Imagens míticas revisitadas por Guimarães Rosa (original) (raw)
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As imagens poéticas em Guimarães Rosa
WILLER, Claudio . Guimarães Rosa e a imagem poética. Poesia Sempre, v. 28, p. 145-153, 2008.
Artigos publicados em periódicos ou coletâneas de circulação mais restrita, não disponíveis no meio digital, passado algum tempo eu os tenho apresentado também aqui, assim ampliando a circulação. É o caso deste, sobre Guimarães Rosa, focalizando imagens poéticas e, com os devidos cuidados, aproximações ao surrealismo. Saiu em 2008, em Poesia Sempre, a boa revista literária da Fundação Biblioteca Nacional. A referência bibliográfica é esta: WILLER, Claudio . Guimarães Rosa e a imagem poética. Poesia Sempre, v. 28, p. 145-153, 2008. É claro que recomendo aquisição da revista toda, se ainda houver exemplares disponíveis.
Reverberações de Guimarães Rosa no imaginário das experimentações artísticas
FronteiraZ. Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados em Literatura e Crítica Literária
O artigo tem o objetivo de refletir, no âmbito dos estudos de processos de criação, sobre o poder gerador da obra de Guimarães Rosa nas experimentações em grande diversidade de manifestações artísticas. No contexto do conceito de sujeito em comunidade (COLAPIETRO, 2014), é discutido o procedimento de cunhagem de termos em interação com o projeto literário de Ignácio de Loyola Brandão. São, também, apresentados dois processos de tradução intersemiótica (PLAZA, 1976), a partir da teoria crítica de processo (SALLES, 2006) em diálogo com Pierre Musso (2004) e Edgar Morin (2008). Primeiro, Roberto Santos e seu filme A hora e vez de Augusto Matraga (1965); e em seguida, de modo mais detalhado, as relações de Rosa com algumas obras do compositor e escritor Paulo César Pinheiro: as letras das canções Sagarana (1969) e Matita-Perê (1973) e o romance Matinta, o Bruxo (2011).
Tempo e memória em Grande sertão: veredas de Guimarães Rosa
A memória depende diretamente do tempo para se constituir e o tempo depende da memória para poder permanecer. É por meio da relação do indivíduo com o tempo que ele constrói a memória, possibilitando a preservação da sua identidade e a constituição da sabedoria. No romance Grande sertão: veredas de Guimarães Rosa, essa experiência temporal humana é-nos apresentada e veiculada por meio da rememoração do protagonista. No livro, verifica-se que a relação entre memória e tempo é indispensável para a construção da identidade da personagem que relata e para o desenrolar da narrativa. A viagem ao passado realizada por Riobaldo constitui a tentativa de encontrar a si mesmo por meio do que decorreu e ela apenas se torna possível com o uso da memória. O trabalho desenvolvido tem como objetivo examinar como ocorre a relação entre tempo e memória em Grande sertão: veredas e qual a sua importância para a narrativa, para o processo de reconstrução do vivido e para a constituição da identidade do narrador-protagonista, Riobaldo. Para alcançar tais objetivos, a metodologia adotada baseou-se no levantamento, na seleção, na leitura e no fichamento de dois tipos de textos: a obra de Guimarães Rosa, em especial o romance escolhido, e estudos que compõem o embasamento teórico da pesquisa, agrupados em três dimensões: a) ensaios críticos sobre a obra rosiana em geral e sobre o tema em pauta; b) proposições sobre as categorias narrativas, especialmente sobre o tempo; c) proposições filosóficas e/ou psicológicas sobre a memória e o tempo.
Ressonâncias da tradição: Guimarães Rosa, Mário de Andrade e Simões Lopes Neto
O Eixo e a Roda, 2019
Este artigo examina as obras de João Guimarães Rosa, Mário de Andrade e João Simões Lopes Neto com o objetivo de verificar em que medida pontos de contato identificados na ficção desses autores promovem rearranjos na série literária brasileira. O estudo parte da noção de tradição literária, tal qual formulada por T. S. Eliot e Jorge Luis Borges, e, em seguida, procura mapear a ocorrência de ressonâncias das principais obras de Mário de Andrade e Simões Lopes Neto na literatura de Guimarães Rosa. Assim procedendo, pretende averiguar como a obra de Guimarães Rosa ressignifica os textos de Mário de Andrade e Simões Lopes Neto, renovando sua legibilidade e modificando sua posição no campo literário.
Guimarães Rosa: a transcendência do realismo
Resumo: A escrita de João Guimarães Rosa transcende o realismo ao indeterminar as representações na forma. Segundo Hansen (2012), em Forma literária e crítica da lógica racionalista em Guimarães Rosa, a ficção literária de Guimarães Rosa indetermina as representações na forma de um fundo que produz mistério. O artigo pontua algumas operações de indeterminação no conto Hiato de Tutaméia: terceiras estórias. Com uma ficção da forma as Hiato, Guimarães Rosa intervém no campo literário universal e no brasileiro. Este artigo destaca dois aspectos relevantes na recepção da intervenção de Guimarães Rosa no campo literário brasileiro: a predileção pelo realismo e o imaginário sacro. Guimarães Rosa atende parcialmente à recepção formada na cultura letrada e afeita às representações realistas. Extrapola as expectativas dela ao contemplar, simultaneamente, o imaginário sacro. Guimarães Rosa intervém em um projeto histórico de adequação do imaginário aos padrões realistas de representação. Caso não queira cooperar na naturalização dos padrões realistas, a ficção literária universal tem como desafio produzir o sentido de realidades cada vez mais complexas na língua que, domesticada em representações, reitera os lugares da linguagem na sociedade de classes. Desde o século XIX, os escritores enfrentam a dificuldade de propor representações válidas em um mundo de diversidade crescente e o campo literário brasileiro requer a representação da realidade nacional. A intervenção da ficção de Guimarães Rosa nesse projeto de representação contempla o imaginário sacro da recepção que, afeita à forma como método de formular na língua o desejo e a prática, acolhe os efeitos da indeterminação como mistério. Autora: Maryllu de Oliveira Caixeta Pós-doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Literatura do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Revista de Estudios Brasileños, vol. 3, nº 4 Link: https://reb.universia.net/article/view/1830/guimaraes-rosa-trascendencia-realismo
Antes e depois das primeiras estórias: Guimarães Rosa e a tradição regionalista
Revista Di@logus, 2015
Resumo: Este trabalho procura analisar como a obra de João Guimarães Rosa se relaciona com a tradição literária do Regionalismo e fratura os discursos críticos consolidados ao longo do tempo a respeito dos pressupostos estéticos que seriam característicos daquela vertente. Para tanto, são examinados dois momentos distintos da literatura do autor: de um lado, seus quatro contos iniciais, originalmente publicados entre 1929 e 1930; de outro, “Pé-duro, chapéu-de-couro”, texto de 1952 largamente ignorado pela crítica literária, mas relevante para a compreensão do universo ficcional gestado pelo autor. Contrariamente às perspectivas críticas historicamente dominantes, busca-se demonstrar como a ficção de Guimarães Rosa encontra seu ápice quando se volta para o espaço regional, dele retira sua matéria e nele situa suas tramas. Abstract: This essay analyses how João Guimarães Rosa’s creative writing is related to Regionalism’s literary tradition and how it fractures the critical reasoning, consolidated over time, concerning the aesthetical characteristics usually associated with Regionalism. For such, two different moments of Rosa’s prose are examined: on the one hand, his first four short stories, originally published between 1929 and 1930; on the other hand, the text from 1952 entitled “Pé-duro, chapéu-de-couro”, which is largely ignored by literary criticism despite its relevance to the comprehension of the fictional universe conceived by the Brazilian author. In opposition to the historically dominant critical perspectives, this paper intends to point out how Rosa’s fiction accomplishes its best when it turns to the regional space, obtains its matter from the region and there situates its plots.
Teresa - revista de literatura brasileira, n. 19, 2018
Resenha do livro "Lutas e auroras: os avessos do Grande sertão: veredas", de Luiz Roncari, publicado pela Editora Unesp em 2018.