A percepção de reality shows como políticas públicas de subversão moral da persona: um estudo sobre a distopia a cantiga dos pássaros e das serpentes - The perception of reality shows as public policies of moral subversion of the persona: a study on the dystopia The Ballad of Songbirds and Snakes (original) (raw)

The Handmaid’s Tale e o fenômeno cultural das séries televisivas: significações morais entre a distopia e a realidade

Revista Fronteiras – estudos midiáticos, 2022

O presente artigo buscou identificar a existência de um elo entre a série televisiva The Handmaid’s Tale e acontecimentos de ordem sociais no Brasil nos últimos anos. A distopia consiste em uma adaptação do livro homônimo de Margaret Atwood, publicado originalmente em 1985. Para isso, foram analisados os aspectos estruturais e diegéticos empregado no processo de construção do seriado, pontuando o uso de técnicas que permitem o maior diálogo entre a produção e sua audiência (Jost, 2012; Williams, 1979; 1992). Além disso, também foi examinada a receptividade e o papel do público “midiaticamente ativo” (Jenkins, 2008), devido às interações e sociabilidades amparadas pelas mídias sociais, que permitem o maior envolvimento entre a obra e os espectadores. Como resultado, constatou-se The Handmaid’s Tale como um produto da atual cultura das séries televisivas, a partir do seu diálogo com movimentos sociais e a sua transformação em um símbolo de luta e resistência frente a disseminação de governos de extrema-direita e ideologias conservadoras, que objetivam deslegitimar progressos sociais.

Reality show: um paradoxo nietzschiano. In: Ciberlegenda, Revista do Programa de Pós-graduação em Cinema e Audiovisual da Universidade Federal Fluminense, n.16, 2006.

Resumo: O fenômeno dos reality shows-e a subseqüente relação entre imagem e verdade-assenta-se sobre uma série de paradoxos. Tais paradoxos podem ser compreendidos à luz do pensamento do filósofo alemão Friedrich Nietzsche, que, através dos usos de formulações paradoxais, concebia a realidade como um mundo de pura aparência e a verdade como um acréscimo ficcional, como um efeito. A ficção é então tomada, na filosofia de Nietzsche, não em seu aspecto falsificante e desrealizador - como sempre pleiteou nossa tradição metafísica-, mas como condição necessária para que certa espécie de invenção possa operar como verdade. Sendo assim, a própria expressão reality show, através de sua formulação paradoxal, engendra explicitamente um mundo de pura aparência, em que a verdade, a parte reality da proposição, é da ordem do suplemento, daquilo que se acrescenta ficcionalmente-como um adjetivo-a show. O ornamento, nesse caso, passa a ocupar o lugar central, apontando para o efeito produzido: o efeito-de-verdade. Seguindo, então, o pensamento nietzschiano e sua atualização na contemporaneidade, investigaremos de que forma os televisivos " shows de realidade " operam paradoxalmente, em consonância com nossas paradoxais práticas culturais. Palavras-chave: reality shows; paradoxos; ficção; efeito-de-verdade

Reality shows: uma abordagem psicossocial

Psicologia: Ciência e Profissão, 2006

Desde os primórdios da civilização, o ser humano mostra necessidade de representar cenicamente seus dramas pessoais e vicissitudes existenciais. O "reality show" é uma das versões pós-modernas da encenação da vida humana. Este artigo, por meio de uma pesquisa bibliográfica, analisa criticamente as relações existentes entre o "reality show" e aspectos psicossociais do comportamento humano. Conclui-se que tais programas televisivos são o retrato da contemporaneidade, ou seja, revelam a morte do sujeito, a fugacidade das experiências vividas, a desvalorização da história e o culto à imagem e à superficialidade. Por meio da sedução do espectador, mobilizam-se aspectos primitivos de seu psiquismo, fazendo com que ele se sinta narcisicamente poderoso e onipotente e se acredite dono do destino dos participantes do programa. Sugerem-se novos estudos que contribuam para a reflexão crítica e maior conscientização.

Reality shows e voyeurismo: um estudo sobre os vícios da pós-modernidade

Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, 2005

Do moderno ao pós-moderno novas formas de estabelecer relação com o outro advêm e, nesse processo, a imagem enquanto texto vai ocupando o seu lugar no discurso, falado ou escrito. O trabalho em questão visa estabelecer algumas reflexões acerca do voyeurismo, tal como apresentado por Freud na perspectiva psicanalítica clássica, enquanto um traço de singularidade na construção da sexualidade do sujeito, daquele decorrente do impacto do visual na construção da subjetividade do homem na pós-modernidade, que se apresenta na forma dos reality shows (shows da vida) televisivos da atualidade. Dar destaque a esses deslocamentos e suas implicações no desejo leva-nos a estabelecer as novas formas de mal-estar no mundo contemporâneo.

Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-Não Comercial-SemDerivações 4.0 Internacional 58 A Indústria Cultural e "Os Simpsons" como propagadores opostos do "American Way of Life

Resumo. Este artigo procura entender como uma produção artística, que possui raízes no movimento de Contracultura, pode ser aceita e absorvida pela Indústria Cultural (Cultura de Massa). Neste caso, escolheu-se analisar o seriado "Os Simpsons" em razão de sua abordagem diferenciar-se da que é expressa pela cultura convencional estadunidense. Isto é, a série ao invés de promover o "American Way of Life" apresenta uma crítica satírica sobre este. Pretende-se apresentar, ainda, o entendimento sobre o que caracteriza a Indústria Cultural e como esta favorece o Soft Power americano. Este texto utiliza-se como aporte teórico-metodológico a pesquisa bibliográfica de cunho exploratório a fim de corroborar que análise sistemática de uma produção midiática pode contribuir para compreensão de acontecimentos que fazem parte da realidade social. Palavras-chave: Contracultura, EUA, Indústria Cultural, Simpsons. Abstract. This article tries to understand how an artistic product...