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Papers by Victor Samir

Research paper thumbnail of Exu o filósofo da comunicação

Das Questões, 2016

Exu Rei: "Exu se encontra em todo canto". Exu-Além do Bem e do Mal 2 Legítima ação Essa tessitura... more Exu Rei: "Exu se encontra em todo canto". Exu-Além do Bem e do Mal 2 Legítima ação Essa tessitura é dedicada a quem se saúda primeiro, possibilitando diversos caminhos, você está disposta e disposto a (não) segui-lo? Primeiramente, cabe ressaltar que Exu não quer título nenhum, muito menos de filósofo. Se o invento 3 como "filósofo" atento para o uso das aspas. Em Frege (2009, p. 134), "uma palavra que se encontre entre aspas não deve ser tomada como tendo sua referência costumeira", ou seja, usual. Ao evocarmos a palavra filósofo temos de forma direta ou indireta uma imagem socialmente construída do que o Filósofo é. Tal imagem frequentemente associada ao branco masculino e ao modo de produção euro-norteamericano de pensamento, necessita ser constantemente (re) visitada, desconstruída e reconstruída, aqui (e já nos escapa) habita Exu. Este é e não é "filósofo", pois para ele não existe porta fechada, e definição não lhe cabe, aquela aprisiona e Exu "é livre como o ar que o representa no espiral dos redemoinhos" (MACHADO, 2010).

Research paper thumbnail of Vida e obra de Cheikh Anta Diop: o homem que revolucionou o pensamento africano

Research paper thumbnail of Clóvis Moura e a sociologia da práxis negra

pelas observações, críticas e sugestões feitas à pesquisa durante o exame de qualificação. Agrade... more pelas observações, críticas e sugestões feitas à pesquisa durante o exame de qualificação. Agradeço a minha esposa e companheira Iacy Maia Mata, por toda a atenção, carinho e amor e por sua colaboração decisiva nos momentos mais difíceis de finalização desta dissertação: Amor, quantos caminhos até chegar a um beijo, que solidão errante até tua companhia! (Pablo Neruda) A todos os que colaboraram com a realização desta pesquisa: Soraya Moura, Griselda Steiger Moura, José Carlos Ruy e o Prof. Vivaldo da Costa Lima. Ao Prof. Muniz Ferreira pelas luminosas indicações sobre a história do PCB (Partido Comunista Brasileiro). À colaboração prestimosa dos amigos Jair Batista da Silva, Luís Flávio Reis Godinho, Iná Meireles e Carla Apolinário. Ao apoio inestimável do meu amigo Ronald Alzamende Martins. Aos funcionários do CEDEM/UNESP, de São Paulo, em especial à funcionária Sandra Santos, responsáveis pelo Fundo Clóvis Moura. Aos funcionários da Biblioteca Pública do Estado da Bahia, em Salvador, que me facultaram o acesso aos exemplares do jornal O Momento, dos anos 40 e 50, e do Arquivo Público do Estado de São Paulo, onde tive acesso ao

Research paper thumbnail of Angela Davis A liberdade e uma luta constante 0101 Boitempo Editorial

Sobre A liberdade é uma luta constante Conceição Evaristo O lançamento de mais esta obra de Angel... more Sobre A liberdade é uma luta constante Conceição Evaristo O lançamento de mais esta obra de Angela Davis no Brasil, além de permitir ao público leitor acompanhar a saga dessa conhecida ativista contra as diversas formas de submissão humana, tem um significado especial neste momento tão crítico da sociedade brasileira. Vários grupos de movimentos sociais têm vivido certo sentimento de desesperança e impotência ao avaliar os resultados de lutas e demandas colocadas pela sociedade civil há anos. Constata-se uma ausência de ações coletivas que efetivamente embarguem as decisões tomadas no âmbito do poder político que nos últimos anos vêm afrontando o povo. A militância brasileira, tão ativa em diversos espaços de luta-das associações de moradores aos partidos políticos-, tem assistido, perplexa, às perdas de várias conquistas no âmbito das políticas públicas, na área da educação, da cultura, da saúde e outras. Essa agressão do Estado brasileiro, principalmente às populações pobres, causa desânimo ao ativismo social. Percebe-se quão longe estamos de uma mudança estrutural na política brasileira, que implique mudanças efetivas na condição de vida da maioria, onde desde o processo histórico da escravização dos africanos e seus descendentes se encontra a maior parte dos afro-brasileiros. Portanto, a leitura da presente obra pode nos recolocar em um espaço próprio, o da resistência, o de nunca desistir da luta que deve ser empreendida. Reencontrar, por meio deste livro, o pensamento, as ações, o comprometimento de Angela Davis com as lutas que ultrapassam as questões vividas em solo nacional nos ensina também a pensar a nossa luta em relação a todos os "condenados da terra", como escreveu Frantz Fanon. O persistente e ousado ativismo de Davis, que vem sendo empreendido desde os anos 1960 até a contemporaneidade, nos ajuda na recuperação de nossas forças. A voz e os punhos cerrados para cima, a estética do cabelo black power e de outras e outros afro-americanos reverberaram em solo brasileiro, inspirando a militância negra, ainda nos finais dos anos 1960. Neste livro reencontramos a intelectual Angela Davis que tem mantido especiais diálogos com as ativistas negras brasileiras. As publicações de sua autoria, as entrevistas, os discursos, tudo nos traz novas orientações para pensar a luta contra o racismo, o machismo, o sexismo e outras formas de subjugação existentes em nossa sociedade. E o teor dessa nova obra que acaba de ser publicada insiste com veemência em aspectos que particularmente considero primordiais para fortalecer nossas ações: a compreensão de que nosso

Research paper thumbnail of IVETE MIRANDA PREVITALLI CANDOMBLÉ: Agora é Angola

como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Ciências Sociais, sob orientação da P... more como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Ciências Sociais, sob orientação da Prof a. Teresinha Bernardo.

Research paper thumbnail of Angela Davis - Racismo no movimento sufragista feminino (2018, Boitempo Editorial)

é filósofa, professora emérita do departamento de estudos feministas da Universidade da Califórni... more é filósofa, professora emérita do departamento de estudos feministas da Universidade da Califórnia e ícone da luta pelos direitos civis. Como ativista, integrou o grupo Panteras Negras e o Partido Comunista dos Estados Unidos. Foi presa na década de 1970 e ficou mundialmente conhecida pela mobilização da campanha "Libertem Angela Davis". Foi candidata a vice-presidente da República em 1980 e 1984. Autora de vários livros, sua obra é marcada por um pensamento que visa romper com as assimetrias sociais. Angela Davis RACISMO NO MOVIMENTO SUFRAGISTA FEMININO Capítulo do livro Mulheres, raça e classe NOTAS DA EDIÇÃO Este e-book foi extraído da obra Mulheres, raça e classe. Publicado originalmente em 1981, este livro contém algumas referências a lugares, fatos e eventos que podem não existir mais nos dias que correm (como o apartheid na África do Sul, à época ainda em vigor). Os colchetes explicativos ou com traduções ao longo do texto são da edição brasileira; aqueles em citações, tanto os de supressões como os de acréscimos, são da autora.

Research paper thumbnail of Angela e Lelia

Angela e Lélia: as encruzilhadas entre classe, gênero e raça ou a perspectiva da interseccionalid... more Angela e Lélia: as encruzilhadas entre classe, gênero e raça ou a perspectiva da interseccionalidade Mulheres de todas as raças, culturas e cores: construamos uma outra história Lema do IV Encontro Feminista Latino-Americano e do Caribe

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Research paper thumbnail of 08 TEXTOS DE CLARICE LISPECTOR

A cozinheira feliz, a grandeza da sinceridade Therezinha meu amor. Estás sempre em meu coração. D... more A cozinheira feliz, a grandeza da sinceridade Therezinha meu amor. Estás sempre em meu coração. Desde o momento em que a vi meu coração tornou-se cativo de seus encantos. Ao vê-la meiga e bela senti minh'alma perturbada minha vida até então vazia e triste. Tornou-se cheia de luz e esperança acesa em meu peito a chama do amor. O amor que despertou em mim. Therezinha queridinha do coração é iluminado pela sua pureza e encontra em meu coração a grandeza de minha sinceridade. Que felicidade podemos encontrar um dia num coração que pulse junto ao nosso, irmanados nas doçuras e agruras da vida um coração amigo que nos conforte uma alma pura que nos adore e leve ao céu doce balada de amor a mulher querida com que sonhamos. Eternamente seu apaixonado Edgard. Da Therezinha querida peço-lhe. Resposta. Estrada São Luiz, 30-C, Santa Cruz é o meu Endereço.

Research paper thumbnail of A Origem Africana da Capoeira por

Eu tomei conhecimento da existência da notável arte marcial da Capoeira em 1967, após ter recebid... more Eu tomei conhecimento da existência da notável arte marcial da Capoeira em 1967, após ter recebido uma bolsa Fulbright para estudar a cultura e linguagem brasileira no Brasil. Eu fui originalmente designado para estudar em Recife, Pernambuco; mas após uma breve visita a Salvador da Bahia durante uma das frequentes greves da universidade, pedi uma transferência para a universidade localizada na Bahia.

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Exu Rei: "Exu se encontra em todo canto". Exu-Além do Bem e do Mal 2 Legítima ação Essa tessitura... more Exu Rei: "Exu se encontra em todo canto". Exu-Além do Bem e do Mal 2 Legítima ação Essa tessitura é dedicada a quem se saúda primeiro, possibilitando diversos caminhos, você está disposta e disposto a (não) segui-lo? Primeiramente, cabe ressaltar que Exu não quer título nenhum, muito menos de filósofo. Se o invento 3 como "filósofo" atento para o uso das aspas. Em Frege (2009, p. 134), "uma palavra que se encontre entre aspas não deve ser tomada como tendo sua referência costumeira", ou seja, usual. Ao evocarmos a palavra filósofo temos de forma direta ou indireta uma imagem socialmente construída do que o Filósofo é. Tal imagem frequentemente associada ao branco masculino e ao modo de produção euro-norteamericano de pensamento, necessita ser constantemente (re) visitada, desconstruída e reconstruída, aqui (e já nos escapa) habita Exu. Este é e não é "filósofo", pois para ele não existe porta fechada, e definição não lhe cabe, aquela aprisiona e Exu "é livre como o ar que o representa no espiral dos redemoinhos" (MACHADO, 2010).

Research paper thumbnail of POBRES FARAÓS DIVINOS

O termo faraó entrou em nosso vocabulário com uma conotação abertamente pejorativa, sobretudo na ... more O termo faraó entrou em nosso vocabulário com uma conotação abertamente pejorativa, sobretudo na expressão 'obra faraônica', que qualifica obra arquitetônica grandiosa e cara, não raro inútil ou de restrita utilidade, erigida sob o patrocínio de um governante em busca de autopromoção, às custas do dinheiro e do sacrifício públicos. A expressão, assim, subentende a imagem estereotipada do faraó: déspota implacável e egoísta que detinha o poder absoluto sobre todos os seus súditos, controlando com mão de ferro o funcionamento do Estado em qualquer de seus níveis. O próprio título 'faraó', aliás, parece corroborar a imagem negativa; a palavra gregapharaó, com efeito, é tradução do egípcio per-aa, que significa 'casa grande' ou 'a maior casa'. Na verdade designava o palácio, mas igualmente a instituição (também Residência) e a pessoa do rei, mais ou menos como acontece com Sublime Porta, Casa Branca, Palácio do Planalto etc. Não é difícil discernir a origem da imagem: a figura do faraó ocupou durante três milênios uma posição central na história da civilização egípcia, destacada com ênfase que nos pareceria excessiva, nos domínios da religião, da arte, da política. Acontecia, porém, que ele era um homem exercendo uma função divina, um ser humano que desempenhava o papel de um deus. Não por acaso em sua titulatura e nos apelativos aparecia designado como 'filho de' tal ou qual deus, 'imagem' desta ou daquela divindade, 'amado' ou 'favorecido' pelos deuses. Encarnação do deus na Terra,

Research paper thumbnail of A evolucao da historiografia da Africa

Research paper thumbnail of A EXCLUSÃO INTELECTUAL DO PENSAMENTO NEGRO 1

A filosofia em sua dimensão reflexiva, necessita refletir acerca de seu ensino, e reprodução do m... more A filosofia em sua dimensão reflexiva, necessita refletir acerca de seu ensino, e reprodução do mesmo, tendo em vista o contexto da implementação do artigo 26-A da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que determina o estudo das histórias e culturas africanas e afro-brasileiras nos currículos de toda a educação básica, no entanto, encontra um entrave bastante significativo no que diz respeito ao ensino de filosofia: Há um profundo silenciamento e exclusão do pensamento produzido no continente africano. Para cumprir o determinado por esta lei, é necessário descortinar os mecanismos responsáveis por este silenciamento e exclusão, para então, criar um espaço para que este pensamento, que compõe a cultura africana e impacta o pensamento nacional possa ser incorporado aos currículos de Ensino Médio, onde o ensino de filosofia se dá na Educação Básica. Nesse sentido, a escrita desse artigo se propõe a pensar a constituição da exclusão intelectual do pensamento negro-africano (sobretudo o pensamento produzido na porção Subsaariana do continente africano).

Research paper thumbnail of Sapiens Uma breve história da humanidade Yuval Harari

Research paper thumbnail of POR UMA REVOLUÇÃO ANTIRRACISTA

Research paper thumbnail of A RELIGIOSIDADE NAS MÚSICAS DE CAPOEIRA

Resumo: O presente artigo, tem como objetivo principal discutir as transformações de letras cláss... more Resumo: O presente artigo, tem como objetivo principal discutir as transformações de letras clássicas da

Research paper thumbnail of A capoeira e sua linguagem de expressão

Resumo: Este estudo é resultado de uma pesquisa realizada na disciplina de Linguagem e Cidadania ... more Resumo: Este estudo é resultado de uma pesquisa realizada na disciplina de Linguagem e Cidadania no curso de Pedagogia na Faculdade Cenecista de Osório-RS, cujo objetivo era estudar as linguagens utilizadas em diferentes espaços sociais. Para o trabalho, definiram-se escolas e rodas de capoeira nos municípios de Osório e Tramandaí-RS. Como dizem alguns autores e capoeirista, a capoeira é uma expressão cultural brasileira que mistura arte-marcial, esporte, cultura popular e música, utilizando-se de uma linguagem própria como prática social, linguagem essa não apenas expressa por palavras, mas também por movimentos corporais, trazendo assim um pouco de sua história. Por meio de entrevista realizada com capoeirista e observações nos locais definidos, constatou-se que, assim como qualquer atividade física, esta arte é uma ação beneficiadora para o corpo humano com uma linguagem característica que reúne elementos de dança, jogo e luta que se sustentam através da musicalidade e da cultura afro-brasileira. Nessa mistura de elementos, os praticantes buscam passar uma mensagem e expressar suas opiniões, havendo assim comunicação entre os espectadores. Ao longo de sua história, a capoeira sofreu constantes adaptações e mudanças, vindo a se tornar hoje Patrimônio Cultural Brasileiro.

Research paper thumbnail of Exu: o "filósofo" da comunicação

Somente quem muda pertence ao meu mundo".

Research paper thumbnail of A Origem Africana da Capoeira por

Eu tomei conhecimento da existência da notável arte marcial da Capoeira em 1967, após ter recebid... more Eu tomei conhecimento da existência da notável arte marcial da Capoeira em 1967, após ter recebido uma bolsa Fulbright para estudar a cultura e linguagem brasileira no Brasil. Eu fui originalmente designado para estudar em Recife, Pernambuco; mas após uma breve visita a Salvador da Bahia durante uma das frequentes greves da universidade, pedi uma transferência para a universidade localizada na Bahia.

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Das Questões, 2016

Exu Rei: "Exu se encontra em todo canto". Exu-Além do Bem e do Mal 2 Legítima ação Essa tessitura... more Exu Rei: "Exu se encontra em todo canto". Exu-Além do Bem e do Mal 2 Legítima ação Essa tessitura é dedicada a quem se saúda primeiro, possibilitando diversos caminhos, você está disposta e disposto a (não) segui-lo? Primeiramente, cabe ressaltar que Exu não quer título nenhum, muito menos de filósofo. Se o invento 3 como "filósofo" atento para o uso das aspas. Em Frege (2009, p. 134), "uma palavra que se encontre entre aspas não deve ser tomada como tendo sua referência costumeira", ou seja, usual. Ao evocarmos a palavra filósofo temos de forma direta ou indireta uma imagem socialmente construída do que o Filósofo é. Tal imagem frequentemente associada ao branco masculino e ao modo de produção euro-norteamericano de pensamento, necessita ser constantemente (re) visitada, desconstruída e reconstruída, aqui (e já nos escapa) habita Exu. Este é e não é "filósofo", pois para ele não existe porta fechada, e definição não lhe cabe, aquela aprisiona e Exu "é livre como o ar que o representa no espiral dos redemoinhos" (MACHADO, 2010).

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Research paper thumbnail of Clóvis Moura e a sociologia da práxis negra

pelas observações, críticas e sugestões feitas à pesquisa durante o exame de qualificação. Agrade... more pelas observações, críticas e sugestões feitas à pesquisa durante o exame de qualificação. Agradeço a minha esposa e companheira Iacy Maia Mata, por toda a atenção, carinho e amor e por sua colaboração decisiva nos momentos mais difíceis de finalização desta dissertação: Amor, quantos caminhos até chegar a um beijo, que solidão errante até tua companhia! (Pablo Neruda) A todos os que colaboraram com a realização desta pesquisa: Soraya Moura, Griselda Steiger Moura, José Carlos Ruy e o Prof. Vivaldo da Costa Lima. Ao Prof. Muniz Ferreira pelas luminosas indicações sobre a história do PCB (Partido Comunista Brasileiro). À colaboração prestimosa dos amigos Jair Batista da Silva, Luís Flávio Reis Godinho, Iná Meireles e Carla Apolinário. Ao apoio inestimável do meu amigo Ronald Alzamende Martins. Aos funcionários do CEDEM/UNESP, de São Paulo, em especial à funcionária Sandra Santos, responsáveis pelo Fundo Clóvis Moura. Aos funcionários da Biblioteca Pública do Estado da Bahia, em Salvador, que me facultaram o acesso aos exemplares do jornal O Momento, dos anos 40 e 50, e do Arquivo Público do Estado de São Paulo, onde tive acesso ao

Research paper thumbnail of Angela Davis A liberdade e uma luta constante 0101 Boitempo Editorial

Sobre A liberdade é uma luta constante Conceição Evaristo O lançamento de mais esta obra de Angel... more Sobre A liberdade é uma luta constante Conceição Evaristo O lançamento de mais esta obra de Angela Davis no Brasil, além de permitir ao público leitor acompanhar a saga dessa conhecida ativista contra as diversas formas de submissão humana, tem um significado especial neste momento tão crítico da sociedade brasileira. Vários grupos de movimentos sociais têm vivido certo sentimento de desesperança e impotência ao avaliar os resultados de lutas e demandas colocadas pela sociedade civil há anos. Constata-se uma ausência de ações coletivas que efetivamente embarguem as decisões tomadas no âmbito do poder político que nos últimos anos vêm afrontando o povo. A militância brasileira, tão ativa em diversos espaços de luta-das associações de moradores aos partidos políticos-, tem assistido, perplexa, às perdas de várias conquistas no âmbito das políticas públicas, na área da educação, da cultura, da saúde e outras. Essa agressão do Estado brasileiro, principalmente às populações pobres, causa desânimo ao ativismo social. Percebe-se quão longe estamos de uma mudança estrutural na política brasileira, que implique mudanças efetivas na condição de vida da maioria, onde desde o processo histórico da escravização dos africanos e seus descendentes se encontra a maior parte dos afro-brasileiros. Portanto, a leitura da presente obra pode nos recolocar em um espaço próprio, o da resistência, o de nunca desistir da luta que deve ser empreendida. Reencontrar, por meio deste livro, o pensamento, as ações, o comprometimento de Angela Davis com as lutas que ultrapassam as questões vividas em solo nacional nos ensina também a pensar a nossa luta em relação a todos os "condenados da terra", como escreveu Frantz Fanon. O persistente e ousado ativismo de Davis, que vem sendo empreendido desde os anos 1960 até a contemporaneidade, nos ajuda na recuperação de nossas forças. A voz e os punhos cerrados para cima, a estética do cabelo black power e de outras e outros afro-americanos reverberaram em solo brasileiro, inspirando a militância negra, ainda nos finais dos anos 1960. Neste livro reencontramos a intelectual Angela Davis que tem mantido especiais diálogos com as ativistas negras brasileiras. As publicações de sua autoria, as entrevistas, os discursos, tudo nos traz novas orientações para pensar a luta contra o racismo, o machismo, o sexismo e outras formas de subjugação existentes em nossa sociedade. E o teor dessa nova obra que acaba de ser publicada insiste com veemência em aspectos que particularmente considero primordiais para fortalecer nossas ações: a compreensão de que nosso

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como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Ciências Sociais, sob orientação da P... more como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Ciências Sociais, sob orientação da Prof a. Teresinha Bernardo.

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é filósofa, professora emérita do departamento de estudos feministas da Universidade da Califórni... more é filósofa, professora emérita do departamento de estudos feministas da Universidade da Califórnia e ícone da luta pelos direitos civis. Como ativista, integrou o grupo Panteras Negras e o Partido Comunista dos Estados Unidos. Foi presa na década de 1970 e ficou mundialmente conhecida pela mobilização da campanha "Libertem Angela Davis". Foi candidata a vice-presidente da República em 1980 e 1984. Autora de vários livros, sua obra é marcada por um pensamento que visa romper com as assimetrias sociais. Angela Davis RACISMO NO MOVIMENTO SUFRAGISTA FEMININO Capítulo do livro Mulheres, raça e classe NOTAS DA EDIÇÃO Este e-book foi extraído da obra Mulheres, raça e classe. Publicado originalmente em 1981, este livro contém algumas referências a lugares, fatos e eventos que podem não existir mais nos dias que correm (como o apartheid na África do Sul, à época ainda em vigor). Os colchetes explicativos ou com traduções ao longo do texto são da edição brasileira; aqueles em citações, tanto os de supressões como os de acréscimos, são da autora.

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Angela e Lélia: as encruzilhadas entre classe, gênero e raça ou a perspectiva da interseccionalid... more Angela e Lélia: as encruzilhadas entre classe, gênero e raça ou a perspectiva da interseccionalidade Mulheres de todas as raças, culturas e cores: construamos uma outra história Lema do IV Encontro Feminista Latino-Americano e do Caribe

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A cozinheira feliz, a grandeza da sinceridade Therezinha meu amor. Estás sempre em meu coração. D... more A cozinheira feliz, a grandeza da sinceridade Therezinha meu amor. Estás sempre em meu coração. Desde o momento em que a vi meu coração tornou-se cativo de seus encantos. Ao vê-la meiga e bela senti minh'alma perturbada minha vida até então vazia e triste. Tornou-se cheia de luz e esperança acesa em meu peito a chama do amor. O amor que despertou em mim. Therezinha queridinha do coração é iluminado pela sua pureza e encontra em meu coração a grandeza de minha sinceridade. Que felicidade podemos encontrar um dia num coração que pulse junto ao nosso, irmanados nas doçuras e agruras da vida um coração amigo que nos conforte uma alma pura que nos adore e leve ao céu doce balada de amor a mulher querida com que sonhamos. Eternamente seu apaixonado Edgard. Da Therezinha querida peço-lhe. Resposta. Estrada São Luiz, 30-C, Santa Cruz é o meu Endereço.

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Eu tomei conhecimento da existência da notável arte marcial da Capoeira em 1967, após ter recebid... more Eu tomei conhecimento da existência da notável arte marcial da Capoeira em 1967, após ter recebido uma bolsa Fulbright para estudar a cultura e linguagem brasileira no Brasil. Eu fui originalmente designado para estudar em Recife, Pernambuco; mas após uma breve visita a Salvador da Bahia durante uma das frequentes greves da universidade, pedi uma transferência para a universidade localizada na Bahia.

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Exu Rei: "Exu se encontra em todo canto". Exu-Além do Bem e do Mal 2 Legítima ação Essa tessitura... more Exu Rei: "Exu se encontra em todo canto". Exu-Além do Bem e do Mal 2 Legítima ação Essa tessitura é dedicada a quem se saúda primeiro, possibilitando diversos caminhos, você está disposta e disposto a (não) segui-lo? Primeiramente, cabe ressaltar que Exu não quer título nenhum, muito menos de filósofo. Se o invento 3 como "filósofo" atento para o uso das aspas. Em Frege (2009, p. 134), "uma palavra que se encontre entre aspas não deve ser tomada como tendo sua referência costumeira", ou seja, usual. Ao evocarmos a palavra filósofo temos de forma direta ou indireta uma imagem socialmente construída do que o Filósofo é. Tal imagem frequentemente associada ao branco masculino e ao modo de produção euro-norteamericano de pensamento, necessita ser constantemente (re) visitada, desconstruída e reconstruída, aqui (e já nos escapa) habita Exu. Este é e não é "filósofo", pois para ele não existe porta fechada, e definição não lhe cabe, aquela aprisiona e Exu "é livre como o ar que o representa no espiral dos redemoinhos" (MACHADO, 2010).

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O termo faraó entrou em nosso vocabulário com uma conotação abertamente pejorativa, sobretudo na ... more O termo faraó entrou em nosso vocabulário com uma conotação abertamente pejorativa, sobretudo na expressão 'obra faraônica', que qualifica obra arquitetônica grandiosa e cara, não raro inútil ou de restrita utilidade, erigida sob o patrocínio de um governante em busca de autopromoção, às custas do dinheiro e do sacrifício públicos. A expressão, assim, subentende a imagem estereotipada do faraó: déspota implacável e egoísta que detinha o poder absoluto sobre todos os seus súditos, controlando com mão de ferro o funcionamento do Estado em qualquer de seus níveis. O próprio título 'faraó', aliás, parece corroborar a imagem negativa; a palavra gregapharaó, com efeito, é tradução do egípcio per-aa, que significa 'casa grande' ou 'a maior casa'. Na verdade designava o palácio, mas igualmente a instituição (também Residência) e a pessoa do rei, mais ou menos como acontece com Sublime Porta, Casa Branca, Palácio do Planalto etc. Não é difícil discernir a origem da imagem: a figura do faraó ocupou durante três milênios uma posição central na história da civilização egípcia, destacada com ênfase que nos pareceria excessiva, nos domínios da religião, da arte, da política. Acontecia, porém, que ele era um homem exercendo uma função divina, um ser humano que desempenhava o papel de um deus. Não por acaso em sua titulatura e nos apelativos aparecia designado como 'filho de' tal ou qual deus, 'imagem' desta ou daquela divindade, 'amado' ou 'favorecido' pelos deuses. Encarnação do deus na Terra,

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A filosofia em sua dimensão reflexiva, necessita refletir acerca de seu ensino, e reprodução do m... more A filosofia em sua dimensão reflexiva, necessita refletir acerca de seu ensino, e reprodução do mesmo, tendo em vista o contexto da implementação do artigo 26-A da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que determina o estudo das histórias e culturas africanas e afro-brasileiras nos currículos de toda a educação básica, no entanto, encontra um entrave bastante significativo no que diz respeito ao ensino de filosofia: Há um profundo silenciamento e exclusão do pensamento produzido no continente africano. Para cumprir o determinado por esta lei, é necessário descortinar os mecanismos responsáveis por este silenciamento e exclusão, para então, criar um espaço para que este pensamento, que compõe a cultura africana e impacta o pensamento nacional possa ser incorporado aos currículos de Ensino Médio, onde o ensino de filosofia se dá na Educação Básica. Nesse sentido, a escrita desse artigo se propõe a pensar a constituição da exclusão intelectual do pensamento negro-africano (sobretudo o pensamento produzido na porção Subsaariana do continente africano).

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Resumo: O presente artigo, tem como objetivo principal discutir as transformações de letras cláss... more Resumo: O presente artigo, tem como objetivo principal discutir as transformações de letras clássicas da

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Resumo: Este estudo é resultado de uma pesquisa realizada na disciplina de Linguagem e Cidadania ... more Resumo: Este estudo é resultado de uma pesquisa realizada na disciplina de Linguagem e Cidadania no curso de Pedagogia na Faculdade Cenecista de Osório-RS, cujo objetivo era estudar as linguagens utilizadas em diferentes espaços sociais. Para o trabalho, definiram-se escolas e rodas de capoeira nos municípios de Osório e Tramandaí-RS. Como dizem alguns autores e capoeirista, a capoeira é uma expressão cultural brasileira que mistura arte-marcial, esporte, cultura popular e música, utilizando-se de uma linguagem própria como prática social, linguagem essa não apenas expressa por palavras, mas também por movimentos corporais, trazendo assim um pouco de sua história. Por meio de entrevista realizada com capoeirista e observações nos locais definidos, constatou-se que, assim como qualquer atividade física, esta arte é uma ação beneficiadora para o corpo humano com uma linguagem característica que reúne elementos de dança, jogo e luta que se sustentam através da musicalidade e da cultura afro-brasileira. Nessa mistura de elementos, os praticantes buscam passar uma mensagem e expressar suas opiniões, havendo assim comunicação entre os espectadores. Ao longo de sua história, a capoeira sofreu constantes adaptações e mudanças, vindo a se tornar hoje Patrimônio Cultural Brasileiro.

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Somente quem muda pertence ao meu mundo".

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Eu tomei conhecimento da existência da notável arte marcial da Capoeira em 1967, após ter recebid... more Eu tomei conhecimento da existência da notável arte marcial da Capoeira em 1967, após ter recebido uma bolsa Fulbright para estudar a cultura e linguagem brasileira no Brasil. Eu fui originalmente designado para estudar em Recife, Pernambuco; mas após uma breve visita a Salvador da Bahia durante uma das frequentes greves da universidade, pedi uma transferência para a universidade localizada na Bahia.

Research paper thumbnail of A Revolucao dos Bichos - George Orwell

George Orwell foi um libertário. "A Revolução dos Bichos", em suas metáforas, revela uma aversão ... more George Orwell foi um libertário. "A Revolução dos Bichos", em suas metáforas, revela uma aversão a toda espécie de autoritarismo, seja ele familiar, comunitário, estatal, capitalista ou comunista. A obra é de uma genial atualidade. Apesar de tudo o que alguns poucos homens já fizeram e lutaram, ainda estamos e vivemos sob os que insistem em dominar aquém da ética e além da lei. Sejamos diligentes, a luta continua. Um dia conseguiremos distinguir a diferença entre porcos e homens. Nélson Jahr Garcia Bichos de todas as partes! Eis a mensagem de esperança, No futuro que virá! Cedo ou tarde virá o dia, Cairá a tirania E os campos todos da Inglaterra Só aos bichos caberão! Não mais argolas em nossas ventas, Dorsos livres dos arreios, Freios e esporas, descartados, Chicotadas abolidas! Muito mais ricos do que sonhamos Possuiremos daí por diante O trigo, o feno, e a cevada, Pasto aveia e feijão! Brilham os campos da Inglaterra, Águas puras rolarão. Ventos leves soprarão Saudando a redenção! Lutemos todos por esse dia Mesmo que nos custe a vida! Cavalos, vacas, perus e gansos, Liberdade conquistemos!

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Ano de 1947/Fevereiro-Um jovem pastor beduíno descobre 7 manuscritos antigos em uma caverna acima... more Ano de 1947/Fevereiro-Um jovem pastor beduíno descobre 7 manuscritos antigos em uma caverna acima do Khirbet Qumran (ruína-em árabe), quando andava a cata de uma ovelha perdida. No mesmo ano o Professor Eliezer Sukenik-Universidade Hebraica-Toma conhecimento da descoberta. Em 1948 o Presidente da ASOR-American School of Oriental Research , mais tarde, Instituto Albright de Jerusalém-John C. Trevor, autentica o manuscrito de Isaías como sendo o documento hebraico o mais antigo dentre todos os conhecidos até então e o arqueólogo americano, William Albright (American School) confirma Trevor no mês seguinte. Trevor anuncia a sua descoberta na importantíssima , revista BAR-Biblical Archeologist. Surge a "Hipótese ESSÊNIA" O professor Eliezer Sukenik lança a "Hipótese Essênia" , ou seja , a hipótese de que os documentos Qumran eram originários dos essênios , ou os 'Therapeutae" , seita constituída por pacíficos ascetas, , baseando-se nos historiadores Josephos e Philos de Alexandria. Em 1950, André Dupont Sommer-Professor de Língua e Civilização Semita (Sorbonne)-pública as suas impressões sobre a "Hipótese Essênia" e completa a hipótese: Os manuscritos haviam sido compostos ali mesmo, em uma parte ainda inexplorada do Khirbet Qumran. Com a permissão de G.L.Harding-Diretor de Antiguidades jordânicas-O Padre dominicano Roland de Vaux-Diretor da École Biblique de Jerusalém mantida pelo governo francês-já havia inspecionado a caverna 1 , onde foram encontrados os primeiros manuscritos e iniciava trabalhos de arqueologia, sem ser um arqueólogo, no Khirbet Qumran-ano 1951. Em 1952 é encontrado o misterioso e controvertido "Manuscrito de Cobre"-gravado no cobre-na Caverna 3 , pela equipe da ASOR. Kando, um antiquário que tornou-se famoso devido ao "affair " Qumran , vende uma pilha de documentos para o padre de Vaux. O dominicano Localisa a mais fértil dentre todas as cavernas: A Caverna 4 e nela encontra os fragmentos do "Manuscrito de Damasco" , já descoberto íntegro, anos antes, na Cidade do Cairo-Egito, em um "Genizah" (depósito, geralmente, de sinagogas) , o CD, como é denominado o documento, é o comumente usado pelos especialistas devido ao seu bom estado de conservação ., Em 1953, o Padre de Vaux adere totalmente à "Hipótese Essênia" , promulgada por Sukenik e afirma, categoricamente, que os escribas essênios elaboraram os documentos em um "Scriptorium" situado em um monastério local (segundo ele) em ruínas, devido a um terremoto. Harding convoca pessoas e monta o "International Team"-Equipe Internacional-para estudar os manuscritos "oficialmente".

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A África é um paradoxo que ilustra e evidencia o neocolonialismo. Seu solo é rico, embora os prod... more A África é um paradoxo que ilustra e evidencia o neocolonialismo. Seu solo é rico, embora os produtos que dele saem, tanto de baixo quanto de cima, continuam a enriquecer, não aos africanos, predominantemente, mas aos grupos e indivíduos que manobram para o empobrecimento continente. (Kwame Nkrumah, 1965, in Neo-Colonialism , capítulo 1) Em 1964, a revista norte-americana Ebony, sob o título "A Revolução Industrial de Gana", oferecia um levantamento das portentosas obras que a administração de Kwame Nkrumah conduzia. Era a primeira vez, segundo me lembro, que ouvia falar daquele país. Logo adiante, em 1967, procurei aproximar o embaixador de Gana, no Brasil, Yaw Banful Turkson, do presidente da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, deputado Carlos Santos. Nkrumah já havia morrido. Deixara, entretanto, no embaixador, um modo de pensar que se embasava numa filosofia batizada, então, como nkrumahnismo. Nos anos seguintes, fiz amizade com várias diplomatas africanos, e, em todos, havia um traço comum: reverência ao ganense Nkrumah. Ouvi histórias boas e más do homem e sua obra. O tempo começa a expungir os preconceitos e as incompreensões. O World Almanac and Book of Facts de 1996, elabora a seguinte lista de líderes mundiais: Imre Nagy 1 ; Gamal Abdel Nasser 2 ; Jawaharlal Nehru 3 ; Kwame Nkrumah; Frederick 1 -(1896-1958) da Ungria, primeiro-ministro comunista, assassinado 1956. 2 (1918-70) do Egito, segundo presidente do país e líder da unidade árabe; 3 North 4 ; Daniel O'Connell 5 ; Omar 6 . A revista Veja (dezembro de 1998), traduzindo matéria da revista Life, lista os seguintes nomes, como destaques da raça negra, deste milênio: Fredrick Douglass 7 , Kwame Nkrumah, Nelson Mandela e Martin Luther King Jr. O livro trazido a seguir fala das coisas boas, e desdenha, como infundadas, as ruins. O tempo parece dar suporte ao autor. Cheguei pela primeira vez em Gana, e era janeiro de 1976, após haver estado no Senegal, em novembro de 1974, como integrante da equipe brasileira que participou da Feira Internacional de Dakar. E cheguei atrasado na antiga Costa do Ouro. Não conheci, no auge, a obra de Nkrumah, e já havia sido enterrado ali S não no solo vermelho da Geórgia S na terra de seus antepassados, William Edward Burghardt Du Bois, um ilustre pensador negro americano que trocou a cidadania norte-americana, de seu nascimento, pela de ganense. Fiquei quinze dias em Dakar, conhecendo uma África verdadeiramente ocidental. Tinha até os odores, em muitos de seus recantos, da França. Um banco S um porteiro africano, um gerente francês. Uma loja fina, madames francesas, clientes africanas, de uma tímida classe média emergente, vestidas à moda europeia. O mercado e o supermercado: carnes às moscas, ou balcões frigoríficos. A onipresença francesa onde era importante, eis um fato por demais óbvio. No futuro imediato, uns dois anos adiante, fiz vôos pela Air Afrique, uma espécie de linha nacional dos países outrora colônias francesas. Era como ser transportado pelas tripulações da Air France. Voltei, novamente, à África, e o destino era Gana. A Feira Internacional de Acra. 3 (1889-1964), da Índia, primeiro ministro, guiou seu país nos anos iniciais da independência; 4 (1732-92) da Inglaterra, primeiro ministro que por sua inépcia conduziu o império britânico a perder suas colônias na América; 5 (1775-1847)da Irlanda, líder político conhecido como O Libertador;

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VSÁTIO, 1995

Nesse artigo, apresenta-se uma crítica ao documentário "A Negação do Brasil" (2000) de Joel Zito ... more Nesse artigo, apresenta-se uma crítica ao documentário "A Negação do Brasil" (2000) de Joel Zito Araújo, que é decorrente de uma pesquisa realizada pelo próprio Joel sobre os papeis atribuídos às negras e negros nas telenovelas brasileiras, durante o período de 1963 a 1997. Na crítica em questão, há o propósito de compreender se as ações das emissoras de televisão, escritores, diretores das telenovelas e dos atores e atrizes afirmam ou não uma postura discriminatória com relação às pessoas negras na sociedade brasileira. Para tanto, utilizamos o conceito de estereotipagem pensado sob a perspectiva de Stuart Hall, e o da identidade negra, conforme discutido por Kabengele Munanga. Por fim, verifica-se o quão é recorrente a veiculação de estereótipos de negras e negros nas telenovelas brasileiras e conclui-se que esses favorecem o cultivo do preconceito no imaginário da sociedade, podendo, então, desencadear ações discriminatórias. A não representação das pessoas negras nas telenovelas brasileiras, em todas as possibilidades coerentes às diversas identidades existentes, exclui simbolicamente as mesmas da sociedade, visto que os estereótipos determinam limites para as ações e acabam estabelecendo padrões tidos como naturais, normais e aceitáveis.

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Resumo: À luz de aspectos fundamentais do pensar bantu-kongo e em consonância com pensadores cont... more Resumo: À luz de aspectos fundamentais do pensar bantu-kongo e em consonância com pensadores contemporâneos, tais como Bunseki Fu-Kiau e Zamenga B., este artigo aspira a refletir acerca de ontologias distintas daquelas hegemônicas euro-ocidentais. Tais ontologias são vivenciadas em parte do continente africano e foram deslocadas para territórios afrodiaspóricos, como o Brasil, ainda que com adaptações, por meio de práticas cosmológicas que situam a ancestralidade em lugar central. As ideias de "mesmo pluriontológico" (conforme nós cunhamos, com base hermenêutica na filosofia kongo), opacidade (a partir da sugestão teórica de Édouard Glissant), estágios do cosmograma kongo, vazio, transmutação, inclinação à outridade, ciência do feitiço, sistema, entes ecológicos, inter-ações propõem possibilidades complexas de ser-viver, em relação, as quais se distanciam, radicalmente, de metafísicas e éticas desenvolvidas no seio do pensamento ocidental, assim como podem com elas dialogar, o que faz com que, ao pensar do lado da margem afrodiaspórica do Atlântico, consideremos as tensões entre esses distintos modos de pensar que ocupam espaços assimétricos nos construtos históricos. Palavras-chave: Filosofia bantu-kongo. Ontologia. Mesmo pluriontológico. Outridade. Entes ecológicos. intRodução De um certo Ocidente, a virada filosófica levinasiana, em que a ética precede à ontologia, pode oferecer caminhos de diálogo que despertam interesse, face ao que pretendemos destacar, nestas linhas textuais que se esboçam. Sobretudo, vetores da filosofia kongo africana, os quais nos chegam pelos pensadores congoleses Bunseki Fu-Kiau e Zamenga B., ao lado de

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Reflexões sobre o Racismo de Jean Paul Sartre, uma análise das origens psicológicas do preconceito.

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Resumo: Este texto aspira a refletir sobre alguns aspectos marcantes na filosofia africana bantuk... more Resumo: Este texto aspira a refletir sobre alguns aspectos marcantes na filosofia africana bantukongo referentes à temporalidade. Verifica-se, nesta, uma interpretação do sol (ntangu), enquanto fazedor de eventos no mundo-eis, portanto, a sua poética-dentro da leitura dos estágios ontológicos propostos pelo cosmograma kongo (dikenga dia kongo). Há uma presença significativa desse pensar-aqui intermediado, principalmente, pelo pensador congolês Bunseki Fu-Kiau-noutras matrizes que se construíram na diáspora negra (notadamente, no Brasil), conforme se pode verificar em realidades trazidas à tona por pensadoras como a nengwa Zulmira de Zumbá. Estabelecem-se, no texto, conexões entre tal pensamento africano, manifestações diaspóricas, como candomblés de linhagem congo-angola, e entre como, numa ideia bantu-kongo de verticalidade e horizontalidade, pessoas podem intervir no mundo, abrindo horas no espaçotempo. É preciso distinguir a hora aberta pelo tempo-sol e a ação ético-inventiva de abrir a hora.

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