Manifesto das Coisas (original) (raw)

Manifesto Bichos da Luz

PÓS: Revista do Programa de Pós-graduação em Artes da EBA/UFMG

Impessoais, indiscerníveis, impensados, instáveis, incertos, inconsequentes, delirantes, desviantes. Podem tentar à vontade, mas nunca conseguirão nos definir, somos Bichos da Luz. Aparecemos e desaparecemos de maneiras diferentes, brincando com conexões e desconexões entre as coisas, entre a linguagem visual e a linguagem escrita, colocando tudo em questão. Este ensaio visual é um convite para adentrar um escuro de possibilidades, dúvidas, imaginação, transformação e criação.

Manifesto da Natureza

DAT Journal

O presente artigo busca refletir sobre a natureza e o ativismo na cidade inteligente, questionando o planejamento, administração e organização dos espaços urbanos que envolvem a tecnologia, buscando maior eficiência e lucro para as instituições e alguns grupos sociais. As ações sustentáveis ou de preservação são vistas como um ataque, na medida em que definem a natureza como uma entidade separada e imutável. Nesse aspecto, o texto conceitua brevemente o termo “Natur.vismo”, criado pelo autor deste artigo, que consiste na união das palavras “natureza” e “ativismo” entendida como uma construção social, conforme a visão de Bruno Latour e Edward O. Wil[1]son. O Manifesto da Natureza aborda o contexto das cidades com o objetivo principal de conscientizar a população, especialmente os grupos sociais que, diante da necessidade de sobrevivência, se afastam das decisões. Através do manifesto, busca-se impulsionar o debate cultural e social no que tange os acontecimentos urbanos.

Manifesto Autogestionário

VIANA, Nildo. Manifesto Autogestionário. 3ª edição, Rio de Janeiro: Rizoma, 2019. , 2019

A liberdade é um sonho que acompanhou a história da humanidade. Não se trata de um sonho eterno e que sempre existiu, pois a luta pela liberdade só surge quando ela fica ausente. O surgimento da sociedade de classes marca o nascimento da exploração e dominação que enclausuram os seres humanos em suas próprias criações sociais. Os seres humanos criam deuses, mercado, dinheiro, propriedade privada, estado, igrejas, partidos políticos, instituições, para suprimir sua própria liberdade. Alguns se sentem à vontade na prisão social instaurada, tal como a classe dominante e suas classes auxiliares. A emergência da sociedade capitalista significa uma nova forma de prisão, escura e asfixiante. A classe capitalista e a burocracia se sentem à vontade nessa prisão, pois é dela que vem sua força e eles assumem o papel de carrascos e carcereiros. Assim como uma prisão traz doenças e destruição, o domínio do capital traz graves desequilíbrios psíquicos, miséria, destruição ambiental, entre diversos outros efeitos que marcam um capítulo nefasto da história da humanidade, no qual nunca se produziu tantos bens materiais e nunca se destruiu de forma tão avassaladora; nunca o desenvolvimento tecnológico foi tão intenso e nunca seu uso foi tão egoísta e limitado. O capitalismo é uma sociedade fundada na exploração e na dominação, cujo objetivo da produção é o lucro e não a satisfação das necessidades humanas. A dinâmica da acumulação capitalista mostra o caráter destrutivo do capitalismo, sempre ávido em cada vez mais acumular, sugando o sangue dos trabalhadores, esgotando as energias psíquicas dos indivíduos, degradando o meio ambiente com um processo de extração sem fim para a produção de bens supérfluos que geram lucro e com o lixo dos produtos descartáveis produzidos. Porém, isto tudo gera sua negação. A negação do capitalismo é expressa principalmente no proletariado, bem como em outras classes exploradas e setores da sociedade. A luta operária promove um avanço no sentido da auto-organização e autoformação, preparando os trabalhadores para a revolução proletária e a libertação humana das garras do capitalismo. A autogestão das lutas é a prefiguração da autogestão social. A utopia autogestionária é um sonho realizável, possível, cuja possibilidade está dada, faltando apenas este processo de luta para desencadear sua realização. Neste sentido, todos devem lutar, em todos os lugares. A luta é uma necessidade para aqueles que entenderam a exigência humana de uma transformação radical da sociedade e que a autogestão social é a única alternativa viável para a humanidade. Esta luta é ampla e radical, tal como seu objetivo, no sentido da liberdade. É, inclusive, uma luta contra si mesmo, contra a cultura, valores, mentalidade, sentimentos, todos herdados da sociedade capitalista, fundada na competição, mercantilização e burocratização. Assim, o que importa não é o que o indivíduo faz de si e sim o que faz daquilo que fizeram dele, tal como já dizia Sartre. A sociedade autogerida é uma forma radicalmente diferente de viver e daí muitos possuem dificuldade até de pensá-la. As experiências históricas já mostraram sua possibilidade e algumas de suas características, bem como a teoria revolucionária produzida por alguns pensadores, inclusive se baseando em tais experiências, como Marx, Pannekoek e outros. O Manifesto Autogestionário aborda estas questões, mostrando a dinâmica do capitalismo e suas contradições, a ameaça da contrarrevolução burocrática, a autogestão das lutas operárias, o papel dos militantes autogestionários e algumas características da futura sociedade autogerida. Sendo assim, é uma arma de luta, que, juntamente com milhares de outras, empunhadas por seres humanos que querem a libertação humana, deve contribuir para a realização da autogestão social.

Manifesto Orgânico

2024

Primeira versão em português do Manifesto Orgânico, de 2024. - Fragmento preliminar que compõe a dissertação ''Sociedade Tecnológica e a diversa arte visual contemporânea brasileira: Natureza, Modernidade e os anos de 2020'' (2022-2024), bem como o livro coletânea de artigos de 2023-2024, ''Varves de verve'' (2024).

Manifesto pela História

Revista Brasileira de História, 2019

Manifesto pela História é uma apologia da história de longa duração que reacende as discussões sobre o lugar dos historiadores na sociedade contemporânea.

Manifestos Vorticistas

2014

Balizada cronologicamente pelo primeiro conflito mundial, a vanguarda inglesa – Vorticismo (1913/14-18) – vem reclamar um realinhamento da ética e da estética da arte moderna. É num enquadramento fértil aos focos de explosão estética, assim como à sua extinção, que, em Março de 1914, fica finalmente pronto o Rebel Art Centre, onde alguns dos modernistas ingleses mostram estar em estado de sublevação. As artes visuais e a literatura surgem invulgarmente envolvidas e a necessidade de dotar as práticas artísticas de plataformas teóricas está na ordem do dia. É em 20 de Junho de 1914, poucos meses antes da declaração da Primeira Grande Guerra, que Wyndham Lewis e Ezra Pound anunciam o Vorticismo.

Publicando Manifestos da Publicação

Vinco – Revista de Estudos de Edição, 2023

Publicando Manifestos da Publicação é um ensaio que serve para contextualizar Publishing Manifestos (2019), uma antologia internacional de artistas e escritores, apresentada pelo editor Michalis Pichler. Composto por 10 capítulos curtos, Publishing Publishing Manifestos fornece um pano de fundo histórico para os manifestos coletados. Defende uma prática editorial anti-alienação, na qual artistas e autores afirmam o valor estético de suas próprias preocupações sociopoliticamente informadas e se envolvem, muitas vezes em condições precárias, em atividades culturais totalmente alinhadas com seus valores políticos. Pichler defende que a Materialzärtlichkeit (ternura material) inclua a orquestração e o uso consciente de elementos materiais, estruturais e sociais dentro do processo de produção do livro. Ele explica que o livro de artista é um termo problemático, porque cria guetos, reforça a separação de práticas cotidianas mais amplas e limita o potencial subversivo dos livros ao rotulá-los de arte. Ele considera a virada pós-digital como uma mudança de paradigma, pois a reprodução digital desestabiliza a hierarquia entre uma cópia física e um arquivo de dados e as repercussões que isso teve na publicação, especialmente na impressão sob demanda. Por último, mas não menos importante, o ensaio investiga as feiras de livros de arte como esferas públicas e como fórum central para constituir e nutrir uma comunidade em torno da publicação como prática artística. O ensaio é publicado juntamente a uma bibliografia dos 77 manifestos.