A Terra Prometida em uma bandeja colonial – Andrew Patrick Traumann (original) (raw)

POVOS TUPI DO MARANHÃO: DOS CRONISTAS AS TERRAS INDÍGENAS

Resumo-Este trabalho compila as informações presentes na bibliografia disponível a respeito da presença de populações falantes de línguas Tupi no território do Estado do Maranhão. Inúmeras fontes extrovertem a respeito dos povos indígenas do Maranhão. As crônicas históricas dos primórdios da colonização da Ilha de São Luís, descrevem como ocorreu o contato entre franceses e os Tupinambá, nos legando uma série de documentos sobre o modo de vida desses povos. Os processos históricos ocorridos no estado resultaram em abundantes registros escritos. Contudo, estes, ainda são carentes de organização e análise. Desta forma, concatenamos uma gama de dados sobre as áreas historicamente ocupadas pelas populações Tupi nos dos últimos 500 anos no intuito de delinear as zonas de ocupação desses grupos pelo Maranhão.

O protagonismo do colonizado em Batouala de René Maran

Lettres Françaises n. 22 v. 2 - Número Temático René Maran, 2021

Este artigo analisa o livro Batouala de René Maran sob uma ótica póscolonial. Buscamos fazer uma síntese do século XIX, marcado pela difusão de teorias raciais e pela oficialização do neocolonialismo europeu no continente africano. Em seguida contextualizarmos o início do século XX com o surgimento das vanguardas europeias que encontraram nas artes "primitivas" africanas uma nova forma de inspiração e na continuidade do pensamento de "superioridade" para justificar atrocidades cometidas nas colônias. Para conduzir esta análise não nos detivemos nos aspectos dos costumes tribais rituais, festa de iniciação, danças e na caça. Nos dedicamos a examinar o livro através da perspectiva do colonizado evidenciando pontos críticos e sempre que possível relacionando-os com a obra crítica de Frantz Fanon. This article analyzes the book Batouala, by René Maran, from a post-colonial point of view. We aim to make a summary of the 19th century, marked by the diffusion of racial theories and by the European neocolonialism in the African continent. Then we will contextualize the beginning of the 20th century with the emergence of the European avant-garde that found in the “primitive” African arts a new form of inspiration and the continuity of the thought of “superiority” to justify the atrocities committed in the colonies. To conduct this analysis, we do not dwell on the aspects of ritual tribal customs, initiation feasts, dances, and hunting. We examine the book through the perspective of the colonized, highlighting critical points and whenever possible relating them to the critical work of Frantz Fanon.

Sob o encanto de Mackandal: utopia, milenarismo e revolução em El Reino de Este Mundo de Alejo Carpentier

Religião & Sociedade, 2018

Este artigo faz uma reflexão sobre as relações entre perspectivas políticas e expectativas milenaristas na obra El reino de este mundo (1949) de Alejo Carpentier. Inicialmente, identificamos alguns elementos políticos e culturais que influenciaram Carpentier no período anterior à publicação de El reino de este mundo. Na sequência, apresentamos um esboço da obra e analisamos as relações entre mito e história no texto. Finalmente, partindo de uma perspectiva comparativa entre os três processos político-revolucionários apresentados no livro (a rebelião de Mackandal, a monarquia de Henri Christophe e a república dos mulatos), buscaremos apresentar o movimento milenarista de Mackandal como o único de fato utópico e revolucionário, que, mesmo fracassando, continuou a engravidar de esperanças o espírito dos oprimidos do Haiti. Palavras-chave: milenarismo; literatura latino-americana; Haiti; escatologia

Violência Colonial em Frantz Fanon, James Baldwin e Spike Lee

Interações: Sociedade e as novas modernidades

A temática deste artigo surgiu a partir da repercussão mundial que teve o assassinato do afro-americano George Floyd cometido por policiais brancos em Minneapolis (Estados Unidos), no contexto da pandemia do COVID-19 de 2020. O seu objetivo é analisar a violência colonial embutida nos conflitos étnicos-raciaisglobais à luz da teoria de Fanon (1968), na sua obra “Os Condenados da Terra”, dialogando com dois “artivistas” (ativistas e artistas) afro-americanos: o escritor James Baldwin no documentário “Eu não sou seu negro” (Peck, 2016) e o cineasta Spike Lee, com seu filme “Faça a Coisa Certa” (1988), realizado em memória de outros afro-americanos que acabaram como George Floyd. Também nos servimos do documentário “A 13a Emenda” (DuVernay, 2016), para compreender a cruel realidade de que ainda existam leis nos Estados Unidos que abrem brechas para continuar estigmatizando e condenando o negro. O trabalho está ancorado numa análise bibliográfica, cinematográfica e documental, estabelec...