Baudelaire desabrigado: a questão do espaço em «Paris do Segundo Império» de Walter Benjamin (original) (raw)

As cidades de Baudelaire e Hugo na Paris moderna de Walter Benjamin

Morpheus, 2004

RESUMO : O artigo analisa a proximidade dos retratos da Paris do século XIX feitos por Charles Baudelaire, Victor Hugo e Walter Benjamin, de modo a compreender de modo mais amplo a filosofia do espaço que Benjamin desenvolve. Parte-se da Paris de Baudelaire, suas escolhas, a consideração dos pequenos lugares, a "alma" e a universalidade desses espaços, e a repercussão de tais perspectivas no interior de "A Paris do Segundo Império" de Walter Benjamin. Confronta a Paris monumental de Victor Hugo com a Paris trivial de Baudelaire. Busca descrever as escolhas dos autores, bem como apreender o sentido profundo da afinidade entre o poeta, o romancista e o filósofo, de modo a iluminar as interpretações e conceitos sobre o espaço, desenvolvidos por Benjamin.

A fragmentação da experiência em Baudelaire por Walter Benjamin

Cadernos Benjaminianos, 2018

O crescente processo de urbanização pelo qual a metrópole parisiense passou ao longo do século XIX alterou substancialmente a matéria das relações interpessoais. Nota-se no curso da história da modernidade uma espécie de fragmentação da experiência e o surgimento de um novo tipo de relação social firmado na vivência dos choques. Experiência e choque foram objetos de trabalhos expressivos dentro da produção intelectual de Walter Benjamin, com especial atenção àqueles cujo tema central era conduzido pela lírica de Charles Baudelaire. O auge dessa nova forma de vivência na modernidade se articulou em demasiado com a teoria da catástrofe de certas vertentes do messianismo judeu, o qual Benjamin era associado. Por esse ângulo, podem-se estabelecer afinidades eletivas, no sentido weberiano do termo, entre a filosofia da história benjaminiana e o judaísmo heterodoxo. O presente artigo se propõe, portanto, em pontuar algumas considerações sobre o fenômeno da destruição da experiência e tece...

Outro Baudelaire: Sobre a forma livre de "O Spleen de Paris" e das "Memórias póstumas de Brás Cubas"

Novos Estudos CEBRAP , 2021

A partir da análise minuciosa de um poema em prosa de O spleen de Paris e de um capítulo das Memórias póstumas de Brás Cubas, este artigo busca elucidar a proximidade formal entre as duas obras e mostrar como, ao mesmo tempo que se consolidava uma tradição de jovens baudelairianos leitores de As flores do mal, um pequeno grupo de escritores, dentre os quais Machado, exercitava-se na forma livre da prosa poética de Baudelaire.

O espaço na poesia de Stéphane Mallarmé

Revista Letras, 2009

Neste trabalho trata-se de pensar a obra do poeta S. Mallarmé à partir de uma leitura de Fragments d’un discours amoureux e Comment vivre ensemble, de R. Barthes que define a literatura como um espaço onde vivem juntos, leitor e autor, criação e leitura. Pretendemos mostrar de que maneira a obra de Mallarmé leva as últimas conseqüências a idéia de criação no espaço e da literatura como espaço de criação do autor mas também do leitor.

Alegoria moderna de Walter Benjamin: Passagens, Baudelaire e mercadoria

Resumo: O objetivo deste artigo é o de apresentar a teoria da alegoria moderna desenvolvida pelo filósofo Walter Benjamin com ênfase na figura do poeta francês Charles Baudelaire e no conceito de mercadoria. Para tal recorremos ao Projeto das Passagens de Benjamin e aos ensaios benjaminianos escritos no final da década de 1930, a saber, "Paris do Segundo Império" e "Sobre alguns temas em Baudelaire". Palavras-chave: Benjamin; Baudelaire; Alegoria.

A experiência urbana nos comentario de Walter Benjamin aos poemas de Brecht

O artigo aborda os comentários de Walter Benjamin aos poemas do ciclo "Manual para habitantes das cidades" de Bertolt Brecht, a fim de discutir a especificidade da lírica brechtiana no quadro mais geral da reflexão de Benjamin sobre a lírica urbana moderna. Benjamin retoma duas questões decisivas à constituição da obra de Brecht: a sobriedade da linguagem e o ensinamento como forma de transmissão da experiência urbana e política. Esse vínculo entre experiência e transmissão não se reduz à instrução de condições de sobrevivência na cidade grande, mas se constitui, sobretudo, no aprendizado de uma postura crítica perante a cidade. Enquanto a comunicação entre indivíduos isolados é precária e a organização política aproxima-se da ilegalidade, os poemas almejam a constituição de um vínculo entre "eu" e "tu" por meio da reflexão poética da experiência urbana.

Geografia e poesia lírica: considerações sobre a obra "A poética do espaço", de Gaston Bachelard

GEOUSP: Espaço e Tempo (Online), 2015

Este artigo procura fazer uma leitura com olhar geográfico da obra A poética do espaço, do filósofo Gaston Bachelard (1993), buscando especificamente identificar suas possíveis contribuições a uma abordagem geográfica da poesia lírica. Considerando que os estudos geográficos da literatura demonstram historicamente uma predileção pelo gênero romanesco (Brosseau, 1996), é importante estender e aprofundar a reflexão sobre outros gêneros literários, entre os quais a poesia lírica. Nesse contexto, é fundamental que se integrem diferentes contribuições teóricas, oriundas de diferentes disciplinas e escolas de pensamento. Questionamos se e como pode o livro do filósofo francês concorrer para se pensarem as relações entre poesia e espaço, entre gênero lírico e geografia, procurando discutir, igualmente, o conceito de topoanálise, que permeia essa importante obra do pensamento fenomenológico. Evidentemente, o artigo não esgota a discussão, complexa, multifacetada e aberta a diferentes abordagens. Espera-se, todavia, que logre demonstrar sua fertilidade.

Experiência da transitoriedade: Walter Benjamin e a modernidade de Baudelaire

RESUMO O artigo examina a abordagem feita por Walter Benjamin da concepção de modernidade apresentada pelo poeta e crítico de arte Charles Baudelaire. Após o exame da ideia de beleza moderna nos textos de crítica de Baudelaire, são abordados os motivos da preferência de Benjamin pela apresentação da modernidade na poesia de Baudelaire, particularmente no poema alegórico "Le cygne". Por fi m, o texto enfoca a relação entre a poesia moderna de Baudelaire e a concepção de experiência de Benjamin. Palavras-chave Walter Benjamin; Charles Baudelaire; Modernidade; Experiência.