Tempo, ontologia e escrita (original) (raw)
Related papers
Revista Ágora - Periódico do Programa de Pós-Graduação em História da UFES, 2023
Artigo publicado na Revista Ágora, v. 34 n. 1 (2023), Dossiê Temático "História e literatura: limites e aberturas para o pensamento historiográfico". Neste artigo, analisamos duas obras distintas e de contextos díspares. Tratam-se dos romances A Paixão Segundo G.H. (Clarice Lispector) e O Som do Rugido da Onça (Micheliny Verunschk). Dado que são narrativas diferentes entre si, buscamos refletir acerca de eixos em comum, mobilizando elementos em torno do tempo, da ontologia e da escrita, sendo que tais eixos serão pensados mediante a relação entre História e Literatura. Interessa-nos a potência do literário e do ficcional em sua capacidade de desestabilização do tempo instituído, e isso por meio da linguagem e de suas estratégias discursivas, questões que se apresentam, dissonantemente, em ambos os textos selecionados.
Uma teoria da escrita; movimento, temporalidade
2022
Tangências do indizível: Festschrift em homenagem a Ricardo Timm de Souza / Agemir Bavaresco, Evandro Pontel, Jair Tauchen (Organizadores). – Porto Alegre : Editora Fundação Fênix, 2022.
A estrutura ontológica do tempo presente
Tempo & Argumento, 2018
LINK | https://doi.org/10.5965/2175180310242018043 Estudo sobre a história do conceito de "presente" de uma perspectiva ontológica e apresentação dos pressupostos teóricos sobre a ideia de tempo em jogo na História do Tempo Presente.
Escrever a raiz da escrita: Sobre o tempo na Textualidade Llansol
Em Tese, 2013
Propomos a leitura de um fragmento da obra <em>Causa amante</em> (1996), de Maria Gabriela Llansol, cotejada com outros textos da autora – como fragmentos dos diários –, considerando sua proposição do conceito e da experiência de tempo, marcada pela escrita. Para tanto, recorremos a Giorgio Agamben (2009, 2012), Walter Benjamin (2012) e Martin Heidegger (1991), sublinhando que tais autores apresentam reflexões que possibilitam um questionamento da noção tradicional de tempo cronológico, auxiliando-nos em nossa leitura de Llansol, ao nos indicar que, para além da passagem do tempo, há outras experiências de temporalidade, como a simultânea e espacial realizadas na “Textualidade Llansol”, que se referem não apenas a um elemento de sua constituição, mas à técnica de escrita chamada “sobreimpressão”.
Revista Estudos Linguísticos / Linguistic Studies, 2008
The main goal of the investigation that is presented in this article is to establish the temporal and aspectual properties of these four types of textual sequences: narrative, descriptive, explicative and argumentative (cf. Adam (1992)). Our analysis takes into account Vendler’s (1967) classification of situation types and the theoretical framework of Kamp and Reyle’s (1993) Discourse Representation Theory. The relevant factors that are under scrutiny in our analysis are situation types, verbal tenses, time adverbials, connectives with temporal value, and discourse relations. Among the conclusions of this investigation, we argue that narrative and descriptive sequences show important differences in terms of temporal and aspectual properties. Narrative sequences typically include events, and the temporal relation of precedence is clearly dominant. Descriptive sequences typically include stative situations, and the temporal relation of overlapping is dominant. Both explicative and argumentative sequences share these properties: they may include either events or states, and either the temporal relations of precedence or overlapping may be dominant. KEYWORDS: tense; time adverb; aspectual class; textual sequence; discourse relation
Aspectos da Diferença Ontológica na Introdução de "Ser e Tempo"
Aprecio neste texto alguns desdobramentos da diferença ontológica que podem ser traçados a partir da discussão que abre Ser e Tempo a respeito dos preconceitos que obstruíram a questão de ser ao longo da tradição metafísica. Tentarei argumentar que Heidegger consegue extrair destes preconceitos três aporias que provam indiretamente uma implicação específica da diferença ontológica que tem consequências metodológicas para a ontologia fundamental, a conclusão de que o ser não é um ente subsistente a ser determinado segundo sentenças assertóricas. Finalmente, tentarei explicar por que Heidegger contorna logo de início o encaminhamento da ontologia tradicional que presume que o ser é primordialmente o ser de um ente subsistente.
De uma falta ontológica a uma política do tempo
Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, 2021
Neste artigo os autores apresentam uma análise da dimensão temporal da concepção psicanalítica da falta-a-ser utilizando elementos da analítica existenciária presente em Ser e Tempo, de Heidegger. A partir disso, é discutida a função do corte, que revela o sujeito como descontinuidade no real, tal como foi proposto por Lacan no seminário O desejo e sua interpretação. Por fim, a categoria “corte” é proposta como o corolário técnico da proposição ontológica da falta-a-ser e o modo de operacionalizar a política da psicanálise em sua relação com a temporalidade do tratamento.
Tempo da escrita, lugar do pensar
Tempo da Escrita, Lugar do Pensar, 2012
RESUMO: Apresenta-se aqui breve reflexão sobre algumas características do pensamento comparatista segundo indicadas por Blanchot, entre outros. Interessa-nos a ideia da errância enquanto contraponto à ideia do pensamento lógico e linear caracterizado historicamente pela imagem da linha reta. A errância, neste sentido, permite-nos refletir tanto sobre o procedimento de leitura como sobre o ato de escrita também deste mesmo artigo. Na mesma medida, numa abordagem inicial das obras do artista visual brasileiro Leonilson (1957-1993) e da artista franco-americana Louise Bourgeois (1911-2010), a imagem da errância repercute nas imagens do zigue-zague, do círculo, das espirais, presentes nas obras de ambos, bem como permite iniciar uma reflexão crítica sobre os temas que abordam e os procedimentos criativos que adotam e elaboram. PALAVRAS-CHAVE: pensamento comparatista, Leonilson, Louise Bourgeois. ABSTRACT: We aim to present here some considerations about the comparative thought as described by Blanchot, among others. Particularly interesting is his idea of errancy witch opposes the image of a straight line historically elaborated as illustration of the rational, logical thinking. As so, the idea and image of errancy permits us to establish a reflection about both the reading and the writing processes, including the writing of this essay. Furthermore, as initial approach of the works of Leonilson (1957-1993, Brazilian visual artist) and Louise Bourgeois (1911-2010, French-American visual artist) the image of errancy resembles the images of the zigzag, the circle, and the spiral which appears in some of his and hers art works, as well as could be a starting point for considerations and understanding of the issues present in their works, as well of the creative procedures they adopt and elaborate. KEYWORDS: comparative thought, Leonilson, Louise Bourgeois.