Le Corbusier 1929: raça no Rio de Janeiro e na América Latina (original) (raw)
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2018
O presente trabalho investiga o processo de construção social do maxixe, uma dança de movimentos intensos e sensuais que fez parte do cotidiano dos cariocas entre os séculos XIX e XX. Com o auxílio das fontes da imprensa periódica, bem como músicas e peças teatrais, os casos analisados demonstram que a dança era forjada de maneira dinâmica, em diálogo com o mundo atlântico e com os conflitos sociais de um Rio de Janeiro em plena transformação. Baseado na experiência dançante de trabalhadores pobres, negros e pardos, o maxixe tinha seus significados estrategicamente construídos por diferentes sujeitos que encontravam na dança um objeto polissêmico de disputa e negociação sobre as tensões entre raça e nacionalidade colocadas pelo fim da escravidão. - The present work investigates the social construct process of the maxixe, a dance of intense and sensual movements that took part of cariocas’ everyday life between the nineteenth and twentieth centuries. Supported by periodicals, songs, as well as theatrical plays, the case studies analyzed illustrate how the dance was fashioned in a dynamic way in dialogue with both the Atlantic World and the social conflicts of a transforming Rio de Janeiro. Based on the dance experience of poor, black, and mixed workers, the maxixe had its meaning strategically constructed by different characters that found in the dance a polysemic object of dispute and negotiation on the tensions between race and nationality imposed by the end of slavery.
Revista Literatura, História e Memória, 2024
Herbert H. Smith foi um naturalista que estudou a flora e a fauna do Brasil. Veio aqui pela primeira vez em 1870 na expedição Morgan, liderada pelo famoso Professor Charles Frederick Hartt. Em seguida, no ano de 1874, voltou para ficar um ano explorando os rios Amazonas e Tapajós. Terminada essa expedição foi para o Rio de Janeiro, onde permaneceu por mais quatro meses. De volta aos Estados Unidos, trabalhou para a Scribner's Magazine, escrevendo artigos sobre o Brasil a partir de suas memórias de viagem. Estes escritos deram origem mais tarde ao livro Brazil, the Amazon and the Coast, publicado em 1979. Este trabalho tem como objetivo realizar uma leitura do capítulo “Social Life at Rio”, da referida obra, visando identificar percepções do viajante acerca do cenário da capital brasileira da década de 1870 que ajudem a compreender problemas estruturais históricos acerca de raça, classe e gênero no Brasil.
Um pensador da raça: Edison Carneiro e as relações raciais no Brasil
Nexo-Políticas Públicas, 2020
Nascido em Salvador em 1912, escritor criou obra que materializa a diversidade de respostas de intelectuais negros aos efeitos de emparedamento do racismo no século 20. Entre seus livros estão 'Quilombo dos Palmares' (1947) e 'Candomblés da Bahia' (1948) Recentemente, muitos de nós fomos surpreendidos com as notícias de que obras de importância como as de Oswaldo de Camargo, Lélia Gonzalez e Carolina Maria de Jesus estão, agora, sob os cuidados de grandes editoras comerciais nacionais. São notícias que devem ser celebradas, dignas tantos de aplausos quanto de reflexão. Ora, dignas de aplausos pelos nomes selecionados e por se tratar de iniciativas significativas de um ainda tímido, porém necessário (re)conhecimento da autoria negra no país, cujas publicações-justiça seja feita-têm ficado por conta da coragem e dos riscos assumidos, sobretudo, por editoras menores ou independentes. Já dignas de reflexão, pois essas iniciativas repercutem debates mais amplos, não restritos ao mercado editorial, que problematizam os efeitos da racialização e do racismo na vida intelectual acadêmica brasileiras. Esses debates se energizam com a crescente presença das juventudes negras nas universidades, ganhando força e síntese na forma de uma pergunta cada vez mais incontornável: afinal, onde estão os autores negros e negras nas narrativas (e nas bibliografias) que formulamos sobre a história dos intelectuais e do pensamento social brasileiros? Simples apenas em aparência, essa pergunta tem suscitado pesquisas e reflexões variadas, ainda que OPINIÃO
Os requebros do maxixe: raça, nacionalidade e disputas culturais no Rio de Janeiro (1880-1915)
Editora da PUC-Rio, 2021
A obra Os requebros do maxixe: raça, nacionalidade e disputas culturais no Rio de Janeiro de 1880 a 1915, escrita por Matheus Pimentel da Silva Topine, discute a respeito dos conflitos e das desigualdades presentes na cidade após a abolição da escravatura. Pautado na História Social, o livro destaca a violência instaurada a partir de uma ideia de brasilidade sensual e festiva. O texto tem como foco os personagens e os meios de comunicação que construíam o maxixe diante das tensões vividas no Rio de Janeiro da virada do século XIX para o XX. O maxixe, considerado uma criação brasileira, foi levado ao exterior pelo dançarino Duque e ganhou o reconhecimento internacional. Nessa abordagem, esse gênero é entendido como prática compartilhada e dinâmica, para além das atribuições idealizadas que o acompanham. Entre as fontes analisadas, estão músicas, peças teatrais produzidas no período e jornais impressos, que servem como base para visualizar os significados atribuídos ao maxixe. São discutidos temas como os conflitos presentes nos bailes de maxixe, a formação da identidade nacional das conexões atlânticas na formação do maxixe durante a década de 1900.
Le Corbusier e as casas dos monges brancos
In four different texts, Le Corbusier suggests that his collective housing project, Immeuble-villas, of 1922, may have been influenced in its design by a monastery. He was referring to a Carthusian monastery in Galluzzo on the outskirts of Florence known as the Charterhouse of the Valley of Ema, founded in 1342 by Niccolò Acciaioli and which he visited during the trips of 1907 and 1911 that initiated him to the world of architecture and the decorative arts. Various authors mention this analogy, repeating the architect’s own words. However, data available in the archives of the Le Corbusier Foundation show that Le Corbusier’s knowledge of the Carthusian Order was not based on his experience of one monastery alone. If the young Jeanneret had come across the Florence Charterhouse when he went off in search of the tomb of Cardinal Angelo Acciaiuoli, when he fell in love with that monastery he discovered the Carthusian typology. An expedition through “Le Corbusier’s charterhouses” is therefore no more than an incursion into the etymology of modern collective housing.
Le Corbusier e a Cidade Linear
RISCO, revista de pesquisa em Arquitetura e Urbanismo, USP Brasil, 2024
Analizanse as relações intencionais entre Le Corbusier e os ideais e as propostas linearistas, desde 1915, quando copiou com linhas determinadas uma série de desenhos da Cidade Linear de Madrid, até 1960, quando defendiou as Cités Linéaires nas suas últimas propostas sobre Paris. + Se analizan las relaciones intencionadas entre Le Corbusier y los ideales y propuestas lineaistasl desde 1915, cuando copió con trazo decidido una serie de dibujos de la Ciudad Lineal de Madrid, hasta 1960, cuando defendió las Cités Linéaires en sus últimas propuestas sobre París.
Mobilidade estrutural por raça no Brasil
2016
Palavras-chave: classe social; mobilidade estrutural; marginalidade estrutural; raça Resumo Utilizando o esquema de classes sociais EGPS, buscou-se na mobilidade estrutural (vista nas perspectivas de fluidez intergeracional e impacto do aparecimento de novas oportunidades de mobilidade) observar o impacto da modernização brasileira nas oportunidades de mobilidade social por raça (branco, pardo e preto) entre gerações. A hipótese de marginalidade estrutural por raça, que prevê forte desvantagem dos negros em relação aos brancos no processo de mobilidade estrutural, foi aceita. A metodologia empregada foi o modelo log-linear SHD. O banco de dados utilizado foi a PNAD de 1996. 3 Este trabalho é fruto da dissertação de mestrado em sociologia pela UFMG. Agradeço a orientação de Carlos A. Costa-Ribeiro e Danielle C. Fernandes e a banca composta pelos professores Ana M. H. C. de Oliveira, Jorge A. Barbosa e Simone Wajnman. Os resultados são de minha responsabilidade. 4 Para uma ampla revisão dos estudos sobre classes sociais, ver Guimarães (1999).
João do Rio e os africanos: raça e ciência nas crônicas da belle époque carioca
Revista de História, 2010
Reverenciado como o cronista da belle époque carioca, João do Rio (1881-1921) não economizava nos comentários racistas e evolucionistas em seus textos jornalísticos e literários. Para compreender essa faceta ainda tão pouco explorada na obra do famoso jornalista, examinarei, neste artigo, um conjunto de reportagens sobre religiosidades, festas e costumes africanos, publicadas na imprensa carioca nos anos de 1904 e 1905. palavras-chave Rio de Janeiro • João do Rio • africanos • raça.