Jonathan da Motta | Universidade Estadual de Campinas (original) (raw)
Papers by Jonathan da Motta
A presente pesquisa tem o objetivo de mostrar os agenciamentos morais e as técnicas de controle s... more A presente pesquisa tem o objetivo de mostrar os agenciamentos morais e as técnicas de controle social de um grupo de milicianos e de duas políticas de segurança: o Destacamento de Polícia Ostensiva (DPO) e a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), no período de 2007 a 2011, na favela do Batan/RJ. A partir de uma pesquisa etnográfica de mais de três anos no território, que produziu uma série de entrevistas e conversas informais com moradores, defendemos que no período delimitado houve uma governança miliciana no Batan que congregou forças legais e ilegais militarizadas com a finalidade de controlar a moralidade dos moradores e coibir os desviantes. Nesse contexto, milícia e polícia se complementavam na gestão da ordem local, produzindo uma zona cinzenta de atuação ancorada em um mesmo projeto moral.
Dilemas : Revista de Estudos de Conflito e Controle Social, 2024
O presente artigo busca demonstrar como os grupos associativos das favelas cariocas tem se organi... more O presente artigo busca demonstrar como os grupos associativos das favelas cariocas tem se organizado em novos espacos de reivindicacao (limitado), possibilitados pela Unidade de Policia Pacificadora (UPP); como o espaco da favela se torna o foco do interesse de empresarios e empresas; e qual e a forma de participacao que os moradores de favelas passam a ter nesse contexto. O campo desta investigacao e o Forum Nacional, associacao que se apresenta como espaco de dialogo dos setores publico e privado. Foram realizadas etnografias do XXVI Forum Nacional, que ocorreu em maio de 2014 e contou com um painel chamado “Favela e Cidade”, no qual gestores publicos prestaram contas e representantes das localidades apresentaram seus projetos de desenvolvimento local, visando obter financiamento, especialmente do BNDES.
Oikos: Família e Sociedade em Debate, 2019
O objetivo da pesquisa é discutir - a partir de uma abordagem qualitativa - como os dispositivos ... more O objetivo da pesquisa é discutir - a partir de uma abordagem qualitativa - como os dispositivos da cidade empreendedora produz diferentes assujeitamentos aos moradores de favela da zona oeste do Rio de Janeiro. O projeto de cidade negócio atualmente em vigor, produz mentalidade capitalista empreendedora que articula ações políticas para a acumulação de capital, explorando áreas, até então, pouco desbravadas pelo mercado formal: as favelas. O projeto de pacificação de favelas se apresenta como condição para solucionar os problemas da violência e para o desenvolvimento do mercado nestas localidades acabando com as barreiras de circulações, anteriormente existentes, possibilitando a alteração de sua condição de “margem”. Por outro lado, algumas favelas não se encontram neste trânsito da pacificação, mas estão diretamente ligadas ao projeto de cidade empreendedora quando não fazem parte do plano do mercado, permanecendo como um “problema a ser sanado” pelo Estado; e refém das facções c...
As novas modalidades de "cerco" da criminalidade carioca: um estudo comparativo das condições de ... more As novas modalidades de "cerco" da criminalidade carioca: um estudo comparativo das condições de vida em territórios periféricos no Rio de Janeiro The new ways of "sieging" by organized crime in Rio: a comparative study of living conditions in peripheral territories in Rio de Janeiro Las nuevas formas de "sitio" por la delincuencia en Río: un estudio comparativo de las condiciones de vida en los territorios periféricos de Río de Janeiro
The multiple faces of the Liga da Justiça militia: Moral reorientation and political displacement... more The multiple faces of the Liga da Justiça militia: Moral reorientation and political displacement in the West Zone of Rio de Janeiro The current scenario of criminality in Rio de Janeiro evidences a reconfiguration of the lines of forces, producing a chain in which several criminal groups interact with each other and with the forces of (harmonious or disharmonious) order in search of territorial control and economic resources. Drug trafficking extorting residents, militia selling illicit drugs, and mutual cooperation agreements between both, show that the borders that operated the distinction between them reveal that the boundaries that operated the distinction between these two organizations have been resignified, producing complex situations and assemblages. This research seeks, from a methodological approach that combines analysis of media and documentary discourse with interviews and conversations with residents, to understand how the practices of the Liga da Justiça militia have changed over time and what are the contexts and consequences of these changes for residents of the West Zone of Rio de Janeiro.
Vibrant: Virtual Brazilian Anthropology
The Covid-19 pandemic deepened social inequalities in Brazil’s favelas. Among certain social grou... more The Covid-19 pandemic deepened social inequalities in Brazil’s favelas. Among certain social groups, the need to keep moving to ensure survival meant greater exposure to the risks of the disease. While kinetic elites enjoyed the privilege of remaining immobile and protected, less privileged urban groups were forced to continue in movement despite the risks created by the pandemic. In this study we qualify social analyses around the so-called “new normal” based on ethnographic research conducted in urban peripheries. Empirically based on the cases of the favelas Santa Marta and Vila Vintém, we examine conditioning factors that differentiate the effects of the pandemic among favelas in the city of Rio de Janeiro. Our intent is to demonstrate the differential effects of the Covid-19 pandemic in territories where the city’s most impoverished population lacks the socioeconomic conditions to “stay home”. We indicate two general aspects: first, the pandemic deepened and re-signified pre-ex...
The survival of those who couldn't "stay home": Community-based resistance and precariousness around the "new normal" in the favelas of Rio de Janeiro, Brazil, 2023
The Covid-19 pandemic deepened social inequalities in Brazil’s favelas. Among certain social grou... more The Covid-19 pandemic deepened social inequalities in Brazil’s favelas. Among certain social groups, the need to keep moving to ensure survival meant greater exposure to the risks of the disease. While kinetic elites enjoyed the privilege of remaining immobile and protected, less privileged urban groups were forced to continue in movement despite the risks created by the pandemic. In this study we qualify social analyses around the so-called “new normal” based on ethnographic research conducted in urban peripheries. Empirically based on the cases of the favelas Santa Marta and Vila Vintém, we examine conditioning factors that differentiate the effects of the pandemic among favelas in the city of Rio de Janeiro. Our intent is to demonstrate the differential effects of the Covid-19 pandemic in territories where the city’s most impoverished population lacks the socioeconomic conditions to “stay home”. We indicate two general aspects: first, the pandemic deepened and re-signified pre-existing social problems; second, the shortage of public policies and complex requalifications of precariousness stimulated the development of various community-based actions to mitigate the risks of infection in these territories.
Resumo: A presente pesquisa parte da premissa que o mundo do crime carioca passou por importantes... more Resumo: A presente pesquisa parte da premissa que o mundo do crime carioca passou por importantes transformações nos últimos anos. O período de pacificação e de pós-pacificação produziram uma série de eventos encadeados que proporcionaram múltiplas possibilidades de atuação de diferentes facções criminosas em diferentes favelas. A partir de uma etnografia de mais de três anos realizada na favela do Jardim Batan, busco compreender como se deu a relação entre esses eventos e os grupos armados que controlaram a favela. Argumento que o tráfico de drogas se ajustou às reverberações dos contextos mais amplos, criando oportunidades de avanços, recuos, monitoramentos e confrontos. Dessa forma, busco contribuir com o debate mais amplo sobre a atuação do tráfico de drogas no Rio de Janeiro.
Resumo: A presente pesquisa parte da premissa que o mundo do crime carioca passou por importantes... more Resumo: A presente pesquisa parte da premissa que o mundo do crime carioca passou por importantes transformações nos últimos anos. O período de pacificação e de pós-pacificação produziram uma série de eventos encadeados que proporcionaram múltiplas possibilidades de atuação de diferentes facções criminosas em diferentes favelas. A partir de uma etnografia de mais de três anos realizada na favela do Jardim Batan, busco compreender como se deu a relação entre esses eventos e os grupos armados que controlaram a favela. Argumento que o tráfico de drogas se ajustou às reverberações dos contextos mais amplos, criando oportunidades de avanços, recuos, monitoramentos e confrontos. Dessa forma, busco contribuir com o debate mais amplo sobre a atuação do tráfico de drogas no Rio de Janeiro.
Interseções: Revista de Estudos Interdisciplinares, 2020
Neste artigo analisamos – tendo o Rio de Janeiro sob o “ciclo dos megaeventos” como cenário – a p... more Neste artigo analisamos – tendo o Rio de Janeiro sob o “ciclo dos megaeventos” como cenário – a produção da Cidade Olímpica como um “jogo de luz e sombra”. Por um lado, uma parte da cidade esteve sob os holofotes, recebendo atenção da academia, da imprensa, dos atores políticos institucionais etc. – representada pela Cidade Olímpica. Por aqui, observamos os efeitos da transformação do Rio em uma “cidade de negócios” (marketing city) e, assim, analisamos as imbricações entre esse processo e a expansão do que chamamos de “militarização da vida”, especialmente nas favelas “pacificadas”. Por outro lado, uma importante parte da cidade foi colocada à “sombra” nesse processo: a Zona Oeste. Geralmente descrita sob o signo da ausência (de urbanização, de modernidade), nesta parte da cidade moram quatro entre cada dez cariocas. Apesar disso, ela esteve “apagada” de praticamente todas as representações do Rio no contexto olímpico. Utilizando pesquisa de campo realizada em localidades dessa reg...
Neste artigo analisamos – tendo o Rio de Janeiro sob o “ciclo dos megaeventos” como cenário – a p... more Neste artigo analisamos – tendo o Rio de Janeiro sob o “ciclo dos megaeventos” como cenário – a produção da Cidade Olímpica como um “jogo de luz e sombra”. Por um lado, uma parte da cidade esteve sob os holofotes, recebendo atenção da academia, da imprensa, dos atores políticos institucionais etc. – representada pela Cidade Olímpica. Por aqui, observamos os efeitos da transformação do Rio em uma “cidade de negócios” (marketing city) e, assim, analisamos as imbricações entre esse processo e a expansão do que chamamos de “militarização da vida”, especialmente nas favelas “pacificadas”. Por outro lado, uma importante parte da cidade foi colocada à “sombra” nesse processo: a Zona Oeste. Geralmente descrita sob o signo da ausência (de urbanização, de modernidade), nesta parte da cidade moram quatro entre cada dez cariocas. Apesar disso, ela esteve “apagada” de praticamente todas as representações do Rio no contexto olímpico. Utilizando pesquisa de campo realizada em localidades dessa região, bem como a análise de material da imprensa e da bibliografia pertinente, argumentamos que tal apagamento não significa que nada aconteceu na Zona Oeste durante os dez anos que durou o “ciclo dos megaeventos”. Por ali, observou-se, sobretudo, a expansão das milícias, grupos armados majoritariamente compostos por ex-militares. Investigamos, nesse sentido, as variadas formas adotadas pelas milícias na região, bem como os efeitos dessa presença para os moradores. Como conclusão, argumentamos que “luz” e “sombra” se produzem mutuamente no Rio de Janeiro atual, pois representam diferentes regimes territoriais que compõem a cidade. Argumentamos ainda que é fundamental para compreender o “jogo de luz e sombra” a conexão entre megaeventos e militarização, ambos fenômenos mundiais com expressões locais específicas, sendo as milícias uma expressão local da militarização experimentada em escala global.
Megaeventos, Estado e favelas sem UPPs no Rio de Janeiro: qual legado?, 2019
O presente artigo reflete sobre o período de transformações urbanas oriunda dos megaeventos, cent... more O presente artigo reflete sobre o período de transformações urbanas oriunda dos megaeventos, centrando a análise sobre as concepções que estruturam esse projeto de cidade, as características territoriais desse tipo de gestão, a importância que o Estado e seus agentes tiveram para sua realização e os efeitos para os moradores de favela sem UPP. A partir de uma pesquisa qualitativa realizada em 2016 em uma favela sem UPP na Zona Oeste da cidade, argumento que os megaeventos esportivos são um complexo de relações, discursos, racionalidades e práticas que conformam um projeto de cidade que tem no Estado (e seus agentes) um parceiro fundamental para a sua materialização política. Mesmos que esse empreendimento seja voltado para lugares específicos de interesse do mercado, ele também afeta áreas “outras” que não fazem parte desse complexo, demostrando que o real “legado” dessa política foi a produção de uma cidade ainda mais segregada, estigmatiza e desigual.
Oikos: família e sociedade em debate, 2019
O objetivo da pesquisa é discutir - a partir de uma abordagem qualitativa - como os dispositivos ... more O objetivo da pesquisa é discutir - a partir de uma abordagem qualitativa - como os dispositivos da cidade empreendedora produz diferentes assujeitamentos aos moradores de favela da zona oeste do Rio de Janeiro. O projeto de cidade negócio atualmente em vigor, produz mentalidade capitalista empreendedora que articula ações políticas para a acumulação de capital, explorando áreas, até então, pouco desbravadas pelo mercado formal: as favelas. O projeto de pacificação de favelas se apresenta como condição para solucionar os problemas da violência e para o desenvolvimento do mercado nestas localidades acabando com as barreiras de circulações, anteriormente existentes, possibilitando a alteração de sua condição de “margem”. Por outro lado, algumas favelas não se encontram neste trânsito da pacificação, mas estão diretamente ligadas ao projeto de cidade empreendedora quando não fazem parte do plano do mercado, permanecendo como um “problema a ser sanado” pelo Estado; e refém das facções criminosas que atuam nos territórios. Essas duas realidades distintas fazem parte desse mesmo jogo capitalista de produção de assujeitamentos (distintos) por meio dos diferentes regimes territoriais que vem sendo produzido no atual contexto da cidade, contribuindo para a ampliação da segregação sócio-espacial e das desigualdades sociais.
Monografia do Curso de Ciências Sociais da UERJ.
Drafts by Jonathan da Motta
Dissertação de Mestrado, 2020
A presente etnografia buscou fazer uma revisão da história social da favela do Jardim Batan, Zona... more A presente etnografia buscou fazer uma revisão da história social da favela do Jardim Batan, Zona Oeste do Rio de Janeiro para compreender a mudança social e dos ordenamentos territoriais ao longo do tempo e uma nova forma de governo dos pobres estruturada após o fim do projeto de pacificação, o regime de incerteza. Busco capturar as aproximações e os afastamentos dos diferentes governos, seus dispositivos de poder, seus agenciamentos e as formas de sujeição e subjetivação a partir da vivência de certos moradores. O fechamento da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Batan inaugurou um contexto de profundas mudanças no cotidiano da comunidade, onde a volta do controle territorial do tráfico, a guerra entre facções rivais, a possibilidade do retorno da milícia e a insegurança causada pelo aumento dos roubos, condicionaram a impossibilidade da reprodução do modo de vida anterior e um sentimento de incerteza generalizado. Nesse sentido, o objetivo dessa pesquisa é mostrar as formas criativas de viver e sobreviver nessas adversidades e as possibilidades reais de resistência.
A presente pesquisa tem o objetivo de mostrar os agenciamentos morais e as técnicas de controle s... more A presente pesquisa tem o objetivo de mostrar os agenciamentos morais e as técnicas de controle social de um grupo de milicianos e de duas políticas de segurança: o Destacamento de Polícia Ostensiva (DPO) e a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), no período de 2007 a 2011, na favela do Batan/RJ. A partir de uma pesquisa etnográfica de mais de três anos no território, que produziu uma série de entrevistas e conversas informais com moradores, defendemos que no período delimitado houve uma governança miliciana no Batan que congregou forças legais e ilegais militarizadas com a finalidade de controlar a moralidade dos moradores e coibir os desviantes. Nesse contexto, milícia e polícia se complementavam na gestão da ordem local, produzindo uma zona cinzenta de atuação ancorada em um mesmo projeto moral.
Dilemas : Revista de Estudos de Conflito e Controle Social, 2024
O presente artigo busca demonstrar como os grupos associativos das favelas cariocas tem se organi... more O presente artigo busca demonstrar como os grupos associativos das favelas cariocas tem se organizado em novos espacos de reivindicacao (limitado), possibilitados pela Unidade de Policia Pacificadora (UPP); como o espaco da favela se torna o foco do interesse de empresarios e empresas; e qual e a forma de participacao que os moradores de favelas passam a ter nesse contexto. O campo desta investigacao e o Forum Nacional, associacao que se apresenta como espaco de dialogo dos setores publico e privado. Foram realizadas etnografias do XXVI Forum Nacional, que ocorreu em maio de 2014 e contou com um painel chamado “Favela e Cidade”, no qual gestores publicos prestaram contas e representantes das localidades apresentaram seus projetos de desenvolvimento local, visando obter financiamento, especialmente do BNDES.
Oikos: Família e Sociedade em Debate, 2019
O objetivo da pesquisa é discutir - a partir de uma abordagem qualitativa - como os dispositivos ... more O objetivo da pesquisa é discutir - a partir de uma abordagem qualitativa - como os dispositivos da cidade empreendedora produz diferentes assujeitamentos aos moradores de favela da zona oeste do Rio de Janeiro. O projeto de cidade negócio atualmente em vigor, produz mentalidade capitalista empreendedora que articula ações políticas para a acumulação de capital, explorando áreas, até então, pouco desbravadas pelo mercado formal: as favelas. O projeto de pacificação de favelas se apresenta como condição para solucionar os problemas da violência e para o desenvolvimento do mercado nestas localidades acabando com as barreiras de circulações, anteriormente existentes, possibilitando a alteração de sua condição de “margem”. Por outro lado, algumas favelas não se encontram neste trânsito da pacificação, mas estão diretamente ligadas ao projeto de cidade empreendedora quando não fazem parte do plano do mercado, permanecendo como um “problema a ser sanado” pelo Estado; e refém das facções c...
As novas modalidades de "cerco" da criminalidade carioca: um estudo comparativo das condições de ... more As novas modalidades de "cerco" da criminalidade carioca: um estudo comparativo das condições de vida em territórios periféricos no Rio de Janeiro The new ways of "sieging" by organized crime in Rio: a comparative study of living conditions in peripheral territories in Rio de Janeiro Las nuevas formas de "sitio" por la delincuencia en Río: un estudio comparativo de las condiciones de vida en los territorios periféricos de Río de Janeiro
The multiple faces of the Liga da Justiça militia: Moral reorientation and political displacement... more The multiple faces of the Liga da Justiça militia: Moral reorientation and political displacement in the West Zone of Rio de Janeiro The current scenario of criminality in Rio de Janeiro evidences a reconfiguration of the lines of forces, producing a chain in which several criminal groups interact with each other and with the forces of (harmonious or disharmonious) order in search of territorial control and economic resources. Drug trafficking extorting residents, militia selling illicit drugs, and mutual cooperation agreements between both, show that the borders that operated the distinction between them reveal that the boundaries that operated the distinction between these two organizations have been resignified, producing complex situations and assemblages. This research seeks, from a methodological approach that combines analysis of media and documentary discourse with interviews and conversations with residents, to understand how the practices of the Liga da Justiça militia have changed over time and what are the contexts and consequences of these changes for residents of the West Zone of Rio de Janeiro.
Vibrant: Virtual Brazilian Anthropology
The Covid-19 pandemic deepened social inequalities in Brazil’s favelas. Among certain social grou... more The Covid-19 pandemic deepened social inequalities in Brazil’s favelas. Among certain social groups, the need to keep moving to ensure survival meant greater exposure to the risks of the disease. While kinetic elites enjoyed the privilege of remaining immobile and protected, less privileged urban groups were forced to continue in movement despite the risks created by the pandemic. In this study we qualify social analyses around the so-called “new normal” based on ethnographic research conducted in urban peripheries. Empirically based on the cases of the favelas Santa Marta and Vila Vintém, we examine conditioning factors that differentiate the effects of the pandemic among favelas in the city of Rio de Janeiro. Our intent is to demonstrate the differential effects of the Covid-19 pandemic in territories where the city’s most impoverished population lacks the socioeconomic conditions to “stay home”. We indicate two general aspects: first, the pandemic deepened and re-signified pre-ex...
The survival of those who couldn't "stay home": Community-based resistance and precariousness around the "new normal" in the favelas of Rio de Janeiro, Brazil, 2023
The Covid-19 pandemic deepened social inequalities in Brazil’s favelas. Among certain social grou... more The Covid-19 pandemic deepened social inequalities in Brazil’s favelas. Among certain social groups, the need to keep moving to ensure survival meant greater exposure to the risks of the disease. While kinetic elites enjoyed the privilege of remaining immobile and protected, less privileged urban groups were forced to continue in movement despite the risks created by the pandemic. In this study we qualify social analyses around the so-called “new normal” based on ethnographic research conducted in urban peripheries. Empirically based on the cases of the favelas Santa Marta and Vila Vintém, we examine conditioning factors that differentiate the effects of the pandemic among favelas in the city of Rio de Janeiro. Our intent is to demonstrate the differential effects of the Covid-19 pandemic in territories where the city’s most impoverished population lacks the socioeconomic conditions to “stay home”. We indicate two general aspects: first, the pandemic deepened and re-signified pre-existing social problems; second, the shortage of public policies and complex requalifications of precariousness stimulated the development of various community-based actions to mitigate the risks of infection in these territories.
Resumo: A presente pesquisa parte da premissa que o mundo do crime carioca passou por importantes... more Resumo: A presente pesquisa parte da premissa que o mundo do crime carioca passou por importantes transformações nos últimos anos. O período de pacificação e de pós-pacificação produziram uma série de eventos encadeados que proporcionaram múltiplas possibilidades de atuação de diferentes facções criminosas em diferentes favelas. A partir de uma etnografia de mais de três anos realizada na favela do Jardim Batan, busco compreender como se deu a relação entre esses eventos e os grupos armados que controlaram a favela. Argumento que o tráfico de drogas se ajustou às reverberações dos contextos mais amplos, criando oportunidades de avanços, recuos, monitoramentos e confrontos. Dessa forma, busco contribuir com o debate mais amplo sobre a atuação do tráfico de drogas no Rio de Janeiro.
Resumo: A presente pesquisa parte da premissa que o mundo do crime carioca passou por importantes... more Resumo: A presente pesquisa parte da premissa que o mundo do crime carioca passou por importantes transformações nos últimos anos. O período de pacificação e de pós-pacificação produziram uma série de eventos encadeados que proporcionaram múltiplas possibilidades de atuação de diferentes facções criminosas em diferentes favelas. A partir de uma etnografia de mais de três anos realizada na favela do Jardim Batan, busco compreender como se deu a relação entre esses eventos e os grupos armados que controlaram a favela. Argumento que o tráfico de drogas se ajustou às reverberações dos contextos mais amplos, criando oportunidades de avanços, recuos, monitoramentos e confrontos. Dessa forma, busco contribuir com o debate mais amplo sobre a atuação do tráfico de drogas no Rio de Janeiro.
Interseções: Revista de Estudos Interdisciplinares, 2020
Neste artigo analisamos – tendo o Rio de Janeiro sob o “ciclo dos megaeventos” como cenário – a p... more Neste artigo analisamos – tendo o Rio de Janeiro sob o “ciclo dos megaeventos” como cenário – a produção da Cidade Olímpica como um “jogo de luz e sombra”. Por um lado, uma parte da cidade esteve sob os holofotes, recebendo atenção da academia, da imprensa, dos atores políticos institucionais etc. – representada pela Cidade Olímpica. Por aqui, observamos os efeitos da transformação do Rio em uma “cidade de negócios” (marketing city) e, assim, analisamos as imbricações entre esse processo e a expansão do que chamamos de “militarização da vida”, especialmente nas favelas “pacificadas”. Por outro lado, uma importante parte da cidade foi colocada à “sombra” nesse processo: a Zona Oeste. Geralmente descrita sob o signo da ausência (de urbanização, de modernidade), nesta parte da cidade moram quatro entre cada dez cariocas. Apesar disso, ela esteve “apagada” de praticamente todas as representações do Rio no contexto olímpico. Utilizando pesquisa de campo realizada em localidades dessa reg...
Neste artigo analisamos – tendo o Rio de Janeiro sob o “ciclo dos megaeventos” como cenário – a p... more Neste artigo analisamos – tendo o Rio de Janeiro sob o “ciclo dos megaeventos” como cenário – a produção da Cidade Olímpica como um “jogo de luz e sombra”. Por um lado, uma parte da cidade esteve sob os holofotes, recebendo atenção da academia, da imprensa, dos atores políticos institucionais etc. – representada pela Cidade Olímpica. Por aqui, observamos os efeitos da transformação do Rio em uma “cidade de negócios” (marketing city) e, assim, analisamos as imbricações entre esse processo e a expansão do que chamamos de “militarização da vida”, especialmente nas favelas “pacificadas”. Por outro lado, uma importante parte da cidade foi colocada à “sombra” nesse processo: a Zona Oeste. Geralmente descrita sob o signo da ausência (de urbanização, de modernidade), nesta parte da cidade moram quatro entre cada dez cariocas. Apesar disso, ela esteve “apagada” de praticamente todas as representações do Rio no contexto olímpico. Utilizando pesquisa de campo realizada em localidades dessa região, bem como a análise de material da imprensa e da bibliografia pertinente, argumentamos que tal apagamento não significa que nada aconteceu na Zona Oeste durante os dez anos que durou o “ciclo dos megaeventos”. Por ali, observou-se, sobretudo, a expansão das milícias, grupos armados majoritariamente compostos por ex-militares. Investigamos, nesse sentido, as variadas formas adotadas pelas milícias na região, bem como os efeitos dessa presença para os moradores. Como conclusão, argumentamos que “luz” e “sombra” se produzem mutuamente no Rio de Janeiro atual, pois representam diferentes regimes territoriais que compõem a cidade. Argumentamos ainda que é fundamental para compreender o “jogo de luz e sombra” a conexão entre megaeventos e militarização, ambos fenômenos mundiais com expressões locais específicas, sendo as milícias uma expressão local da militarização experimentada em escala global.
Megaeventos, Estado e favelas sem UPPs no Rio de Janeiro: qual legado?, 2019
O presente artigo reflete sobre o período de transformações urbanas oriunda dos megaeventos, cent... more O presente artigo reflete sobre o período de transformações urbanas oriunda dos megaeventos, centrando a análise sobre as concepções que estruturam esse projeto de cidade, as características territoriais desse tipo de gestão, a importância que o Estado e seus agentes tiveram para sua realização e os efeitos para os moradores de favela sem UPP. A partir de uma pesquisa qualitativa realizada em 2016 em uma favela sem UPP na Zona Oeste da cidade, argumento que os megaeventos esportivos são um complexo de relações, discursos, racionalidades e práticas que conformam um projeto de cidade que tem no Estado (e seus agentes) um parceiro fundamental para a sua materialização política. Mesmos que esse empreendimento seja voltado para lugares específicos de interesse do mercado, ele também afeta áreas “outras” que não fazem parte desse complexo, demostrando que o real “legado” dessa política foi a produção de uma cidade ainda mais segregada, estigmatiza e desigual.
Oikos: família e sociedade em debate, 2019
O objetivo da pesquisa é discutir - a partir de uma abordagem qualitativa - como os dispositivos ... more O objetivo da pesquisa é discutir - a partir de uma abordagem qualitativa - como os dispositivos da cidade empreendedora produz diferentes assujeitamentos aos moradores de favela da zona oeste do Rio de Janeiro. O projeto de cidade negócio atualmente em vigor, produz mentalidade capitalista empreendedora que articula ações políticas para a acumulação de capital, explorando áreas, até então, pouco desbravadas pelo mercado formal: as favelas. O projeto de pacificação de favelas se apresenta como condição para solucionar os problemas da violência e para o desenvolvimento do mercado nestas localidades acabando com as barreiras de circulações, anteriormente existentes, possibilitando a alteração de sua condição de “margem”. Por outro lado, algumas favelas não se encontram neste trânsito da pacificação, mas estão diretamente ligadas ao projeto de cidade empreendedora quando não fazem parte do plano do mercado, permanecendo como um “problema a ser sanado” pelo Estado; e refém das facções criminosas que atuam nos territórios. Essas duas realidades distintas fazem parte desse mesmo jogo capitalista de produção de assujeitamentos (distintos) por meio dos diferentes regimes territoriais que vem sendo produzido no atual contexto da cidade, contribuindo para a ampliação da segregação sócio-espacial e das desigualdades sociais.
Monografia do Curso de Ciências Sociais da UERJ.
Dissertação de Mestrado, 2020
A presente etnografia buscou fazer uma revisão da história social da favela do Jardim Batan, Zona... more A presente etnografia buscou fazer uma revisão da história social da favela do Jardim Batan, Zona Oeste do Rio de Janeiro para compreender a mudança social e dos ordenamentos territoriais ao longo do tempo e uma nova forma de governo dos pobres estruturada após o fim do projeto de pacificação, o regime de incerteza. Busco capturar as aproximações e os afastamentos dos diferentes governos, seus dispositivos de poder, seus agenciamentos e as formas de sujeição e subjetivação a partir da vivência de certos moradores. O fechamento da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Batan inaugurou um contexto de profundas mudanças no cotidiano da comunidade, onde a volta do controle territorial do tráfico, a guerra entre facções rivais, a possibilidade do retorno da milícia e a insegurança causada pelo aumento dos roubos, condicionaram a impossibilidade da reprodução do modo de vida anterior e um sentimento de incerteza generalizado. Nesse sentido, o objetivo dessa pesquisa é mostrar as formas criativas de viver e sobreviver nessas adversidades e as possibilidades reais de resistência.