Oralidade no Evangelho de Marcos (original) (raw)
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Atividade Testemunhal e Tradição Oral No Evangelho Segundo Marcos
INTERAÇÕES
Esse Artigo examina a atividade testemunhal sobre Jesus de Nazaré que antecede e acompanha o período de formação das tradições orais nas primeiras congregações cristãs. Ele assume que o Evangelho de Marcos é uma transcrição e edição de testemunhos, onde seu Autor constrói uma vida de Jesus usando da voz de suas testemunhas. O Artigo descreve as noções fundamentais de testemunho e testemunha, trata brevemente do contexto testemunhal no Antigo (Primeiro) e Novo (Segundo) Testamento, para adentrar no tema dos testemunhos e das testemunhas no Evangelho de Marcos. Na parte principal, apresenta casos exemplares da atividade testemunhal no texto marcano. E, ao final, sugere critérios de: oralidade, narratividade, retoricidade, para a análise exegética dos testemunhos.
Trama
Um dos modos de se trabalhar com a oralidade na sala de aula é por meio do ensino dos gêneros orais e de seus elementos constituintes, uma vez que, para produzir os textos orais, nas situações comunicativas, adota-se e adapta-se sempre um gênero textual (BRONCKART, 1999/2009). Assim, para avançar nos estudos sobre a oralidade, este artigo tem como objetivo, em primeiro lugar, discutir a importância da palavra, do gesto e do corpo na produção de gêneros orais, e, em segundo, apresentar um exemplo da articulação da argumentação com o corpo e a voz no gênero debate eleitoral na escola. Para isso, a fundamentação teórico-metodológica ancora-se nos estudos de Bronckart (1999/2009; 2006), de Schneuwly e Dolz (2004), de Gagnon e Dolz (2016) e de Lafontaine e Dumas (2014) sobre o ensino de gêneros, sobre a voz e o corpo nos textos orais e sobre como podem ser realizadas as intervenções didáticas que contribuirão para a mobilização e o desenvolvimento de diferentes capacidades de linguagem. ...
Estudos Teológicos, 2019
Resumo: Este artigo tem por assunto a oralidade no Evangelho de Marcos. Seu objetivo primário é apontar para o substrato oral do texto escrito marcano, e o secundário é propor modos de observação das marcas da oralidade nele. Para isso me valho dos estudos sobre a tradição oral de Jan Vansina; sobre a oralidade de Werner Kelber e James Dunn; sobre a transmissão oral de Kenneth Bailey. Acrescento a contribuição da análise da narrativa (narrative analysis), focalizando o plano narrativo como meio complementar para o exame do relato oral. Apresento, como exemplo, o episódio de cura da mulher com hemorragias. Concluo, com James Dunn, que é possível reconhecer os vestígios de oralidade no texto marcano. E que esses servem para preencher o espaço entre Jesus e as primeiras transcrições e edições da tradição oral, cujo primeiro exemplar está no Evangelho de Marcos. Palavras-chave: Evangelho de Marcos. Oralidade. Tradição oral. Jesus histórico. Plano narrativo. Abstract: This article deals with orality in the Gospel of Mark. Its primary objective is to point to the oral substrate of the written text of Mark, and the secondary one is to propose ways of observing the marks of orality in it. For this I have used studies about oral tradition of Jan Vansina; about orality of Werner Kelber and James Dunn; about oral transmission of Kenneth Bailey. I have added the contribution of narrative analysis, focusing on the narrative plot as a complementary means for the exam of the oral report. I present, as example, the episode of healing of the woman with bleeding. I conclude, with James Dunn, that is possible to recognize the traces of orality in the Mark's text. And this serves to fi ll the gap between Jesus and the fi rst transcriptions and editions of the oral tradition, whose fi rst exemplar we have in the Gospel of Mark.
Estudo Introdutório no Evangelho de Marcos
O Evangelho 1 de Marcos é um livro anônimo. 2 Em lugar algum do livro encontramos referência ao nome do seu autor. Contudo, podemos chegar a algumas conclusões através de evidências externas e internas acerca de sua autoria.
Evangelho segundo Marcos - comentários
O mais antigo manuscrito pertencente à Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro é um códice em pergaminho, escrito com caracteres minúsculos, contendo os quatro Evangelhos e datado do século XII. Foi doado àquela instituição em 1912, por João Pandiá Calógeras, conhecido intelectual e político brasileiro, de ascendência grega. Em 1953, Kurt Aland repertoriou-o, atribuindo-lhe o número 2437. Neste trabalho, serão analisadas feições lingüísticas e manuscritológicas do Evangelho segundo Marcos nesse documento. Palavras-chave: a língua do Evangelho segundo Marcos, tradução, comentários lingüístícos, históricos e paleográficos.
"O caráter narrativo parabólico do Evangelho segundo Marcos" (Capítulo 1)
Marcos: Reino, Messias, discipulado (KONINGS, Johan; VITÓRIO, Jaldemir [Orgs.]), 1ª ed., Campinas (SP): Saber Criativo, 114 p., 2020. ISBN: 978-65-87446-15-8, 2020
Apresentamos aqui o estudo do Grupo de Pesquisa "A Bíblia em Leitura Cristã", da FAJE-Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, realizado durante o ano de 2017. O tema foi o Evangelho segundo Marcos em perspectiva narrativa. O foco é o diálogo entre o autor e o leitor implícitos, percebendo os recursos literários e a condução pragmática que o texto apresenta. A leitura deste subsídio se desloca das observações analíticas para uma compreensão abrangente, caracterizada pelas dimensões narrativa e pragmática, na linha da exegese recente do Novo Testamento. Narrativa, no sentido de não procurar uma reconstrução historicista dos fatos, mas a compreensão do ensinamento que o autor proporciona a seu leitoradoaudiência original, segundo o modo de organizar e a lógica narrativa de que lançou mão no seu relato, em função, exatamente, do que "eles podiam compreender" (Mc 4,33). Esse princípio querigmático-catequético, Marcos o tem diante dos olhos em toda a sua narrativa: os ditos e os feitos de Jesus, sua atuação inteira, têm o caráter de parábola: pela narração do que é visível e acessível, "revela" aquilo que ultrapassa nossa compreensão natural. Esse modo de narrar tem índole pragmática-no sentido literárioporque molda a mente e o coração do destinatário do texto, o leitor-ouvinte, no sentido daquilo que a Revelação espera dele como resposta. E este destinatário, ainda que seja em primeiro lugar o cristão do fim do primeiro século cristão, é concebido numa perspectiva que atravessa as gerações e os continentes, como mostra a injunção de rememorar a mulher que ungiu Jesus, "no mundo inteiro" (14,9). Como mostra a exposição abrangente do último capítulo deste estudo, Marcos abre essa visão da fé de modo progressivo, pedagógico, confrontando-nos, no início, no meio e no fim, com o perfil misterioso de Jesus, que transforma nossa vida diante dele: ele é o Filho amado de Deus (1,11; 9,7; 15,39), ao qual nos é dado escutar e acompanhar no caminho do discipulado.
Oralidade e Escrita Na Teologia Pentecostal: Acertos, Riscos e Possibilidade
Vox Faifae Revista De Teologia Da Faculdade Faifa, 2014
A Igreja Evangélica Assembléia de Deus doutrina seus fiéis especialmente através da oralidade. Tenta-se mostrar as principais características das culturas orais, o poder e a dinâmica da linguagem e do som, como estas culturas se apropriam da oralidade para disseminar sua sabedoria e como se dá a interface entre cultura oral e cultura escrita. Explicitam-se também as características principais da oralidade na Assembléia de Deus e suas formas de expressão através da poimênica, testemunhos, pregação, glossolalia, Harpa Cristã e a mistura entre cultura oral e escrita na utilização da Bíblia e das lições da Escola Bíblica Dominical, como estas características atuam juntas e separadamente em comunidades pobres e elitizadas. Finaliza-se propondo como deveria ser uma teologia pentecostal que preserve a oralidade e ao mesmo tempo permita uma reflexão teológica formal.