Taís Temporim de Almeida | Universidade Estadual de Campinas (original) (raw)
Papers by Taís Temporim de Almeida
neoliberais-na-educacao-e-a-plataformizacao-do-ensino-o-que-a 1/2
As narrativas que constituem o ensino de História no Brasil mobilizam seleções, negociações e ten... more As narrativas que constituem o ensino de História no Brasil mobilizam seleções, negociações e tensões. Outrossim, reverberam sentidos formativos sobre sujeitos, histórias, memórias e mentalidades individuais ou coletivas. Considerando tais tessituras, neste artigo problematizamos as nuances de tratamento às temáticas afro-brasileiras e indígenas editoradas em um título didático dedicado à Educação de Jovens e Adultos, distribuído pelo Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD/EJA) em 2014. A obra Caminhar e transformar – História é analisada face ao diálogo com referenciais teórico-metodológicos do campo do ensino de História, do livro didático e das relações étnico-raciais. Com as discussões elencadas, compomos observações acerca das permanências e rupturas do ensino disciplinar a partir das modificações curriculares promovidas pelas leis nº 10.639/2003 e nº 11.645/2008.
As imagens nos livros didáticos: ensino de história indígena e os cânones
Textbooks are cultural products with an important role in the History of Education, as they have ... more Textbooks are cultural products with an important role in the History of Education, as they have information about the societies that thought, produced, and used them. Powerful to the literate culture, they have / had an important role in the definition of school knowledge and in the foundation of some canons in teaching. With regard to national historical memory, the
Eixo 9-Educação, Interculturalidade e Movimentos Sociais. Categoria: Pôster. RESUMO No XIX, quand... more Eixo 9-Educação, Interculturalidade e Movimentos Sociais. Categoria: Pôster. RESUMO No XIX, quando da necessidade de fundamentação de um novo ideário nacional face à recente Independência, alguns setores, através de lideranças políticas e ideológicas, legitimaram símbolos e associações a um novo Brasil. Assim, ao passo que brancos/europeus foram validados como sinônimos de civilidade e da modernidade requerida ao novo Estado, indígenas e negros foram delegados a papeis subalternizados e esmaecidos da história nacional ao, simplesmente, não serem mencionados como coautores da pátria ou, quando feitos, em posições de sujeitos selvagens, aculturados, escravizados e vitimizados. À vista disso, existe um amplo abismo a ser superado entre esses povos originários e o restante da população brasileira, posto que ainda hoje mesmas mitificações e/ou simplificações, resultantes de 500 anos de interrelações, são reiteradas pelo senso comum. Desse modo, à luz das benesses da lei 11.645/08, que promove a obrigatoriedade do ensino das temáticas indígenas na educação básica, esse estudo se presta a analisar as representações imagéticas construídas nos livros didáticos acerca dessas populações. Para tanto, reconhece o livro como fonte de ensino e pesquisa intra/extraclasse por alunos e professores, e aqui debate suas potencialidades iconográficas para a evidência nativa, em selecionadas coletâneas do PNLD/História. Destarte, vislumbra reconhecê-las, a partir de seu emprego e diálogo com o lócus em que está, bem como essa se dá perante avanços nos diálogos historiográficos.
Taís Temporim de Almeida-UNICAMP RESUMO: O livro didático é um artefato dotado de grande historic... more Taís Temporim de Almeida-UNICAMP RESUMO: O livro didático é um artefato dotado de grande historicidade, encarregado pela sociedade que o produziu de ser espaço de registro do debate social que a cerca, bem como pela seleção de documentos, discursos e noções que estão no âmago dessa comunidade e foram escolhidos para serem perenizados entre suas páginas. Nesse sentido, aspectos culturais, simbólicos e representativos da população que o concebeu podem serem lidos em suas páginas. À vista disso, é fecundo ao ensino e às pesquisas correlacionadas à história da educação, história do ensino de História, história das disciplinas escolares, entre outros meandros da seara educacional. Pois, construções de sentido variadas estão presentes nesses livros, reforçando e recriando noções arraigadas socialmente ao longo do tempo. Destarte, este texto objetiva pensar a manutenção de alteridades sobre as populações indígenas brasileiras, tendo como base o cânone imagético produzido pelas gravuras dos séculos XV e XVI, que são editoradas no segmento didático há considerável período. Para tanto, a compilação de um corpus imagético foi realizada em duas coleções didáticas da década de 2010, com expressiva circulação no âmbito educacional. A escolha pela década de 2010 se dá devido a alguns marcos legais direcionados, especificamente, à educação básica e a inclusão dos indígenas na educação nacional, como é o caso da lei nº 11.645, de 10 de março de 2008, que interfere diretamente no livro didático e no ensino de História. Face as duas coleções que lideram a lista de obras mais distribuídas entre os títulos aprovados nos trâmites do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) 2017, dedicado aos anos finais do ensino fundamental, componha a base desta pesquisa. A escolha pelo recorte temporal específico e pelos títulos em questão leva em conta a aceitação nos segmentos educativos dessas editorações, pois, tal posição evidencia à aceitação social da narrativa ali empregada e construída. Assim, a partir dos quatros exemplares de História, Sociedade e Cidadania (2015), de Alfredo Boulos Jr., editorado e impresso pela Editora FTD, e dos quatro volumes do Projeto Araribá História (2014), organizado por Maria Raquel Apolinário e editorado pela Editora Moderna, componho um escopo de análise para a averiguações substancial que este texto se presta.
Em tempos de globalização torna-se cada vez mais necessário conhecer o local em que se vive, para... more Em tempos de globalização torna-se cada vez mais necessário conhecer o local em que se vive, para nele ser possível atuar de forma consciente e cidadã. Frente a este desafio do conhecimento do mais próximo, do que nos diz respeito, de onde vivemos e devemos agir em primeiro lugar, bem como da construção e aplicação deste conhecimento como instrumento de ensino e aprendizagem escolar é que se apresenta, nesse artigo, as reflexões e resultados obtidos e compilados durante o ano de 2017, em atividades do projeto de História-"Bairros, patrimônio e memória: a história da cidade de Bauru a partir de seus espaços urbanos", financiado pelo Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID/CAPES). As atividades foram desenvolvidas por um grupo de graduandos e professores do curso de História da Universidade do Sagrado Coração de Bauru-SP, com alunos do 6º ano da escola Estadual Edison Gasparini, localizada no Bairro de nome homônimo. Dois desafios foram cruciais para o desenvolvimento desta proposta e nos motivaram a refletir a respeito do tema: primeiro, como o uso de ferramentas das Tecnologias da Informação e Comunicação (TDIC's) poderia contribuir para a construção de conhecimentos relacionados à história do local com alunos dos anos finais do ensino fundamental (EF), e, segundo, como envolvê-los na formulação deste saber. Desse modo, os resultados compartilhados nesse texto têm por objetivos apresentar as possibilidades de produção de conteúdo em história local com o uso destas tecnologias e a sua articulação com o ensino. Além disso, de contribuir para a disseminação e popularização de informações a respeito destas práticas, que poderão nortear futuras situações escolares no processo de ensino-aprendizagem em História.
registro, de pertencimento, de identidade, pois, gera uma resposta às necessidades que o passado ... more registro, de pertencimento, de identidade, pois, gera uma resposta às necessidades que o passado e, por extensão, a memória necessita. Sem memória, o povo perde o referencial de quem é, apaga-se a ideia de outro, gera vazio do presente e o apagamento do futuro (PEREIRA, 2015, p. 115)
Grupo de Reflexão Docente n. 23-Narrativas e produções de saberes históricos: partilhas sobre prá... more Grupo de Reflexão Docente n. 23-Narrativas e produções de saberes históricos: partilhas sobre práticas, sentidos e sensibilidades em percursos educativos Resumo: O ensino de História é um espaço de fronteiras, das quais muitas outras limítrofes podem surgir. Isso pois, trata-se de um lugar de disputas conceituais e ideológicas, envolvidas em complexos processos que permeiam o currículo, a história e a construção memorialística. Destarte, face as relações estabelecidas entre o conhecimento escolar, o livro didático e a edificação da memória, pondero como a sedimentação da alteridade sobre os povos indígenas, ainda presente na atualidade, está associada a uma tradição educativa, baseada nas narrativas visuais e escritas, produzida nos oitocentos, em centros acadêmicos do país, que foram apropriados por autores didáticos. Assim, proponho uma digressão que considera como alguns projetos políticos do século XIX, direcionados ao ensino, às artes e à história, forjaram sentidos, educaram sensibilidades e orientaram as editorações didáticas, cunhando uma História hegemônica e monocultural, alheia a certos setores. Para tanto, com o método histórico-semiótico, de Ana Maria Mauad, analiso a iconografia didatizada presente no título Historiar, de Gilberto Contrim e Jaime Rodrigues, uma das obras mais distribuídas nos anos finais do ensino fundamental, em 2017, pelo do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD), que mantém formato editorial marcado pela tradição e continuidade de uma narrativa disciplinar unívoca sobre o ensino de História indígena. Palavras-chave: Ensino de História. Livro didático. Representações iconográficas indígenas.
neoliberais-na-educacao-e-a-plataformizacao-do-ensino-o-que-a 1/2
As narrativas que constituem o ensino de História no Brasil mobilizam seleções, negociações e ten... more As narrativas que constituem o ensino de História no Brasil mobilizam seleções, negociações e tensões. Outrossim, reverberam sentidos formativos sobre sujeitos, histórias, memórias e mentalidades individuais ou coletivas. Considerando tais tessituras, neste artigo problematizamos as nuances de tratamento às temáticas afro-brasileiras e indígenas editoradas em um título didático dedicado à Educação de Jovens e Adultos, distribuído pelo Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD/EJA) em 2014. A obra Caminhar e transformar – História é analisada face ao diálogo com referenciais teórico-metodológicos do campo do ensino de História, do livro didático e das relações étnico-raciais. Com as discussões elencadas, compomos observações acerca das permanências e rupturas do ensino disciplinar a partir das modificações curriculares promovidas pelas leis nº 10.639/2003 e nº 11.645/2008.
As imagens nos livros didáticos: ensino de história indígena e os cânones
Textbooks are cultural products with an important role in the History of Education, as they have ... more Textbooks are cultural products with an important role in the History of Education, as they have information about the societies that thought, produced, and used them. Powerful to the literate culture, they have / had an important role in the definition of school knowledge and in the foundation of some canons in teaching. With regard to national historical memory, the
Eixo 9-Educação, Interculturalidade e Movimentos Sociais. Categoria: Pôster. RESUMO No XIX, quand... more Eixo 9-Educação, Interculturalidade e Movimentos Sociais. Categoria: Pôster. RESUMO No XIX, quando da necessidade de fundamentação de um novo ideário nacional face à recente Independência, alguns setores, através de lideranças políticas e ideológicas, legitimaram símbolos e associações a um novo Brasil. Assim, ao passo que brancos/europeus foram validados como sinônimos de civilidade e da modernidade requerida ao novo Estado, indígenas e negros foram delegados a papeis subalternizados e esmaecidos da história nacional ao, simplesmente, não serem mencionados como coautores da pátria ou, quando feitos, em posições de sujeitos selvagens, aculturados, escravizados e vitimizados. À vista disso, existe um amplo abismo a ser superado entre esses povos originários e o restante da população brasileira, posto que ainda hoje mesmas mitificações e/ou simplificações, resultantes de 500 anos de interrelações, são reiteradas pelo senso comum. Desse modo, à luz das benesses da lei 11.645/08, que promove a obrigatoriedade do ensino das temáticas indígenas na educação básica, esse estudo se presta a analisar as representações imagéticas construídas nos livros didáticos acerca dessas populações. Para tanto, reconhece o livro como fonte de ensino e pesquisa intra/extraclasse por alunos e professores, e aqui debate suas potencialidades iconográficas para a evidência nativa, em selecionadas coletâneas do PNLD/História. Destarte, vislumbra reconhecê-las, a partir de seu emprego e diálogo com o lócus em que está, bem como essa se dá perante avanços nos diálogos historiográficos.
Taís Temporim de Almeida-UNICAMP RESUMO: O livro didático é um artefato dotado de grande historic... more Taís Temporim de Almeida-UNICAMP RESUMO: O livro didático é um artefato dotado de grande historicidade, encarregado pela sociedade que o produziu de ser espaço de registro do debate social que a cerca, bem como pela seleção de documentos, discursos e noções que estão no âmago dessa comunidade e foram escolhidos para serem perenizados entre suas páginas. Nesse sentido, aspectos culturais, simbólicos e representativos da população que o concebeu podem serem lidos em suas páginas. À vista disso, é fecundo ao ensino e às pesquisas correlacionadas à história da educação, história do ensino de História, história das disciplinas escolares, entre outros meandros da seara educacional. Pois, construções de sentido variadas estão presentes nesses livros, reforçando e recriando noções arraigadas socialmente ao longo do tempo. Destarte, este texto objetiva pensar a manutenção de alteridades sobre as populações indígenas brasileiras, tendo como base o cânone imagético produzido pelas gravuras dos séculos XV e XVI, que são editoradas no segmento didático há considerável período. Para tanto, a compilação de um corpus imagético foi realizada em duas coleções didáticas da década de 2010, com expressiva circulação no âmbito educacional. A escolha pela década de 2010 se dá devido a alguns marcos legais direcionados, especificamente, à educação básica e a inclusão dos indígenas na educação nacional, como é o caso da lei nº 11.645, de 10 de março de 2008, que interfere diretamente no livro didático e no ensino de História. Face as duas coleções que lideram a lista de obras mais distribuídas entre os títulos aprovados nos trâmites do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) 2017, dedicado aos anos finais do ensino fundamental, componha a base desta pesquisa. A escolha pelo recorte temporal específico e pelos títulos em questão leva em conta a aceitação nos segmentos educativos dessas editorações, pois, tal posição evidencia à aceitação social da narrativa ali empregada e construída. Assim, a partir dos quatros exemplares de História, Sociedade e Cidadania (2015), de Alfredo Boulos Jr., editorado e impresso pela Editora FTD, e dos quatro volumes do Projeto Araribá História (2014), organizado por Maria Raquel Apolinário e editorado pela Editora Moderna, componho um escopo de análise para a averiguações substancial que este texto se presta.
Em tempos de globalização torna-se cada vez mais necessário conhecer o local em que se vive, para... more Em tempos de globalização torna-se cada vez mais necessário conhecer o local em que se vive, para nele ser possível atuar de forma consciente e cidadã. Frente a este desafio do conhecimento do mais próximo, do que nos diz respeito, de onde vivemos e devemos agir em primeiro lugar, bem como da construção e aplicação deste conhecimento como instrumento de ensino e aprendizagem escolar é que se apresenta, nesse artigo, as reflexões e resultados obtidos e compilados durante o ano de 2017, em atividades do projeto de História-"Bairros, patrimônio e memória: a história da cidade de Bauru a partir de seus espaços urbanos", financiado pelo Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID/CAPES). As atividades foram desenvolvidas por um grupo de graduandos e professores do curso de História da Universidade do Sagrado Coração de Bauru-SP, com alunos do 6º ano da escola Estadual Edison Gasparini, localizada no Bairro de nome homônimo. Dois desafios foram cruciais para o desenvolvimento desta proposta e nos motivaram a refletir a respeito do tema: primeiro, como o uso de ferramentas das Tecnologias da Informação e Comunicação (TDIC's) poderia contribuir para a construção de conhecimentos relacionados à história do local com alunos dos anos finais do ensino fundamental (EF), e, segundo, como envolvê-los na formulação deste saber. Desse modo, os resultados compartilhados nesse texto têm por objetivos apresentar as possibilidades de produção de conteúdo em história local com o uso destas tecnologias e a sua articulação com o ensino. Além disso, de contribuir para a disseminação e popularização de informações a respeito destas práticas, que poderão nortear futuras situações escolares no processo de ensino-aprendizagem em História.
registro, de pertencimento, de identidade, pois, gera uma resposta às necessidades que o passado ... more registro, de pertencimento, de identidade, pois, gera uma resposta às necessidades que o passado e, por extensão, a memória necessita. Sem memória, o povo perde o referencial de quem é, apaga-se a ideia de outro, gera vazio do presente e o apagamento do futuro (PEREIRA, 2015, p. 115)
Grupo de Reflexão Docente n. 23-Narrativas e produções de saberes históricos: partilhas sobre prá... more Grupo de Reflexão Docente n. 23-Narrativas e produções de saberes históricos: partilhas sobre práticas, sentidos e sensibilidades em percursos educativos Resumo: O ensino de História é um espaço de fronteiras, das quais muitas outras limítrofes podem surgir. Isso pois, trata-se de um lugar de disputas conceituais e ideológicas, envolvidas em complexos processos que permeiam o currículo, a história e a construção memorialística. Destarte, face as relações estabelecidas entre o conhecimento escolar, o livro didático e a edificação da memória, pondero como a sedimentação da alteridade sobre os povos indígenas, ainda presente na atualidade, está associada a uma tradição educativa, baseada nas narrativas visuais e escritas, produzida nos oitocentos, em centros acadêmicos do país, que foram apropriados por autores didáticos. Assim, proponho uma digressão que considera como alguns projetos políticos do século XIX, direcionados ao ensino, às artes e à história, forjaram sentidos, educaram sensibilidades e orientaram as editorações didáticas, cunhando uma História hegemônica e monocultural, alheia a certos setores. Para tanto, com o método histórico-semiótico, de Ana Maria Mauad, analiso a iconografia didatizada presente no título Historiar, de Gilberto Contrim e Jaime Rodrigues, uma das obras mais distribuídas nos anos finais do ensino fundamental, em 2017, pelo do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD), que mantém formato editorial marcado pela tradição e continuidade de uma narrativa disciplinar unívoca sobre o ensino de História indígena. Palavras-chave: Ensino de História. Livro didático. Representações iconográficas indígenas.