Barreiras e facilitadores no uso da bicicleta em deslocamentos diários: alternativas para a mobilidade urbana (original) (raw)

Barreiras e facilitadores no uso da bicicleta como meio de transporte entre universitários

Revista Internacional Interdisciplinar INTERthesis

http://dx.doi.org/10.5007/1807-1384.2016v13n2p119Diante dos desafios atuais relacionados ao deslocamento de pessoas nos contextos urbanos, a bicicleta tem sido apresentada como uma alternativa para o transporte individual. Estudos atentos ao tema identificam principalmente os fatores individuais envolvidos na escolha modal, por vezes colocando em segundo plano os fatores do ambiente construído e negligenciando as implicações humano-ambientais do uso da bicicleta como meio de transporte. Nesse sentido, buscou-se identificar, sob o enfoque da psicologia ambiental, as barreiras e facilitadores no uso da bicicleta entre universitários da cidade de Florianópolis – SC. Participaram 18 estudantes universitários (doze do sexo masculino e seis do feminino), que responderam a uma entrevista semiestruturada. Com base na análise de conteúdo, os dados foram organizados em duas categorias com quatro subcategorias cada. Os resultados indicaram como barreiras os fatores ambientais, a conjuntura so...

A MUBi. A convivência harmoniosa entre a bicicleta e as outras opções de mobilidade

O presente trabalho decorre de um requisito de investigação académico da Unidade Curricular Sociedade Civil Transnacional, com o objetivo de descrever e questionar o papel de uma organização coletiva da sociedade civil, com a qual haja um envolvimento pessoal e por essa via caraterizar o nosso papel, numa perspetiva de testar o conhecimento empírico e teórico do assunto ou seja os fundamentos teóricos e conceitos de sociedade civil, a definição e caraterísticas do ator da sociedade civil selecionado e as formas de relacionamento com outros atores designadamente o(s) “Estado(s)”. Para este trabalho selecionamos a Organização Não-Governamental (ONG) MUBi – Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta por ser a da organização coletiva da sociedade civil, com quem interagimos, que se encontra mais próxima da “redefinição do espaço público através da participação ativa e consequente da sociedade civil, no pluralismo dos seus valores, designadamente, do valor essencial da tolerância que a carateriza e consequências de natureza e gradualidade diversificadas” (Santos, 2012a, pp. XXIII). A MUBi é uma associação de ciclistas urbanos que trabalham juntos para melhorar as condições para o uso da bicicleta como meio de transporte utilitário e recreativo em Portugal. O que nos une é o reconhecimento do direito básico à não-discriminação negativa a nível legislativo e social, bem como a progressiva restauração da natural competitividade da bicicleta em meio urbano face ao automóvel. A MUBi desenvolve projetos de serviço à comunidade, buscando o seu empoderamento e promovendo a sua expansão, através de programas de educação, de sensibilização e motivação e de mentorado. Dedica-se também a acompanhar a implementação de medidas públicas relacionadas com a utilização da bicicleta, como sejam as ligadas a infraestruturas e à articulação modal com os transportes públicos. Além disso, trabalha na defesa dos interesses dos utilizadores de bicicleta a nível legislativo, promovendo a adoção de leis e regulamentos que melhor contemplem e reflitam as necessidades, características e mais-valias da bicicleta como meio de transporte. A causa da MUBi pode e deve ser abraçada pelos não-ciclistas e pela sociedade civil em geral, pois a conversão de deslocações em automóvel para deslocações em bicicleta traz benefícios ao próprio e aos outros, direta e indiretamente, pela redução da ocupação do espaço público, da poluição, da sinistralidade rodoviária, do endividamento das famílias, pelo aumento da segurança pública e da prosperidade do comércio.

MOBILIDADE SOBRE DUAS RODAS: Modos de Uso da Bicicleta em Lisboa

RESUMO A cidade de Lisboa tem vindo com o passar dos tempos a direcionar o seu desenvolvimento à estruturação de vias que comportem cada vez mais a utilização do automóvel como transporte urbano. Com isso a metrópole contemporânea emerge propondo alternativas para a reformulação do traçado urbano, procura promover aspecto de maior harmonia entre os seus habitantes e o modo como usam o espaço. A mobilidade urbana encontra-se assim, num patamar de integração e associação, ou seja, para que a cidade se torne mais coerente à realidade contemporânea é preciso primeiro modificar os “sistemas urbanos” e as suas formas de uso e deslocação. Junto a este contexto engloba-se a crescente preocupação com a sustentabilidade e a qualidade de vida destas sociedades, para tanto a abertura, sinalização e efetivação de ciclorrotas procura consolidar a necessidade de desenvolvimento de modos de transporte mais ativos e interligados aos meios de transporte coletivo. ABSTRACT The city of Lisbon has over the time to drive their development to the structuring of routes which involve increasing car use as an urban transport. With this contemporary metropolis emerges proposing alternatives to the reformulation of urban design, seeks to promote greater harmony between appearance of its inhabitants and how they use the space. Urban mobility thus finds itself, at the level of integration and association, in other words, so that the city becomes more consistent with contemporary reality we must first change the "urban systems" and their forms of use and displacement. Near this context encompasses to growing concern about the sustainability and quality of life of these societies, both for the opening, signaling and execution of bike path seeks to consolidate the need for development of more active and connected to the means of public transport modes.

VIVÊNCIA ALTERNATIVA NO ESPAÇO URBANO COM BICICLETAS

Com a intenção de entender a demanda eminente na questão da mobilidade urbana em diversas cidades, a opção pelo transporte individual motorizado é priorizado, excluindo imediatamente outras alternativas, gerando diversos problemas. Essa crise é consequência do próprio planejamento urbano que é sufocado constantemente pelo aumento do número de veículos. O que se tem visto nos atuais debates sobre planejamento urbano é que ideia do status inseridos no automóvel particular é antiquada, em parte pelas externalidades ligadas a ele. Em contrapartida, a utilização de transportes alternativos tem se mostrado um ponto chave nesse debate, priorizando a eficiência nos deslocamentos. O presente trabalho procura entender os motivos do deslocamento no espaço urbano e, sobretudo, o que o usuário leva em consideração para a sua localização perante a percepção da paisagem. Nele, será questionado como o usuário enxerga as vantagens do uso deste modal, destacando e justificando-as no meio de tantos outros transportes. Da mesma maneira que o colapso na mobilidade urbana vem sendo constante nas médias e grandes cidades, há um número crescente de usuários optando pelo transporte alternativo, como é presenciado no município de Maringá/PR e apresentado nesse artigo. Como por exemplo, o aumento de grupos organizados de usuários de bicicleta que tem procurado seu espaço dentro da cidade, nos mostrando ser uma demanda legítima, pois se eles se mobilizando para ter representatividade, quer dizer que eles não a têm e por existir uma necessidade de mobilização, percebemos que o grupo se sente excluído e trabalha pela possibilidade de criar seu espaço junto à sociedade.

A mobilidade por bicicletas em Piracicaba – SP: aspectos culturais, ambientais e urbanísticos

Há cerca de uma década, a inserção da bicicleta como modal de transporte regular em diversas cidades brasileiras vem colaborando para a paisagem da mobilidade urbana no país tornar-se mais sustentável. Esta pesquisa teve por objeto estudar a prática do ciclismo utilitário em Piracicaba – SP, de modo a identificar e dimensionar quais os fatores culturais e características ambientais e urbanísticas concorrem para o uso da bicicleta como meio de transporte, e suscitar as possíveis contribuições de sua inclusão no sistema de mobilidade urbana local, com vistas à construção de uma cidade socialmente mais justa, ambientalmente mais adequada, e apta para oferecer maior qualidade de vida aos seus habitantes. A pesquisa foi realizada em três eixos: o primeiro dedicado a conhecer a cultura de mobilidade da cidade e sua dinâmica, à exploração e análise das políticas públicas específicas destinadas ao setor, à compreensão do posicionamento de gestores públicos e técnicos sobre as orientações das intervenções urbanas realizadas ou por realizar, e à compreensão e análise das práticas ativistas pró-mobilidade sustentável da cidade, em especial, as ações dos cicloativistas, como expressões de mudanças na cultura de mobilidade local; o segundo foi estruturado com o propósito de conhecer o perfil sociocultural e econômico do ciclista utilitário de Piracicaba, suas motivações, representações, hábitos, demandas e percepções sobre a paisagem urbana; e o terceiro buscou caracterizar as condições ambientais onde ocorre a prática do ciclismo utilitário em Piracicaba. O estudo mostra que a cultura de mobilidade local foi conformada pelas políticas públicas rodoviaristas adotadas na cidade, que implicaram em sucessivas intervenções urbanas que desestimularam o uso de modalidades não motorizadas e coletivas de transporte; mas apesar disto, a bicicleta nunca deixou de ser utilizada por trabalhadores e estudantes, e que características ambientais, como o relevo acidentado e o clima quente da cidade não são empecilhos para a prática do ciclismo utilitário, ou mesmo para a construção de uma cidade ciclável .

COMISSARIO, artigo, A bicicleta como elemento de mobilidade urbana na cidade de Quelimane

A cidade de Quelimane é destinta das demais cidades moçambicanas (com a particularidade de ser capital provincial da Zambézia) por sua singularidade nos transportes. Seu sistema de transportes urbano é baseado na bicicleta que é popularmente conhecida como sendo táxi-debicicleta, sendo por via disso pertinente e cabal a proposta do tema a bicicleta como elemento de mobilidade urbana na cidade de quelimane: um ensaio socioeconómico, político e cultural com o objectivo de compreender as casualidades do desenvolvimento e manutenção do ciclo-taxísmo como parte integrante da rede de transporte público urbano e elemento de mobilidade urbana da cidade de Quelimane, facto que deixa em evidência o nosso objecto de estudo, a actividade ciclotaxista da cidade de Quelimane, vista como elemento de mobilidade urbana. De referir que este artigo é parte integrante do trabalho de culminação do curso do autor (sua monografia) orientada sob a abordagem dialéctica onde conclui-se que a bicicleta é hoje (2019) um elemento identitário da cidade de Quelimane que a particulariza das demais cidades moçambicanas, tanto que esta já aparece em alguns escritos jornalísticos, artísticos e académicos como sendo a cidade da bicicleta, e de facto é, pois, a bicicleta constitui-se no principal elemento de mobilidade urbana que responde satisfatoriamente a falta de infra-estruturas de transporte, a falta de longevidade que sempre caracterizou a cidade de Quelimane, e a falta de oportunidades de emprego aos jovens, cujas influências, hoje tem repercussões que vão além dos seus limites territoriais, por isso, trata-se de um instrumento importante na sua política administrativa e de gestão do espaço.

Potencialidades e Fatores Impeditivos Ao Uso Da Bicicleta Enquanto Meio De Transporte Em Cidades De Médio Porte: Um Estudo De Caso

Revista Guará

Os modos de transporte não motorizados vêm surgindo como alternativa viável para a redução dos problemas relativos à mobilidade, especialmente nas médias e grandes cidades. Esta pesquisa buscou verificar a viabilidade do incentivo ao uso da bicicleta como alternativa de transporte na cidade de Vitória, considerando a perspectiva do usuário e a avaliação da estrutura cicloviária existente. A metodologia foi estruturada a partir da aplicação de um questionário online visando identificar os principais fatores que incentivam ou desestimulam o uso desse veículo. Os resultados demonstraram que a presença de infraestrutura cicloviária é o principal fator de incentivo, seguido da economia e de aspectos relacionados à saúde. A carência de estacionamentos apropriados e também a insegurança se apresentaram como fatores desestimulantes, principalmente nos deslocamentos diários no trajeto casa-trabalho. Como parte da metodologia, foi realizado, ainda, um seminário com a participação de diversos...

Sistema de apoio à mobilidade de utilizadores da bicicleta

2013

Classificar a rede segundo os vários critérios propostos é conveniente para o roteamento, principalmente a combinação entre a altitude acumulada e o comprimento das vias, devido ao maior ou menor esforço a que os utilizadores da bicicleta estão sujeitos.

Desafios da mobilidade urbana no Brasil e o uso da bicicleta como uma alternativa de transporte em Campos dos Goytacazes/RJ

Boletim Petróleo Royalties e Região, 2020

Resumo: O crescimento em muitas cidades brasileiras de forma acelerada e desordenada trouxe consequências controversas, que vão desde os serviços de infraestrutura básica ao direito de ir e vir. Os interesses políticos, econô-micos e até sociais, em sua maioria individualizados, vão ganhando espaço no debate das políticas públicas e restrin-gindo a concepção de um direito coletivo, de um direito à cidade como um lugar de encontro e trocas. O aumento massivo de uso de veículos motorizados individuais ganha destaque no cenário da mobilidade urbana, em detrimento do uso da bicicleta, uma das formas de transporte mais baratas e não poluentes. O sistema cicloviário, na maioria das cidades do País, ainda é insatisfatório, devido à falta de infraestrutura adequada. Portanto, este artigo objetiva contextualizar o uso da bicicleta na mobilidade urbana no Brasil, destacando a ausência de políticas públicas efetivas de mobilidade urbana, sobretudo na cidade de Campos dos Goytacazes/RJ, em que o Plano de Mobilidade Urbana ainda se encontra em formulação. Palavras-Chave: Mobilidade urbana. Bicicleta. Políticas Públicas. Abstract: The accelerated and disorderly growth in many Brazilian cities has led to controversial consequences, ranging from basic infrastructure services to the right to come and go. Political, economic, and even social interests, mostly individualized, are finding their way into the public policy debate and limiting the conception of a collective right, a right to the city as a place for meeting and exchange. The large-scale increase in the use of individual motor vehicles is being given attention in the urban mobility scenario, particularly at the expense of cycling, one of the cheapest and most non-polluting means of transport. In most of the Brazilian cities, the bicycle path system is still unsatisfactory owing to the lack of adequate infrastructure. Hence, the purpose of this paper is to contextualize the use of bicycles in urban mobility in Brazil, emphasizing the lack of effective public policies on urban mobility, particularly in the city of Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro State, Brazil, where the Urban Mobility Plan is still under formulation.

Política, mobilidade e espaço: a bicicleta na cidade de São Paulo

Over the past ten years, São Paulo has gone through an intense and contentious process to open space in the road system for commuting cycling. In a city historically built and adapted to favor the automobile, the historical process which allowed for the municipality to remove parking space to build more than four hundred kilometers of bike baths and lanes during a four-year term did not develop without much hindrance, advancements, and retreats. This thesis proposes to illuminate the political and historical constitution of the agenda for cycling policies along with its conflicts and contradictions. It shows the developments that led to implementing this public policy and the inclusion of cycling in this car-centric metropolis, although restricted to the middle-class territory. To this end, the analyses presented here use the literature of four areas: debates about territorial and socio-spatial segregation, authors in the field of Political Science that study State-societal interactions, debates on the field of sociology about the system of automobility and its implications, and the literature about socio-technical transitions from automobility, all firmly grounded on vast primary sources. The present thesis seeks to show that the claim for bicycle policies emerges as a niche in the dominant regime of automobility, a counter-hegemonic demand standing against the automobile's dominance in the road system. It also gained supporters in the corporate world and resistances outside and inside the State throughout the process. Finally, cycling in São Paulo turned from a niche into a subaltern regime within the dominant regime of automobility. Though far from a desired systemic reach, that particular change was responsible for the important gains for cycling in São Paulo.