A ressignificação das tradições indígenas da comunidade Sateré-Gavião, no contexto do turismo na cidade de Manaus (Amazonas, Brasil) (original) (raw)

Saberes indígenas e ressignificação no processo identitário dos Sateré-Mawé/AM

O trabalho discute saberes tradicionais e seu papel na produção da identidade étnica, tendo como referência o povo Sateré-Mawé/AM. A metodologia empregada foi do tipo documental, em uma perspectiva que aborda a temática implicada entre identidade cultural e cosmologia. O saber tradicional, também denominado etnoconhecimento ou saber local, diz respeito a conjuntos de conhecimentos construídos e reconstruídos no seio de dada população tradicional. Na etnia Sateré-Mawé, esses conhecimentos passam por processos de reconformação, operando na reconstrução da identidade do grupo indígena.

Reflexões sobre conceitos e definições atinentes ao turismo envolvendo comunidades indígenas

Revista Investigaciones Turísticas, 2016

O turismo foi fortemente influenciado pelo modelo Fordista de produção e consumo, porém na década de 1980 surgiu o Pós-Fordismo, impactando também nessa atividade. Surgiram, assim, diversos "novos turismos" que promoviam experiências autênticas, dentre elas o turismo cultural, o turismo étnico, o turismo indígena e o turismo em áreas indígenas. Desse modo, com a presente pesquisa buscou-se, através da análise bibliográfica, explorar as especificidades desses tipos e segmentos turísticos que permeiam a relação entre o turismo e as comunidades indígenas. Verificou-se com a pesquisa que os investigadores adotam diversos tipos de conceitos para cada tipo de turismo, evidenciando uma diferenciação, porém ao mesmo tempo uma inter-relação entre eles. Por constatarem-se as diferenças existentes de conceituação, foi proposta uma divisão dos segmentos, conforme características descritas pelos autores, a qual apresenta-se em forma de esquema e também discorrida textualmente. Compreende-se que a discussão conceitual é importante para a construção da teoria sobre o turismo, mas também para o próprio entendimento de suas especificidades.

Identidade étnica: os Sateré-Mawé no bairro Redenção, Manaus-Am

2008

À comunidade Y'apyrehyt. Ao tuxaua Moisés Sateré. Nosso tempo foi uma partilha de amizade. A minha esposa, Analu Vieira do Nascimento, com quem partilho vida e saberes. Ao meu filho, Vinicius Vieira Sales, com quem partilharei saberes e vida. RESUMO A dissertação objetiva estudar a elaboração de identidade étnica em Manaus, tendo como estudo de caso a comunidade Sateré-Mawé Y'apyrehyt, no bairro Redenção. A pesquisa foi realizada através de oficinas de mapas situacionais, entrevistas, depoimentos e informações organizadas a partir da interação com os agentes sociais dessa comunidade. O trabalho centrase no processo de territorialização dos Sateré-Mawé no perímetro urbano, pautado em uma discussão teórica que enfatiza a construção da identidade coletiva, da consciência cultural, a invenção da tradição e a política de identidade. O estudo mostrou que a etnicidade é mediadora do processo social de territorialização, que se objetiva em movimento social de caráter étnico. A experiência de campo evidenciou que a organização sociocultural é processada mediante a elaboração de uma identidade étnica, que agrega diferentes etnias, e a recuperação do processo histórico dos Sateré-Mawé. Ademais, as florestas fragmentadas de Manaus e entorno constituem elemento peculiar oferecendo seus recursos naturais, sobre os quais os sujeitos étnicos redefinem o controle social. Neste caso, a cidade é vista pelos sujeitos como uma floresta cultural. Palavras-chave: Manaus; floresta cultural; processo de territorialização, consciência cultural.

Indígenas na cidade de Manaus: promoção da diversidade cultural em espaços com a presença do turismo

Caderno Virtual de Turismo, 2019

O objetivo principal desta pesquisa é analisar a presença da diversidade cultural indígena nos espaços apropriados pelo turismo na cidade de Manaus. De natureza qualitativa, o estudo se configura como socioantropológico com o desenho metodológico pensado a partir de uma triangulação de procedimentos e abordagens, envolvendo a pesquisa bibliográfica, documental e de campo. Foram realizadas entrevistas com lideranças indígenas e representantes das instituições públicas de turismo em Manaus, além de observação direta em 11 atrativos turísticos localizados em área urbana. Os resultados da pesquisa evidenciam a presença indígena em Manaus, sob a organização em comunidades, centros culturais e associações indígenas. Essas mobilizações têm sido fundamentais na luta pela visibilidade no contexto urbano, mas também para organizar e inserir as atividades culturais desses povos no cenário econômico, comumente propiciado pelas vias do turismo.

A Importância Das Culturas Próprias Para Os Povos Indígenas Arara e Gavião De Rondônia

Revista Geografica De America Central, 2011

Este trabalho apresenta parte da pesquisa desenvolvida no Programa de Mestrado em Geografia da Universidade Federal de Rondônia, em 2008. Analisou a importância que os povos Arara e Gavião de Rondônia, dispensam à preservação de suas culturas próprias, suas relações com o ambiente, a busca pela autonomia e reconhecimento enquanto sociedade etnicamente diferenciada. A metodologia utilizada foi a história oral, fundamentada em Meihy (2005). Analisou-se as histórias de vida de quatro professores de cada etnia, e duas de suas lideranças tradicionais. Ao tempo em que demonstravam desejo de terem seus modos de vida preservados, os entrevistados deixavam clara a necessidade de acessarem e dominarem técnicas e saberes da sociedade envolvente como condição para estabelecer uma relação mais igualitária entre si. Os entrevistados são militantes da questão indígena e buscam reconhecimento como sociedades etnicamente diferenciadas. A pesquisa considerou as entrevistas a partir das categorias de análises discutidas no referencial teórico-metodológico, priorizando as questões que se apresentaram como preocupantes aos narradores, procurando entender, neste universo, como a Escola contribui para uma vivência tranquila dos povos em território próprio. Este trabalho apresenta somente analises referentes à seguridade das culturas próprias das etnias envolvidas. Palavras chaves: Cultura. Amazônia. Indígenas. Escola.

As migrações entre os Sateré-Mawé, povo indígena da Amazônia Brasileira

2016

Da mesma forma que uma grande das populações indígenas do Brasil, os Sateré-Mawé, povo que vive nas Terras Indígenas Andirá-Marau e Koatá-Laranjal, na Amazônia Brasileira, têm um forte apego ao território onde habitam. Ao mesmo tempo, possuem uma história de migrações intensas no interior de seu território, que fizeram multiplicar o número de aldeias nos últimos 50 ou 60 anos. Tais deslocamentos devem-se normalmente a diversos fatores, tal como a ocupação das parcelas mais distantes do território como forma de garantir seus limites, a vontade de residir perto das cidades e aproveitar seus serviços e mercadorias, os conflitos no interior das comunidades, os casamentos, etc. Atualmente as migrações são também motivados pela obtenção de um emprego ou a transferência de um outro, o que é o caso notadamente dos professores e dos agentes de saúde indígenas. Entretanto, uma proporção importante de Sateré-Mawé tem tomado a direção das cidades próximas, devido à dificuldade crescente de mant...

Impactos (turísticos ou não) nas comunidades indígenas brasileiras

Turismo e Sociedade

Os impactos ou efeitos provocados pelo processo de desenvolvimento da atividade turística nas localidades receptoras são amplamente abordados na literatura sobre o turismo. Em alguns casos apontam-se os impactos negativos desse desenvolvimento como a mercantilização da cultura, a caricaturização do grupo visitado e de seus recursos tradicionais e o efeito demonstração. No entanto, o desenvolvimento turístico gera também efeitos positivos, como a valorização cultural, preservação e resgate de traços culturais e preservação do patrimônio. Com isso, para o presente artigo se teve como objetivo geral “identificar quais seriam os agentes de potenciais mudanças socioculturais nas comunidades indígenas brasileiras” através da construção do marco teórico e, em seguida, da pesquisa documental, utilizando como base teses e dissertações brasileiras, publicadas entre 1999 e 2012, sobre o turismo envolvendo comunidades indígenas. Constatou-se com a pesquisa que o turismo estava sendo apenas um d...

Migração do povo indígena Sateré-Mawé em dois contextos urbanos distintos na Amazônia

Caderno Crh, 2009

Partindo de informações levantadas em duas pesquisas de campo – uma censitária e outra amostral – referentes a distintas áreas urbanas do estado do Amazonas, este trabalho procura fornecer subsídios para a compreensão da migração indígena com destino urbano na Amazônia, com enfoque principal no povo indígena Sateré-Mawé. Trata-se de um estudo comparativo entre características migratórias dos Sateré-Mawé residentes em Manaus, capital do estado do Amazonas, e os que moram nas cidades próximas às terras indígenas de origem daquele povo, no leste do estado. Apesar da semelhança de algumas das características do processo migratório nos dois contextos motivados pela procura de trabalho e por oportunidades de educação, observa-se diferenciação na importância dessas causas em cada contexto, além de ocorrerem distinções na faixa etária e na distribuição por sexo dos migrantes. PALAVRAS-CHAVE: migração de povos indígenas, Sateré-Mawé, demografia de povos indígenas, índios. índios.

Turismo sustentável em comunidades indígenas da Amazônia

Revista de Administração de Roraima - RARR, 2012

Doutorando em Administração (UFMG)-Prof. do Dpto de Administração UFRR RESUMO: O objetivo deste artigo consiste em analisar de que forma o turismo pode se tornar um instrumento para favorecer o desenvolvimento sustentável em comunidades indígenas, bem como, conhecer o posicionamento de instituições indigenistas e não indígenas quanto ao desenvolvimento e regulamentação da atividade. O trabalho analisa ainda os possíveis impactos ambientais, sociais e econômicos provenientes da atividade, tendo em vista que a atividade pressupõe forte interação com o meio ambiente e comunidades indígenas. Este estudo exploratório se baseia na análise qualitativa de dados tanto secundários (documentos, material publicado e relatórios), como primários (entrevistas estruturadas aplicadas a lideranças e membros da comunidade indígena Nova Esperança e aos representantes de órgão indigenista). A escolha desta comunidade deu-se em função de a mesma apresentar uma conduta empreendedora e desenvolver desde 2001 a atividade turística. Observou-se que as lideranças indígenas veem no turismo uma forma de obter renda, valorização da cultura e melhoria da qualidade de vida. Algumas lideranças afirmaram que tem dificuldade em implementar o turismo em função do posicionamento da FUNAI, que por diversas vezes os proibiram de receber visitantes. A experiência da comunidade Nova Esperança com o ecoturismo enquanto atividade econômica pode ser considerada emblemática no Brasil. Como resultado identificou-se a satisfação da comunidade e a diferenciação da qualidade de vida promovida pelo turismo, assim como sua preocupação com o meio ambiente e valorização da cultura indígena. Observa-se ainda que pensar o empreendedorismo nesta ou em outras comunidades, acaba por causar desconforto para as autoridades, que por ausência de informação, conhecimento e sensibilidade não enxergam, o turismo como uma atividade econômica importante para a região Amazônica, preferindo a manutenção da dependência em relação ao poder público.