ANTROPOFAGIA, PRIMITIVISMO E ESPAÇO URBANO EM OSWALD DE ANDRADE (Dossiê História, Política e Intelectuais) (original) (raw)
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A TRIBU DE ANTROPOFAGIA: PRÁTICAS LETRADAS, COTIDIANO E MODERNISMO(S) EM FORTALEZA (1922 – 1931)
Pretendemos neste trabalho compreender o Movimento Modernista, em Fortaleza, na década de 1920 e início de 1930. Perpassando os temas, as polêmicas, as redes de sociabilidades, a cidade e a produção tanto dos livros como da imprensa na época. Procuramos entender, também, o Modernismo Cearense como uma experiência peculiar a partir de vetores sociais, culturais, econômicos e materiais específicos do nosso próprio contexto. A partir da documentação levantada e da revisão bibliográfica atualizada sobre o assunto percebemos que as interpretações tradicionais geralmente elegem a experiência paulista como um modelo típico ideal para todas as outras experiências modernistas ocorridas pelas cidades brasileiras, hierarquizando e valorando em melhor ou pior dependendo da sua aproximação ou afastamento dos pressupostos paulistas da Semana de Arte de 1922. O que intentamos defender como hipótese central é que toda experiência histórica, em certo sentido, é única e irrepetível, por isso não podemos colocar a experiência modernista cearense numa caixinha esquemática que esmaga, modifica e distorce a empiria das fontes históricas. O Modernismo Paulista foi de um jeito e o Modernismo Cearense foi de outro, nem melhor ou pior, mas específico e peculiar. É dessa forma que podemos entender melhor a sua profusão de propostas e ideias.
POVO DO MANGUE ANTROPIZAÇÃO E VESTÍGIOS ARQUEOLÓGICOS NA PENÍNSULA ODIVELENSE
Espaço Ameríndio, 2020
As pesquisas arqueológicas na costa norte paraense foram desenvolvidas desde o século XIX e ampliadas na segunda metade da década de 1960, confirmando a antiguidade nessa região há pelo menos 5.000 anos. Apesar da importância dos sítios e vestígios arqueológicos referentes aos pescadores-coletores e agricultores, os estudos sobre sambaquis e sítios de terra preta arqueológica ainda são pontuais na costa norte paraense. Este artigo apresenta discussões e dados preliminares acerca da retomada das pesquisas arqueológicas nesse espaço amazônico, em metodologia baseada na bibliografia arqueológica, nas pesquisas de campo, nos relatos orais de moradores locais e documentos sobre povoamentos na colonização da região nordeste e costeira do Estado do Pará, atentando-se para a incipiente pesquisa a respeito de sítios com terra preta arqueológica em áreas (intra)manguezais, ecossistema predominante na costa amazônica. Os estudos levaram a análises de fontes documentais e visualização de materialidades, observadas no município de São Caetano de Odivelas (PA), com fortes indícios da presença indígena pré-colombiana nos vestígios até então encontrados na superfície do terreno, além de vestígios históricos. Pode-se configurar nova dinâmica dos movimentos populacionais na costa norte do Brasil, com indícios de contatos entre os povos pré-colombianos do nordeste brasileiro e os povos provenientes das Guianas. Archaeological research on the north coast of Pará, in Brazil, has been conducted since the 19th century and expanded in the second half of the 1960s, confirming antiquity in this region less than 5,000 years ago. Despite the importance of archaeological sites and garments related to fisherman-gatherers and farmers, studies on sambaquis and archaeological black earth maps are punctual on the north coast of Pará. This article presents discussions and preliminary data about the resumption of archaeological research in this Amazonian space, having methodology based on archaeological bibliography, field research, oral reports from local residents and documents about settlements in the colonization of the northeast and coastal region of the State of Pará. , paying attention to the incipient research about sites with archaeological black earth in (intra) mangrove areas, predominant ecosystem on the Amazon coast. The studies led to the analysis of documented sources and discovered material evidence, observed in the city of São Caetano de Odivelas (PA), with strong indications of the pre-Columbian indigenous presence in the traces that were found on the surface of the land, as well as historical traces. New dynamics of population movements on the north coast of Brazil can be configured, with indications of contacts between the pre-Columbian peoples of northeastern Brazil and those from the Guianas.
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS E PESQUISA ANTROPOLÓGICA: ALGUMAS REFLEXÕES
2013
RESUMO: Este artigo tem o intuito de propor reflexões acerca das novas linguagens narrativas no mundo contemporâneo que vem ganhando destaque no universo acadêmico: são as linguagens de histórias em quadrinhos. O estudo das histórias em quadrinhos já é comum em áreas como a Comunicação e a Publicidade, porém na área da Antropologia, pensar em estudar os quadrinhos ainda é bastante novo, e quem sabe, um projeto audacioso. A fotografia, o cinema e agora as novas mídias digitais tomam a atenção da antropologia da imagem como instrumentos metodológicos e meios de divulgação e disseminação de conhecimentos e comunicação humana. E o que dizer das histórias em quadrinhos? É possível analisar os quadrinhos como proposta de narrativa etnográfica? Seriam os quadrinhos, assim como o cinema ou a fotografia também suporte comunicacional em maneiras de ver e pensar o mundo? Palavras-chave: Quadrinhos, antropologia visual, narrativas, metodologia.
PERSPECTIVISMO E ANTROPOFAGIA EM COBRA NORATO, DE RAUL BOPP
Revista Palimpsesto , 2017
O artigo busca, a partir de uma análise das imagens do poema Cobra Norato, de Raul Bopp, estabelecer algumas relações com a teoria do Perspectivismo Ameríndio, do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, e também com a noção de Antropofagia, pensada no contexto do Movimento Modernista por Oswald de Andrade. A partir de um cruzamento dessas duas formas de pensamento com a forma literária do poema, a intenção é mostrar como Bopp construiu uma obra onde as questões fundamentais da cultura e pensamento indígena aparecem de forma bastante natural, como se o poeta, em um exercício antropófago, de fato "virasse índio".
OS SILÊNCIOS DOS ARQUIVOS E A ANTROPOLOGIA HISTÓRICA: HISTÓRIA INDÍGENA NA CIDADE
Tematicas, 2023
RESUMO: É no encontro entre antropologia e história que vemos um grande potencial para a reescrita da história do Brasil, colocando em destaque todos os atores sociais e o contexto dos jogos de poder, assim como os efeitos persistentes do colonialismo na nossa sociedade atual. Esse artigo objetiva mostrar, mesmo que de forma resumida, a trajetória da aproximação entre antropologia e história e as possibilidades desse encontro, assim como elencar metodologias para se fazer história indígena na cidade. O ambiente urbano impõe desafios particulares, pois nos deparamos com tipos específicos de silêncio dos arquivos. Aqui pretendo discutir quais são esses silêncios e estratégias possíveis para ouvir as vozes silenciadas do ambiente urbano no passado. PALAVRAS-CHAVE: Silêncios dos arquivos. Antropologia histórica. Protagonismo indígena. Cidade.
ANTROPOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS: apresentação do dossiê
CAOS – Revista Eletrônica de Ciências Sociais
O texto realiza uma breve análise da relação entre antropologia e políticas públicas como um novo campo de estudos e apresenta o conteúdo dos artigos que compõe o dossiê antropologia e políticas públicas: confluências epistêmicas.
ARQUEOLOGIA DA PAISAGEM URBANA NA PRAÇA DA INDEPENDÊNCIA NO SÉCULO XX, RECIFE - PE
Este trabalho propõe um estudo dentro da Arqueologia da Paisagem sobre a Praça da Independência, localizada no centro da cidade do Recife - PE. Considerando a paisagem como uma construção social carregada de símbolos, significados e materialidade, este trabalho buscou responder se existe continuidade entre os elementos constituintes das diversas paisagens da Praça do século XX, período no qual a Praça passou por uma série de processos transformadores. Buscou-se identificar elementos de continuidade e mudança na paisagem e reconstituir os diversos momentos da Praça através de um levantamento fotográfico onde foram comparadas fotos atuais com fotos de vários momentos do século XX, consultadas plantas da cidade do início do século XX e da atualidade possibilitando a confecção de mapas temáticos utilizados para compreender o processo transformador do espaço e da paisagem. Tudo isto resultou em quatro momentos distintos da Praça com diferentes elementos constituintes da paisagem representantes de contextos sociais diversos. Entre os quais se destacam as edificações classicistas do Brasil Império de meados do século XIX, a ascensão burguesa dos fins do século XIX e início do XX (materializada na arquitetura eclética), as edificações protorracionalistas e a abertura da Avenida 10 de Novembro na década de 1940. Os resultados provenientes deste estudo possibilitaram o entendimento de como a sociedade e seus processos culturais se materializam na paisagem, e indicaram que a paisagem atual é constituída de vestígios dos quatro momentos deste espaço urbano mesmo passando por diversas transformações. Palavras–Chave: Arqueologia da Paisagem Urbana, Praça da Independência, Continuidade e Mudança