Reverberações de Guimarães Rosa no imaginário das experimentações artísticas (original) (raw)
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Viagens imaginárias em Primeiras estórias, de Guimarães Rosa
Letrônica, 2015
Resumo: A proposta deste trabalho é analisar o tema da viagem no livro Primeiras estórias (1972) de Guimarães Rosa, mais especificamente, nos contos "Pirlimpsiquice", "Partida do audaz navegante" e "Nenhum, nenhuma". As versões da peça encenada em "Pirlimpsiquice", bem como as modificações da personagem Brejeirinha no trânsito para a história do audaz navegante, fazem parte da viagem ao mundo da invenção e da liberdade de criação. Em "Nenhum, nenhuma", o enigma da viagem consiste em não se poder precisar se o espaço descrito corresponde a um local visitado pelo Menino ou a visões de um sonho do narrador adulto que tenta unir fios do passado e emoldurar a essência do tempo. O imaginário da criança é descortinado ao criar histórias e a viagem torna-se o adentramento nesse universo infantil. As reflexões estão apoiadas em estudos do narrador e mantêm diálogos com ensaios críticos sobre a obra de Guimarães Rosa.
Imagens míticas revisitadas por Guimarães Rosa
Este trabalho discute a criação de Diadorim e Doralda, personagens rosianas, por uma perspectiva mitopoética, trazida por Benedito Nunes e iluminada pelas teorias de Mircea Eliade e Ernst Cassirer. Discutir essas personagens não poderia prescindir do exame das narrativas em que transitam, Grande sertão: veredas e Corpo de Baile, bem como da análise da relação entre as personagens e seus pares amorosos. Assim, abre-se uma reflexão que abarca os conceitos de mito e de linguagem poética, a construção narrativa de Guimarães Rosa e o desenho das personagens nessa paisagem, que nos levam a perspectivas plurais, contemplando o já conhecido hibridismo e a movência das narrativas rosianas, em que se imbricam o mítico, o místico e o metafísico. Cuidadosamente engendradas, as duas narrativas se configuram por um jogo de mostra/esconde que não oferece possibilidade de respostas, mas trazem outras inquietantes perguntas a serem somadas às que o leitor já trazia ao abrir os livros.
Terra Roxa e Outras Terras: Revista de Estudos Literários, 2020
This paper aims to analyse the writing and aesthecs of Guimaraes Rosa within the tale “Famigerado”, which constitutes the corpus os this work. With such objective being set, the present essay analyses the language chosen by the author and its implications to the narrative and the relations it establishes with Brazilian hinterland, the ambiance where the story takes place. In order to achieve these purposes, we used the theoretical elaborations of those critics known to study the Brazilian literature historiography, Bosi (1985) and Coutinho (2004), such studies enable the understating of chainned national events. Also, Gotlib (1998) and Castro (1993) support the narrative structure analysis in a general way and Guimaraes Rosa’s as well. The foundation of a space in literature undertaken by the imaginary is supported by the works of Bachelard (2008) and Brandao (2013). Finally, we used Vanoye (1987) and Holanda as the means to understand the language experience.
Guimarães Rosa: a transcendência do realismo
Resumo: A escrita de João Guimarães Rosa transcende o realismo ao indeterminar as representações na forma. Segundo Hansen (2012), em Forma literária e crítica da lógica racionalista em Guimarães Rosa, a ficção literária de Guimarães Rosa indetermina as representações na forma de um fundo que produz mistério. O artigo pontua algumas operações de indeterminação no conto Hiato de Tutaméia: terceiras estórias. Com uma ficção da forma as Hiato, Guimarães Rosa intervém no campo literário universal e no brasileiro. Este artigo destaca dois aspectos relevantes na recepção da intervenção de Guimarães Rosa no campo literário brasileiro: a predileção pelo realismo e o imaginário sacro. Guimarães Rosa atende parcialmente à recepção formada na cultura letrada e afeita às representações realistas. Extrapola as expectativas dela ao contemplar, simultaneamente, o imaginário sacro. Guimarães Rosa intervém em um projeto histórico de adequação do imaginário aos padrões realistas de representação. Caso não queira cooperar na naturalização dos padrões realistas, a ficção literária universal tem como desafio produzir o sentido de realidades cada vez mais complexas na língua que, domesticada em representações, reitera os lugares da linguagem na sociedade de classes. Desde o século XIX, os escritores enfrentam a dificuldade de propor representações válidas em um mundo de diversidade crescente e o campo literário brasileiro requer a representação da realidade nacional. A intervenção da ficção de Guimarães Rosa nesse projeto de representação contempla o imaginário sacro da recepção que, afeita à forma como método de formular na língua o desejo e a prática, acolhe os efeitos da indeterminação como mistério. Autora: Maryllu de Oliveira Caixeta Pós-doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Literatura do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Revista de Estudios Brasileños, vol. 3, nº 4 Link: https://reb.universia.net/article/view/1830/guimaraes-rosa-trascendencia-realismo
Guimarães Rosa: Incursões poéticas no palco
Línguas&Letras, 2019
RESUMO: O ator do espetáculo solo Espelhos, baseado em contos de Machado de Assis e de Guimarães Rosa, Ney Piacentini contribui, de modo singular, com o número temático da Revista Línguas&Letras, edição comemorativa, voltada aos estudos críticos e criativos em torno da obra de Guimarães Rosa, por meio de entrevista, por nós intitulada Guimarães Rosa: Incursões poéticas no palco.
Representações do imigrante na obra de Guimarães Rosa
2017
Academic studies about immigration, exile and otherness have increasingly expanded in different areas of knowledge, including literary criticism and literary theory. The figure of the immigrant and his or her representation in the literary space arouse great interest, since they present us a variety of themes and questions. All of this require from the literary critic a greater sensitivity and a plurality of views. In the Brazilian literary scene, the appearance of the figure of the immigrant is closely related to the intensification of immigration in late nineteenth and early twentieth centuries. In light of this, our intention in this paper is to give relevance to a subject that is part of the formation of our literature and our society. We selected as our corpus the consecrated work of Guimaraes Rosa, one of the greatest Portuguese-writing authors, in order to show the recurrence of this theme even in a canonical work. As we shall see, issues such as otherness, identity, hybridit...
Através dos espelhos de Guimarães Rosa e Jostein Gaarder - reflexos e figurações
Através dos espelhos de Guimarães Rosa e Jostein Gaarder - reflexos e figurações, 2021
O espelho é tema central de diversas narrativas – chegando a ser considerado um dos principais personagens em algumas delas. Nesse sentido, o presente livro apresenta uma leitura comparada do conto O espelho (1962), de Guimarães Rosa, e do romance Através do espelho (1993), de Jostein Gaarder, a fim de compreender a representação simbólica do espelho contida nesses textos. Para tanto, propomos um diálogo entre Literatura e Filosofia, tendo por sustentação as teorias dos filósofos Schopenhauer e Merleau-Ponty. Dessa forma, traçamos uma leitura comparada das narrativas de Rosa e Gaarder, analisando as várias significações/simbologias do espelho, tal como se apresentam nesses textos, especialmente, àquelas que dialogam com as propostas filosóficas de Schopenhauer e Merleau-Ponty – que elegem os reflexos e figurações desse enigmático objeto como temática de suas teorias. Trata-se, portanto, de uma pesquisa pioneira que visa expandir os horizontes de investigação de um tema ainda pouco estudado, sob um novo olhar, e, por isso, possibilita outras leituras e reflexões.
Demo e Seu Contrário: Os Manuscritos De Guimarães Rosa
Revista Iberoamericana, 2014
Senhor sabe: Deus é defi nitivamente; o demo é o contrário Dele... Assim é que digo: eu, que o senhor já viu que tenho retentiva que não falta, recordo tudo da minha meninice. Guimarães Rosa, Grande Sertão: Veredas