Dois Anos De Antropologia Forense No Centro De Medicina Legal (Cemel) Da Faculdade De Medicina De Ribeirão Preto-Usp (original) (raw)
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Medicina (Ribeirão Preto), 2011
A Antropologia Forense é uma área de conhecimento que aplica os métodos da antropologia física e daarqueologia em um contexto legal. O Centro de Medicina Legal (CEMEL) da Faculdade de Medicina deRibeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) possui um Laboratório de AntropologiaForense (LAF), criado em 2005, em um projeto de parceria com a University of Sheffield (UK) e financiado pelo British Foreign and Commonwealth Office Global Opportunities Fund. Como parte desseprojeto, foi elaborado um protocolo para análise de ossadas com uma estrutura científica atualizadaaplicável ao contexto social brasileiro. Inicialmente foram analisados os casos acumulados de 1999 a2006, seguidos dos casos de 2007 a 2009. Este estudo revelou que a maioria das ossadas encaminhadas ao CEMEL estavam incompletas, o que dificulta a obtenção de um perfil bioantropológico.Apesar disso, um aumento estatisticamente significativo foi detectado no número médio de ossosencaminhados no grupo de 2007-2009 (1...
Medicina (Ribeirao Preto. Online), 2008
USP: relato de sete anos de prática humanitária com cadáveres humanos não-identificados. Medicina (Ribeirão Preto) 2008; 41 (1): 3-6. RESUMO: Os autores apresentam um relato da experiência de sete anos do Centro de Medicina Legal (CEMEL) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP), no recebimento e guarda de cadáveres não-identificados e na atenção às famílias que procuram parentes desaparecidos. No CEMEL, vítimas de morte violenta são examinadas pelos peritos do IML, as quais podem estar carbonizadas, putrefeitas ou esqueletizadas, situações nas quais a identificação é difícil e requer atenção completa dos profissionais envolvidos. O CEMEL tem como um de seus objetivos no trabalho tanatológico, o resgate da dignidade humana no trato com os cadáveres e seus familiares, através da educação continuada de seus funcionários sobre estes princípios. De dezembro de 1999 a dezembro de 2006 foram examinados 166 cadáveres sem identificação, sendo 112 de pessoas recém falecidas, 45 esqueletizados, 7 em estado de putrefação avançada e 02 carbonizados. As entrevistas com as pessoas que se apresentaram como sendo familiares foram realizadas em todos os casos para conhecimento da história de vida do falecido, o que possibilitou a identificação de 25 pessoas. A obtenção de informações válidas para identificação foi proporcionalmente mais eficaz quanto maior o tempo de contato com os familiares, a disponibilidade em atendê-los, o interesse em ouvir suas queixas e o zêlo e trato na guarda do cadáver.
Intrínseca Relação Entre as Antropologias Biológica e Forense
Brazilian Journal of Forensic Anthropology & Legal Medicine
A antropologia forense é o campo do conhecimento que permite estimar biologicamente um indivíduo para identificação de pessoas e, ainda, por vezes, compreender traumas sofridos pelo indivíduo, patologia e marcadores biológicos únicos. Essas estimativas biológicas devem ser efetuadas em métodos baseados em dados demográficos da população estudada relacionadas a sexo, estatura e ancestralidade. Todas essas estimativas provêm da antropologia biológica. No entanto, no Brasil, por falta de formação adequada do antropólogo forense, é ainda desconhecido do público em geral a ligação inerente entre a antropologia forense e a antropologia biológica. No presente artigo, discutimos a partir de uma revisão de literatura os alcances e limites da antropologia biológica e o porquê dessa formação ser extremamente necessária para o desenvolvimento da antropologia forense, de modo a poder ampliar sua atuação e alcance de resultados que beneficiem um maior número de pessoas na nossa sociedade.
Resumo O artigo traz um panorama sobre a pesquisa desenvolvida com a documentação do Instituto Médico Legal de São Paulo (IML-SP), sob guarda do Arquivo Público do Estado de São Paulo, no âmbito dos trabalhos de buscas de desaparecidos e mortos políticos desenvolvido pela Antropologia Forense para tentativa de identificação dos remanescentes humanos encontrados na Vala Clandestina de Perus (SP). Foram analisadas três séries documentais (exames necroscópicos, declarações de óbito e livros de fotografias) como passo fundamental frente à desmaterialização e fugacidade acarretadas pelas políticas de desaparecimento. O objetivo foi o de seguir o caminho burocrático da morte, porém, a pesquisa elucidou os mecanismos de desaparecimento e de produção de desconhecidos do período, permitindo uma compreensão de como estratégias repressivas utilizaram um sistema institucionalizado, já em andamento, para também forçar o desaparecimento de opositores do regime. Palavras-chave: Desaparecimento forçado. Antropologia Forense. Instituto Médico Legal. Abstract The article provides an overview of the research carried out with documentation of the Legal Medical Institute of São Paulo (IML-SP), under the custody of the São Paulo Public Archive, as part of the search work developed by Forensic Anthropology to attempt to identify the human remains found in a mass grave called Vala de Perus (SP). Three documentary series were analyzed (necropsy reports, death certificates and photo books) as a fundamental step forward dematerialisation and transience brought about by the disappearance policies. The aim was to follow the bureaucratic way of death, however, the research has elucidated the disappearance mechanisms and the production of people
Antropologia Urbana - PPGAS/UFRGS 2017-2
Antropologia urbana e etnografia nas sociedades complexas ANP28 | 4 créditos Jean Segata, Cornélia Eckert e Ana Luiza Carvalho da Rocha Quarta-feira, das 14h às 18h | Sala 209 -IFCH Súmula Estudo de etnografias da e na cidade. Teorias antropológicas que tratam dos habitantes em suas formas de sociabilidades, interações, interlocuções e jogos de memórias. Pesquisas que problematizam as Sociedades Complexas. Paradigmas e linhas de pesquisa que analisam o fenômeno urbano e a sociedade moderna. Objetivos O objetivo geral deste curso é o de apresentar uma reflexão geral sobre o campo da Antropologia Urbana e suas principais teorias e métodos de pesquisa contemporâneos. A ênfase deste programa, em particular, reside nas diversas concepções, sentidos e usos da cidade, abordadas a partir de temáticas variadas, como corpo, gênero, espaço, animais, plantas, novas tecnologias, medo, religião, fronteiras, etc. Privilegia-se, também, a leitura de autores/tendências contemporâneas, com o objetivo de conhecer alguns dos novos olhares sobre o campo, especialmente, de pesquisadoras/es brasileiros. Metodologia e avaliação A disciplina acontece em 15 sessões, com aulas expositivas e dialógicas. A avaliação é contínua e permeia todo o processo de ensino e aprendizagem. Isso exige frequência e participação de todos/as nas aulas. Diretamente, ela acontece sob duas formas: a) Apresentação de questões. Cada aluna/o deve trazer, ao longo do semestre, cinco questões que servirão de base para as discussões dos textos em sala de aula. b) Monografia final. A partir da seleção de uma temática abordada no curso, cada aluna/o deverá entregar uma monografia final (10 a 15 páginas). Sugere-se articulação com suas pesquisas e/ou articulação com elementos empíricos.