O IMPÉRIO ROMANO NO SÉCULO IV E OS CONFLITOS RELIGIOSOS (original) (raw)
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AS PERSEGUIÇÕES AOS CRISTÃOS NO IMPÉRIO ROMANO (SÉC. I-IV): DOIS
No âmbito da pesquisa em torno das perseguições aos cristãos pelo Império romano nos quatro primeiros séculos, podem-se observar intensas discussões eruditas. Nesse texto, busca-se evidenciar que as abordagens acadêmicas divergentes podem ser conjugadas formando um modelo explicativo globalizante Palavras-chave: Perseguição aos cristãos, martírio, Império Romano O fenômeno das perseguições aos cristãos ocorridas no Império Romano, é um dos temas da História Romana mais apropriados e relidos pela cultura ocidental. Desde romances históricos até filmes épicos como Quo Vadis, de Mervyn LeRoy (1951) entre outros.
A DOMUS IMPERIAL E O FENÔMENO DAS USURPAÇÕES NO IV SÉCULO
Phoinix, 1995
O tema que elegemos para tratar nesta comunicação se insere numa pesquisa mais ampla que ora realizamos acerca das usurpações produzi-das no Império Romano entre 284 e 395 d. C. Antes de mais nada, deve-mos esclarecer que tais usurpações, embora apresentando características de ordem estrutural que nos permitem analisá-Ias a partir de uma pers-pectiva de conjunto, se agrupam, grosso modo, em quatros grandes ci-clos que poderíamos interpretar como sendo variações conjunturais ao longo desses 110 anos de constituição e funcionamento do sistema polí-tico que convencionamos designar com o nome de Dominato, a saber: a) Ciclo da formação da Tetrarquia; b) Ciclo da crise da Tetrarquia; c) Ciclo do governo de Constâncio 11; d) Ciclo da Dinastia Valentiniana. Em cada uma dessas ocasiões de aberta e severa contestação da autoridade imperial, perceberemos que a corte-identificada nesse momento por uma constelação de termos (domus. castra, comitatus. palatium) que expressam, de forma mais ou menos inequívoca, a totali-dade dos órgãos de governo que se encontram em presença do impera-dor'-, será instada a reagir em face do perigo iminente, oscilando em geral entre o diálogo efêmero e a repressão sumária dos pretensos candi-datos ao trono. Nesse sentido, convém ressaltar que apenas as usurpações de Constantino e Juliano podem ser consideradas vitoriosas, uma vez que foram capazes de ser assimiladas pelo sistema, resultando assim na ins-tituição de reinados efetivos e incontestes, em que pese o súbito desapa-recimento de Juliano após cerca de dois anos de governo na qualidade de único Augusto (novembro de 361 ajunho de 363). Como locus privilegiado do exercício do poder no Império, a corte desempenhará um papel capital na condução dos assuntos de foro públi-co, entre os quais se alinham evidentemente os movimentos de oposição que a. todo momento interpõem demandas e criam desafios aos detento-res da autoridade imperial. Completamente reformulado no Baixo lmpé-73
dhi.uem.br
Durante o século IV d.C. ocorreram muitas discussões teológicas que pretendiam unificar a fé cristã. Dentre essas, destacamos as contendas entre os cristãos ortodoxos versus cristãos heterodoxos a respeito do dogma trinitário que, para nós, configuram-se, também, em forma de embates discursivos. Eunômio de Cízico (335-394 d.C.) foi um dos bispos que participou desse embate discursivo por meio de seu discurso Apologia. (360 d.C.). Tal Bispo possuía uma ideologia político-religiosa que refletia o ideal do grupo ao qual pertencia: intelectuais cristãos heterodoxos arianos. Nessa apresentação objetivamos apresentar uma análise retórica do discurso supracitado inserindo-o em um momento de discussões trinitárias e afirmação do discurso cristão. Consideramos de grande relevância analisar a obra desse Bispo ariano para fornecer-nos subsídios para entender a contenda entre o cristianismo ortodoxo e o cristianismo heterodoxo, nosso mote de estudo.
Roma: religião e poder: os séculos IV e V
Classica - Revista Brasileira de Estudos Clássicos, 2013
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CAPÍTULO IV: ANTIGUIDADE CLÁSSICA -ROMA
História Antiga I: fontes e métodos, 2010
Introdução O estudo sobre a História de Roma deve ser iniciado com discussões a respeito das fontes que já foram feitas anteriormente. No entanto, neste capítulo, será analisada a especificidade das fontes e algumas metodologias de abordagem documental para escrever a História da Sociedade Romana. Para tanto, far-se-á uma discussão rápida sobre as tendências historiográficas dos últimos dois séculos e a produção sobre a Antiguidade Clássica. Este diálogo com a historiografia está diretamente relacionado às concepções de fontes utilizadas para se escrever a História de Roma. A consciência da distância temporal e espacial existente entre a nossa sociedade e a Sociedade Romana, antiga ou moderna, é um dos elementos fundamentais para o estudo de Roma Antiga. Muitas são as constantes referências contemporâneas sobre as identidades da sociedade ocidental com a Sociedade Romana na Antiguidade. Dentre os principais elementos que geram esta relação de identidade estão as origens da religião cristã e da Igreja Católica, os fundamentos do Direito, as bases e as estratégias militares, as práticas políticas e a organização da República, a administração de cidades, os complexos de distribuição de água e de saneamento urbano, o conceito de imperialismo, e muitas outras referências. São fundamentais essas duas discussões, pois há o questionamento constante e atual sobre a necessidade de se estudar História Antiga no Brasil. Qual História Antiga deve ser estudada? Nesta relação de identidade, nos Parâmetros Curriculares Nacionais elaborados pelo Ministério da Educação (MEC) se apresenta a necessidade de se estudar a antiguidade da América que é a nossa referência. Nesta relação espacial, o questionamento sobre a importância do estudo da Sociedade Romana se dá, principalmente, no que diz respeito às suas aproximações
RELIGIOSIDADE TARDO ANTIGA E A CRISTIANIZAÇÃO DO IMPÉRIO ROMANO
RESUMO: O IV século marca um momento decisivo tanto para o cristia-nismo e a Igreja cristã quanto para o Império Romano, pois nele verifica-se o processo de cristianização da sociedade tardo antiga romana. Neste trabalho, nosso objetivo é analisar esse fenômeno a partir do surgimento de uma nova religiosidade que cria as condições para o avanço do cristianismo e dos elementos internos da Igreja cristã que permitem a sua expansão neste novo ambiente religioso. ABSTRACT: The IV century is a critical instant for christianity and church is so far as to the Roman Empire because de chritianization of the late antiquity Roman society. In that paper our objective is to analyse this appearance to start from emergence of a new religiosity as produce the conditions to increase of the christianity and the interns elements of the Christian Church permit your expansion in this new religious background. Quand notre monde est devenu chrétien (312-394) este é o sugestivo título de uma das últimas obras publicadas por Paul Veyne (2007). O problema abor-dado pelo historiador francês não é uma temática nova para a historiográfica, porém mantém sua atualidade e importância, obrigando-nos a voltarmos a nos debruçar sobre ele. No presente texto nosso objetivo é discutir e analisar a questão da cristianização da sociedade tardo antiga romana a partir de dois aspectos fundamentais: por um lado a constituição de um novo ambiente religioso, que denominamos de religiosidade tardo antiga, que cria as condições para a expansão da religião cristã no âmbito do mundo mediterrâneo do IV século; por outro os fatores internos da Igreja cristã que lhe permitiram aproveitar essas condições para concretizar o seu crescimento.
This work aims to analyze and discuss the work of Ambrose of Milan, Book 10, the last collection of compilations organized by Ambrose in life. In order to point the strengthening of Episcopal power, taking as example the important bishop of Milan, Ambrose. From the analysis of letters, prayers and sermons written by Ambrose underline the conflict as the basis of this self-affirmation of the Nicene bishop present. This monograph established the conflicts that Ambrose fought against the Arians, as opposed to main stream Nicene, and against the pagans, who gradually lost their privileges before the emperor. After an attempt to establish an analysis on the pillars of episcopal power based on the work of historian Claudia Rapp, analyzed in each chapter attempts to Ambrose affirmation of the triad of authority which according to Rapp configure an exemplary Bishop. Authorities being: spiritual, ascetic and pragmatic.
O mundo romano no século IV: decadência ou reestruturação
Revista de História e Estudos Culturais Fênix, 2007
RESUMO: O artigo começa com uma apresentação da numismática como um documento alternativo, analisando as questões políticas relativas ao mundo romano durante o governo de Constantino I, o grande. Enfatiza-se nessa discussão, a importância do uso de uma variedade de fontes: iconográficas, arqueológicas. Usando como fonte iconográfica a coleção numismática do acervo do Museu Histórico Nacional / RJ, analisamos a imagem como uma fonte de propaganda, legitimando o poder imperial.