheres brasileiras, foi regulamentada pela primeira vez em 1999. Em grande parte dos estabelecimentos prisionais ela ainda não é permitida e, mesmo quando admitida pela administração penitenciária, vem carregada de burocracia e restrições. Tal fato apresenta-se como clara violação ao princípio da igualdade entre os sexos, proclamado pela Constituição, além de violar direitos fundamentais da mulher. Este estudo tem como objetivo fazer uma análise da mulher encarcerada sob o prisma da visita íntima e a pesquisa de campo, realizada na Cadeia Feminina de Franca – SP, objetivando delinear o referencial teórico daquele que é um direito inerente à dignidade da mulher encarcerada: a visita íntima.
Revista Quaestio Iuris , 2016
O presente artigo de pesquisa financiada pela FAPESP e teve por objeto de estudo e análise a mane... more O presente artigo de pesquisa financiada pela FAPESP e teve por objeto de estudo e análise a maneira como as questões relacionadas à efetivação de direitos de presas grávidas e mães estão sendo tratadas pelo sistema de justiça criminal. Considerando que o ordenamento jurídico pátrio regula de forma específica os direitos materno-infantis, bscamos entender, por meio da analise de acórdão do TJ/SP, como tem sido a efetivação de direitos de gestantes e mães presas pelos julgadores. O foco da pesquisa foi a aplicação do instituto da prisão domiciliar trazido pela lei 12.403/2011 em casos de gestação e maternidade. A análise dos acórdãos permitiu a conclusão de que a dissociação entre a mulher criminosa - principalmente a traficante - e a maternidade produz uma discriminação negativa, terminando por influenciar na negativa da concessão de institutos benéficos trazidos pela lei em questão.
Pensar - Revista de Ciências Jurídicas, 2015
Departamento Penitenciário Nacional , 2016
Este documento apresenta um conjunto de propostas voltadas à maternidade na prisão, em consonânci... more Este documento apresenta um conjunto de propostas voltadas à maternidade na prisão, em consonância com os normativos internacionais e nacionais. Ele é o resultado de esforços recentes de diversos atores, nas administrações penitenciárias, no judiciário, defensorias públicas e universidades, para propor e sistematizar medidas que contemplem as necessidades das mulheres e de seus filhos/as no sistema penal. As propostas foram debatidas em workshop com especialistas, realizado entre 1 e 2 de março de 2016, a quem agradecemos por sua participação e contribuições.
Oxford Human Rights Hub , 2016
The criminal and the mother occupy opposite places in the repertory of papers assigned to women i... more The criminal and the mother occupy opposite places in the repertory of papers assigned to women in our society. From five micronarratives of women incarcerated in Brazil, this paper aims to discuss the exercise of maternity in the prison and the place of “criminal mothers” in the justice system. These stories have been collected during the research “Giving birth on prison”, which aimed to identify needs and obstacles to ensure the rights of incarcerated women. This research used an empirical method based on a qualitative approach that combines the realization of interviews and focus group with some visits “in locus”, complemented by legislative and bibliographical research. This paper proposes a reflection beyond the original analysis. It discusses the strategies, the problems and the consequences involved in the defense of women’s rights in relation to the criminal justice system under a feminist perspective. Besides that, this paper will propose some important research lines that could help the evolution of this debate.
Pensar - Revista de Ciências Jurídicas da Universidade de Fortaleza (Unifor), 2015
O escopo do presente artigo é analisar o modelo de políticas públicas destinadas às mulheres em s... more O escopo do presente artigo é analisar o modelo de políticas públicas destinadas às mulheres em situação de prisão, a partir da experiência do estado do Ceará. Para tanto, utilizou-se da abordagem empírica, com emprego do método de estudo de caso e das técnicas de entrevista e visita in loco. um primeiro momento, buscou-se descrever as significações de políticas públicas e algumas de suas espécies, tais como política penitenciária e criminal. Parte-se da hipótese de que a concretização de políticas públicas é um caminho para a efetividade da dignidade de mulheres em situação de prisão. Nesse sentido, problematiza-se a existência de uma inversão ideológica que faz da prisão uma forma de política social, de modo a expandir o Estado Penal e minimizar o Estado Social. Uma alternativa para tal paradoxo diz respeito à construção de redes entre instituições da Administração Pública entre si e a sociedade civil, de modo a viabilizar melhores condições às mulheres encarceradas e respeito à dignidade dessas pessoas. Desde essa perspectiva, a experiência do estado do Ceará adquire fundamental importância para o atual cenário brasileiro em matéria de prisão de mulheres.
BlogOsfera UOL , 2017
Desirèe Mendes Pinto tem quatro filhos, mas considera-se mãe pela primeira vez. Por mais de 20 an... more Desirèe Mendes Pinto tem quatro filhos, mas considera-se mãe pela primeira vez. Por mais de 20 anos esteve em situação de drogadição, viveu na rua e teve dois de seus quatro filhos na prisão. Foi presa pela primeira vez há mais de 15 anos, grávida. Pariu com pés e mãos algemados. Permaneceu com seu bebê na prisão por apenas quatro meses, quando então foi entregue aos cuidados de sua mãe. Em 2013, em depoimento à pesquisa "Dar à luz na sombra", lembrou-se do dia em que teve que se separar do seu primeiro filho nascido no sistema penitenciário: "Eu não esqueço nunca do dia que o meu filho foi embora. Eu olhava de cima da janela, eu olhava embaixo da porta, uns 80 metros de distância só via o pezinho da minha mãe e o pé da minha filha. Aí eu pensei, minha mãe chegou e agora? Desci com as coisas do meu filho, pus nos braços da minha mãe e eu nem olhei pra trás, eu já voltei morta pra dentro. Eu me lembro da roupa que ele estava vestindo e isso tem 11 anos, mas eu me lembro como se fosse ontem, eu entregando o meu filho pra minha mãe. Quando a guarda falou 'volta, Desirèe' eu não olhei para trás mais e fui, fui."
Ana Gabriela Mendes Braga, doutora em criminologia e professora da Unesp, coordenou, com a co-coo... more Ana Gabriela Mendes Braga, doutora em criminologia e professora da Unesp, coordenou, com a co-coordenação do lado de Bruna Angotti, professora da Universidade Mackenzie, uma equipe de pesquisadoras para fazer um diagnóstico que subsidiasse a produção de políticas públicas para as mais de 35 mil mulheres presas no país cujo direito de ser mãe muitas vezes é violado. O resultado é “Dar à luz na sombra". Ana Gabriela falou com a equipe do Pensando o Direito sobre sua pesquisa
Para ler o relatório da pesquisa: http://goo.gl/Kl5L2Z
SUR - International Journal on Human Rights, 2015
There is a paradox to being a mother in prison in Brazil: there is an excess of maternity in the ... more There is a paradox to being a mother in prison in Brazil: there is an excess of maternity in the months where the infant stays with its mother and then the abrupt rupture of this relationship at the time of separation. The authors call these phenomena “hyper-maternity” and “hypomaternity”, respectively. This is the main conclusion of the study that this article is based upon, which the authors conducted in six Brazilian states over a nine-month period. The main objective was to map out the perceptions of female inmates who were pregnant or had just given birth on being a mother in spaces where they were deprived of their freedom. Interviews were conducted with detainees, prison directors and workers, and on-site visits were made to prisons and motherchild units of the Brazilian prison system. In this article the authors reflect upon the excess of discipline with regard to maternity in prison and the vulnerability of mothers in prison.
SUR - Revista Internacional de Derechos Humanos, 2015
Hay una paradoja que subyace a ser madre en prisiones de Brasil: el exceso de maternidad durante ... more Hay una paradoja que subyace a ser madre en prisiones de Brasil: el exceso de maternidad durante los meses en que el hijo permanece con la madre y la ruptura súbita de esa relación en el momento de la separación. A estos fenómenos las autoras los denominan hipermaternidad e hipomaternidad, respectivamente. Esta es la principal conclusión de la investigación en la que está basado este artículo, realizada por las autoras en seis estados brasileños a lo largo de nueve meses de estudio. El objetivo principal fue exponer la percepción de las gestantes y madres recientes presas en relación al ejercicio de la maternidad en espacios de privación de libertad. Se hicieron entrevistas con detenidas, directoras, agentes penitenciarias y visitas in loco a prisiones y unidades materno-infantiles del sistema penitenciario brasileño. En este artículo las autoras reflexionan sobre el exceso de disciplina de la maternidad en la cárcel y la vulnerabilidad de la maternidad en situación de prisión.
SUR - Revista Internacional de Direitos Humanos , 2015
Há um paradoxo que permeia ser mãe em prisões no Brasil: o excesso de maternidade nos meses nos q... more Há um paradoxo que permeia ser mãe em prisões no Brasil: o excesso de maternidade nos meses nos quais a mãe permanece com o filho e a súbita ruptura dessa relação no momento da separação. A este fenômeno as autoras dão os nomes de hipermaternidade e hipomaternidade, respectivamente. Esta é a principal conclusão da pesquisa em que se baseia este artigo, realizada pelas autores em seis estados brasileiros ao longo de nove meses de estudo. O objetivo principal foi mapear a percepção de gestantes e puérperas presas em relação ao exercício de maternidade em espaços de privação de liberdade. Foram entrevistas com detentas, diretoras, agentes penitenciárias e visitas in loco a prisões e unidades materno infantis do sistema prisional brasileiro. Neste artigo, as autores refletem sobre o excesso de disciplinamento da maternidade no cárcere e a vulnerabilidade da maternagem em situação de prisão.
Série Pensando o Direito , 2014
A pesquisa Dar à Luz na Sombra - Condições atuais e possibilidades futuras para o exercício da ma... more A pesquisa Dar à Luz na Sombra - Condições atuais e possibilidades futuras para o exercício da maternidade por mulheres em situação de prisão, realizada no âmbito do Projeto Pensando o Direito da Secretaria de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça (SAL/MJ) em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), objetivou, principalmente, identificar necessidades, detectar entraves e elaborar estratégias para garantia do exercício de direitos materno-reprodutivos no sistema prisional brasileiro. Por meio da utilização de métodos de pesquisa empírica conjugados, em especial da etnografia em estabelecimentos prisionais, da realização de grupo focal com detentas, de entrevistas com especialistas, bem como de ampla pesquisa legislativa e bibliográfica, foi possível: I) identificar, no fluxograma do sistema de justiça, os entraves e lacunas que impedem as detentas de terem seus direitos efetivados; II) mapear a percepção de mães presas do tratamento jurídico-penal-social que lhes é concedido, e suas propostas para realização do exercício da maternidade que se aproxima do desejado na condição adversa em que se encontram. Como resultado da pesquisa, que agregou contribuições de mulheres em situação de prisão, especialistas, operadoras do direito e gestoras prisionais, foram elaboradas 30 propostas nas linhas de desencarceramento, convivência familiar e fluxo do sistema de justiça, as quais têm por objetivo senão diminuir a população prisional feminina, ao menos reduzir as violações e consequências do aprisionamento. A pesquisa foi coordenada pela Professora Dra. Ana Gabriela Mendes Braga, e co-coordenada por Bruna Angotti.
Editora UNESP , 2019
Este livro procura identificar necessidades, detectar entraves e elaborar estratégias para garant... more Este livro procura identificar necessidades, detectar entraves e elaborar estratégias para garantia do exercício de direitos materno-reprodutivos no sistema prisional brasileiro. Por meio da observação de estabelecimentos prisionais, da realização de grupo focal com presas e de entrevistas com especialistas, as autoras puderam identificar, no fluxograma do sistema de justiça, os entraves e as lacunas que impedem detentas de terem seus direitos efetivados; mapear a percepção de mães presas do tratamento jurídico-penal-social que lhes é concedido e granjear suas propostas para realização do exercício da maternidade na condição adversa em que se encontram. Como resultado da pesquisa, foram elaboradas trinta propostas sobre desencarceramento, convivência familiar e fluxo do sistema de justiça, se não para diminuir a população prisional feminina, pelo menos para reduzir as violações de direitos e as consequências do aprisionamento. Assim, este livro busca contribuir para o desenvolvimento e a divulgação da pesquisa empírica em Direito e para os avanços na defesa dos direitos de mulheres e crianças encarceradas no Brasil. LINK PARA BAIXAR EPUB http://editoraunesp.com.br/catalogo/9788595463417,dar-a-luz-na-sombra
Boletim de Análise Político-Institucional IPEA, 2018
Entre os anos de 2013 e 2014 as autoras coordenaram a pesquisa Dar à Luz na Sombra: condições atu... more Entre os anos de 2013 e 2014 as autoras coordenaram a pesquisa Dar à Luz na Sombra: condições atuais e possibilidades futuras para o exercício da maternidade por mulheres em situação de prisão (Brasil, 2015), realizada no âmbito do projeto Pensando o Direito da Secretaria de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça (SAL/MJ) em parceria com o Ipea. A partir dela, propusemos identificar necessidades, detectar entraves e elaborar estratégias para garantia do exercício de direitos materno-reprodutivos no sistema prisional brasileiro. Por meio de métodos de pesquisa empírica conjugados, em especial de observação in loco de estabelecimentos prisionais, da realização de grupo focal com mulheres presas, de entrevistas com especialistas, detentas e gestoras, bem como de ampla pesquisa legislativa e bibliográfica, foram elaboradas trinta propostas que têm por objetivo principal diminuir a população prisional feminina e reduzir as violações e as consequências do aprisionamento. As propostas seguiram três linhas: desencarceramento, convivência familiar e fluxo do sistema de justiça.
38º Encontro anual da ANPOCS, 2014
Jovem, de baixa renda, em geral mãe, presa provisória suspeita de crime relacionado ao tráfico de... more Jovem, de baixa renda, em geral mãe, presa provisória suspeita de crime relacionado ao tráfico de drogas ou contra o patrimônio; e, em menor proporção, condenadas por crimes dessa natureza – este é o perfil da maioria das mulheres em situação prisional no Brasil, inclusive das grávidas e puérperas3 que estão encarceradas nas unidades femininas. As mulheres representavam, em 2012, 6,4% da população prisional do país, o que em números absolutos significa 35.072 do total de 548.003 presos. Atualmente esse percentual certamente já aumentou, considerando que o número de mulheres presas vem crescendo em largas proporções. Por exemplo, entre 2008 e 2011 tal crescimento foi de 27% na região Norte, 28% na região Sul, 28% no Nordeste, 8% no Sudeste e 9% no Centro este, superando, inclusive, o crescimento da população carcerária masculina. Enquanto entre 2000 e 2012 a população carcerária masculina cresceu 130% a feminina cresceu 246%. Tal aumento da população prisional feminina tem chamado a atenção de autoridades e gestores. Isso porque o encarceramento feminino está repleto de peculiaridades que não podem ser ignoradas. Dentre eles está a gravidez das detentas, os filhos que deixaram extramuros e pelos quais são responsáveis, a amamentação na prisão e o cuidado com bebês nascidos no sistema prisional.
Revista Direito e Práxis , 2019
Este paper apresenta algumas reflexões da pesquisa “Levada pela paixão”: gênero, raça e classe no... more Este paper apresenta algumas reflexões da pesquisa “Levada pela paixão”: gênero, raça e classe no processo criminal de Angela Davis que tem por objetivo investigar um caso de produção de subjetividade de mulher criminosa pelo sistema de justiça criminal. Trata-se de um trabalho empírico de natureza qualitativa com uso de análise documental, com o objetivo de pensar as condições de possibilidade da emergência do discurso penal e do contra-discurso da acusada a partir da escrita autobiográfica de Angela Davis. Inspirada pela epistemologia feminista negra proponho a estratégia do estudo de caso único para escavar o processo criminal a partir das lentes da autora acusada e revelar as disputas de sentido em torno da narrativa criminal e subjetividade das pessoas envolvidas. Ao final, costuro três acontecimentos de sua biografia, nos quais Angela se marcara para desnudar a ação do poder.
Espaço Jurídico Journal of Law [EJJL], 2019
Este paper apresenta algumas reflexões da pesquisa de Pós-doutoramento denominada “Levada pela pa... more Este paper apresenta algumas reflexões da pesquisa de Pós-doutoramento denominada “Levada pela paixão”: gênero, raça e classe no processo criminal de Angela Davis que tem por objetivo investigar um caso de produção da subjetividade da mulher criminosa pelo sistema de justiça criminal. Trata-se de um trabalho empírico de natureza qualitativa com uso de análise documental, com o objetivo de compreender a operação discursiva e performática de transformar um ícone- uma intelectual feminista negra, àquela altura já doutora em filosofia- em uma “mulher movida pela paixão”. Inspirada pela epistemologia feminista negra proponho a estratégia do estudo de caso único para pensar os marcadores sociais de classe, raça e gênero articulados no processo criminal de Angela Davis como significativos também em outras experiências no sistema de justiça criminal. Ao final, busco retratar como a experiência de Angela Davis com a justiça criminal e o relato dela sobre a mesma, no duplo ré-autora, pode contribuir na discussão dos processos de criminalização e subjetivação feminina negra, situando esta pesquisa em um debate mais amplo acerca das relações de gênero, raça, classe e direito, o qual nos parece um horizonte necessário e promissor para o campo jurídico e criminológico brasileiro.
Quatro Cinco Um: a revista dos livros - Folha de S. Paulo , 2020
Ao se apropriarem de suas narrativas, Angela Davis e Preta Ferreira desafiam as hierarquias em to... more Ao se apropriarem de suas narrativas, Angela Davis e Preta Ferreira desafiam as hierarquias em torno do poder de escrever a história. Nas últimas páginas de seu livro publicado pela editora Boitempo, Preta Ferreira narra seu encontro com Angela Davis, cuja obra passou a ser lançada no Brasil em 2016, pela Boitempo. Em 2019, Angela — que teve sua autobiografia publicada no mesmo ano por aqui — viajou pelo país proferindo palestras e se encontrando com ativistas brasileiras, como Preta Ferreira. O plano era que Angela a visitasse na prisão, “mas, para minha sorte, não deu tempo. No fundo, eu nem queria que ela fosse ao presídio, seria egoísmo fazer com que ela revisitasse essa dor”. Entre a libertação de Preta e o encontro com Angela, passaram-se dez dias. Apesar de ter deixado o cárcere, Preta não estava livre dele. Ela carregava a prisão no corpo e na forma de traumas, reatualizados pelas viaturas estacionadas em frente à sua casa. O regime de prisão domiciliar a impedia de estar na rua à noite e nos fins de semana, os períodos em que a professora norte-americana ministrava suas palestras, e foi por isso que ela teve que recusar inúmeros convites para encontrá-la. Em um domingo, Angela cancelou seus compromissos e foi visitá-la. No diário de Preta, esse foi o “dia em que a Terra parou”. Contudo, sua escrita nos alerta que o encontro não foi nada romântico, pois foi carregado de dor e sofrimento, mas também cheio de potência. Preta Ferreira identifica-se com Angela Davis não só pela história de enfrentamento do sistema de Justiça criminal (“eu vi a mesma história contada duas vezes”), pela proximidade de suas trajetórias (“eu me vi no futuro”), mas também pelo fato de terem uma ancestralidade comum: “parecia que eu me via naquela mulher” — assim, ela “poderia ser Angela Ferreira ou Preta Davis”.
Derecho PUCP, 2023
Feminists take a variety of different approaches to discussions of the law, and m... more Feminists take a variety of different approaches to discussions of
the law, and many researchers have focused on studying the possibility
of employing feminist legal methods of “doing” and “knowing” in law. Feminist
authors discuss the possibility of applying feminist methods to question truth
claims in law and challenge the power relations the law creates and recreates
based on markers such as gender, race, and class. We have organized our
work around three components of a method developed by Katharine Bartlett
—
the woman question, feminist practical reasoning and consciousness-raising
—to
analyze the knowledge produced regarding the imprisonment of women for
drug offenses in Brazil in the 21st century. We consider how feminist methods
may be applied in this and other contexts which involve a great deal of
marginalization. Drawing on Ochy Curiel’s interpretation of the concept
of the coloniality of knowledge, we ask: How can we decolonize feminist
methods in order to adapt them to the needs and realities of the Global
South? We focus on the idea of translation, advocated for by a number of Latin American and North American authors whose work touches on themes of centrality (North) and marginality (South), as a method of producing “connected epistemologies” which encourage alliances and challenge reductionist interpretations of feminist theories. Our aim is to contribute to a horizontal dialogue between the Global North and South in feminist studies without disregarding the uniqueness of the realities of our research subjects.
Derecho PUCP, 2023
Entre las diversas dimensiones que pueden tomar los feminismos en su interacción con el derecho, ... more Entre las diversas dimensiones que pueden tomar los feminismos
en su interacción con el derecho, muchas investigadoras se han centrado en
estudiar la posibilidad de emplear métodos legales feministas para «hacer» y
«saber» en derecho. Autoras feministas discuten las posibilidades de aplicar
métodos feministas para cuestionar las pretensiones de verdad que produce
el derecho y las relaciones de poder que crea y recrea a partir de marcadores
sociales como el género, la raza y la clase. En nuestra investigación,
trabajamos con tres ejes de un método desarrollado por Katharine Bartlett
—la pregunta por la mujer, el razonamiento práctico feminista y el incremento
de conciencia— para analizar el conocimiento producido acerca de la
criminalización de las mujeres por tráfico de drogas en Brasil en el siglo
XXI. Reflexionamos sobre cómo aplicar métodos feministas en este y otros
contextos de marginación. Trabajando con la interpretación del concepto
de colonialidad del saber de Ochy Curiel, nos preguntamos: ¿cómo podemos
decolonizar los métodos feministas para adaptarlos a las necesidades y la
realidad del Sur global? Utilizamos la idea de traducción desarrollada
por algunas autoras latinoamericanas y norteamericanas que transitan por
espacios de centralidad (Norte) y marginalidad (Sur) en sus obras como una
forma de producción de «epistemologías conectadas» que estimulan alianzas y confrontan interpretaciones reduccionistas de las teorías feministas. Con este trabajo, buscamos contribuir al diálogo horizontal en los estudios feministas entre el Norte y el Sur globales sin descuidar la singularidad de las realidades de los sujetos estudiados.
Objetivo: Este trabalho discute as possibilidades e os desafios da aplicação de um método feminis... more Objetivo: Este trabalho discute as possibilidades e os desafios da aplicação de um método feminista nas Ciências Criminais. Em diálogo com as epistemologias feministas, especialmente mobilizando a noção de saberes posicionados, propomos um exercício de estranhamento da representação dos sujeitos criminais nos textos acadêmicos.
Contextualização: As discussões deste artigo são resultado de uma experiência de pesquisa documental centrada nas representações das mulheres que cometem o crime de comércio ilegal de entorpecentes, tendo como fonte artigos científicos publicados em um importante periódico da área. Para destacar as marcas de gênero nesses textos, empregamos o método legal feminista desenvolvido pela autora estadunidense Katharine Bartlett no texto Feminist Legal Methods (1990).
Metodologia: O presente artigo é fruto das reflexões teóricas, políticas e, especialmente, epistemológicas, que surgiram no delineamento metodológico desta pesquisa. Nesse sentido, realizamos, neste artigo, uma revisão da literatura nacional e internacional, especialmente produções feministas sobre métodos e políticas de produção de conhecimento no Direito.
Resultados e contribuições: Com este trabalho, buscamos contribuir para o desenvolvimento de pesquisas na interface de Gênero e Direito, que permitam pensar não só em outros caminhos, mas também em outras perguntas referentes ao campo das Ciências Criminais.
Revista de Estudos Empíricos em Direito, 2022
Este artigo é um dos frutos da pesquisa “Maternidade encarcerada sob uma perspectiva comparada” ... more Este artigo é um dos frutos da pesquisa “Maternidade encarcerada sob uma perspectiva comparada” que teve como objetivo analisar o exercício da maternidade em condições de privação de liberdade numa prisão de mulheres em Portugal a partir da experiência no sistema prisional brasileiro. Por meio da metodologia etnográfica - com técnicas combinadas de observação participante, entrevista, análise documental e projeção de filmes com grupos de conversa - realizei o trabalho de campo junto às mulheres e crianças presas na “Casa das Mães”, no Estabelecimento Prisional de Tires. Neste texto, reúno notas metodológicas que contam sobre minha entrada, percursos e localizações no campo de pesquisa, buscando enquadrá-las dentro de um panorama mais geral dos arranjos de poder na prisão e posicionalidades na produção empírica dos estudos prisionais.
Este artigo encontra-se licenciado com uma Licença Creative Commons-Atribuição 4.0 Internacional Revista de Estudos Empíricos em Direito
Revista de Estudos Empíricos em Direito (REED), 2014
O presente artigo é um dos frutos da pesquisa de doutoramento “Reintegração social: discursos e p... more O presente artigo é um dos frutos da pesquisa de doutoramento “Reintegração social: discursos e práticas na prisão ‒ um estudo comparado”, na qual foram analisados alguns projetos desenvolvidos por entidades da sociedade civil em estabelecimentos prisionais de São Paulo e da Catalunha (Espanha). Para tanto, utilizou-se metodologia qualitativa de pesquisa, com o emprego de três métodos: entrevistas semidirigidas com os envolvidos direta e indiretamente com os projetos (voluntários, presos, diretores de entidades, funcionários da prisão); pesquisa documental (projetos, memoriais, manuais); e, relatos etnográficos produzidos a partir da observação in loco do trabalho desenvolvido pelas entidades selecionadas nos estabelecimentos prisionais. Neste paper, ganha destaque a questão do método em criminologia e as reflexões acerca da pesquisa empírica na prisão. Em uma pesquisa situada em um espaço tão hermético como a prisão, explicitar os caminhos de inserção do campo é um exercício que desvela os mecanismos de poder em funcionamento, e acaba por levar o pesquisador de volta ao objeto da própria tese. Afinal, muitos dos empecilhos e barreiras criadas para a entrada do pesquisador na prisão são os mesmos com que se deparam as entidades e pessoas da sociedade civil. Esse artigo é uma reflexão acerca dos caminhos e dos desafios vivenciados por aqueles que adentram o espaço prisional enfrentando o isolamento impostos por seus muros.
Boletim do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais - IBCCRIM , 2016
Provocadas pelo ofício de professoras e inspiradas por Bell Hooks - especialmente em Ensinando a ... more Provocadas pelo ofício de professoras e inspiradas por Bell Hooks - especialmente em Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade (2013) -, juntamo-nos para ensaiar reflexões acerca dos fundamentos das práticas pedagógicas feministas nos espaços das salas de aulas.
As práticas pedagógicas propostas pela autora têm como base a interação entre pedagogias anticolonialista, crítica e feminista, “cada uma das quais ilumina as outras” e implicam “questionar as parcialidades que reforçam o sistema de dominação” (2013, p. 20), que “silenciam as vozes de indivíduos dos grupos marginalizados” (2013, p. 110).
Desde nosso lugar de fala – enquanto professoras universitárias, criminólogas e feministas – os temas da liberdade e da transgressão produzem um desdobramento para além do campo pedagógico: eles se inscrevem no nosso próprio campo de conhecimento e ganham relevância quando encarados desde considerando nossa posição de criminólogas críticas que lutam pela construção de uma sociedade democrática que necessita destruir os muros de segregação, sejam os da prisão, sejam os da academia.
As perspectivas críticas criminológicas têm em comum a proposta de construírem uma teoria engajada, na qual ciência e militância não são compreendidas como antíteses, mas como experiências indissociáveis – embora distintas – e em permanente diálogo. Da mesma forma, o pensamento e, principalmente, o movimento feminista têm provocado fissuras no projeto de revestir a produção científica de neutralidade e objetividade (Hooks, 2013, p. 91).
Inspiradas em práticas pedagógicas feministas, este texto é uma primeira aproximação entre o campo da criminologia e das epistemologias feministas aplicadas aos processos de ensino e aprendizagem. Nossa proposta é a de que a interação entre o campo criminológico e feminista seja interpelada desde o seu modo de dizer e ensinar a criminologia e o direito penal.
Lumen Juris, 2017
Desde minhas experiências como aluna e professora em faculdades de direito, proponho neste ensaio... more Desde minhas experiências como aluna e professora em faculdades de direito, proponho neste ensaio algumas reflexões acerca de gênero e educação jurídica, guiando-me pelos pressupostos da epistemologia feminista e retomando alguns dados empíricos produzidos sobre o tema. Nesse caminho, me apoio em uma das importantes contribuições da epistemologia feminista, que é posicionar quem fala, questionando o absoluto, a cisão entre mente e corpo e a distância entre discurso e prática.
V ENADIR - FFLCH - USP, 2017
O presente trabalho se estrutura de forma a apresentar os relatos separadamente, explicitando as ... more O presente trabalho se estrutura de forma a apresentar os relatos separadamente, explicitando as duas percepções dos autores-mestrandos após reflexão conjunta com a professora orientadora acerca dos desdobramentos dos respectivos momentos identificação no campo, sem perder de vista o contexto de desafios apontado nas considerações do último tópico, quanto ao desenvolvimento de pesquisas empíricas e, em especial, etnografias, sendo um jovem jurista.
Rede de Estudos Empíricos em Direito - REED , 2017
Neste capítulo, propomos algumas reflexões advindas do uso do grupo focal em uma pesquisa no camp... more Neste capítulo, propomos algumas reflexões advindas do uso do grupo focal em uma pesquisa no campo prisional. A presença desta discussão neste livro, parece-nos interessante em ao menos dois sentidos: primeiro, por não ser uma técnica comumente utilizada nos estudos empíricos em Direito; e, segundo, por, ao provocar a troca de ideias entre interlocutoras, dar acesso a uma perspectiva coletiva do problema de pesquisa privilegiada para pensar as questões na esfera político social, na qual o sistema de justiça se insere. A partir dos diálogos do grupo focal, uma teia de significados é tecida ao alcance dos olhos da pesquisadora, acrescentando complexidade e relatividade à análise conforme discutiremos adiante.
Boletim do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais - IBCCRIM , 2019
Ao considerarmos o contexto de recrudescimento punitivo, de desmonte do Estado de bem-estar socia... more Ao considerarmos o contexto de recrudescimento punitivo, de desmonte do Estado de bem-estar social e de simbolismo penal - com plataforma de governo atual voltada à militarização da vida e à guerra aos Direitos Humanos -, o CEL se depara com o desafio de construir uma pedagogia da e em resistência, como práxis. O cenário político, por ora, parece-nos hostil. No entanto, enquanto acadêmicas(os) críticas(os), entendemos não existir espaço para inércia e neutralidade, de modo que em lugar da "Grande Recusa", optamos pela via das resistências (no plural), posicionando-nos e atuando comprometidas(os) na construção de uma sociedade sem grades.
Revista Extensão & Cidadania
Este artigo propõe pensar a extensão universitária como vaso comunicante e vivo com a comunidade ... more Este artigo propõe pensar a extensão universitária como vaso comunicante e vivo com a comunidade que, portanto, deve ser afetada e afetar o seu redor. Propomos analisar a trajetória do grupo Cárcere, Expressão e Liberdade (C.E.L) em relação ao contexto sociopolítico em que se desenvolve extensão, no nosso caso, o sistema prisional. Daremos destaques às mudanças e provocações no contexto, a partir de quatro momentos da nossa trajetória. Para tanto, utilizamos o histórico dos relatórios das atividades do grupo como fonte para pensar e retomar o transcurso do grupo. Ao final, propomos diretrizes para extensão, e destacamos a importância da universidade no cárcere.
Revista Jurídica da Presidência, 2014
Neste artigo, faz-se uma reflexão sobre a responsabilidade e as possibilidades da academia sobre ... more Neste artigo, faz-se uma reflexão sobre a responsabilidade e as possibilidades da academia sobre a questão prisional a partir de teorias, pressupostos e avaliações de professores que realizaram projetos de intervenção no cárcere. Empregou-se o método dedutivo para reunir o aporte teórico acerca da temática, e o método histórico-comparativo para apresentar duas experiências que são referências de intercâmbio entre universidade e cárcere, Group d’information sur les prisons – GIP, que teve entre seus idealizadores Michel Foucault, e Norsk Forening for Kriminalreform – KROM, dirigido por Thomas Mathiesen na Noruega. Ao final, com a reunião de inspirações teóricas e empíricas consolida-se uma base teórica-metodológica que visa inspirar a criação e a reflexão de outras ações da universidade no cárcere.
Livro GDUCC: Grupo de Diálogo Universidade-Cárcere-Comunidade, 2013
Este capítulo apresenta e analisa brevemente a trajetória do GDUCC, e propõe três reflexões centr... more Este capítulo apresenta e analisa brevemente a trajetória do GDUCC, e propõe três reflexões centrais ao trabalho desenvolvido pelo grupo: i) metodologia da intervenção; ii) entrada e permanência no cárcere ; e iii) facções criminosas no contexto prisional. As noções de Thomas Mathiesen de "movimento inacabado e experiência de aprendizagem" compõem o quadro retórico-reflexivo sobre o qual se organiza a análise do GDUCC. Desde sua criação, em 2006, são agregadas novas práticas e pessoas ao grupo, com o desafio de entrar nos espaços prisionais e neles permanecer, em uma interrelação complexa que envolve os membros da Academia/sociedade civil, a Direção de estabelecimento prisional e a organização de presos.
Direitos Humanos das Mulheres - Coleção Relatórios NAJURP, 2017
Extensão Universitária e Educação: Cultura Acadêmica , 2018
O presente artigo reúne experiências e reflexões em torno do grupo de extensão Cárcere, Expressão... more O presente artigo reúne experiências e reflexões em torno do grupo de extensão Cárcere, Expressão e Liberdade (CEL), que atua junto às mulheres presas na Cadeia Pública Feminina de Franca/SP, sob a coordenação da autora deste artigo. Trata-se de uma continuidade do trabalho apresentado no VIII Congresso de Extensão Universitária da Unesp realizado no ano de 2015 e premiado na categoria 3, “Trabalhos de extensão com resultados que transformaram a realidade da comunidade externa”. Neste texto, começaremos problematizando a prisão de mulheres como contexto de atuação do projeto de extensão; em seguida, serão apresentados características, métodos e objetivos do grupo. E, ao final, discutiremos os desafios, resultados obtidos e reflexões
sobre nossas ações na cadeia pública feminina.
Boletim do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais - IBCCRIM , 2007
“As pessoas, os momentos são sempre diferentes para mim e as pessoas deveriam parar um pouco, obs... more “As pessoas, os momentos são sempre diferentes para mim e as pessoas deveriam parar um pouco, observar um pouco (...) conhecer e conversar com um homem preso, dialogar sobre qualquer coisa e então a mágica acontece...”(1)
I. Proler Carcerário e a “escrita de si”
A mágica a que o então preso-escritor Rosieles Ramos Sales se refere é a mágica do encontro, que os muros prisionais e nossas próprias defesas se encarregam de evitar. Sales, enquanto preso em Vitória da Conquista (Bahia), participou do projeto Proler Carcerário, sob coordenação da professora Heleusa Câmara, que incentivava que os presos desenvolvessem a leitura e a “escrita de si”. A “escrita de si” é um exercício de autoria, uma oportunidade de releitura dos nossos caminhos (Câmara, 2001), a qual, no contexto prisional, adquire uma importância excepcional, pois além de consistir em uma atividade para ocupar os dias vazios da prisão, faz que o individuo, a partir do resgate de sua história, comece a se diferenciar dos demais, aumentando a sua auto-estima e a compreensão de si e do mundo que o cerca. O projeto parte do pressuposto que a “escrita de si” liberta, à medida que ela nos situa em determinado contexto e nos devolve a nossa história. A partir dela podemos resgatar os acontecimentos de nossa vida, redimensioná-los e ressignificá-los, elucidando os processos que nos constituíram enquanto sujeitos, de forma de apurar a nossa compreensão do presente e vislumbrar caminhos futuros. O passado, o presente e o futuro são articulados em uma mesma trama. Nesse sentido, a etimologia da palavra trama é muito significativa: do latim fio que vai de través, ao mesmo tempo representativa de uma linearidade (fio) e de uma confluência (través: que se une, cruza, atravessa). Lugar onde os acontecimentos, personagens e relações são reconstruídos a partir da experiência individual. Qualquer experiência de interação social é tanto auto como hétero-constitutiva à medida que seus atores se modificam no transcurso e a partir da interação. Nessa dinâmica social, deparamo-nos com a possibilidade de constante re-invenção de nós mesmos e do outro, visto que a identidade é um processo, fluido, que se atualiza e se modifica nas nossas relações cotidianas (Ciampa, 2004).
Nesse sentido, a “escrita de si’ no ambiente prisional aparece como uma oportunidade de interação única, uma vez que foge ao padrão da interação estabelecido a partir das relações institucionais: o preso escreve a um interlocutor externo e pode escolher vivenciar outras personagens, mostrar-se a partir de perspectivas diferentes das quais normalmente ele é visto no ambiente institucional. Ademais, a escrita é uma possibilidade de expressão dos desejos e sentimentos mais íntimos, uma fresta que se abre dentro do espaço prisional. Principalmente se tratando de um presídio masculino, onde a energia feminina (yin), do acolhimento, da sensibilidade, da fluidez é prejudicada pela superposição do masculino (yang), que se manifesta nas ações, no plano da racionalidade. De acordo com a perspectiva discursiva da psicologia social, a comunicação não é meramente funcional, visando à transmissão de idéias, mas representa sentidos compartilhados, códigos comuns e, principalmente, produz os objetos de que fala. A linguagem constitui as idéias e o nosso conhecimento sobre a realidade, razão pela qual lhe é atribuída a função de produção de significados. A linguagem visa a estabelecer denominadores comuns para que a sociabilidade se realize. Porém, além disso, enquanto uma espécie de codificação, está intimamente ligada à disciplina e normalização das práticas, cumprindo a função de manutenção de uma ordem simbólica (Bordieu, 2004). Logo, os códigos lingüísticos respaldam um saber especifico, oficial, legitimam uma certa maneira de contar história e quem pode contá-las, limitando, dessa forma, a apropriação do saber, e, conseqüentemente, o acesso ao poder. A confecção da própria história, principalmente pelo código escrito, faz que a pessoa se “empodere”, na medida em que o poder e o saber não podem ser dissociados. Ao contrário, um serve de sustentáculo ao outro (Foucault, 2003, 2006). Esse “empoderamento” ocorre com uma apropriação dos instrumentos, espaços e códigos de produção do saber; com a inserção no espaço da literatura, da escrita, da produção de verdade. O mais importante é o fato do preso reconquistar o poder e os meios de produção de sua história, cujo saber jurídico, médico, policial e penitenciário tratam de se apropriar.
“As práticas judiciárias (...) me parecem uma das formas pelas quais nossa sociedade definiu tipos de subjetividade, formas de saber e, por conseguinte, relações entre o homem e a verdade" (Foucault, 2003, p. 11).
Revista de Estudos Criminais , 2008
O presente artigo relata as atividades desenvolvidas pelo Grupo de Diálogo Universidade-Cárcere-C... more O presente artigo relata as atividades desenvolvidas pelo Grupo de Diálogo Universidade-Cárcere-Comunidade (GDUCC), junto aos presos de uma Penitenciária paulista. O objetivo do grupo é possibilitar experiências de encontro entre a universidade, o cárcere e a comunidade, buscando restaurar o diálogo entre esses segmentos da sociedade, a partir dos pressupostos teóricos da criminologia crítica aplicados à execução penal, tais como: simetria nas relações, aceitação da ética do outro, busca da transdisciplinaridade. Os relatos dos presos colhidos durante os encontros realizados no 2º semestre de 2006 dialogam com esses pressupostos, reafirmando-os ou colocando-os em cheque, e demonstrando os êxitos e dificuldades do projeto.
Revista Eletrônica de Direito/UNESP, 2016
Este artículo tiene como tema la acción de la sociedad civil en la cárcel desde la perspectiva de... more Este artículo tiene como tema la acción de la sociedad civil en la cárcel desde la perspectiva del voluntario. Por vía de la figura de Johanna Dark de Brecht y de un recorrido sobre la historia de vida de un voluntario en una cárcel de Cataluña, se pretende reflexionar acerca de las prácticas de ese tipo de voluntariado y apuntar algunas trampas en la relación de la sociedad civil con la cárcel. El texto ilustra como delante de un sistema penitenciario desacreditado la “voluntad de salvación” sigue viva en discursos y prácticas en nuestras prisiones.
II ENADIR - Encontro Nacional de Antropologia do Direito, 2011
Pretendo relatar no presente paper o processo de minha inserção no campo penitenciário da Catalun... more Pretendo relatar no presente paper o processo de minha inserção no campo penitenciário da Catalunha: estratégias, dificuldades, negociações, etc.. Descrevo algumas percepções da configuração do campo (de força e de luta) nesse território. A partir de uma curta e localizada incursão, tentei compreender o fenômeno do voluntariado, forma institucionalizada de entrada da sociedade civil nas prisões catalãs. Aproximar-me de outro terreno para compreender como a ação no cárcere se produz em outros contextos.
Boletim de Políticas Públicas, 2023
Apesar de ter trabalhado com diversos temas relacionados ao encarceramento durante a minha trajet... more Apesar de ter trabalhado com diversos temas relacionados ao encarceramento durante a minha trajetória de pesquisa, mais especificamente na questão da maternidade no ambiente prisi-onal, o meu projeto ético-político é um projeto abolicionista. O tema do abolicionismo penal é um dos assuntos de minha pre-dileção, sendo assim, eu quis aqui trazer alguns pressupostos e pilares que venho pensando e formando acerca da concepção do abolicionismo.
Revista do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, 2010
O presente artigo tem por escopo a reflexão acerca do posicionamento do intelectual crítico em re... more O presente artigo tem por escopo a reflexão acerca do posicionamento do intelectual crítico em relação à prisão, a partir das atitudes de recusa e resistência. Mais do que denunciar a perversidade da prisão e da ação dos mecanismos de poder, vislumbrando o seu futuro desmantelamento, interessa-me, aqui, problematizar a prisão enquanto realidade do presente.
Revista Espaço Acadêmico , 2014
O presente artigo tem como tema a relação da sociedade civil com a prisão. Trata-se de uma reflex... more O presente artigo tem como tema a relação da sociedade civil com a prisão. Trata-se de uma reflexão acerca de como a punição atinge o corpo social, e como se pode, a partir da sociedade buscar a reintegração social. A sociedade está intimamente ligada e implicada com a questão criminal, a carga emotiva inerente à punição mobiliza outras instituições sociais, e um público além do especializado. O objetivo deste artigo é analisar em que medida o cárcere e as pessoas encarceradas se relacionam com o mundo fora da prisão, e qual o papel que a ação social voluntária assume na dinâmica prisional-social.
Acadêmica LIVRE - FGV , 2015
A epígrafe acima foi proferida em novembro de 2011, pelo Secretário de Segurança Pública paulista... more A epígrafe acima foi proferida em novembro de 2011, pelo Secretário de Segurança Pública paulista, Antonio Ferreira Pinto, em entrevista à Folha de S. Paulo,
Este texto, tomando como ponto de partida o discurso oficial ilustrado na fala do Secretário de Segurança, tem como objetivo uma breve análise da atuação do sistema de justiça frente aos massacres perpetrados pela polícia paulista, tomando como marco o advento da Lei federal n. 9.299/96 (Lei Hélio Bicudo), que alterou a competência para julgamento de crimes dolosos contra a vida cometidos por militares contra civis.
A argumentação, fomentada a partir do Massacre do Carandiru, no sentido de que a Justiça Militar, por seu caráter estruturalmente corporativista, seria inábil para o julgamento dos homicídios cometidos por militares contra civis, levou à alteração da competência para o julgamento de tais delitos, transferindo-se ao Tribunal do Júri a jurisdição em razão da matéria.
Não obstante a alteração da competência, verifica-se que o Estado seguiu assistindo a massacres promovidos pela polícia militar ou por grupos liga- dos à corporação, conforme será exposto adiante, sendo que a atuação do sistema de justiça comum (não militar) frente a tais eventos em pouco ou nada contribuiu para uma mudança substancial no que toca à efetividade da responsabilização jurídica por tais crimes.
Dessa forma, este artigo pretende trazer dados relativos à atuação do sistema de justiça comum frente a duas ações policiais ocorridas nas duas últimas décadas em São Paulo: o massacre do Carandiru (1992) e os crimes de maio de 2006.
A partir desse recorte, calcando-se na inefetividade da resposta do sistema de justiça comum em ambos os casos, poder-se-ão inferir hipóteses acerca das razões da ineficácia das instituições civis na salvaguarda dos direitos humanos, tomando-se por base o aparente continuum militar-civil brasileiro, herdeiro do processo peculiar de redemocratização do país.
Com a finalidade de discutir esta hipótese, propõe-se uma breve incursão na produção teórica acerca da violência institucional e da democracia. Recorrer-se-á ainda a fontes documentais que registram a resposta do sistema de justiça às mortes de civis por policiais militares nos episódios do Carandiru e de maio de 2006, quais
sejam: (1) Relatório “São Paulo sob achaque” elaborado pela Clínica Internacional de Direitos Humanos da Universidade de Harvard em parceria com a ONG Justiça Global, acerca do tratamento, pelo sistema de justiça, das mortes de maio de 2006; (2) Comunicação elaborada pela Defensoria Pública à Comissão Interamericana de Direitos Humanos a respeito do arquivamento das investigações, a pedido do Ministério Público, que versavam sobre a execução de três pessoas presas na Cadeia Pública de Jundiaí (maio de 2006).
O aprisionamento no Brasil atingiu níveis inimagináveis, o que parece ser reconhecido de forma ge... more O aprisionamento no Brasil atingiu níveis inimagináveis, o que parece ser reconhecido de forma generalizada, sem que, contudo, nenhum ator político ou jurídico assuma a responsabilidade por esse colapso. Discutir a questão é fundamental para se alcançar medidas de desencarceramento.
Núcleo de Estudos da Tutela Penal e Educação em Direitos Humanos – NETPDH, 2013
O fenômeno do tráfico sexual de pessoas tem ocupado um lugar de destaque no debate público. No pl... more O fenômeno do tráfico sexual de pessoas tem ocupado um lugar de destaque no debate público. No plano nacional e transnacional, tem se discutido e elaborado políticas criminais de enfrentamento ao tráfico sexual, nas quais estão em disputa discursos e práticas constituintes da ordem, dos gêneros, das liberdades, e sobretudo, atravessados pela moralidade. A construção de uma política criminal se dá a partir da multiplicidade de interesses e disputas acerca de categorias e estratégias no enfrentamento do crime. Na elaboração das políticas nacionais e transnacionais em relação ao tráfico sexual de pessoas, as vitimas, em sua maioria mulheres, são o lado mais fraco na disputa, seus interesses, vontades e expectativas encontram pouco espaço e legitimidade na elaboração das políticas que lhe dizem imediatamente respeito.
D'Plácido, 2020
[Apresentação do livro] Este livro resulta da dissertação de mestrado defendida no Departamento ... more [Apresentação do livro]
Este livro resulta da dissertação de mestrado defendida no Departamento de Direito Penal, Criminologia e Medicina Forense da Universidade de São Paulo, com a orientação do nosso querido Professor Alvino Augusto de Sá. Trata-se de pesquisa empírica comparativa realizada com 26 travestis e transexuais presas no CDP II em São Paulo e em duas alas especiais em Minas Gerais. A obra toca em temas áridos e só recentemente tratados pelo Direito como: performance, fluidez e identidade de gênero.
Natália baseia-se na fenomenologia de Heidegger para construir a relação com suas interlocutoras, focando na experiências de consciência delas a partir de suas vivencias na prisão. Seguindo a Teoria Fundamentada nos Dados (TFD), ela opera as codificações das diferentes vivências compartilhadas nas entrevistas, que serão a base de uma teoria sobre a prisão de pessoas trans. A autora percorre esse difícil e complexo processo de extrair a análise dos dados com primor, resultando em análises potentes acerca da produção de gênero na prisão e da prisão no gênero, iluminadas na comparação entre as duas localizações trans (especializada ou não). Natália ainda é generosa ao compartilhar os detalhes e etapas da operação de codificação, inclusive trazendo em anexo dois exemplos de entrevistas decodificadas, material didático para ajudar a planejar e atravessar a etapa de análise de dados.
Boletim do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais - IBCCRIM , 2014
Entre as diversas formas que a violência de gênero assume, o estupro é a que demonstra de maneira... more Entre as diversas formas que a violência de gênero assume, o estupro é a que demonstra de maneira mais eloquente a existência da desigualdade entre homens e mulheres, ao submeter a vítima de modo integral, atingindo seu corpo e sua autonomia. Dados das secretarias estaduais de segurança divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que, entre 2011 e 2012, houve aumento significativo no número dessas ocorrências no Brasil: a taxa de 22,1 passou a ser de 26,1 por 100 mil habitantes,(1) ultrapassando a taxa de homicídios. A reforçar a sensação de que o estupro é um problema que vem se agravando, têm-se os episódios de grande repercussão na mídia, como o caso em que a vítima foi estuprada dentro de um ônibus com passageiros,(2) tendo uma arma apontada para sua cabeça, e o de duas mulheres que, em ocasiões diferentes, foram estupradas dentro de uma van.(3) Só houve reação da polícia quando se identificou que a segunda vítima era uma turista norte-americana, evidenciando o caráter seletivo que muitas vezes orienta a atuação das autoridades. A mudança na legislação criminal em 2009 pode ter tido alguma influência sobre o aumento, pois a supressão das condutas “atentado violento ao pudor” e “atos libidinosos” e sua inclusão na figura típica do estupro no Código Penal logicamente teriam o efeito de inflar as estatísticas relativas ao estupro. As estatísticas disponíveis para o estado de São Paulo são indicativas desse acontecimento: em 2009 a taxa era de 13,6 estupros e em 2010 saltou para 23,9. Todavia, passado o impacto da alteração legislativa, tem-se que em 2011 a taxa que era de 25,0 subiu para 30,8 em 2012.(4) É preciso destacar ainda o peso da mudança de atitude das vítimas, que passaram a identificar e denunciar mais frequentemente a violência sexual sofrida. Esse mesmo fenômeno tem sido verificado no concernente a outras modalidades de violência contra a mulher, sobretudo a violência doméstica e familiar, objeto da Lei Maria da Penha. Pode-se apontar, ainda mais remotamente, o impacto que a criação das Delegacias de Defesa da Mulher nos anos 1980 teve sobre a percepção e a denúncia da violência praticada contra mulheres. Campanhas informativas e de incentivo à denúncia, a criação do disque 180, a ampliação da rede de serviços especializados de atendimento e a visibilidade social do problema certamente contribuíram para o crescimento do número de ocorrências registradas.
Revista Brasileira de Ciências Criminais, 2008
Esse artigo tem como objeto a grande reforma iniciada em 1993 no complexo de prisões de Tihar, si... more Esse artigo tem como objeto a grande reforma iniciada em 1993 no complexo de prisões de Tihar, situado na cidade de Nova Deli na Índia. Uma série de ações foi adotada com vista a transformar um dos maiores complexos prisionais do mundo - notadamente conhecido por seu alto grau de corrupção e violência - em um lugar melhor. Dentre as principais medidas estão: abertura do cárcere para a comunidade e da comunidade para o cárcere por meio do trabalho voluntário; implementação de um sistema de gestão participativa; construção de um sistema de ventilação das queixas dos presos; e aprimoramento da comunicação entre eles e deles com a direção. Mas, sem dúvida a medida mais ousada, na qual se centrará esse trabalho, foi a disseminação da prática da meditação vipassana na prisão, a qual teve reflexos nos presos e no ambiente prisional.
EnglishThis article is a descriptive summary of the final results of the "Pensando o Direito... more EnglishThis article is a descriptive summary of the final results of the "Pensando o Direito: Diagnostico dos Servicos Prisionais no Brasil (Northeast region)" study of January-September 2015, under the auspices of the "Pensando o Direito" project of the Ministry of Justice. The research objective was to examine the organization and profiles of the prison services and functionaries in the Northeast region of Brazil, with special focus on the prison agents. The quantitative methodology included the collection and entry of states' information in a database and the launch of a survey; qualitative methodology included normative-organizational analysis, interviews, and on-site visits. In this article, we present a brief portrayal of prison services in Northeastern Brazil, based on information from the state criminal enforcement bureaus, according to the opinions of prison officials from the survey. The resulting portrayal points to the precariousness of prison lab...
E sabido que uma infima parcela dos crimes chega a conhecimento da autoridade policial ou ministe... more E sabido que uma infima parcela dos crimes chega a conhecimento da autoridade policial ou ministerial. A maioria dos delitos permanece oculta, especialmente em razao da inercia do ofendido em delatar os fatos para inicio da persecucao penal. O artigo aborda a participacao da vitima no controle da delinquencia oculta. Primeiramente, o presente estudo analisa as formas de controle social do delito, com a finalidade de repensar o papel da vitima no sistema de justica criminal vigente. Em seguida, aborda os conceitos e tecnicas inerentes a cifra oculta da criminalidade. Por derradeiro, atraves de recentes dados estatisticos, o trabalho examina a participacao da vitima no controle da delinquencia ocultada aos orgaos de controle formal.
D'Plácido , 2020
Eu nada entendo da questão social. Eu faço parte dela simplesmente... E sei apenas do meu próprio... more Eu nada entendo da questão social.
Eu faço parte dela simplesmente...
E sei apenas do meu próprio mal,
Que não é o mal de toda a gente
(...)
Entre os Loucos, os Mortos e as Crianças,
É lá que eu canto, numa eterna ronda,
Nossos comuns desejos e esperanças!
Mario Quintana (poesia completa)
1ª Ed. Curitiba: Íthala / Série Pensar Direito - Criminologia Crítica , 2015
O presente artigo busca investigar alguns dos desdobramentos e reconfigurações das funções e luga... more O presente artigo busca investigar alguns dos desdobramentos e reconfigurações das funções e lugares dos discursos criminológicos, em especial no Brasil, a partir de três amplos recortes históricos. Por meio da combinação dos métodos dedutivo e histórico, pretendeu-se compreender a formação dos saberes criminológicos, suas hierarquias e horizontalidade, tanto sob a perspectiva interna das Ciências Criminais quanto das relações destas com os outros saberes que produzem conhecimento acerca do fenômeno criminal. Analisa-se o papel do positivismo criminológico na formação do Brasil republicano, que, com a aura do cientificismo, viabilizou a construção de discursos ontológicos, que legitimariam intervenções racistas acerca do crime. Discute-se ainda, a mudança paradigmática na Criminologia na segunda metade do século XX, lugar da Criminologia no século XXI e os desafios frente ao caráter duplamente interdisciplinar do saber criminológico. Por fim, aponta-se para uma abertura dinâmica e crítica da criminologia frente aos seus desafios epistemológicos.
RIDH - Revista Interdisciplinar de Direitos Humanos , 2013
O presente artigo busca, a partir da perspectiva dos direitos humanos, relacionar a autonomia ind... more O presente artigo busca, a partir da perspectiva dos direitos humanos, relacionar a autonomia individual com alguns princípios religiosos e interditos jurídicos que normatizam a intervenção humana no processo de morte. Parte-se do pressuposto de que o direito de vida e de morte é um direito humano fundamental, enquanto exercício último de autonomia do indivíduo perante às exigências jurídicas e sociais. A partir de uma abordagem interdisciplinar, discutir-se-ão as possibilidades do indivíduo dispor de sua vida, e, portanto de sua morte, perante às instancias de controle formal (direito) e informal (religião).
Lumen Juris , 2012
Ainda que a reação social e institucional ao crime siga pautada pelo paradigma da retribuição, ou... more Ainda que a reação social e institucional ao crime siga pautada pelo paradigma da retribuição, outros saberes estão disputando o modo de fazer a justiça criminal e as formas de se relacionar com a prisão. Neste artigo, buscamos passar brevemente por alguns desses saberes, concepções teóricas e práticas afinadas a uma perspectiva restauradora, que possam contribuir à restauração das relações entre sociedade-cárcere. A partir dessas leituras, reunidas sob a perspectiva da reintegração social, propomos um redimensionamento do papel que a prisão ocupa na sociedade, assim como do papel que a sociedade ocupa na prisão. De tal sorte que pensemos a relação sociedade - cárcere a partir de uma perspectiva restaurativa, integradora, questionadora da “vontade de punir” e das práticas de exclusão social.
Revista do Programa de Pós-Graduação em Direito da UFC, 2017
É sabido que uma ínfima parcela dos crimes chega a conhecimento da autoridade policial ou ministe... more É sabido que uma ínfima parcela dos crimes chega a conhecimento da autoridade policial ou ministerial. A maioria dos delitos permanece oculta, especialmente em razão da inércia do ofendido em delatar os fatos para início da persecução penal. O artigo aborda a participação da vítima no controle da delinquência oculta. Primeiramente, o presente estudo analisa as formas de controle social do delito, com a finalidade de repensar o papel da vítima no sistema de justiça criminal vigente. Em seguida, aborda os conceitos e técnicas inerentes à cifra oculta da criminali-dade. Por derradeiro, através de recentes dados estatísticos, o trabalho examina a participação da vítima no controle da delinquência ocultada aos órgãos de controle formal. Abstract It is known that a tiny portion of crimes reaches the knowledge of police or ministerial authority. Most offenses remains hidden, especially due to the inertia of the offended in denouncing the facts to the beginning of criminal prosecution. The article discusses the participation of victims in the control of hidden crime. First, this study analyzes the forms of social control of crime, in order to rethink the role of victims in the current criminal justice system. Then, discusses
Quaestio Iuris , 2017
Com o fito de discutir a administração da justiça penal, este trabalho parte da análise de regist... more Com o fito de discutir a administração da justiça penal, este trabalho parte da análise de registros policiais do Brasil Império. Para tanto, recorre, em específico, ao estudo multidisciplinar de processos criminais (manuscritos) mesonovecentistas; a metodologia comunga áreas como filologia, história, direito e antropologia, através da edição dessas fontes documentais. Interessa-nos aquilo que emerge de suas entrelinhas e que, como resultado,deslinda uma parte da constituição social da população daquele período, desvelando mecanismos da justiça em relação a algumas modalidades de violência de gênero, bem como da constituição dos dispositivos destinados ao controle e a ordem.
Revista Brasileira de Ciências Criminais - RT, 2017
O presente trabalho explora a (des)criminalização da loteria brasileira conhecida como "jogo do b... more O presente trabalho explora a (des)criminalização da loteria brasileira conhecida como "jogo do bicho" em seus aspectos. Dada a complexidade do objeto de estudo, adota-se uma perspectiva interdisciplinar na abordagem do tema. São estudadas as raízes históricas e culturais do jogo, além da evolução legislativa da repressão estatal no tempo e seus desdobramentos, como a violência nas disputas territoriais; a corrupção policial; e a associação do jogo ao crime organizado. Ainda, investiga-se a ideologia embutida no processo de criminalização e os possíveis motivos de sua perpetuação até os dias de hoje. Por fim, é discutida a descriminalização em seus fundamentos teóricos e possibilidades práticas, como meio de superação das consequências problemáticas causadas pela ilegalidade do jogo do bicho.
Revista Extensão e Cidadania, 2020
Este artigo propõe pensar a extensão universitária como vaso comunicante e vivo com a comunidade ... more Este artigo propõe pensar a extensão universitária como vaso comunicante e vivo com a comunidade que, portanto, deve ser afetada e afetar o seu redor. Propomos analisar a trajetória do grupo Cárcere, Expressão e Liberdade (C.E.L) em relação ao contexto sociopolítico em que se desenvolve extensão, no nosso caso, o sistema prisional. Daremos destaques às mudanças e provocações no contexto, a partir de quatro momentos da nossa trajetória. Para tanto, utilizamos o histórico dos relatórios das atividades do grupo como fonte para pensar e retomar o transcurso do grupo. Ao final, propomos diretrizes para extensão, e destacamos a importância da universidade no cárcere.
Palavras-chave: Cárcere. Comunicação. Extensão.
1ª Ed. Bauru, 2020
Neste texto, apresentamos a experiência do grupo “Cárcere, Expressão e Liberdade”, com o projeto ... more Neste texto, apresentamos a experiência do grupo “Cárcere, Expressão e Liberdade”, com o projeto “Me Livro”, desenvolvido desde 2018 na Penitenciária Masculina de Franca, tendo como fio condutor o debate acerca da diversidade. Como fonte da discussão, selecionamos duas das obras lidas ao longo de um ano de projeto, juntamente com os relatórios dos debates sobre estas obras realizados no cárcere. Ao final, destacamos como a troca de conhecimento entre as pessoas da prisão e da universidade contribui para a discussão e a vivência das diversidades, bem como para a democratização na produção e no acesso a um saber que ecoe de dentro da prisão e para fora dos muros universitários.
Revista Liberdades, 2014
O presente artigo propõe algumas reflexões sobre experiências artísticas na prisão a partir do fi... more O presente artigo propõe algumas reflexões sobre experiências artísticas na prisão a partir do filme César deve morrer (Cesare Deve Morire, 2012), dirigido pelos irmãos Paolo e Vittorio Taviani. Trata se de um retrato documental da montagem da peça de “Júlio César” (William Shakespeare) por um grupo de presos da prisão Rebibbia (Roma). Essa experiência aponta para a potência da arte - aqui em especial o teatro e o cinema - não só como janela para os dramas da prisão, mas principalmente, como palco para as vozes e corpos das pessoas encarceradas.
Revista Liberdades, 2010
Este artigo busca compreender como a justiça e a punição ganham forma na construção kafkiana a pa... more Este artigo busca compreender como a justiça e a punição ganham forma na construção kafkiana a partir da análise da parábola Diante da Lei e da novela Na Colônia Penal. Esses dois escritos de Kafka retratam formas diferentes de exercício do poder. Enquanto em Na Colônia Penal ainda se observa o exercício do poder soberano com a aplicação da “punição exemplar”, em Diante da Lei (e em O Processo) o poder assume a forma da disciplina e vigilância, em um exercício burocratizado e anônimo. Tanto em um, quanto em outro, o acusado não consegue se afirmar perante A Lei, seu brilho o ofusca e sua máquina é implacável- mas, aos olhos de Kafka, ainda resta aos acusados a beleza.
VII Congresso Brasileiro de Extensão Universitária - CBEU, 2016
Este artigo tem como fim relatar brevemente um dos trabalhos desenvolvidos em conjunto com as mul... more Este artigo tem como fim relatar brevemente um dos trabalhos desenvolvidos em conjunto com as mulheres que se encontram encarceradas na Cadeia Pública de Franca-SP, pelo grupo C.E.L. A partir da apresentação de composições de rap, as análises bibliográficas discutem a importância social e subjetiva de estimular atividades de reflexão no ambiente prisional. Palavras chave: Mulheres; cárcere; rap. 1. Introdução A beleza, como se sabe, não exige grandes pompas para exercer seu poder transtornador; razão pela qual, apesar das diferenças de escolaridade, existem tantos poetas na periferia quanto em qualquer outro lugar. (KEHL, 1999, p. 7) O rap é o gênero musical próprio do hip hop, cultura de rua que abarca também a expressão plástica (grafite), a dança (break), entre outros elementos. Devido a sua forte da mesma instituição. 2 Graduanda do 5º ano de Direito da FCHS da UNESP-Franca. 3 Graduanda do 4º ano de Direito da FCHS da UNESP-Franca. 4 Graduando do 5º ano de Direito da FCHS da UNESP-Franca. 5 Graduanda do 2º ano de Serviço Social da FCHS da UNESP-Franca. 6 Todos os autores são membros do Projeto CADEIA/Grupo C.E.L. da FCHS da UNESP-Franca.
Revista Espaco Academico, Mar 12, 2014
Revista Brasileira de Ciências Criminais - DTR , 2014
O presente artigo tem como objetivo discutir como a proposta da reintegração social se insere no ... more O presente artigo tem como objetivo discutir como a proposta da reintegração social se insere no debate contemporâneo cerca da prisão. De início, será analisado o discurso contemporâneo acerca das funções da pena de prisão e a crise que o ideal de reabilitação atravessou a partir dos anos 80 do século XX. Em seguida, será discutido o conceito de reintegração social, as diferenças em relação às chamadas "ideologias res". Ao final, serão apresentados autores e ideias fundamentais à construção de uma teoria da reintegração social, assim como uma síntese do conceito proposta pela própria autora.
Atlas, 2008
O presente artigo retrata os fundamentos e a prática de um trabalho “crítico” no âmbito da execuç... more O presente artigo retrata os fundamentos e a prática de um trabalho “crítico” no âmbito da execução penal, a partir da proposta de reintegração social e das atividades desenvolvidas pelo Grupo de Diálogo Universidade-Cárcere-Comunidade (GDUCC) junto aos presos de uma Penitenciária paulista. O objetivo do grupo é possibilitar experiências de encontro entre a universidade, o cárcere e a comunidade, buscando restaurar o diálogo entre esses segmentos da sociedade, a partir dos pressupostos teóricos da criminologia crítica aplicados à execução penal, tais como: simetria nas relações, aceitação da ética do outro e busca da transdiciplinariedade. Os relatos colhidos durante os encontros realizados no 2º semestre de 2006 dialogam com esses pressupostos, reafirmando-os ou colocando-os em xeque, e demonstrando os êxitos e dificuldades do projeto.
Acesso ‡ justiÁa e desigualdades
Conferência 2 – Objetivo 5: Igualdade de Gênero - 28/10/2020 - 18h00 Coordenadora: Profa. Dra. An... more Conferência 2 – Objetivo 5: Igualdade de Gênero - 28/10/2020 - 18h00
Coordenadora: Profa. Dra. Ana Gabriela Mendes Braga.
Conferencista: Ms. Ana Carolina Querino., Gerente ONU Mulheres Brasil.
Folha de São Paulo, 2015
'Nossos salários estão muito aquém dos valores recebidos por diversas categorias do funcionalismo... more 'Nossos salários estão muito aquém dos
valores recebidos por diversas
categorias do funcionalismo público e
da iniciativa privada'.
A recente crise financeira das universidades estaduais paulistas recolocou em discussão os salários pagos ao magistério superior no Estado de São Paulo. Em reportagens sobre o tema, atribuise com frequência essa crise financeira ao acréscimo dos gastos com pessoal.
Essa abordagem pode sugerir a ideia de que os salários pagos aos professores são muito elevados e que o seu congelamento seria a medida mais adequada para enfrentar tais dificuldades financeiras.
É preciso, antes de mais nada, dizer que os nossos salários estão, há anos, muito aquém dos valores recebidos por diversas categorias do funcionalismo público e dos
trabalhadores da iniciativa privada com formação equivalente.
Cultura Acadêmica - UNESP, 2018
Este livro procura reunir, assim, estudos que tenham a preocupação de analisar criticamente o dir... more Este livro procura reunir, assim, estudos que tenham a preocupação de analisar criticamente o direito e o sistema de justiça brasileiro atual, apontando as suas disfunções e debilidades. Esse tipo de reflexão nos parece particularmente oportuno no momento atual. Se o contexto brasileiro hoje é fonte de perplexidades e de apreensões, ele é, também, propício a mudanças e aperfeiçoamentos. São nos momentos de crise em que se quebram paradigmas, em que a necessidade de revisão de normas e métodos de interpretação se torna mais premente. E são nesses momentos que os pesquisadores e pesquisadoras do campo jurídico devem tomar a palavra para expor, com rigor técnico e metodológico, as (dis) funcionalidades do sistema jurídico atual.
Tese de Doutorado apresentada à Banca Examinado da FDUSP , 2012
A presente tese tem como objeto a análise das intervenções da sociedade civil no cárcere à luz do... more A presente tese tem como objeto a análise das intervenções da sociedade civil no cárcere à luz do conceito da reintegração social. A partir de um estudo do campo, apresento e comparo alguns projetos de intervenção em estabelecimentos prisionais de São Paulo e da Catalunha. Busquei sistematizar algumas experiências de reintegração social, buscando compreender as formas e impactos de diversos projetos que propõem reaproximação sociedade civil-cárcere. O objetivo foi conhecer algumas das formas que a sociedade civil tem se relacionado com o cárcere, de forma a compreender quais estratégias, discursos e práticas são mobilizadas na intervenção da sociedade nesse espaço. E ainda se, a partir dessas ações, pode-se afirmar que o cárcere está se abrindo à sociedade e vice-versa.
Dissertação apresentada à Banca Examinadora da FDUSP , 2008
O presente estudo analisa como as demandas institucionais e as regras do cárcere afetam e conform... more O presente estudo analisa como as demandas institucionais e as regras do cárcere afetam e conformam o indivíduo preso. O processo de prisionização implica na absorção de valores, costumes e normas próprias da cultura prisional; a apropriação das regras, dos códigos de linguagem e dos conhecimentos desse grupo social específico traz impactos à identidade do preso. A partir do conjunto de normas que regem o dia-a-dia prisional - que inclui aquelas produzidas pelo Estado (ordem formal), as elaboradas pelos próprios presos (ordem informal) e mesmo as disciplinas (enquanto poder normativo fundamental à manutenção dessas duas ordens) – pode-se compreender qual o tipo de individualidade essas regras pretendem produzir e as diferentes formas do indivíduo reagir a tais exigências institucionais.