O Grotesco e o nonsense de Alice: diálogos desafiadores nas produções culturais para crianças e jovens (original) (raw)
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A travestilidade no audiovisual juvenil brasileiro: comunicação e gênero a partir de Alice Junior
Journal of Latin American Communication Research, 2022
Como se apresentam as narrativas audiovisuais juvenis brasileiras protagonizadas por adolescentes travestis? Para responder a esse questionamento, adota-se como objeto de estudo o filme Alice Júnior (2019). Assim, objetivou-se compreender os processos de abordagem da travestilidade em um filme latino-americano destinado ao público adolescente, a partir de uma análise teórico-aplicada enraizada na Teoria Queer. Como resultado, estiveram discussões sobre os estudos de gênero e sexualidade aplicados ao audiovisual, reflexões sobre narrativas destinadas a adolescentes, bem como observações dos aspectos discursivos do referido filme.
Contrastes e contrastes encobertos na produção da fala de crianças
2010
Resumo Tema: análise acústica da fala. Objetivo: analisar acusticamente as “substituições” envolvendo o contraste entre/t/e/k/na fala de crianças em aquisição típica e desviante do contraste acima referido, a fim de identificar e quantificar a existência de contrastes encobertos.
Revista de Ensino, Educação e Ciências Humanas, 2018
Este trabalho se insere em um projeto de pesquisa da Universidade do Estado de Mato Grosso denominado: “Cinema, Infâncias e Diferença: problematizando a educação, o cotidiano da escola e o currículo”. Tendo como objetivo discutir a influência do filme: Alice no país das maravilhas (1951) para entender como esta obra cinematográfica esfacela, desmonta e descontrói a idealização de infância. Ainda, se apoia no pensamento de Deleuze (2007) para demonstrar que a vida real é cheia de paradoxos, que fogem da lógica, carregando antagonismos, produzindo múltiplos sentidos e desencadeando diferentes representações. O trabalho tem como proposta metodológica a pesquisa bibliográfica e o estudo reflexivo sobre o filme de Tim Burton. Os resultados deste estudo permitem problematizar e pensar diferentes “concepções” de infância já colocadas e instituídas, que (des)compõe o sentido real de ser criança. Palavras-chave: Literatura Infantil. Infância. Paradoxos. This work is part of a research projec...
Dialogismo em textos para crianças: Nícolas e a orquestra da lua cheia
Revista de Letras, 2017
Este artigo analisa as obras Nícolas, escrito por Agnès Laroche, ilustrado por Stéphanie Augusseau, e traduzido por Isabelle Gamin e Rosana de Mont’Alverne Neto, e A orquestra da lua cheia, escrita e ilustrada por Jens Rassmus, com tradução de Sofia Mariutti, a partir da ideia de dialogismo de Bakhtin (1995) e de leitor implícito de Wolfgang Iser (1996). As obras se destacam pela qualidade do texto verbal integrada aos textos imagéticos relevantes para o leitor infantil. A construção identitária e os conflitos familiares apresentam-se nas obras que não se entregam a discursos maniqueístas e previsíveis, antes convidam à imaginação e à superação dos problemas por meio do pensar e do agir em um mundo, muitas vezes, pouco sensível às necessidades da criança. Embora os temas sejam comuns em livros infantis, ambos os textos são marcados por uma escrita criativa e interessante para as crianças leitoras.
Artigo, 2019
Discutimos, neste artigo, os clássicos da literatura como possibilidade no trabalho com a linguagem – oral e escrita – e para a construção de processos imaginativos. Trazemos um recorte de uma pesquisa participante do tipo intervenção, realizada, em 2017, com alunos do 5º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública do interior paulista, Brasil. Com base nos estudos de Vigotski, objetivamos evidenciar o papel das histórias infantis no processo de desenvolvimento das funções psicológicas superiores, mais especificamente a linguagem oral, a escrita e a imaginação. Os resultados apontaram que, por meio da literatura, os alunos ampliaram a sua participação nas atividades propostas, bem como o seu envolvimento com a leitura e a produção de texto. As experiências decorrentes das narrativas, Peter Pan e Alice no País das Maravilhas, promoveram o enriquecimento dos enredos dos textos escritos pelos alunos.
Alice ainda mora aqui: narrativa juvenil contemporânea
Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, 2010
Resumo A compreensão de que reside na possibilidade de reconhecer nos textos que lemos aquilo que experimentamos na realidade, expressar, traduzir e dar forma às emoções e aos sentimentos que nos atormentam ou alegram, leva-nos à abordagem do tema da identidade, que conduz a escolhas, relacionamentos, enfim, a situações limites, que configurem, no plano ficcional, etapas da evolução vividas pelo ser humano e que possam traduzir, ao mesmo tempo, modos de preservação da identidade cultural e de participação do processo de universalização. Tais aspectos serão focalizados em narrativas da literatura juvenil contemporânea brasileira, Alice no espelho, de Laura Bergallo, e A maldição do olhar, de Jorge Miguel Marinho, considerando, especialmente, a diversidade das visões oferecidas pelas perspectivas internas dos textos, cuja interação possibilita a emergência do objeto estético, na perspectiva de Wolfgang Iser.
"Precisamos tratar da Alice": Dificuldades na aprendizagem, da ritalina à literatura
Educação e Emancipação, 2021
Partindo de dados recentes sobre o crescimento exponencial do uso de medicamentos na educação de crianças e jovens, em especial com relação às dificuldades de aprendizagem, propomos uma reflexão crítica sobre o impacto pessoal e social desse tipo de mudança. Para isso, recorremos a pesquisas atuais sobre o assunto e, encarando-as da perspectiva crítica delineada por Michel Foucault ao longo de sua obra, buscamos alternativas às atuais estratégias biopolíticas de controle social, dentre as quais se encontram a medicalização da vida e a medicamentação do ensino. Com esse objetivo, recorremos à literatura – e à arte de modo geral – como caminhos abertos aos educadores dispostos a suscitar vivências emancipadoras a quem se encontre envolvido em suas propostas de construção do conhecimento. No início do presente artigo, delineamos um experimento de viés literário com o fim de sugerir estratégias disponíveis aos professores para contornar reais problemas de aprendizagem que venham a enfrentar em sala de aula.