A Imprensa e a opiniao publica de Guimaraes perante o Ultimato Ingles de 1890 (original) (raw)

A imprensa em Guimarães: do século XIX à atualidade

Revista de Guimarães, 2019

Guimarães possui imprensa periódica desde 1822, data de publicação do Azemel Vimaranense, tornando-se a quarta cidade do país com acesso à imprensa. Grande parte dos periódicos que refletem o pa-trimónio jornalístico da cidade encontram-se depositados na biblio-teca da Sociedade Martins Sarmento, o que se justifica por se tratar da instituição cultural mais antiga da cidade. A imprensa destaca-se por ser uma fonte histórica de elevada rele-vância, através da qual acedemos à descrição dos acontecimentos sociais e políticos. Por ser uma das categorias do património docu-mental, parece-nos pertinente o estudo do percurso histórico da im-prensa vimaranense, desde o seu surgimento no século XIX, até à atualidade.

“«E tudo isto porque o inglês não deixa». A Questão Colonial pós-Ultimatum nas Crónicas de Fialho de Almeida (1890 1892)” / “The Post-Ultimatum Colonial Question in the Chronicles of Fialho de Almeida (1890-1892)”

Neste artigo procuramos estudar a forma como o escritor e jornalista José Valentim Fialho de Almeida (1857-1911) viveu o turbulento período imediatamente após o Ultimatum britânico de Janeiro de 1890 e como reflectiu sobre a problemática diplomático-colonial nele implícita. Assim, são apresentadas as suas perspectivas, não só sobre o Ultimatum propriamente dito, como sobre o tratado anglo-luso de Agosto de 1890, sobre os planos governamentais para a colonização africana, sobre a diplomacia portuguesa e, ainda, sobre a reacção do povo português àqueles acontecimentos. Para tal, baseámo-nos, no fundamental, nos artigos publicados por Fialho em Os Gatos e em Pontos nos ii, de Rafael Bordalo Pinheiro. Palavras-chave: Ultimatum britânico, Fialho de Almeida, diplomacia, colonização de África This article aims to study the way the writer and journalist José Valentim Fialho de Almeida (1857-1911) lived the tumultuous period that immediately followed the british Ultimatum of January 1890 and how he reflected on the diplomatic and colonial problematic associated with that incident. Thus, we present his perspectives, not only on the Ultimatum itself, but also on the anglo-portuguese treaty of August 1890, on the governmental plans for african colonization, on the portuguese diplomacy, and, also, on the reaction of the portuguese people regarding those events. The texts published by Fialho in Os Gatos and in Rafael Bordalo Pinheiro’s Pontos nos ii were the primary sources used in the writing of this article. Keywords: british Ultimatum, Fialho de Almeida, diplomacy, colonization of Africa

Alphonsus de Guimaraens e os jornais: fragmentos de uma bibliografia lacunar

Revista do Centro de Estudos Portugueses, 2004

Um mineiro na Paulicéia m 1890, o jovem poeta mineiro Afonso Henriques da Costa Guimarães (então com vinte anos) parte para São Paulo em companhia do amigo (e também poeta) José Severiano de Resende. Ambos almejam o ingresso na Faculdade de Direito e, principalmente, ao que tudo indica, reconhecimento literário. Naquela década, vários periódicos acolhiam as produções dos "novos", como se designavam os simpatizantes das tendências simbolistas e decadentistas: Novidades, Revista ilustrada, O paulistano e O mercantil. O último, em especial, mantinha semanalmente uma página literária em que figuraram as primeiras produções de Cruz e Sousa e vários outros. Nos anos seguintes, os amigos mineiros, em companhia do colega de curso Adolfo Araújo, chegam a dedicar-se quase profissionalmente ao jornalismo paulistano, circulando seus escritos também no Comércio de S. Paulo, no Correio paulistano no Diário mercantil e n'O Estado de S. Paulo. Em texto de 1921, Cézar Câmara de Lima Campos refere-se às incursões pelos jornais e revistas de então: E como os Decadentes de Paris, já imitados pelos nossos irmãos, os Nefelibatas de Lisboa, que tinham, então, à frente Eugênio de Castro, o cintilante de Oaristos e Belkiss, criamos, também, aqui, nós os simbolistas do Rio, o nosso François I, que foi, então, o célebre e celebrado Café Pelotense, já, antes da nossa existência, freqüentado pelos "Insubmissos", o grupo de pintores a que pertencera também Gonzaga Duque, quando preocupado exclusivamente de pintura e crítica de arte. Aclamávamo

Síntese histórica da imprensa Indo-portuguesa 1

Bruna Santos de Souza, 2011

Goa, na Índia, foi a primeira das colônias portuguesas a possuir imprensa, antecedendo a própria colonizadora, já que em setembro de 1556, publicou-se Conclusiones Philosophicas, no Colégio de São Paulo, graças a uma tipografia trazida pelo Patriarca da Etiópia, D. João Nunes Barreto. Essa tipografia foi a primeira a produzir impressos na Índia e em todas as demais colônias portuguesas. Os primeiros impressores foram o espanhol Juan Bustamante, natural de Valência, e um indiano, que mostrou saber muito bem da imprensa, mas cujo nome ficou no anonimato. Segundo António Maria da Cunha, os jesuítas estabeleceram também uma máquina de tipos, na qual fundiram caracteres do abecedário tamul e de outras línguas orientais, de que se utilizavam nos seus trabalhos de catequese e propaganda pelo sul da península industânica. Mas a imprensa na colônia goesa teve suas glórias e também derrotas. A mesma ficou proibida de ser exercida por 67 anos, de 1754 a 1821, renascendo com a publicação da Gazeta de Goa.

A PANDEMIA DE INFLUENZA DE 1889-1890 NA REGIÃO DO MINHO: O CASO DE GUIMARÃES

CEM - Cultura, Espaço e Memória, 2021

Resumo: Entre 1889-1890, uma pandemia de influenza assolou o mundo, 30 anos antes da «gripe espanhola». Apesar da sua importância, não tem sido objeto de muita atenção, pela dificuldade de acesso a fontes estatísticas que possibilitem o seu estudo. Neste trabalho pretendemos analisar o impacto da pandemia de influenza, conhecida como «gripe russa», no concelho de Guimarães, com especial ênfase no ritmo da pandemia e nos níveis de mortalidade e morbilidade. Verificou-se que o desconhecimento sobre a etiologia da gripe explicou a ineficácia da atuação das autoridades, mas, apesar disso, constata-se que o impacto na mortalidade da influenza de 1889-1890 foi muito menor do que o da «gripe espanhola».

A imprensa angolana no âmbito da história da imprensa colonial de expressão portuguesa

Intercom: Revista Brasileira de Ciências da Comunicação, 2012

O artigo busca compilar dados variados sobre a história de Angola, desde sua condição de colônia portuguesa, a partir do século 15, até o momento presente, para contextualizar a história do desenvolvimento da imprensa naquele território. Surgida no século 19, como consequência de uma decisão do governo colonial que, até então sempre interditara tal iniciativa, a imprensa se concretizou a partir de um boletim oficial que logo abriu caminho para publicações ditas independentes. Se a primeira geração de jornalistas em Angola era constituída de homens europeus brancos, funcionários públicos deslocados para a colônia ou exilados politicamente, a segunda geração já é formada por homens naturais de Angola, o que possibilita as primeiras manifestações independentistas. A síntese histórica que pretendemos encerra-se com a imposição da ditadura salazarista. Ela parte de levantamentos feitos no acervo da Biblioteca Pública Municipal do Porto e de pesquisa bibliográfica. O que se evidencia é qu...

A Imprensa recifense e a luta contra os regimes de exceção no século XX

Resumo: A imprensa pernambucana, em especial a recifense, viveu no século XX momentos de euforia, com a abertura e expansão de jornais dos mais diversos segmentos sociais, bem como momentos de terror, com a censura e as perseguições impostas a jornalistas e aos jornais pelos regimes de exceção, a exemplo do Estado Novo e da ditadura militar. Dos quase 100 jornais diários e semanários, de diferentes linhas editoriais, que circularam no Recife nas primeiras décadas do século XX, apenas dez conseguiram chegar ao ano de 1940, entre eles o jornal mais antigo em circulação hoje na América Latina, o Diário de Pernambuco. Essa história de ganhos e perdas é, também, uma história de luta, tanto pela liberdade de imprensa quanto pela defesa dos direitos civis. O objetivo da nossa pesquisa foi não só registrar os jornais impressos que circularam no Recife no século passado, mas, sobretudo, resgatar parte do percurso de uma história marcada, sobretudo, pela resistência.