O Mahāsatipaṭṭhāna Sutta – O Grande Sutra Dos Fundamentos Da Consciência Plena – Como Interpretado e Praticado Pelas Escolas De Meditação Vipassanā De S.N Goenka e Mahāsī Sayādaw Do Budismo Theravāda (original) (raw)
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A meditação vipassana como ensinada por S.N.Goenka
Numen, 2018
O presente artigo apresenta a meditação vipassana, também conhecida como meditação do insight ou analítica, como ensinada incialmente por Sidarta Gautama e transmitida pela tradição de S.N.Goenka. As técnicas de meditação da atenção plena (anapana-sati), analítica (vipassana-sati) e do amor compassivo (metta), assim como a filosofia prática de Buda são transmitidas durante o retiro de silêncio de 10 dias. A prática da ténica vipassana como ensinada por essa tradição tem como foco a observação equânime (upekkha) da impermanência (aniccia) das sensações corporais, visto que tudo que surge na mente surge também como sensação corporal (vedana), libertando assim o ser dos condicionamentos mentais (sankhara) que o levam ao sofrimento.
MAHAYANA-UTTARATANTRA-SHASTRA Síntese da obra e abordagem no contexto do Mahayana
O MAHAYANA-UTTARATANTRA-SHASTRA, ou mais simplesmente UTTARATANTRA (sânscrito) (Tib.: Gyud Lama), é um texto fundamental da tradição budista Mahayana, que versa sobre o último ciclo de ensinamentos "definitivos" do Buda. A compilação original foi redigida, em verso, por Asanga (séc.IV), por inspiração do Bodhisattva Maitreya (um Buda em potência que se manifestará no futuro). A obra trata dos aspectos relativos à luminosidade, factor indissociável do conceito de vacuidade postulado pelo budismo Mahayana e Tântrico.
A consciência mística no samadhi hindu e no samā sufi
Texto completo dos anais do 31º Congresso Internacional da SOTER
Essa comunicação é fruto de uma pesquisa de mestrado em andamento, que tem como objeto de estudo a tradição do Sufismo, enquanto prática do sam? na visão de Rumi, e a prática do Yoga baseado nos escritos de Patañjali, inserido no Raja Yoga, uma vertente do Hinduísmo. A partir disso, busca-se relacionar as possíveis semelhanças e diferenças entre os estados não ordinários de consciência presentes tanto na tradição mística do Yoga, expressa na fase do samadhi, como na tradição mística do Islã, o Sufismo, exemplificada na dança do sam?. Tem-se como hipótese que esses fenômenos místicos oriundos de estados não ordinários de consciência se assemelham no que diz respeito à Unidade com o Divino, à música -exemplificada nos mantras ou nos "dikrs" -e na meditação enquanto aspecto de interiorização religiosa. Para traçar essa linha comparativa, a comunicação percorrerá o seguinte caminho: em um primeiro momento, será tratada a relevância da pesquisa em religiões orientais, pouco presentes no meio acadêmico brasileiro; em um segundo momento, será apresentada em linhas gerais a tradição do Raja Yoga na obra de Patañjali, e o Sufismo na perspectiva de Rumi; por fim, será descrito como esses fenômenos místicos do samadhi e do sam? são fruto de estados não ordinários de consciência.
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), 2022
Neste trabalho, analisar-se-á o primeiro texto do Majjhíma Níkāya, denominado Mūlapariyāyavagga, e ter-se-á como hipótese mostrar que esse contém os principais ensinamentos da Filosofia Buddhista, a saber: o problema da individuação e o princípio de codependência, o Dhamma e o caminho para a libertação. Conseguinte, para provar tal hipótese, cotejar-se-á o texto supracitado com outros textos do Cânone Pāḷi, quer dizer, farse-á uma análise comparativa entre aquele e alguns textos e excertos do Sutta Piṭaka (este no qual aquele está inserido), do Vinaya Piṭaka e do Abhidhamma Piṭaka, como também com textos dos bhikkhus e bhikkhunīs contemporâneos. Essa análise comparativa, dar-se-á a partir da compreensão e exegese de vários conceitos e problemas que aparecem no Mūlapariyāyavagga e de como esses são apresentados no cânone supracitado. Nesse sentido, estudar-se-á o problema da individuação e o princípio de codependência, isto é, as coisas responsáveis pelo surgimento da percepção acerca da existência ou experiência de um “eu” e de um “mundo”. Posteriormente, volver-se-á ao Dhamma (ensino), tendo como objetivo compreender que as apercepções sobre um “eu” ou sobre o “mundo” são problemáticas, para isso volver-se-á aos ensinamentos sobre o Kamma e as Quatro Nobres Verdades, ou seja, concentrar-se-á no ensinamento e prática para além do “eu”, no ensino para o Nibbana, e dessa forma, do caminho para a superação do sofrimento, o caminho para a libertação. Por fim, ter-se-á como possível resultado, a “revelação” ensinada pela Filosofia Buddhista da maneira para superar os resultados causais da individuação e da especulação, da compreensão e superação dessas a partir do Nibbana.
A meditatio mortis montaigniana: de como filosofar é aprender a viver
Griot : Revista de Filosofia, 2022
Desde Platão, a morte tem sido um tema recorrente na história da filosofia e as escolas helenísticas (sobretudo o epicurismo e o estoicismo) fizeram dela uma reflexão diária, de onde advém não só o termo meditatio mortis, mas toda uma literatura, inclusive durante o medievo, que tem como centralidade o momento final da vida. Assim, no século XVI, período no qual se encontra o nosso autor, Michel de Montaigne, a meditação sobre a morte era um topos retórico, mas os Ensaios abordam o tema da morte não somente do ponto de vista literário, mas como uma meditação diária, como um exercício espiritual. Deste modo, o nosso artigo pretende sugerir que Montaigne, muito além de uma abordagem retórica, tenta recuperar o sentido mais originário que as escolas helenísticas davam à meditatio mortis, tomando-a como uma preparação para a própria vida, como uma atenção constante ao presente, diante de um cenário eminente de mortes, com as epidemias de peste negra e guerra civil.
Avalokiteśvara: a representação do ideal do bodhisattva no Budismo Mahāyāna indo-tibetano
Prajna: Revista de Culturas Orientais, 2021
O budismo mahāyāna, que surge na Índia e chega ao Ti-bete com ênfase nos ensinamentos dos sūtras mahāyāna e nas práticas tântricas do vajrayāna, tem como característica o ideal do bodhisattva, a aspiração de auxiliar todos os seres a se liber-tarem do sofrimento. Nesse sentido, Avalokiteśvara é um person-agem que tem proeminência na literatura budista, sendo referido como o bodhisattva da compaixão. O presente artigo tem o ob-jetivo de analisar o papel de Avalokiteśvara enquanto uma repre-sentação do ideal do bodhisattva. Por meio de uma revisão bibl i-ográfica, util izou-se dos seguintes textos mahāyāna em que Ava-lokiteśvara tem papel de destaque: O Sūtra do Lótus, o Kārandavyūha Sūtra, o Avatamsaka Sūtra, o Samdhinirmocana Sūtra, o Sūtra do Coração, o Lokanātha Stotra, o Guia do Estilo de Vida do Bodhisattva de Shantideva e o Lamrim ChenMo de Je Tsongkhapa, bem como outros autores da tradição indo-tibetana e pesquisadores contemporâneos que escreveram sobre o tema, co-mo Studholme (2002), Berzin (2011), Trijang Rinpoche e Lopez (1998). Também foi real izada uma anál ise etimol ógica de palavras relacionadas a Avalokiteśvara. O resultado da pesquisa mostrou que Avalokiteśvara, em suas diferentes atribuições, representa uma pedagogia do Dharma, o que se espera que a conduta de um bodhisattva manifeste em termos de qualidades preconizadas por essa literatura mahāyāna.