Da crítica às ontologias práticas (original) (raw)
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A respeito da ontologia do trabalho e a crítica marxiana
A ontologia do trabalho se faz como forma da crítica marxista, contudo, em Marx de O Capital, encontramos uma crítica ao trabalho no sentido de sua finitude e determinação estritamente moderna, sendo sua transistoricidade uma forma de consciência a ser superada.
Possibilidades de práticas ontológicas situadas
Conhecimento confiável é hoje em dia oficialmente identificado com conhecimento científico. Além disso, uma parte imensamente sobrepujante dos fatos científicos e dos artefatos tecnológicos é produzida no Norte. Eles chegam ao Brasil em suas formas já estabilizadas (como entidades prontas) e usufruem os atributos de universalidade e neutralidade, a despeito dos resultados dos Estudos CTS (ciências-tecnologias-sociededades) das últimas décadas. A própria divulgação científica, se inadvertida, fortalece sub-repticiamente a percepção de que não faria sentido trabalhar e propor práticas ou objetos locais fora do conhecimento universal e neutro. Mesmo quando capazes de provocar espantos e controvérsias, práticas ou objetos locais fora do conhecimento dito universal e neutro estão simplesmente condenados a permanecer na categoria de " errados " uma vez que de modo geral faltam no Brasil os recursos para construir os contra-laboratórios que são o cacife necessário para participar das controvérsias ditas " propriamente científicas ou técnicas ". Nesses termos é possível estudar como as ciências ocidentais modernas restringem as opções ontológicas-científicas-políticas dos brasileiros que buscam soluções para seus problemas cotidianos através de práticas e objetos de conhecimento localmente situado. Abordo esse ponto de encontro entre os Estudos CTS e políticas públicas brasileiras a partir de alguns exemplos concretos.
A importância das ontologias num Museu Virtual
Neste documento apresentamos a importância do uso de ontologias para a classificação das peças de um Museu Virtual, bem como para permitir ao utilizador uma visita contextualizada e coerente.
Traduzir a crítica à ontologia: transitoriedade, transcriação e história natural
Revista Linguagem & Ensino, 2019
Este ensaio procura tecer considerações sobre a tarefa da crítica à ontologia fundamental desde a perspectiva literária. Para isso parte das concepções de tradução, transitoriedade e não-identidade expostas por Walter Benjamin em muitos dos seus textos e também no seu conhecido texto "A tarefa do tradutor". O conceito de Vergänglichkeit, transitoriedade, que pode ser entendido também por ruinância ou deperecimento, torna-se a estrela maior nesta abordagem benjaminiana, e a ele se une a ideia de história natural, como momento dialético crucial para crítica à ontologia fundamental. Este ensaio também aponta para algumas leituras e interpretações brasileiras dos escritos de Walter Benjamin, principalmente, com o intento de abordar a ideia de transcriação, de Haroldo de Campos. Palavras-chave: Tradução; Transitoriedade; História natural; Transcriação; Walter Benjamin. // Title: Translating the criticism to ontology: transitoriness, transcreation and natural history Abstract: This essay intents to elaborate considerations on the task of criticism of fundamental ontology, from a literary perspectivism. In order to do it, this essay begins considering the conceptions of translation, transitoriness and non-identity as presented by Walter Benjamin in many of his works and also in his well-known essay "The translator's task". The concept of Vergänglichkeit, transitoriness, can be understood as ruination or perishement, and turns out to be central in this Benjaminian approach. This concept merges itself with the idea of natural history as dialectical crucial moment to the understanding of the criticism of fundamental ontology. This essay also intends to point out some Brazilian's interpretations of Walter Benjamin's texts, focusing on working the idea of transcreation developed by Haroldo de Campos.
Construção de ontologia na prática: um estudo de caso aplicado ao domínio obstétrico
2017
O volume de informacao e a variedade de fontes de informacao gera desafios para a integracao informacional. A necessidade de integracao de informacao entre sistemas de informacao distintos alavancou pesquisas para identificar alternativas capazes de proporcionar interoperabilidade semântica entre sistemas, ou seja, a especificacao da informacao sem gerar ambiguidades. Como contribuicao da Ciencia da Informacao, as ontologias servem como alternativa de padronizacao semântica das informacoes. Entretanto, o processo de construcao de ontologias ainda gera muita duvida entre pesquisadores. Muitos autores descrevem metodologias para a construcao de ontologias, mas observa-se uma lacuna entre os metodos descritos e a sua aplicacao na pratica. Busca-se demonstrar na pratica a construcao de uma ontologia que adotou duas consolidadas metodologias: o realismo ontologico e a metodologia NeOn. Em relacao aos metodos e procedimentos tecnicos realizados, esta pesquisa e um estudo de caso que inves...
O cenário da avaliação de ontologias: revisão de literatura
Resumo: As ontologias são sistemas de organização do conhecimento que têm ganhado destaque nos estudos da Ciência da Informação devido ao potencial que possuem na representação e compartilhamento de estruturas do conhecimento em diferentes domínios.
Ensaio sobre a linguagem como uma ontologia
Comunicação e educação: perspectivas e transformações na era digital, 2020
Neste artigo, como uma espécie de ensaio crítico filosófico, pretendo demonstrar as relações que a linguagem exerce com o mundo e como o mundo “capta” este teor da linguagem. Defendo a existência de uma linguagem das coisas, dos objetos, dos seres animados e até dos inanimados. Nossa perspectiva sobre a linguagem surge no sentido de frisar que para toda coisa imersa no mundo existe um conteúdo imanente de linguagem. Assim que o mundo nasceu, a linguagem o constituiu. Neste sentido, não há um ponto no espaço e no tempo que não deixe de se relacionar com as coisas do mundo e, consequentemente, com a linguagem. Por isso, penso a linguagem como uma ontologia no sentido de que a linguagem a tudo abarca: seja a luz de uma fogueira acesa dentro de uma caverna ou a dança voluptuosa da água-viva. Este estudo está fundamentado em Echeverría (2005), Coquet (2013), Heidegger (2015), Platão (2015), Descartes (2016) e Merleau-Ponty (2018).
Chega de ontologia: da metafísica ao pragmatismo na antropologia 1
REIA, 2020
Resumo: O objetivo deste ensaio é apresentar alguns dos sentidos do termo ontologia em uso, atualmente, na antropologia e, também, na filosofia. A fazê-lo, sugere-se uma saída pragmática para a questão dos diferentes sentidos e usos empregados, neste caso, na antropologia. Como exemplo dos usos diferentes de ontologia na antropologia e na filosofia, analisa-se o debate entre os antropólogos Eduardo Viveiros de Castro e David Graeber sobre virada ontológica na antropologia. O referencial teórico utilizado para sugerir uma possível solução para o debate parte do filósofo e criador da psicologia científica, nos Estados Unidos, William James; e, na antropologia, de Bruno Latour. Como resultado, aponta-se para certa incomensurabilidade entre ontologias construtivistas e realistas e, por isso, indica-se a pertinência de um diálogo maior entre antropologia e sociologia da ciência, assim como com os estudos sociais sobre ciência e tecnologia, pois tais áreas podem oxigenar debates para além da virada ontológica. Palavras-chave: David Graeber. Viveiros de Castro. Metafísica. Pragmatismo. Virada ontológica. Abstract: This essay presents some of the meanings of the term ontology currently in use in anthropology as well as philosophy. In doing so, it suggests a pragmatic way out for the question of the different senses and uses employed, in this case, in anthropology. As an example of this uses of ontology in anthropology and philosophy, the debate between anthropologists Eduardo Viveiros de Castro and David Graeber about the ontological turning point in anthropology is analyzed. The theoretical reference used to suggest a possible solution to the debate comes from the philosopher and creator of scientific psychology, in the United States, William James; and, in anthropology, from Bruno Latour. As a result, it points to certain incommensurability between constructivist and realistic ontologies, and therefore indicates the relevance of better dialogue between anthropology and sociology of science, as well as with social studies on science and technology, since such areas can oxygenate debates beyond the ontological turnaround.