Alexandre Leone | Universidade de São Paulo (original) (raw)
Papers by Alexandre Leone
Este artigo enfoca a concepcao de infinito atual do filosofo judeu medieval Hasdai Crescas (1340–... more Este artigo enfoca a concepcao de infinito atual do filosofo judeu medieval Hasdai Crescas (1340–1411), formuladas no livro Or Hashem (1410) as tres primeiras proposicoes de Maimonides, tal como sao enunciadas na segunda parte do Guia dos Perplexos . As teses de Maimonides tem como objetivo negar a possibilidade do infinito atual como magnitude imaterial ou material, como conjunto infinito de seres finitos e como serie infinita de causa e efeito. Apos uma breve exposicao da trajetoria dos conceitos de infinito nas diversas tradicoes sapienciais judaicas recebidas na Idade Media, indicamos como a argumentacao em prol da ideia de infinito atual em Crescas dialoga com elas. Desse dialogo, emerge o conceito de infinito como singularidade atualizada paralelamente no real como vacuo infinito, lugar de coexistencia de infinitos universos, e como infinito atual divino como Kavod, Gloria, que preenche o universo infinito e como causa imanente da serie infinita de causa e efeito que constitui...
Resumo Este artigo busca entender as relações entre oralidade e polifonia na composição das narra... more Resumo Este artigo busca entender as relações entre oralidade e polifonia na composição das narrativas da Agadá, a partir da comparação de duas versões de uma narrativa que aparece no Talmud Babilônico e no Talmud de Jerusalém, que são usadas como estudo de caso. Será discutida também a questão da interdependência entre as diversas versões das narrativas existentes na literatura rabínica observando o modo como os personagens são retratados, as diferenças entre as versões e as situações narradas. Uma versão joga luz na outra apontando e desvelando a intertexalidade nessa literatura elaborada na passagem da oralidade para a sua fixação por escrito. É proposta a utilização da teoria da narrativa feita por Walter Benjamin como marco o para entender o modo de composição e transmissão da Agadá. É com esse aparato que é buscada uma lente para entender a visão de mundo dos sábios do período talmúdico. Abstract 1
Hasdai Crescas (1340-1411), foi filosofo, rabino e homem público, que viveu em um período muito t... more Hasdai Crescas (1340-1411), foi filosofo, rabino e homem público, que viveu em um período muito turbulento para as comunidade judaicas ibéricas e provençais, do final da Idade Média. Crescas fez uma crítica veemente ao paradigma aristotélico recebido da falsifa, que foi usado por Maimônides para embasar e provar a existência, unidade e incorporeidade de Deus, conceituado no Guia dos Perplexos como o ser necessário absolutamente transcendente em relação aos seres contingentes. Crescas elabora, em Or Hashem (Luz do Nome Divino), um conceito alternativo de ser necessário, no qual as duas noções antitéticas de imanência e transcendência divinas se relacionam à distinção, no seio do ser necessário entre sua essência simples e os seus infinitos atributos. A essência simples e inefável do ser necessário se expressa em infinitos atributos no ato eterno e constante de doar na univocidade do ser, seu bem, sua atualidade, aos infinitos entes contingentes. Crescas, advoga que universo apesar de ontologicamente contingente é infinito em sua atualidade. Deus é assim concebido como causa primeira eterna e constante, a enteléquia e Lugar do Mundo.
REVER - Revista de Estudos da Religião
A sinagoga tornou-se, ao longo dos últimos dois mil anos, o local principal onde são realizadas a... more A sinagoga tornou-se, ao longo dos últimos dois mil anos, o local principal onde são realizadas as liturgias públicas judaicas. O presente artigo trata dos aspectos arquitetônicos externos e internos relativos às sinagogas e de seu uso como espaço religioso e comunitário através dos séculos. Além da arquitetura e organização do espaço da sinagoga é abordado, também, o uso coletivo litúrgico desse tipo de lugar de adoração. A versatilidade e a permanência dessa instituição são também abordadas.
Cadernos de Língua e Literatura Hebraica
Na Carta sobre o Infinito Espinosa cita a prova da existência de Deus feita por Hasdai Crescas (1... more Na Carta sobre o Infinito Espinosa cita a prova da existência de Deus feita por Hasdai Crescas (1340 - 1411), que fez a mais veemente crítica ao aristotelismo medieval judaico. Acrítica de Crescas começa pela refutação das 26 proposições que Maimônides usou para com elas provar a existência de um Deus radicalmente transcendente. As primeiras três negam a possibilidade do infinito atual. Crescas em sua crítica à terceira proposição argumenta em prol da existência da série infinita de causas e efeitos, entendendo a causa primeira como causa ontológica imante de a toda série e que é determinante para a existência dos infinitos efeitos. Para Crescas essa causa primeira simultânea aos seus infinitos efeitos é Deus. Eis a primeira formulação da imanência na filosofia judaica. Ler Espinosa a luz da crítica de Crescas a Maimônides faz emergir a relação de recepção que esse filósofo moderno mantém com a filosofia judaica medieval.
Revista Vertices, Dec 30, 2011
Este artigo busca entender as relações entre oralidade e polifonia na composição das narrativas d... more Este artigo busca entender as relações entre oralidade e polifonia na composição das narrativas da Agadá, a partir da comparação de duas versões de uma narrativa que aparece no Talmud Babilônico e no Talmud de Jerusalém, que são usadas como estudo de caso. Será discutida também a questão da interdependência entre as diversas versões das narrativas existentes na literatura rabínica observando o modo como os personagens são retratados, as diferenças entre as versões e as situações narradas. Uma versão joga luz na outra apontando e desvelando a intertexalidade nessa literatura elaborada na passagem da oralidade para a sua fixação por escrito. É proposta a utilização da teoria da narrativa feita por Walter Benjamin como marco o para entender o modo de composição e transmissão da Agadá. É com esse aparato que é buscada uma lente para entender a visão de mundo dos sábios do período talmúdico.
Kriterion: Revista de Filosofia, 2015
Neste artigo,é exposto e discutido o caminho percorrido por Hasdai Crescas (1340-1411), filósofo ... more Neste artigo,é exposto e discutido o caminho percorrido por Hasdai Crescas (1340-1411), filósofo judeu medieval que viveu em Barcelona, na elaboração de sua prova para a existência de Deus, formulada com base em sua crítica às provas apresentadas por Maimônides (1138-1204) no…
Revista Vértices, Jan 1, 2011
Este artigo busca entender as relações entre oralidade e polifonia na composição das narrativas d... more Este artigo busca entender as relações entre oralidade e polifonia na composição das narrativas da Agadá, a partir da comparação de duas versões de uma narrativa que aparece no Talmud Babilônico e no Talmud de Jerusalém, que são usadas como estudo de caso. Será discutida também a questão da interdependência entre as diversas versões das narrativas existentes na literatura rabínica observando o modo como os personagens são retratados, as diferenças entre as versões e as situações narradas. Uma versão joga luz na outra apontando e desvelando a intertexalidade nessa literatura elaborada na passagem da oralidade para a sua fixação por escrito. É proposta a utilização da teoria da narrativa feita por Walter Benjamin como marco o para entender o modo de composição e transmissão da Agadá. É com esse aparato que é buscada uma lente para entender a visão de mundo dos sábios do período talmúdico.
Arquivo Maaravi: Revista Digital de Estudos …, Jan 1, 2011
Qual a influência da mística judaica no pensamento de Abraham Joshua Heschel (1907? Durante os an... more Qual a influência da mística judaica no pensamento de Abraham Joshua Heschel (1907? Durante os anos em que exerceu o cargo de professor do Departamento de Filosofia Judaica do Jewish Theological Seminary, em Nova Iorque, entre 1945 e 1972, o ano de sua morte, Heschel lecionou um curso cujo título é bem chamativo: Mística e Ética. Esses dois campos, por si mesmos imensos, raramente são tratados em conjunto. Não que eles se oponham, mas, na história do pensamento ocidental, eles tenderam a se voltar para aspectos distintos da realidade e, também, da experiência religiosa. O mero fato de serem relacionados por Heschel já diz muito sobre o caráter de seu pensamento.Poderíamos usar, aqui, a noção de afinidade eletiva de correntes de pensamento tal como usada por Michael Löwy em Redenção e Utopia, que estudou uma cepa de intelectuais judeus que se caracterizaram por sua dura crítica à sociedade moderna aliada a um retorno muitas vezes difícil à tradição, em busca de reencontro com o encantamento e com a utopia humanista. Nesse grupo, estariam listados pensadores como
abralic.org.br
importante filósofo do judaísmo de século XX no livro Torá Min Hashamaim Be-Aspaklaria shel Ha-Do... more importante filósofo do judaísmo de século XX no livro Torá Min Hashamaim Be-Aspaklaria shel Ha-Dorot, voltou sua atenção para a literatura rabínica tradicional. Da leitura hescheliana do Talmud e do Midrash emerge uma visão dialética das correntes teológicas que animaram os debates dos primeiros rabínicos. Heschel identifica a partir de duas escolas de pensamento rabínico dos séculos I e II da era comum a Escola de Rabi Akiva de tendência mística e a Escola de Rabi Ishmael de tendência racionalista os dois grandes paradigmas que tencionaram dialeticamente o pensamento rabínico desde o final da Antiguidade e durante a Idade Média. As duas tendências têm permeado o pensamento rabínico desde então. Heschel tira várias conclusões sobre a relação entre razão e misticismo na experiência religiosa judaica que aprofundam o debate moderno sobre a natureza da experiência religiosa.
Revista de Estudos da Religião, Jan 1, 2003
Este artigo é sobre o tema da oração como experiência mística na obra de Abraham J.
ABSTRACT Abraham Joshua Heschel (1907- 1972), descendente de uma linhagem de mestres hassídicos, ... more ABSTRACT Abraham Joshua Heschel (1907- 1972), descendente de uma linhagem de mestres hassídicos, foi um singular filósofo do judaísmo. Nascido na Polônia, recebeu sua primeira influência do meio tradicional, onde a piedade e espiritualidade eramintensamente cultivadas. Mais tarde fez seu curso universitário na Alemanha, onde travou contato com a filosofia ocidental. Finalmente, nos EUA, tornou-se um intelectual de renome. Para Heschel, a questão fundamental de nossa época é comopensar, sentir, agir e viver de um modo que reflita o reconhecimento de que o ser humano é a imagem divina. Ele mostrou-se, por outro lado, muito preocupado com o acelerado processo de desumanização vivido pelo homem moderno. Por ter sidoinfluenciado pela mensagem dos profetas bíblicos ele deixou a reclusão da vida acadêmica para tornar-se um ativista engajado nos movimentos sociais e nas questões políticas de seu tempo, tais como: os movimentos em prol dos direitos civis ehumanos, o diálogo inter-religioso, a miséria e o movimento pacifista contra a Guerra do Vietnã. 0 principal legado de sua obra é um humanismo religioso e libertário, base de sua crítica à modernidade, e a barbárie subjacente ao processohistórico de reificação pela qual passa a civilização contemporânea. A verdadeira fonte de valor é o ser humano, não o trabalho nem a mercadoria. De acordo com Heschel o homem é a "única entidade na natureza a quem a santidade pode serassociada." Dissertação (Mestrado).
Books by Alexandre Leone
Editora Scortecci, 2021
ATENÇÃO: A pesquisa, leitura e utilização desta presente obra é LIVRE, desde que, e somente se,... more ATENÇÃO:
A pesquisa, leitura e utilização desta presente obra é LIVRE, desde que, e somente se, houver menção bibliográfica correta, e respeito aos créditos e direitos autorais. Fora disso, é PLÁGIO, CRIME .
Use LIVREMENTE, mas com MENÇÃO LEGAL, EXPRESSA e RESPEITOSA do livro, dos seus organizadores, coorganizadores, dos seus coautores, Editora, ano de publicação, páginas etc.
Direção/Organização:
Pietro Nardella-Dellova
Coorganização/Coautoria:
Pietro Nardella-Dellova, Ênio José da Costa Brito, Wilson Madeira Filho, Marcelino Conti, Napoleão Miranda, Ana Maria Motta Ribeiro, Thais M. Lutterback S. Azevedo, Ivan de Oliveira Durães, Josě Antonio Callegari, Ricardo Prestes Pazello, Rodolfo Lobato, Emmanuel Oguri, Edmundo Arruda, Rita Voss, Marcus Fabiano Gonçalves, Alexandre Leone, Jorge Enrique Carvajal Martinez,
Este artigo enfoca a concepcao de infinito atual do filosofo judeu medieval Hasdai Crescas (1340–... more Este artigo enfoca a concepcao de infinito atual do filosofo judeu medieval Hasdai Crescas (1340–1411), formuladas no livro Or Hashem (1410) as tres primeiras proposicoes de Maimonides, tal como sao enunciadas na segunda parte do Guia dos Perplexos . As teses de Maimonides tem como objetivo negar a possibilidade do infinito atual como magnitude imaterial ou material, como conjunto infinito de seres finitos e como serie infinita de causa e efeito. Apos uma breve exposicao da trajetoria dos conceitos de infinito nas diversas tradicoes sapienciais judaicas recebidas na Idade Media, indicamos como a argumentacao em prol da ideia de infinito atual em Crescas dialoga com elas. Desse dialogo, emerge o conceito de infinito como singularidade atualizada paralelamente no real como vacuo infinito, lugar de coexistencia de infinitos universos, e como infinito atual divino como Kavod, Gloria, que preenche o universo infinito e como causa imanente da serie infinita de causa e efeito que constitui...
Resumo Este artigo busca entender as relações entre oralidade e polifonia na composição das narra... more Resumo Este artigo busca entender as relações entre oralidade e polifonia na composição das narrativas da Agadá, a partir da comparação de duas versões de uma narrativa que aparece no Talmud Babilônico e no Talmud de Jerusalém, que são usadas como estudo de caso. Será discutida também a questão da interdependência entre as diversas versões das narrativas existentes na literatura rabínica observando o modo como os personagens são retratados, as diferenças entre as versões e as situações narradas. Uma versão joga luz na outra apontando e desvelando a intertexalidade nessa literatura elaborada na passagem da oralidade para a sua fixação por escrito. É proposta a utilização da teoria da narrativa feita por Walter Benjamin como marco o para entender o modo de composição e transmissão da Agadá. É com esse aparato que é buscada uma lente para entender a visão de mundo dos sábios do período talmúdico. Abstract 1
Hasdai Crescas (1340-1411), foi filosofo, rabino e homem público, que viveu em um período muito t... more Hasdai Crescas (1340-1411), foi filosofo, rabino e homem público, que viveu em um período muito turbulento para as comunidade judaicas ibéricas e provençais, do final da Idade Média. Crescas fez uma crítica veemente ao paradigma aristotélico recebido da falsifa, que foi usado por Maimônides para embasar e provar a existência, unidade e incorporeidade de Deus, conceituado no Guia dos Perplexos como o ser necessário absolutamente transcendente em relação aos seres contingentes. Crescas elabora, em Or Hashem (Luz do Nome Divino), um conceito alternativo de ser necessário, no qual as duas noções antitéticas de imanência e transcendência divinas se relacionam à distinção, no seio do ser necessário entre sua essência simples e os seus infinitos atributos. A essência simples e inefável do ser necessário se expressa em infinitos atributos no ato eterno e constante de doar na univocidade do ser, seu bem, sua atualidade, aos infinitos entes contingentes. Crescas, advoga que universo apesar de ontologicamente contingente é infinito em sua atualidade. Deus é assim concebido como causa primeira eterna e constante, a enteléquia e Lugar do Mundo.
REVER - Revista de Estudos da Religião
A sinagoga tornou-se, ao longo dos últimos dois mil anos, o local principal onde são realizadas a... more A sinagoga tornou-se, ao longo dos últimos dois mil anos, o local principal onde são realizadas as liturgias públicas judaicas. O presente artigo trata dos aspectos arquitetônicos externos e internos relativos às sinagogas e de seu uso como espaço religioso e comunitário através dos séculos. Além da arquitetura e organização do espaço da sinagoga é abordado, também, o uso coletivo litúrgico desse tipo de lugar de adoração. A versatilidade e a permanência dessa instituição são também abordadas.
Cadernos de Língua e Literatura Hebraica
Na Carta sobre o Infinito Espinosa cita a prova da existência de Deus feita por Hasdai Crescas (1... more Na Carta sobre o Infinito Espinosa cita a prova da existência de Deus feita por Hasdai Crescas (1340 - 1411), que fez a mais veemente crítica ao aristotelismo medieval judaico. Acrítica de Crescas começa pela refutação das 26 proposições que Maimônides usou para com elas provar a existência de um Deus radicalmente transcendente. As primeiras três negam a possibilidade do infinito atual. Crescas em sua crítica à terceira proposição argumenta em prol da existência da série infinita de causas e efeitos, entendendo a causa primeira como causa ontológica imante de a toda série e que é determinante para a existência dos infinitos efeitos. Para Crescas essa causa primeira simultânea aos seus infinitos efeitos é Deus. Eis a primeira formulação da imanência na filosofia judaica. Ler Espinosa a luz da crítica de Crescas a Maimônides faz emergir a relação de recepção que esse filósofo moderno mantém com a filosofia judaica medieval.
Revista Vertices, Dec 30, 2011
Este artigo busca entender as relações entre oralidade e polifonia na composição das narrativas d... more Este artigo busca entender as relações entre oralidade e polifonia na composição das narrativas da Agadá, a partir da comparação de duas versões de uma narrativa que aparece no Talmud Babilônico e no Talmud de Jerusalém, que são usadas como estudo de caso. Será discutida também a questão da interdependência entre as diversas versões das narrativas existentes na literatura rabínica observando o modo como os personagens são retratados, as diferenças entre as versões e as situações narradas. Uma versão joga luz na outra apontando e desvelando a intertexalidade nessa literatura elaborada na passagem da oralidade para a sua fixação por escrito. É proposta a utilização da teoria da narrativa feita por Walter Benjamin como marco o para entender o modo de composição e transmissão da Agadá. É com esse aparato que é buscada uma lente para entender a visão de mundo dos sábios do período talmúdico.
Kriterion: Revista de Filosofia, 2015
Neste artigo,é exposto e discutido o caminho percorrido por Hasdai Crescas (1340-1411), filósofo ... more Neste artigo,é exposto e discutido o caminho percorrido por Hasdai Crescas (1340-1411), filósofo judeu medieval que viveu em Barcelona, na elaboração de sua prova para a existência de Deus, formulada com base em sua crítica às provas apresentadas por Maimônides (1138-1204) no…
Revista Vértices, Jan 1, 2011
Este artigo busca entender as relações entre oralidade e polifonia na composição das narrativas d... more Este artigo busca entender as relações entre oralidade e polifonia na composição das narrativas da Agadá, a partir da comparação de duas versões de uma narrativa que aparece no Talmud Babilônico e no Talmud de Jerusalém, que são usadas como estudo de caso. Será discutida também a questão da interdependência entre as diversas versões das narrativas existentes na literatura rabínica observando o modo como os personagens são retratados, as diferenças entre as versões e as situações narradas. Uma versão joga luz na outra apontando e desvelando a intertexalidade nessa literatura elaborada na passagem da oralidade para a sua fixação por escrito. É proposta a utilização da teoria da narrativa feita por Walter Benjamin como marco o para entender o modo de composição e transmissão da Agadá. É com esse aparato que é buscada uma lente para entender a visão de mundo dos sábios do período talmúdico.
Arquivo Maaravi: Revista Digital de Estudos …, Jan 1, 2011
Qual a influência da mística judaica no pensamento de Abraham Joshua Heschel (1907? Durante os an... more Qual a influência da mística judaica no pensamento de Abraham Joshua Heschel (1907? Durante os anos em que exerceu o cargo de professor do Departamento de Filosofia Judaica do Jewish Theological Seminary, em Nova Iorque, entre 1945 e 1972, o ano de sua morte, Heschel lecionou um curso cujo título é bem chamativo: Mística e Ética. Esses dois campos, por si mesmos imensos, raramente são tratados em conjunto. Não que eles se oponham, mas, na história do pensamento ocidental, eles tenderam a se voltar para aspectos distintos da realidade e, também, da experiência religiosa. O mero fato de serem relacionados por Heschel já diz muito sobre o caráter de seu pensamento.Poderíamos usar, aqui, a noção de afinidade eletiva de correntes de pensamento tal como usada por Michael Löwy em Redenção e Utopia, que estudou uma cepa de intelectuais judeus que se caracterizaram por sua dura crítica à sociedade moderna aliada a um retorno muitas vezes difícil à tradição, em busca de reencontro com o encantamento e com a utopia humanista. Nesse grupo, estariam listados pensadores como
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importante filósofo do judaísmo de século XX no livro Torá Min Hashamaim Be-Aspaklaria shel Ha-Do... more importante filósofo do judaísmo de século XX no livro Torá Min Hashamaim Be-Aspaklaria shel Ha-Dorot, voltou sua atenção para a literatura rabínica tradicional. Da leitura hescheliana do Talmud e do Midrash emerge uma visão dialética das correntes teológicas que animaram os debates dos primeiros rabínicos. Heschel identifica a partir de duas escolas de pensamento rabínico dos séculos I e II da era comum a Escola de Rabi Akiva de tendência mística e a Escola de Rabi Ishmael de tendência racionalista os dois grandes paradigmas que tencionaram dialeticamente o pensamento rabínico desde o final da Antiguidade e durante a Idade Média. As duas tendências têm permeado o pensamento rabínico desde então. Heschel tira várias conclusões sobre a relação entre razão e misticismo na experiência religiosa judaica que aprofundam o debate moderno sobre a natureza da experiência religiosa.
Revista de Estudos da Religião, Jan 1, 2003
Este artigo é sobre o tema da oração como experiência mística na obra de Abraham J.
ABSTRACT Abraham Joshua Heschel (1907- 1972), descendente de uma linhagem de mestres hassídicos, ... more ABSTRACT Abraham Joshua Heschel (1907- 1972), descendente de uma linhagem de mestres hassídicos, foi um singular filósofo do judaísmo. Nascido na Polônia, recebeu sua primeira influência do meio tradicional, onde a piedade e espiritualidade eramintensamente cultivadas. Mais tarde fez seu curso universitário na Alemanha, onde travou contato com a filosofia ocidental. Finalmente, nos EUA, tornou-se um intelectual de renome. Para Heschel, a questão fundamental de nossa época é comopensar, sentir, agir e viver de um modo que reflita o reconhecimento de que o ser humano é a imagem divina. Ele mostrou-se, por outro lado, muito preocupado com o acelerado processo de desumanização vivido pelo homem moderno. Por ter sidoinfluenciado pela mensagem dos profetas bíblicos ele deixou a reclusão da vida acadêmica para tornar-se um ativista engajado nos movimentos sociais e nas questões políticas de seu tempo, tais como: os movimentos em prol dos direitos civis ehumanos, o diálogo inter-religioso, a miséria e o movimento pacifista contra a Guerra do Vietnã. 0 principal legado de sua obra é um humanismo religioso e libertário, base de sua crítica à modernidade, e a barbárie subjacente ao processohistórico de reificação pela qual passa a civilização contemporânea. A verdadeira fonte de valor é o ser humano, não o trabalho nem a mercadoria. De acordo com Heschel o homem é a "única entidade na natureza a quem a santidade pode serassociada." Dissertação (Mestrado).
Editora Scortecci, 2021
ATENÇÃO: A pesquisa, leitura e utilização desta presente obra é LIVRE, desde que, e somente se,... more ATENÇÃO:
A pesquisa, leitura e utilização desta presente obra é LIVRE, desde que, e somente se, houver menção bibliográfica correta, e respeito aos créditos e direitos autorais. Fora disso, é PLÁGIO, CRIME .
Use LIVREMENTE, mas com MENÇÃO LEGAL, EXPRESSA e RESPEITOSA do livro, dos seus organizadores, coorganizadores, dos seus coautores, Editora, ano de publicação, páginas etc.
Direção/Organização:
Pietro Nardella-Dellova
Coorganização/Coautoria:
Pietro Nardella-Dellova, Ênio José da Costa Brito, Wilson Madeira Filho, Marcelino Conti, Napoleão Miranda, Ana Maria Motta Ribeiro, Thais M. Lutterback S. Azevedo, Ivan de Oliveira Durães, Josě Antonio Callegari, Ricardo Prestes Pazello, Rodolfo Lobato, Emmanuel Oguri, Edmundo Arruda, Rita Voss, Marcus Fabiano Gonçalves, Alexandre Leone, Jorge Enrique Carvajal Martinez,