Alcácer Quibir 1578, a iconografia da batalha. As representações no “Raguaglio” de Ciro Spontone (original) (raw)
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Alcácer Quibir – 4 de Agosto de 1578 Visão ou Delírio de um rei?
It a rare historical occurrence that a single battle could have such a decisive impact, as it happened with the confrontation between Moroccans and Portuguese in 1578. For Portugal the disaster of Alcácer Quibir meant the loss of independence, for the Moroccan Saadi dynasty it turned the beginning of a golden age, that brought the control of the Songhay Empire, deep into Africa. We still stumble in old opinions and prejudices, and little has been investigated on the extensive planning of this military intervention, which began with the profound reform of military institutions initiated by Dom Sebastião, whose forms of recruitment and mobilization would last for two centuries.
Sabrina Medeiros, 2021
Este trabalho tem como objetivo refletir sobre o debate em torno da pintura histórica a partir da ilustração de O Combate Naval do Riachuelo (1883 – Museu Histórico Nacional), obra de Vítor Meireles de Lima, pela Revista Illustrada, famoso periódico do século XIX. A proposta inicial foi a de compreender a ressignificação do quadro nos salões caricaturais da Revista Ilustrada através do estudo da imagem em específico e do periódico de maneira mais ampla, traçando relações com a crítica de arte, com os salões caricaturais, com o universo dos periódicos ilustrados e mesmo com a Guerra do Paraguai, além do destaque dado também ao produtor da caricatura, Angelo Agostini. Nosso argumento principal é o de que, ao produzir uma crítica de arte ilustrada em forma de salão caricatural de uma obra de pintura histórica, Angelo Agostini remodela a narrativa original, trazendo novos sentidos visuais à obra de Meireles. Para compreender essa ressignificação, nos amparamos em uma ampla bibliografia e selecionamos um corpus documental de salões caricaturais, realizando análises de fonte em conjunto com a revisão historiográfica. Com uma metodologia que aliou a História da Imprensa à História da Arte, combinamos temas como a circulação das revistas ilustradas no Brasil, a trajetória de Angelo Agostini e seus ideais, o estilo pictórico de Vítor Meireles, os salões caricaturais na Revista Illustrada e em O Mosquito e a circulação de imagens referentes à Guerra do Paraguai, de maneira a compreender os novos sentidos do Combate e dos porquês de sua crítica.
Alcácer Quibir e a Guerra de Quinhentos: uma perspectiva arquitectónica
The Sixteenth century military theory and practice was deeply influenced by concepts of harmony and beauty, such as was art and architecture. Battle formations were designed with precise geometric configurations, observing a strict symmetry, and built according to a rigorous mathematics. No longer meant to be individual warriors, soldiers went to battle as pieces in this larger scheme. The Portuguese military reality was not away from those tendencies. The war they fought around the globe displayed many of the operational novelties used in Europe, and the reign of young king Sebastian culminated all previous efforts to modernize the military power. Even if it was a true anti-climax with the disastrous defeat of Alcazar Qubir, it was, nevertheless, the true end of Middle Ages in Portugal.
Alma heróica: a representação da guerra na obra de Roque Callage
IV Congresso Internacional de História, 2009
Neste texto, buscamos analisar a forma como o discurso histórico foi incorporado à produção literária no Rio Grande do Sul da República Velha, através da representação textual do passado bélico que notabilizava o estado no contexto nacional, tomando como referência a obra do escritor santa-mariense Roque Callage. Callage havia se celebrizou nos meios literários como autor de coletâneas de contos regionalistas que ajudaram a firmar o primado do gênero na literatura do estado, voltando-se para o tradicional e decadente universo social da Campanha gaúcha, região campestre localizada no sul do estado. Espaço simbólico da fixação da identidade social sul-rio-grandense, a Campanha foi a terra de origem dos principais emblemas da cultura gauchesca, que, ainda hoje, constituem o acervo dos movimentos tradicionalistas devotados ao culto das origens regionais. O regionalismo literário gaúcho assumiu a recriação e culto do passado como fundamento de seu programa ideológico. Neste contexto, a guerra configurou-se não apenas como um de seus temas principais, mas também como um de seus eixos organizadores. Isto se explica não apenas pelo peso dos confrontos bélicos na história do Rio Grande do Sul, como também pelo contexto político peculiar vivido pelo estado, no início do século XX, período em que o gênero se consagra como expressão por excelência de sua literatura. Recorde-se que, desde o século XVIII, intensos conflitos de fronteira marcaram a tardia incorporação do território do estado aos domínios portugueses. Estes conflitos prosseguiram após a Independência, fortalecendo a militarização do Rio Grande do Sul que, além de travar a mais longa guerra civil brasileira, a Revolução Farroupilha (1835-1845), envolveu-se intensamente nas guerras platinas e na Guerra do Paraguai. A República assistiu ao recrudescimento da propalada "vocação guerreira" do estado, com a irrupção da violenta Revolução Federalista (1893-1895) à qual se seguiu um período marcado por conflitos dispersos, mas constantes, relacionados à radicalização da polarização política do Rio Grande do Sul, dividido entre o situacionismo autoritário do Partido Republicano Rio-grandense (PRR), liderado por Borges de Medeiros, e as oposições. 1 Estas foram completamente alijadas de participação política até 1923, quando uma nova guerra, a Revolução Assisista, forçou o regime a uma maior abertura em direção a grupos políticos dissidentes e de oposição. A República Velha foi, portanto,
O papel da batalha: a disputa pela vitória de Montijo na publicística do século XVII
Topoi, v. 13, nº 24, 2012
A batalha de Montijo, ocorrida no dia 26 de maio de 1644, foi a primeira grande batalha da Guerra da Restauração Portuguesa (1640-68) e foi vencida por ambos os combatentes. Os comandantes castelhanos declararam sua vitória logo após o término do enfrentamento; houve ainda a publicação de relações, poemas e crônicas do acontecido. Os portugueses também se declararam vitoriosos no mesmo combate, publicando folhetos e apologias e inserindo sua narrativa dos acontecimentos em obras de história. O confronto entre textos de uns e de outros, bem como das circunstâncias de suas edições, permite identificar o caráter político da disputa pela vitória em uma batalha já terminada. Com isso, identifica--se o esforço de vencer a batalha na opinião e na diplomacia do século XVII. Palavras-chave: Restauração Portuguesa; batalha de Montijo; imprensa; relações de guerra; opinião pública.
Topoi. Revista de História, 2005
A reconquista da cidade de Salvador pelas forças da Monarquia Católica em 1625 foi um grande feito bélico. A abundância de testemunhos, relatos e histórias da batalha são tantos elementos que certificam a importância do acontecido para seus contemporâneos. Um exame detido dessa literatura é capaz de mostrar uma oposição, ainda que dissimulada, entre fidalgos portugueses e castelhanos: eles disputavam a proeminência nos feitos bélicos e a honra do desempenho vitorioso. Festejada, narrada e comemorada, a Batalha da Bahia acabou por se transformar num acontecimento revelador de tensões entre fidalgos de Portugal e de Castela, que iria alimentar uma dissensão mais que secular e que viria a tomar corpo em dezembro de 1640.
Representando a batalha em tempos de cólera Joaquim Félix Baxixa e a Batalha do Vimieiro
Música em diálogo, 2019
Estratégias comunicativas na música sacra de André da Silva Gomes: retórica, tópicas, partimento e esquemas musicais 23 Análise do segundo movimento do segundo concerto para clarinete e orquestra, de José Avelino Canongia, Deuxième Concerto por la Clarinette avec Orchestre através dos passos do discurso retórico e análises de esquemas de contraponto 32 Análise da modinha de Marcos Portugal Eu gosto muito da Armênia" (Raivas Gostosas), de Marcos Portugal 43 Análise formal, estilística e harmônica do concerto de violino a solo de José Palomino (1753-1810) 54 O uso das Schematas na construção de temas na Abertura em Ré do Padre José Maurício Nunes Garcia 68 Cifragem analítica para sistemas musicais tonais, modais e tonais/modais 76 Precipício de Faetonte: reconstrução da parte de viola e canto da ária Se quer adorar-me a partir de análise documental e musical
Guerra e sociedade na iconografia da Partida de Aquiles nos vasos áticos dos séculos VI-V a.C.
2008
jOSé GERALDO COSTA GRILLO Universidade Estadual de Campinas Brasil RESUMO . O autor analisa a cena da partida de Aquiles, de Ftia para Troia, uma série de quatorze vasos áticos datados entre 550-440 a.C., com a preocupação específica de verificar a relação entre essa iconografia e a sociedade que a produziu. Sua proposta é a de que as representações de cenas da Guerra de Troia, no seu todo, compõem o imaginário ateniense no que se refere ao tema da guerra, e que essa cena, em particular, mostra envolver a guerra, toda a sociedade, os que partem para a guerra e os que não partem, permanecendo na cidade.