Restrições Macroeconômicas ao Crescimento da Economia Brasileira: Diagnósticos e Algumas Proposições de Política (original) (raw)
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2008
Resumo: Neste artigo argumentamos que a economia brasileira passou por um processo recente de aceleração do crescimento, puxado pelas exportações e pela formação bruta de capital fixo. Embora esse padrão de crescimento seja mais robusto do que o verificado na década de 1990, constata-se ainda a existência de restrições macroeconômicas à continuidade desse crescimento no longo prazo, quais sejam, o desequilíbrio cambial, verificado na economia brasileira notadamente a partir de 2005, e o modus operandi da política monetária. Essas restrições podem comprometer a sustentabilidade do atual padrão de crescimento da economia brasileira num contexto internacional caracterizado pela ocorrência de uma perfect storm, ou seja, a ocorrência simultânea de uma crise financeira global e o aumento generalizado dos preços dos alimentos e do petróleo. Dessa forma, podemos afirmar que ainda existe no Brasil uma armadilha juros-câmbio. Nesse contexto, a eliminação do desalinhamento cambial imporia uma forte elevação da taxa de juros, o que teria impacto nocivo sobre o investimento e, portanto, sobre a sustentabilidade do crescimento econômico no longo prazo. Para eliminar esta armadilha propomos um conjunto de medidas de política econômica, a saber: adoção de metas implícitas de câmbio, controles sobre a saída de capitais de curto prazo e a flexibilização do regime de metas de inflação no Brasil.
Revista Estudo & Debate
Esse artigo investiga restrições ao crescimento econômico brasileiro pelas óticas da oferta e da demanda entre os anos 1996 e 2016. A primeira restrição é concernente à demanda agregada: exportações de manufaturados. Nesse caso, utilizou-se o modelo de Thirlwall (1979) e estimou-se uma função relativa a esse componente. Por meio do VEC obteve-se relações de longo prazo da taxa de câmbio e da taxa de juros com as exportações. As estimativas sugerem que um câmbio apreciado e uma taxa de juros elevada prejudicam a expansão das exportações de manufaturados. A segunda restrição é pela ótica da oferta: estoque de capital físico. Para analisá-lo, recorreu-se ao modelo de Solow (1956), estimando uma função de investimento em capital físico. Também por meio do VEC obteve-se relações de longo prazo que apontam para o efeito negativo do pagamento de juros da dívida pública sobre o investimento. Conclui-se que essas restrições são estruturais e que, mesmo que políticas cambial e monetária sejam...
A Restri��o Externa Como Fator Limitante Do Crescimento Econ�mico Brasileiro: Um Teste Emp�rico
2005
Este artigo emprega a abordagem do crescimento econômico sob restrição externa, tal como desenvolvida a partir de Thirlwall (1979), para estimar empiricamente em que medida, se alguma, o crescimento brasileiro de longo prazo tem sido condicionado por essa restrição. Após avaliar a especificação dessa restrição que melhor se ajusta ao caso brasileiro,é constatado, a partir de evidências empíricas robustas, que o crescimento brasileiro entre 1948 e 2004 foi restringido pelo equilíbrio nas contas externas. Entretanto, o poder explicativo da especificação que incorpora o fluxo de capitais e o endividamento externo não difere muito do correspondenteà Lei de Thirlwall original.
Anais do XXXI Encontro Nacional de Economia [Proceedings of the 31st Brazilian Economics Meeting], 2003
O objetivo deste trabalho é desenvolver um modelo de crescimento-a partir da literatura keynesiana de crescimento com restrição do balanço de pagamentos e do conceito minskyano de fragilidade financeira adaptado para uma economia aberta-que permita interpretar alguns "fatos estilizados" da atual conjuntura econômica latino-americana. Em especial, pretende-se analisar as razões pelas quais o movimento de entrada líquida de capitais-inaugurado no início dos anos 90-alterou-se profundamente. Os mecanismos tradicionais de contenção de fuga de capitais via elevação do diferencial da taxa de juros não foram eficientes e o resultado final é a verificação de reduzidas taxas de crescimento para a região.O principal resultado do modelo é evidenciar que, numa economia sujeita a um crescente risco de default , não é possível manter a taxa de crescimento sistematicamente acima daquela permitida pelo equilíbrio do balanço de pagamentos, tendo em vista o crescimento de sua "fragilidade financeira" Palavras-chaves: 1. crescimento com restrição no balanço de pagamentos; 2. fragilidade financeira; 3. América Latina
Restrições Ao Crescimento Econômico No Contexto Da Crise Estrutural e as Estratégias Destrutivas
2013
Este artigo busca analisar como a crise estrutural do capital expressa forte restricoes ao crescimento da economia e impoe estrategias para retomada das taxas de lucratividade baseadas principalmente sobre uma maior exploracao aos trabalhadores, o que significa elevacao do desemprego, informalidade precarizacao do trabalho. Apos tres decadas de crescimento acelerado na economia, o capitalismo entrou na decada de 1970 numa pro- funda crise, em razao de tal colapso, ocorreu uma vigorosa queda nas taxas de lucrativi- dade. Tao situacao, determinou enormes mudancas na esfera da producao, manifestadas por formas barbaras de exploracao e um alargamento em escala mundial do desemprego. Na relacao entre homem e natureza, vivenciamos um processo de destruicao continua das bases materiais de existencia da vida humana e a permanencia do processo de acumulacao expansiva e destrutiva em tempos de crise estrutural e o desafio perseguido pela burguesia. Diante dessa conjuntura, a retomada dos pata...
A Restrição Externa Como Fator Limitante Do Crescimento Econômico Brasileiro: Um Teste Empírico∇
Anais do XXXIII …, 2005
Resumo: Este artigo está baseado nos trabalhos originais de A. Thirlwall e em alguns de seus desenvolvimentos recentes, mais especificamente o trabalho de J. C. Moreno-Brid, que versam sobre a restrição externa como a real inibidora do crescimento em alguns países. Pretende-se, através de um novo estudo empírico, avaliar a especificação da restrição externa que melhor se adequa ao caso brasileiro e, além disso, verificar se ela tem sido ou não o verdadeiro inibidor do crescimento. Constata-se, com novas evidências robustas, que o crescimento econômico no Brasil entre 1948 e 2004 foi restrito pelo Balanço de Pagamentos. No entanto, ao contrário do que, a princípio, poderia se esperar, a especificação que incorpora explicitamente o fluxo de capitais e a dinâmica do endividamento externo não difere muito, em termos de alívio da restrição externa, da Lei de Thirlwall original.
Revista de Economia Política
RESUMO Este trabalho investiga se há de fato uma restrição imposta pelo balanço de pagamentos - via relação entre as elasticidades-renda das importações e das exportações - sobre o crescimento econômico dos estados brasileiros. Em outros termos, verifica-se a validade da Lei de Thirlwall para a economia dos estados brasileiros no período de 1991 a 2009. Para tanto, estima-se as referidas elasticidades por meio do estimador para painéis dinâmicos System-GMM, que contorna, além dos problemas clássicos de estimação, o viés de endogeneidade do painel dinâmico. Os resultados apontam para a validade da lei, visto que a elasticidade-renda das importações mostrou-se superior à elasticidade-renda das exportações.