«De quem me esqueci?» Reflexões sobre democracia, memória e colonialismo (original) (raw)

Memória e colonialismo

Revista Mulemba

Resenha de:MATA, Inocência (coord.). Discursos memorialistas africanos e a construção da História. Lisboa, Macau: Colibri, Universidade de Macau, 2017.

Artigo intercom memórias colonialistas

Memórias colonialistas e releituras negras, 2023

Este artigo tem o propósito de pensar em como foi perpetuada a relação de memória da população negra na diáspora americana associada à escravidão, especialmente no Brasil. Há o objetivo de entender como a imagem, e a falta dela, construiu o imaginário colonialista brasileiro, como também os olhares reivindicatórios do povo negro e suas reconstruções de memória, ao analisar de forma comparativa pinturas do século XIX - Um jantar brasileiro, Castigo de escravos e A redenção de Cam - e suas releituras negras atuais. Isto posto, pretende-se compreender a imagem para além da pintura, percebendo sua ligação com a história, cultura, tempo e relações de poder. Dessa forma, este trabalho pretende dialogar com referências sobre imagem, decolonialidade e com estudiosos sobre a memória negra.

A nostalgia colonial no País da saudade: fantasmagorias e pós-memória

2020

Colonial nostalgia is a macroscopic legacy of the Portuguese colonial experience in Africa. Due to its contacts with other feelings of loss such as melancholy, but above all in the case of Portugal, saudade, it provides the contemporary Portuguese imagination with fundamental materials (literature, cinema, visual arts and drama). Portugal feeds and reinforces the phantasmagoria of the return to the African past, which finds, especially in the Internet 2.0, an ample repertoire of places of revision and contemplation: decisively contributing to the formation of contemporary colonial memories and post-memories.

A sombra do imortal: reflexões sobre a nação e a memória

Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material, 1996

A partir do livro de Regina Abreu, A fabricação do imortal: memória, história e estratégias de consagração no Brasil, são discutidas as principais abordagens da problemática da nacionalidade. O tema central do livro é a coleção Miguel Calmon du Pin, doada ao Museu Nacional em 1936, que é analisada nos seus mais variados desdobramentos, tanto no que se refere às estratégias de consagração individual quanto às formas de construção cultural da brasilidade.

Memória e Esquecimento Em Paul Ricoeur: A Ideologia Política Camuflada Na Anistia

Cadernos do PET Filosofia

O presente artigo tem como pano de fundo o livro do filósofo francês Paul Ricoeur intitulado “A memória, a história e o esquecimento”. O objetivo central é fazer uma análise entre memória e esquecimento apresentando a política da anistia como uma maneira camuflada da ideologia política. Partindo dos usos e abusos da memória analisa-se, principalmente, os planos da memória natural, desembocando no esquecimento. Assim, passando por tais trajetórias miméticas percebe-se na anistia uma forma de ideologia, ou seja, um fazer esquecimento com memória controlada.

Moçambique: Identidade, Colonialismo e Libertação: Não Vamos Esquecer!

Via Atlântica, 2009

Moçambique: Identidade, colonialismo e libertação: Não vamos esquecer! oMAr ribeiro thoMAz Professor do Departamento de Antropologia da Unicamp uma verdade: os mortos não devem aparecer, saltar a fronteira do mundo deles. Só vêm desorganizar a nossa tristeza. Já sabemos com certeza: o tal desapareceu. Consolamos as viúvas, as lágrimas já deitamos, completas. Ao contrário, há desses mortos que morreram e teimam em aparecer (...). Morreram por dentro da água, pescados pelo rio furioso. A morte deles era uma certeza quando uma tarde apareceram mais outra vez.

História, Memória e Esquecimento: Implicações Políticas

História, memória e esquecimento: Implicações políticas Pesquisadores têm colocado em questão a recuperação de situações traumáticas como as que ocorreram no Holocausto, no bombardeio a Hiroshima, na guerra do vietnam ou nos massacres fratricidas da iugoslávia. embora algumas contribuições clássicas tenham assinalado aspectos importantes relativos à história e memória, há várias formas de lidar com o passado e todas elas envolvem interesse, poder e exclusões. A política da justa memória a ser realizada sobre crimes cometidos passados, debate que vem sendo travado não só em diversas áreas acadêmicas, como na sociedade em geral, depende de processos seletivos, bem como de elementos que excedem o escopo da razão humana. É preciso encontrar o equilíbrio entre a obsessão pelo passado e as tentativas de imposição do esquecimento. Nosso intuito, portanto, é o expandir o conhecimento sobre história, memória e esquecimento, ressaltando limites, bem como implicações éticas e morais. Introdução Este artigo tem como objetivo investigar os impasses entre memória e esque-cimento que estão presentes em debates sobre a preservação e divulgação de arquivos relacionados a conflitos, guerras e períodos de opressão política. O debate sobre a justiça a ser realizada sobre crimes cometidos passados, que vem sendo travado não só em diversas áreas acadêmicas, como na sociedade em geral, embora não dependa apenas de documentos e teste-munhos, tem neles um grande aliado. Nem sempre, entretanto, sociedades optam pela lembrança. Nosso intuito, evidentemente, não é o de esgotar o debate em torno do lembrar e do esquecer, mas, pelo contrário, expandir o conhecimento sobre estes termos, o que implica em estabelecer também seus limites. A primeira parte deste artigo terá como base os trabalhos de sociólogos, historiadores e filósofos, como Maurice Halbwachs, Pierre Nora e Paul Ricoeur, sobre memória coletiva. Narrativas históricas que presidem a orga-nização de arquivos, coleções e museus nos lembram daquilo que é passado,